Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
contra ( 01 ) SOCIEDADE XISTA EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA, pessoa
jurídica de direito privado, estabelecida na Rua Delta, nº. 000, na Cidade, inscrita no
CNPJ(MF) sob o nº. 00.111.333/0001-55, com endereço eletrônico xista@xista.com.br, em
decorrência das justificativas de ordem fática e de direito abaixo delineadas.
INTROITO
23
(1) – SÍNTESE DOS FATOS
( iii ) R$ 000.000,00 ( .x.x.x.) em uma única parcela, essa a ser paga por
intermédio de financiamento bancário com vencimento na data de 00/11/3333;
23
Desse modo, a Promovida encontra-se inadimplente com a
Autora, uma vez que na data do ajuizamento da presente ação, ainda não recebera os
valores pagos anteriormente.
(2) – NO MÉRITO
Art. 2º Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produtos
ou serviço como destinatário final.
[ Causa de pedir ]
Art. 51 - São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas
ao fornecimento de produtos e serviços que:
(...)
II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, nos casos
previstos neste código;
(...)
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o
consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou
a eqüidade;
Art. 53 - Nos contratos de compra e venda de móveis ou imóveis mediante
pagamento em prestações, bem como nas alienações fiduciárias em garantia,
consideram-se nulas de pleno direito as cláusulas que estabeleçam a perda total
das prestações pagas em benefício do credor que, em razão do inadimplemento,
pleitear a resolução do contrato e a retomada do produto alienado.
23
Essa controvérsia já tinha sido alvo de resolução de demandas
repetitivas no REsp 1300418/SC, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, 2ª Seção, j. 13/11/13.
23
No contrato em espécie, como afirmado alhures, há cláusula
penal para os casos de desistência unilateral do promitente comprador, nominada pela Ré
de “cláusula de retenção”. (Cláusula 17)
Art. 413 - A penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz se a obrigação
principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for
manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do
negócio.
23
Reiteradamente os Tribunais pátrios têm decidido que, na
hipótese ora enfrentada, o percentual oscila entre 10%(dez por cento) a 20%(vinte por cento)
de dedução como forma compensatória pela rescisão, prevalescendo aquele.
23
4. Tendo em vista que o valor de retenção determinado pelo Tribunal a quo (10%
das parcelas pagas) não se distancia do fixado em diversas ocasiões por esta Corte
Superior (que entende possível o valor retido flutuar entre 10% a 25%), o recurso
especial não prospera.
5. Recurso não provido.
(AgRg no REsp 1110810/DF, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA,
julgado em 03/09/2013, DJe 06/09/2013)
23
RESPONSABILIDADE CONTRATUAL. JUROS DE MORA. INCIDÊNCIA A PARTIR DO
TRÂNSITO EM JULGADO. INEXISTÊNCIA DE MORA DA PARTE RÉ.
1. Em caso de extinção de contrato de promessa de compra e venda em que o
promitente comprador não ocupou bem imóvel, é razoável que a devolução do
valor pelo promitente vendedor ocorra com retenção 10% a 20% das prestações
pagas a título de indenização pelas despesas decorrentes do próprio negócio.
2. Incide a Súmula n. 7 do STJ quando a tese versada no recurso especial reclama a
análise dos elementos probatórios produzidos ao longo da demanda.
3. Na hipótese em que a rescisão contratual deu-se por iniciativa do comprador,
por não mais suportar o pagamento das parcelas, e em que se busca a restituição
de valores superiores aos fixados na apelação, o termo inicial dos juros moratórios
deve ser o trânsito em julgado, pois inexiste mora anterior da ré.
4. Agravo regimental provido.
(AgRg no REsp 1013249/PE, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, QUARTA
TURMA, DJe 08/06/2010)
23
RETENÇÃO DAS ARRAS. IMPOSSIBILIDADE. JUROS DE MORA. TERMO INICIAL.
TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA. CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA A
PARTIR DO DESEMBOLSO.
