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Encontros de
Modelismo
Spotting
Nuno Morão
2
Editorial
Redacção
• Carlos Loução
Sumário • João Cunha
• João Joaquim
4
Editorial • João Lourenço
• Pedro André
• Pedro Mêda
Comboio Correio
5
• Ricardo Cruz
• Ricardo Ferreira
• Ricardo Monteiro
Bitola Ibérica
8
• Ricardo Quinas
• Tiago Ferreira
Comboios de Mercadorias
10
Colaboração
O cimento do Oeste
• Andrew Donnelly
Comboio Internacional
DF-100 - O ocaso de uma lenda 18 •
•
•
David Aguaded
José Sousa
Nuno Magalhães
Comboios com História
Linha de Lamego 21 •
•
•
Nuno Girão
Sérgio Santos
Victor de La Cruz
Siderodromofilia
Memória de Regionais: Covilhã - Guarda 29 Contribuições para:
trainspotter@portugalferroviario.net
Figura do Passado
CP 9100 33 Endereço:
www.portugalferroviario.net
Destaque Ferroviário
64132 Leandro (Cimpor) – Souselas 34
Modelismo - Exposições
Encontros de Modelismo 36
Modelismo - Exposições
Exposição de Modelismo Ferroviário no Barreiro 37
Modelismo - Exposições
Encontro Módulos Malta do Porto – Lousado 42
Modelismo - Exposições
Exposição “Linha da Beira Alta” 44
Figuras Ferroviárias
Graham Garnell (1947 – 2013) 48
Estação Terminal
51
Encontros de modelismo em
Descarrilamentos Lousado. Fotografias de Pedro
Mêda
Trainspotter nº34
• Página 16: No destaque da Última capa: Loc. 1943 em
“Vizinha Espanha” as fotos são da manobras em Elvas em Setembro
autoria de Víctor de la Cruz. de 2012, fotografia de João Cunha
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Editorial
H
á três anos atrás, minhos-de-ferro portugueses,
lançávamos a primei- e deixou-nos no mês passado Para finalizar, uma nota pes-
ra Trainspotter. Um devido a doença. O Graham dis- soal sobre a recente reestrutu-
projecto despretensioso e cria- tinguiu-se também sempre pelo ração de serviços na CP Carga
do com a ideia de partilhar, em voluntarismo e entusiasmo pela – dificilmente a empresa não
maior escala, conteúdos que causa ferroviária, organizando e melhorará a sua eficiência com o
iam aparecendo no fórum do site patrocinando um sem fim de ac- novo esquema produtivo, olhan-
Portugal Ferroviário. tividades de Norte a Sul, muitos do aquele que era o padrão de
dos quais mereceram aliás des- tráfegos que a empresa já asse-
Desde então, a adesão da co- gurada. Mais, reduzindo os cus-
taque nesta revista. Em particu-
munidade à revista foi impressio- tos de estrutura que a diminuição
lar à sua família e amigos, mas
nante. A escala e o profissionalis- de manobras de assemblagem e
de modo geral a todos quantos
mo dos conteúdos melhorou de desassemblagem de comboios
com ele privaram, a Trainspotter
forma exponencial, e o projecto induz, a CP Carga estará melhor
endereça as suas condolências
ganhou visibilidade e reconheci- preparada para enfrentar novos
e presta-lhe a merecida homena-
mento. Nada seria possível sem mercados e exigências de novos
gem.
a contribuição descomprometida clientes. Pareceu-me, sem dúvi-
e voluntariosa de todos quan- A actualidade é marcada pela da, um sinal na direcção certa.
tos têm ajudado a Trainspotter a preparação da entrada em cena
crescer. E nada teria sido possí- de serviços directos entre Por- Desejo a todos os leitores
vel se o que está na raíz da revis- to e Vigo que prometem reduzir uma agradável leitura, e reforço
ta se tivesse alterado – continua drasticamente a distância entre o meu agradecimento a todos os
e continuará a ser um ponto de as duas cidades do Norte da pe- que têm ajudado a Trainspotter a
aglomeração de ideias e conte- nínsula. Não conhecemos ainda crescer. Todos são bem-vindos
údos que a comunidade elabora. os moldes do serviço, mas a con- para colaborar, este projecto e
cretizar-se a substancial redução estas páginas são vossas. Muito
Este aniversário é celebra- obrigado!
