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CASO N.º 1
António e Bento são irmãos e únicos herdeiros dos negócios da família. Após
a morte do Conde de Arneiro, seu pai, os irmãos resolveram constituir três sociedades
com a património familiar das quais eram os únicos sócios e administradores:
(i) a sociedade Solar do Arneiro, Lda., que tinha por objeto a exploração de
turismo rural, à qual alocaram o solar da família em Ponte de Lima;
Tal confusão não existia apenas entre sócios e sociedade mas também entre as
próprias sociedades... Por exemplo: as despesas da Solar do Arneiro, Lda. eram
muitas vezes suportadas pelo exercício da VitArneiro, SA..
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Casos práticos de Direito das Sociedades Comerciais
2019-2020 (2.º semestre)
notário, porém, recusa-se a lavrar a escritura porque entende que se violou o disposto
no art. 6.º do CSC. Quid juris?
CASO N.º 2
CASO N.º 3
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Quid juris?
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CASO N.º 8
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(v) Em 2013, Emanuel alienou o seu crédito de € 125 000 a Romana, que não
é sócia da CS. Em 2014, esta requereu a declaração de insolvência da CS.
Quid juris?
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CASO N.º 13
CASO N.º 14
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podia ter votado. M defende-se, dizendo que o seu voto foi indiferente para a
aprovação. A sociedade tem 5 sócios, cada um com 20% do capital social.
j. Os acionistas da sociedade J, S.A. deliberam prestar uma garantia a uma dívida
de um grande fornecedor. Um credor da sociedade pede a declaração de nulidade
da deliberação, invocando que apenas o conselho de administração poderia ter
decidido a prestação da garantia.
k. Os acionistas da sociedade L, SA deliberam, por maioria simples, afetar todos os
lucros a reservas.
l. Os acionistas da sociedade M, SA. deliberam, por unanimidade, distribuir todos
os lucros resultantes do primeiro exercício da sociedade. (i) O sócio Y pede a
declaração de invalidade da deliberação, mas os restantes sócios entendem que
não o pode fazer, pois votou favoravelmente (ii) Passados 7 anos, um credor da
sociedade pede a declaração de nulidade da deliberação.
m. Os sócios da sociedade N, Lda. deliberam, por unanimidade, distribuir os lucros
que, nos termos do contrato de sociedade, deveriam ser afetos a reservas. O
revisor oficial de contas pede a anulação da deliberação.
n. A sociedade O, Lda. delibera vender um imóvel por metade do seu valor real.
Um credor contesta a validade da deliberação.
o. Os sócios da sociedade P, Lda., descontentes com o sucessivo sentido de voto do
sócio N, decidem retirar dos estatutos a cláusula que lhe atribui um direito ao
voto duplo.
p. A ata da deliberação da assembleia geral da sociedade Q, Lda. nunca foi
assinada.
CASO N.º 15
1. A sociedade por quotas “Fogo na Peça, Lda.” (“FP”) foi formada por cinco sócios,
tendo cada um deles subscrito uma quota de € 5.000. Pronuncie-se sobre as
seguintes questões alternativas:
a. O contrato apenas permite a cessão de quotas quando os restantes sócios
exerçam efetivamente o direito de preferência sobre a totalidade das quotas
a alienar.
b. O contrato de sociedade nada dispõe sobre a transmissão de quotas. Aníbal
pretende alienar a sua quota, mas os restantes sócios deliberaram recusar o
consentimento à cessão.
c. O contrato de sociedade nada dispõe sobre a transmissão de quotas. Bento,
que é sócio e gerente, decide adquirir a quota de Aníbal, para viabilizar a
recusa do consentimento da sociedade, e evitar que a quota seja adquirida
por estranhos.
d. O contrato de sociedade proíbe, em absoluto, a cessão de quotas.
