UNIVERSIDADE DO MINHO – ESCOLA DE DIREITO

DIREITO PROCESSUAL CIVIL DECLARATÓRIO

CASOS PRÁTICOS (09.12.2021)

PERSONALIDADE E CAPACIDADE JUDICIÁRIAS

a) António e Berto são comproprietários de um apartamento, sendo que António pretende pôr
termo a essa compropriedade.
Sabendo que Berto faleceu e que este era casado com Carla e o casal tem dois filhos, Daniel e
Eduardo, contra quem deve a ação ser proposta, considerando as seguintes hipóteses:
1) a herança ainda não foi aceite;
2) a herança já foi aceite por Carla, Daniel e Eduardo;
3) a herança foi aceite por Carla e Daniel e repudiada por Eduardo.

b) António e Berta, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, são proprietários de um

terreno, plantado com eucaliptos, sito em Amares. Em agosto de 2021, a Comissão de Festas em honra
de Nossa Senhora da Paz, presidida por Carlos, organizou uma sessão de fogo de artifício, sendo que um
dos foguetes atingiu o terreno de que António e Berta são proprietários, provocando um incêndio, tendo
ardido a totalidade dos eucaliptos que nele se encontravam plantados, provocando um prejuízo no valor de
€ 5.000,00. Quem devia propor a ação e contra quem?

c) António arroga-se proprietário de um terreno, no qual está implantada uma capela. Em setembro
passado, a Fábrica da Igreja Paroquial da Freguesia de Miomães celebrou uma escritura de justificação
notarial, por via da qual procedeu ao registo, a seu favor, da capela
Sabendo que António pretende propor uma ação, por via da qual seja reconhecido o seu direito
de propriedade da capela, como parte integrante do terreno, e seja declarada a nulidade da escritura de
justificação notarial, contra quem deve propor essa ação?

d) Em outubro passado, a Câmara Municipal de Bragança, tendo em vista a construção de uma

ciclovia, derrubou um muro que delimitava um prédio, de que Berto e Carla são proprietários, e invadiu
parte desse prédio, no qual iniciou de execução de parte da via ciclável.
Sabendo que Berto e Carla pretendem intentar uma ação judicial por via da qual se reconheça o
seu direito de propriedade sobre esse terreno, contra quem devem propor essa ação?
 e) António, casado com Berta sob o regime da separação de bens, comprou um veículo automóvel
num stand, denominado Ética Auto, o qual é explorado por Carlos, empresário em nome individual. Na
altura, Daniel, funcionário de Carlos, garantiu a António que o veículo automóvel em causa nunca tinha
sofrido qualquer tipo de sinistro e, além disso, que a quilometragem que o mesmo apresentava (30.000
kms) era a quilometragem real e efetiva.
Ocorre que, um mês depois, o referido veículo automóvel foi apreendido no âmbito de uma
“Operação STOP” realizada pela GNR, já que apresentava sinais de viciação nos seus elementos de
identificação, em consequência de uma colisão anterior, na qual o veículo fora dado como “perda total”,
bem como indícios de viciação da sua quilometragem, atentos os registos das quilometragens anteriores,
constantes das bases de dados.
Sabendo que António pretende anular o contrato de compra e venda, contra quem deve propor a
ação?