que está anunciada, poderá ser
do numa altura triste para todos
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Comboio Correio
Ricardo Ferreira
Neves-Corvo testam
tracção eléctrica
Segunda LRV 2000 já chegou ao
Vouga O s comboios de Neves-Corvo
foram realizados no dia 11 de
Maio com tracção eléctrica no percur-
A CP destacou no Vouga no
dia 24 de Maio uma segun-
da LRV 2000. A 9502 foi deslo-
apeadeiro de Figueiredo (sentido
Oliveira – Sernada). A automoto-
ra saltou por completo dos carris,
so entre Praias do Sado e Ourique.
Já aqui a atrasado tinha sucedido o
mesmo, também num fim-de-semana,
cada desde a Régua até Aveiro, não havendo, no entanto, registo quando existe um excedentário de lo-
numa composição composta pela de grandes prejuízos: a automo- comotivas eléctricas parqueadas. O
locomotiva 1437, zorra de via es- tora foi carrilada durante a noite e objectivo é, a curto prazo, operar to-
treita e duas CoRail para peso- seguiu por si até Sernada. dos os comboios com tracção eléctrica
-freio. Os ensaios até ao momento até Ourique. Uma locomotiva diesel da
Esta segunda unidade junta- colocam em causa a futura circu- série 1900 é colocada em Ourique e
-se no Vouga à 9507 para en- lação destas unidades no Vouga só recolhe a reboque a Praias do Sado
saios em unidade múltipla, uma nas condições atribuídas a outro quando necessitar de abastecer.
vez que foram detectados vários material circulante. A acontecer, Nos 170 quilómetros do percurso,
problemas com a circulação em as LRV 2000 vão circular em uni- os comboios de Neves-Corvo são ac-
unidade simples no percurso en- dade múltipla ou limitadas no tro- tualmente realizados com locomotivas
tre Águeda e Oliveira de Azeméis, ço Águeda – Oliveira de Azeméis. diesel, quando mais de 80% do per-
onde a Linha do Vouga se encon- Na transformação de Duro curso está electrificado.
tra muito degradada. Dakovic (unidades que andaram
No dia 28 de Maio, já perto das no Vouga durante alguns anos)
22h e num dos primeiros ensaios para LRV 2000, em 1995, o peso Transporte de Bicicletas
com a 9502 no Vouga em unida- por unidade ficou praticamente nos 592 foi proibido
de simples, foi mesmo registado o mesmo, estando portanto apa-
um descarrilamento à entrada
de uma curva a 400 metros do
rentemente em causa o seu com-
portamento em unidade simples. A CP proibiu desde Abril o trans-
porte de bicicletas nas automo-
toras espanholas que circulam nas li-
nhas do Minho e Douro, alegando falta
João Joaquim
de condições para o seu transporte. As
automotoras possuem dois pequenos
furgôes, um em cada ponta, que por
norma não são utilizados porque o seu
acesso pelo exterior está vedado. Até
aqui as bicicletas eram encaminhadas
para o furgão através dos corredores
ou transportavam-se junto dos aces-
sos de entrada e saída de passagei-
ros. É um assunto polémico quando
se discute o acesso das bicicletas ao
serviço Intercidades e Alfa Pendular.
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Comboio Correio
Ricardo Ferreira
Ecopista do Tâmega
foi inaugurada
R
ecopista que corre sobre a desactivada ealizou-se no passado dia 2017/18. Já a ligação entre o Por-
Linha do Tâmega, troço que atraves- 13 de Maio em Madrid a to e Vigo terá, a partir de Julho,
sa o concelho de Celorico de Basto. O XXVI Cimeira Ibérica, que juntou bilhete único (actualmente são
investimento totalizou mais de quatro para debate os governos de Pas- necessários dois bilhetes para a
milhões de euros e vem reaproveitar o sos Coelho e Mariano Rajoy. ligação, sendo a parte espanhola
canal de uma via ferroviária que esta- Sobre a ferrovia, a discussão cobrada à parte da portuguesa) e
va abandonada, preservando inclusivé habitual sobre a aposta na bitola prevê-se a redução dos tempos
o seu antigo património. A ecopista do europeia e um curioso destaque à de viagem para as 2h15, cerca de
Tâmega fica em condições de ser con- ligação entre o Porto e Vigo, que 45 minutos menos face à actuali-
siderada uma das melhores ecopistas há dois anos esteve para acabar. dade.