2. Alberto, sócio da “Bento, Carlos e Companhia” (“BCC”), decidiu vender a sua
parte social a Helena. O consentimento da maioria dos demais sócios foi obtido, já
que os estatutos autorizam a transmissão por voto maioritário. Alberto quer agora
participar na assembleia geral da BCC, mas o presidente da mesa recusa-se a
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CASO N.º 16
António é sócio da BLUELIGHT, LDA., sendo titular de uma quota representativa de
25% do seu capital social. Moveu duas ações de responsabilidade civil — uma em
nome da sociedade, outra em nome próprio — contra Carlos e David, gerentes há 10
anos.
Acusa Carlos de “gestão danosa”, por ter celebrado contratos de swap de taxas de
juro, de teor que considera ser manifestamente especulativo, que vieram a causar
prejuízos à sociedade de centenas de milhares de euros. Diz ainda que David não
fiscalizou a atuação de Carlos, no sentido de proteger a sociedade.
Carlos defende-se, dizendo que a sua atuação foi perfeitamente lícita. Tinha de
rentabilizar o dinheiro que a sociedade tinha no banco e que não rendia juros nenhuns.
Confiou na informação que o banco lhe deu de que era um produto ótimo. Não lhe
passou pela cabeça que as taxas de juro pudessem baixar como vieram a baixar. Diz
ainda que está protegido pela business judgment rule.
David, por seu turno, diz que não sabia de nada. Carlos não lhe comentou nada e não
lhe passava pela cabeça andar permanentemente a perguntar-lhe o que ele fazia.
1. Qual o enquadramento normativo de cada uma das pretensões e respetivos
pressupostos?
2. Quem tem razão? Deve Carlos indemnizar a sociedade? Deve Carlos
indemnizar diretamente António?
3. E David?
CASO N.º 17
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com a firma “Vai dar tudo certo, S.A.”. Pediram a um contabilista, Eduardo, umas
dicas sobre os estatutos e escolheram o modelo de governo previsto no art. 278.º/1, a)
CSC, o único cujo funcionamento prático o contabilista conhecia. Um amigo do
contabilista, que era ROC (Filipe), ficou como fiscal único. António e Bernardo
ficaram como administradores executivos e dois dos investidores (Carlos e Diogo)
ficaram como não executivos. Bernardo assumiu a presidência do conselho.
Apesar de aparentemente os negócios da sociedade estarem a correr bem, a verdade é
que esta não apresentava resultados positivos. Em 2012, os quatro investidores
começaram a ficar desconfortáveis. Carlos e Diogo pediram então mais informações
sobre alguns contratos celebrados pela sociedade que apareciam de forma obscura nas
contas da sociedade. António e Bernardo responderam que eles deviam confiar na
informação que lhes tinha sido prestada e que a insistência no assunto
consubstanciava uma manifestação de deslealdade que, colocando em causa o
trabalho de equipa, era inadmissível. Carlos e Diogo escreveram então ao contabilista
da sociedade, Eduardo, a pedir pormenores sobre as contas, tendo este respondido
que não o podia fazer sem o consentimento de António e Bernardo.
Por portas travessas, os investidores acabaram por perceber que António e Bernardo
tinham celebrado um contrato com a sociedade, nos termos do qual esta lhes pagava
uma “comissão de gestão”, consumindo esta praticamente todos os resultados
positivos da atividade da sociedade. Perante isto, os investidores pretendem levar a
questão aos tribunais, retirando todas as consequências, incluindo a responsabilização
de António e Bernardo pelos prejuízos sofridos.
António e Bernardo, quando se apercebem da intenção daqueles, escrevem-lhes uma
carta onde explicam que atuaram no contexto da sua discricionariedade empresarial,
por entenderem que esta era a solução que melhor servia os interesses da sociedade.
Não podem, portanto, ser responsabilizados.
Entretanto, os investidores não compreendem o silêncio de Filipe: nunca disse nada
sobre o que se passava, os seus relatórios anuais como fiscal único nunca referiram a
“comissão de gestão” e as certificações legais de contas eram omissas quanto à
“obscuridade” das contas...
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