1. Uma vez demonstrado que o pedido deduzido nas razões recursais foi objeto de
análise no juízo a quo, bem como foi devidamente submetido ao contraditório,
não há que se falar em inovação recursal. 2. Em observância à teoria do
adimplemento substancial, o atraso de menos de dois meses na entrega da
unidade imobiliária não enseja justa causa para a rescisão do contrato por culpa
da construtora. 3. Se o promitente comprador deu causa à rescisão contratual,
este faz jus à restituição das parcelas efetivamente pagas, sendo permitida a
retenção de parte em favor da promitente vendedora. 4. Na linha dos
precedentes deste Tribunal, é permitida a redução de cláusula penal abusiva para
10% (dez por cento) dos valores pagos pelo promitente comprador à época da
resolução do contrato, montante suficiente para ressarcir o vendedor pelos
prejuízos decorrentes da inexecução do contrato. 5. Aretenção das arras
cumulada com a cláusula penal configura bis in idem e, por consequência,
enriquecimento ilícito do promitente vendedor, pois ambas ostentam natureza
indenizatória. 6. Nos casos de rescisão do contrato de promessa de compra e
venda de imóvel por iniciativa do promitente comprador com pedido de
restituição do valor pago de forma diversa da prevista no contrato, a
jurisprudência do TJDFT, seguindo orientação do colendo STJ, tem se posicionado
no sentido de que os juros de mora incidirão a partir do trânsito em julgado da
sentença. 7. Acorreção monetária tem por finalidade preservar o valor aquisitivo
da moeda, de modo que deve incidir a partir do desembolso da quantia, conforme
23
enunciado da Súmula nº 43 do STJ. 8. Recurso da Ré conhecido e parcialmente
provido. Recurso do Autor conhecido e parcialmente provido. Preliminar
rejeitada. Unânime. (TJDF; Rec 2014.01.1.180947-8; Ac. 927.270; Terceira Turma
Cível; Relª Desª Fátima Rafael; DJDFTE 21/03/2016; Pág. 237)
APELAÇÃO CÍVEL.
Ação declaratória de rescisão contratual c/c restituição de valores pagos c/c tutela
antecipada. Sentença de parcial procedência. Compromisso de compra e venda de
imóvel. Contrato de adesão. Rescisão por iniciativa do promitente comprador.
Cláusula penal. Retenção de 85% (oitenta e cinco por cento) sobre o valor pago.
Nulidade. O limite máximo de retenção deverá ser analisado de acordo com as
particularidades de cada demanda. Nulidade mantida. Reforma da sentença para
determinar que as requeridas restituam 90% aos demandantes das
contraprestações pagas - não comprovação de gastos com o imóvel. Retenção de
10% dos valores pagos pelos consumidores. Jurisprudência do STJ. Devolução em
parcela única, nos termos da Súmula nº 543 do STJ que diz: “na hipótese de
resolução de contrato de promessa de compra e venda de imóvel submetido ao
Código de Defesa do Consumidor, deve ocorrer a imediata restituição das parcelas
pagas pelo promitente comprador. Integralmente, em caso de culpa exclusiva do
promitente vendedor/construtor, ou parcialmente, caso tenha sido o comprador
quem deu causa ao desfazimento. ”. Reforma dos honorários advocatícios.
Considerando que houve condenação, estes deverão ser arbitrados entre 10% e
20% do valor da condenação, nos termos do art. 20, §3º do CPC. Honorários
advocatícios arbitrados em 10% do valor a ser restituído aos autores. Recursos
23
conhecidos, para negar provimento ao das empresas requeridas e dar provimento
ao dos autores. Unânime. (TJSE; AC 201600804276; Ac. 3566/2016; Segunda
Câmara Cível; Relª Desª Áurea Corumba de Santana; Julg. 07/03/2016; DJSE
10/03/2016)
23
Assim, a súmula é o enunciado normativo (texto) da ratio decidiendi (norma geral)
de uma jurisprudência dominante, que a reiteração de um precedente.
Há, pois, uma evolução: precedente → jurisprudência → súmula. São noções
distintas, embora umbilicalmente ligadas. “ ( Didier Jr., Fredie. Curso de direito
processual civil: teoria da provas, ... 10ª Ed. Salvador: JusPodivm, vol. 2, 2015, p.