do país, percorrendo um total de 39 O projecto de Alta Velocidade en- Ficou por esclarecer se a
quilómetros sobre uma região de uma tre Poceirão e Caia, que inclui a aposta vai recorrer a novo mate-
beleza extraordinária. Só numa peque- linha de mercadorias entre Évora rial circulante da RENFE. A acon-
na zona em Codeçoso a ecopista não e Caia para bitola ibérica com tecer, a série 599 é uma das mais
está concluída, devido à construção travessas polivalentes (para futu- prováveis (apta a 160 km/h), ape-
de uma barragem no rio Tâmega. ra migração para bitola europeia), sar de ainda não homologada do
A estação de Celorico de Basto so- continua sem grandes alterações, lado Português.
freu uma completa reabilitação no seu prevendo-se a sua conclusão em
espaço, tendo sido mantidas parte das
vias férreas da estação e um pequeno
abrigo, onde está restaurada uma car-
ruagem de via estreita (que já lá se en- CTC em Alfarelos
contrava degradada há muitos anos).
De futuro, o concelho de Celorico de
Basto pretende ainda reabilitar outras
estações do seu concelho.
A Refer colocou em funcion-
amento, no passado dia 19
de Maio, a sinalização electrónica
No principal eixo ferroviário
do país, mantêm-se de fora do
comando centralizado os troços
na estação de Alfarelos. O tráfego entre Santana-Cartaxo Resguar-
que atravessa esta estação da do (exclusivé) e Entroncamento
Linha do Norte é agora integral- (inclusivé) e entre Ovar (inclusivé)
mente controlado pelo CCO de e Gaia (inclusivé), além também
Braço de Prata, incluindo a entra- das estações de Santa Apolónia e
da dos comboios provenientes do Pampilhosa. Apesar do Directório
Ramal de Alfarelos. Com esta in- da Rede de 2013 prever a substi-
tervenção, a Linha do Norte pas- tuição do sistema de sinalização
sou a contar com o troço desde a em ambos os troços, tal ainda
saída do Entroncamento à entra- não se verifica.
da da Pampilhosa integralmente
com CTC.
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Comboio Correio
Ricardo Ferreira
O presidente da CP,
Manuel Queiró,
adiantou recentemente que
o comboio, ao apostar na
fiabilidade e competitividade
do sector. Parte das câmaras
nanciamento.
Em 2014 a CP promete regressar à linha
com a locomotiva 0186, após convertê-la
a Linha do Oeste vai sofrer municipais da região para o funcionamento a fuel, ao invés de
no próximo mês de Julho garantiram que irão fornecer o carvão, com vista a reduzir os seus custos
uma completa remodelação transporte rodoviário entre as de exploração.
no conceito de exploração estações e os centros urbanos, Fonte: Público
Regional, com comboios mais de modo a ajudar a aumentar o
rápidos, directos e úteis à número de passageiros.
população. É um assunto a acompanhar
Este novo modelo pretende na próxima edição.
atrair a médio prazo as
populações novamente para Fonte: www.tvi24.iol.pt
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Bitola Ibérica
Vizinha Espanha
David Aguaded
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Bitola Ibérica
Victor de La Cruz
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Comboios de Mercadorias
João Joaquim
Vários
O cimento do
S
ituadas na zona
centro de Portugal, em
Pataias e em Maceira-
Oeste
Liz, as unidades de produção de
cimentos, argamassas e produtos
complementares da SECIL
asseguram o transporte de parte da
sua produção diária por caminho-
de-ferro. O transporte de cimento
por via ferroviária é feito a granel,
em pacotão ou em paletes com
destino a entrepostos comerciais
da empresa ou a seus clientes.
João Joaquim
-primas, uma vez que o cimento é tar e da distância a percorrer. Contu- O transporte ferroviário do pro-
constituído por uma mistura (em do, uma boa parte dos transportes é duto acabado das cimenteiras do
proporções bem determinadas) de combinado, recorrendo-se a mais do Oeste está entregue à CP Carga em
calcário, marga e argila, à qual se que um tipo de meio de transporte exclusivo, uma relação que dura já
adicionam, por vezes, materiais de para a entrega do produto acabado há longos anos. A única excepção a
correcção, tais como areia e minério ao cliente. esta relação de exclusividade ocor-
de ferro. reu quando foi recuperado e entre-
10
Comboios de Mercadorias
gue à Takargo Rail um antigo tráfe- Após cerca de nove anos a fun-
go de petcoke e clinker que servia cionar num esquema de distribuição,
as duas unidades do Oeste e que desde final de Abril deste ano a CP A Secil no Oeste
a CP assegurou até aos anos 90. Carga optou por realizar serviços
Contudo, este tráfego por intermédio directos entre as cimenteiras e os
Embora a Secil tenha
destinos finais do cimento através
da Takargo Rail, que se iniciou em sido fundada em 1930, ape-
de comboios-bloco ao invés de com-
2009, está novamente extinto, tendo nas em 1994 as unidades de
boios de distribuição, eixo e de volta.
o último comboio visitado as insta- Maceira-Liz e Pataias foram
lações da Maceira e de Pataias em Face à crise que se instalou em adquiridas por esta empresa
Outubro de 2012. Portugal nos últimos anos e à enor- (em consequência da reorga-
O petcoke que chegava por via me quebra registada na construção nização e controlo do mono-
marítima ao porto de Sines era car- civil, tanto em obras públicas como
pólio no sector cimenteiro).
regado em contentores abertos. Es- particulares, o mercado interno de
tes contentores eram posteriormente cimento verificou uma quebra de
carregados em vagões plataforma, proporções bastante significativas.
sendo realizada uma marcha com Esta situação levou a que a Secil
partida de Praias do Sado e com (à semelhança de outras empre-
sas nacionais) procurasse novos carga (Aveiro e Leixões) do que para
destino às cimenteiras do Oeste. O
mercados, em especial em países destinos do mercado nacional.
retorno desta marcha tinha como
emergentes e onde a produção de
destino Praias do Sado e transpor-
cimento não é suficiente para as As marchas
tava clinker cujo destino final era a
suas necessidades. E o resultado
exportação para países do Médio
desta pesquisa resultou em novos A reestruturação recente dos ho-
Oriente.
e importantes clientes! Actualmente rários dos comboios de mercadorias
a exportação de cimento representa ocorrida em todo o país não alterou
Actualmente a CP Carga está
uma importante parcela do negócio significativamente os horários pra-
encarregue do encaminhento de ci-
da empresa, reflectindo-se forte- ticados no Oeste. A diferença de
mento a granel e de cimento ensa-
mente esta situação no transporte
cado, tendo o tráfego do petcoke e maior destaque passa pela substitui-
ferroviário. Circulam mais toneladas
clinker voltado a ser assegurado por ção dos antigos comboios de distri-
de material entre as unidades da
via rodoviária. buição por comboios de transporte
Maceira e Pataias para os portos de
João Joaquim
Comboio de distribuição nº 57362 com destino a Pataias, aproximando-se da estação de Leiria onde, extraordinariamente, iria
realizar um cruzamento com um comboio de transporte de cimento para o porto de Aveiro | Leiria, 25 de Fevereiro de 2013
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Comboios de Mercadorias
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Comboios de Mercadorias
Fernando Joaquim
Material Circulante
João Joaquim
Com a 1973 na tracção, o comboio de transporte de cimento nº 64633 percorre os pacatos campos de cultivo de milho de
Regueira de Pontes | Regueira de Pontes, 2 de Outubro de 2012
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Comboios de Mercadorias
João Joaquim
João Joaquim
Uma composição de vagões Uacs da Transfesa aguarda na Em pleno ramal da Maceira, a 1902 encaminha vários vagões
linha do silo de carregamento | Maceira, 3 de Março de 2003 carregados até Martingança | 17 de Agosto de 2009
João Joaquim
MACEIRA-LIZ
A unidade de Maceira-Liz,
onde é produzido cimento do
tipo Portland, foi inaugurada a 3
de Maio de 1923. Actualmente
são produzidas 1.350.000 tone-
ladas/ano de cimento nesta uni-
dade, que são distribuídas por
via rodoviária e ferroviária. Em
Maceira-Liz existe, ainda, uma
unidade de produção de sacos
de papel para alimentação do
sector de embalagem da unida-
de de cimentos.