487)
23
( a ) as razões de decidir são similares ( ratio decidendi): em se tratando de contrato de
compra e venda, submetido ao CDC, cabe ao promitente vendedor devolver as parcelas
pagas de imediato;
( i ) AgRg no REsp 1110810/DF, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado
em 03/09/2013, DJe 06/09/2013;
( ii ) AgRg no Ag 1100908/RO, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado
em 18/08/2009, DJe 02/09/2009;
( iii ) AgRg no REsp 1013249/PE, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, QUARTA TURMA,
DJe 08/06/2010;
( iv ) TJDF;
TJDF; Rec 2014.01.1.180947-8; Ac. 927.270; Terceira Turma Cível; Relª Desª Fátima Rafael;
DJDFTE 21/03/2016;
23
( v ) TJSE;
TJSE; AC 201600804276; Ac. 3566/2016; Segunda Câmara Cível; Relª Desª Áurea Corumba de
Santana; Julg. 07/03/2016; DJSE 10/03/2016;
Art. 300 - A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo.
23
bem assim a notificação feita via Tabelionato indicando o não interesse em continuar com a
relação contrtual.
“. . . sob outro ponto de vista, contudo, essa probabilidade é vista como requisito,
no sentido de que a parte deve demonstrar, no mínimo,
mínimo, que o direito afirmado é
23
provável (e mais se exigirá, no sentido de se demonstrar que tal direito muito
provavelmente existe, quanto menor for o grau de periculum.
periculum. “ (MEDINA, José
Miguel Garcia. Novo código de processo civil comentado ... – São Paulo: RT, 2015,
p. 472)
(itálicos do texto original)
“4. Requisitos para a concessão da tutela de urgência: fumus boni iuris: Também é
preciso que a parte comprove a existência da plausibilidade do direito por ela
afirmado (fumus
(fumus boni iuris). Assim, a tutela de urgência visa assegurar a eficácia
do processo de conhecimento ou do processo de execução...” (NERY JÚNIOR,
Nélson. Comentários ao código de processo civil. – São Paulo: RT, 2015, p. 857-
858)
(destaques do autor)
23
"O juízo de plausibilidade ou de probabilidade – que envolvem dose significativa
de subjetividade – ficam, ao nosso ver, num segundo plano, dependendo do
periculum evidenciado. Mesmo em situações que o magistrado não vislumbre
uma maior probabilidade do direito invocado, dependendo do bem em jogo e da
urgência demonstrada (princípio da proporcionalidade), deverá ser deferida a
tutela de urgência, mesmo que satisfativa. “ (Wambier, Teresa Arruda Alvim ... [et
tal]. – São Paulo: RT, 2015, p. 499)
a) seja deferida tutela provisória de arresto (CPC, art. 301) de sorte a ordenar o
bloqueio dos valores a serem repetidos (planilha anexa), via Bacen-Jud,
correspondente à quantia de R$ 00.000,00 ( .x.x.x. ), para, assim, preservar o
cumprimento futuro da obrigação pecuniária em espécie;
(3) – P E D I D O S e R E Q U E R I M E N T O S
23
POSTO ISSO,
como últimos requerimentos desta Ação de Rescisão de Contrato, a Autora requer que
Vossa Excelência se digne de tomar as seguintes providências:
3.1. Requerimentos
3.2. Pedidos
( i ) Por ofender o que rege o art. 51, inc. I e II e art. 53, do CPC, declarar nulas
as cláusulas 17 e 19, as quais tratam do prazo e do montante a devolver em caso
de resolução do contrato unilateralmente.
23
( ii ) condenar a Ré à devolução imediata da quantia de R$ 00.000,00 ( .x.x.x. ),
correspondente aos valores pagos e já deduzidos o percentual de 10%(dez por
cento) a título de multa compensatória (reduzida equitativamente – CC, art. 413);
23
Beltrano de tal
Advogado – OAB(CE) 112233
23