Uma composição carregada na Maceira chega à estação de Martingança, saíndo
da linha do ramal e entrando na principal | Martingança, 17 de Agosto de 2009
Vista geral da estação de Martingança com a chegada de uma A 1935 reboca várias toneladas de cimento no ramal
composição carregada proveniente da Maceira | 6 de Março de 2013 de Maceira | Martingança, 19 de Agosto de 2009
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Comboios de Mercadorias
João Joaquim
Valério Santos
A 1963 à cabeça de uma composição já carregada e pronta Vista da cimenteira de Pataias do lado do portão de entrada
a expedir - Pataias, 16 de Agosto de 2011 do ramal ferroviário - Pataias, 14 de Maio de 2011
João Joaquim
CIBRA - PATAIAS
A unidade de Pataias,
também conhecida por Cibra-
-Pataias, foi inaugurada em 5
de Fevereiro de 1950, com uma
linha de produção dedicada à
produção de cimento branco.
Posteriormente esta unidade fa-
bril iniciou também a produção
de cimento cinzento, mantendo
o fabrico dos dois tipos de ci-
mento actual. A sua capacidade
de produção em 2010 era de
450.000 toneladas/ano de am-
bos os cimentos.
A 1935 descansa junto ao edifício principal da estação de Pataias com um
dos silos da cimenteira em plano de fundo | Pataias, 19 de Agosto de 2009
João Joaquim
Vista da entrada e de parte do pequeno ramal afecto à cimenteira de Pataias, ao lado uma 1960
aguarda autorização para entrar no perímetro da fábrica | Pataias, 7 de Outubro de 2005
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Comboios de Mercadorias
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Comboios de Mercadorias
Fernando Joaquim
João Joaquim
A 1901 encabeça uma comprida composição de transporte de cimento Uma composição uniforme de cimento ensacado e embalado
com destino à Pampilhosa - Regueira de Pontes, 22 de Março de 2013 em paletes - Marinha Grande, 19 de Agosto de 2009
João Joaquim
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Comboio Internacional
DF-100
O ocaso de uma lenda
A
bril, fotografias mil. Pelo menos assim foi em Marrocos,
onde me desloquei este ano para um safari fotográfico há
João Cunha
muito programado e finalmente realizado. O objectivo era
o de realizar algumas boas fotografias nas magníficas paisagens
João Cunha
Marroquinas dos belos e muito clássicos comboios da ONCF, a
empresa estatal que opera os serviços ferroviários no país.
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Comboio Internacional
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Comboio Internacional
As grandes reparações destas locomotivas estão comotiva de reserva em Taza, a cerca de duas horas
paradas há alguns anos, sendo a sua manutenção mais de viagem de Fes, reserva essa que é habitualmente
complexa e onerosa que a manutenção das outras loco- assegurada por uma DF-100.
motivas de fabrico americano em serviço no país. Algu- As fantásticas paisagens da linha Taourirt – Beni
mas circulam num estado de conservação que anuncia Nsar prestam-se na perfeição a imortalizar pela última
claramente o fim de linha para a série.
As locomotivas compradas em segunda mão à vez estas locomotivas lendárias, sobretudo se na deco-
SNCF apresentam desgastes muito mais controlados, ração sumptuosa da ONCF, com as cores creme e ver-
essencialmente imputáveis à melhor manutenção que melha a dominarem a decoração, em perfeita sintonia
tiveram até migrar para Marrocos, e é possível que se- com as paisagens áridas que os comboios atravessam
jam ainda conservadas alguns meses após a entrada na região.
das DH-400, sobretudo para assegurar os comboios de Será o fim de linha para uma lenda que começou
passageiros na linha de Nador, visto que são as únicas em França com as CC 72000, e que se fecha agora em
locomotivas diesel bi-cabine da ONCF – em Marrocos Marrocos, com produção de mais algumas derivações
as DH-350 circulam sempre com o nariz pequeno para das quais as portuguesas 1900 e 1930 são o exemplo
a frente, sendo viradas nos seus términus com o auxílio mais próximo.
de triângulos (que não existem ainda na linha de Nador).
Na linha Fes – Oujda existe habitualmente uma lo-
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Comboios com História
Linha de Lamego
Pedro André / Pedro Mêda
P ortugal entre o
final do século
XIX e o início do século
Emilio Biel
XX vivia a loucura da
construção de novas
vias ferroviárias. Ideias
de novos traçados
de caminhos-de-
ferro surgiam a cada
momento. Muitas delas
não chegaram sequer
a sair do papel onde
foram planeadas. Logo,
as únicas memórias
que restam são
páginas de antigas
publicações com
Diligência fotografada em Lamego, no final do século XIX
referência às mesmas.
No entanto, e para
além das linhas efectivamente construídas e onde circulam ou circularam comboios, outros traçados
ferroviários tiveram obras no terreno sem nunca terem tido a devida utilização. Em algumas situações
nos dias de hoje é ainda possível descortinar vestígios existentes no terreno dos traçados. Na edição
deste mês vamos revisitar um pouco da história do que devia ter sido a linha entre a Régua e Lamego.
A
história do caminho-de- níveis na diligência, frequentemente de Emídio Navarro (responsável
-ferro até Lamego tem eram até obrigados a viajar em cima pelas Obras Públicas) e de Maria-
início no ano de 1873. dos volumes, agarrados aos varões no Carvalho (ministro da Fazenda)
Enquanto se construía a Linha do do tejadilho. O percurso era horrível, tendo em vista a construção desse
Douro, a Câmara de Lamego fazia tendo a diligência (e outros meios caminho-de-ferro.
pressão para que a via férrea pas- de transporte) de percorrer a antiga A proposta de lei autorizava a
sasse pela margem esquerda do rio estrada real, passando pela ponte que o Governo, após um período de
de modo a servir as populações da medieval da Varosa e subindo vaga- sessenta dias (onde se iria proceder
zona. Tal não aconteceu e a 15 de rosamente a caminho de Lamego. a um concurso público) pudesse ad-
Julho de 1879 é inaugurada a esta- Tornava-se, assim, cada vez mais judicar a construção e exploração
ção da Régua, seguindo a linha em necessária a tão desejada ligação desse caminho-de-ferro. Este traça-
direção a Espanha pela margem di- ferroviária. Se para os passageiros do, segundo a proposta de lei, seria
reita do rio. É já em pleno alto Dou- era um martírio, o transporte de mer- construído em via reduzida, ou seja
ro, pouco antes do apeadeiro da cadorias também não era fácil, aten- com bitola métrica, e o seu percur-
Ferradosa, que a linha muda para o dendo ao recurso da tracção animal. so teria início em Vidago, passando
lado esquerdo onde se mantém até É em 1886 que Emídio Navarro depois por Pedras Salgadas, Vila
à fronteira. apresenta os primeiros estudos pre- Pouca de Aguiar, Vila Real, Régua,
Nesta altura, o transporte de liminares sobre a ligação ferroviária Lamego, Vila da Ponte, Moimenta da
passageiros era efectuado por uma que haveria de servir esta localida- Beira e Trancoso, tendo o seu térmi-
diligência que assegurava a ligação de. Estes estudos ficaram concluí- no em Vila Franca das Naves, onde
entre Lamego e a estação da Régua. dos em 1888 e foi assim apresenta- entroncaria com a Linha da Beira
Como normalmente os passageiros da, no dia 1 de Junho desse mesmo Alta, numa extensão aproximada
eram mais do que os lugares dispo- ano, uma proposta de lei da autoria de 193 quilómetros. O estudo em
21
Comboios com História
22
Comboios com História
reno.
Gazeta dos Caminhos de Ferro
para Barca d’ Alva, onde a linha iria quer trabalhos no terreno tendo em
curvar à direita num ângulo de 90º, vista o prolongamento da linha em
passando depois sobre uma nova direcção a Moimenta e Vila Franca
ponte que haveria de ser constru- das Naves.
ída sobre o rio Douro a caminho
da margem esquerda do mesmo. A orografia no terreno entre a
A partir daí começavam as dificul- Régua e Lamego impunha desde
dades, com a subida em direção a logo que o traçado da linha fosse
Lamego pela margem direita do rio bastante sinuoso, tendo um compri-
Varosa até perto de Quintão, onde mento a rondar os 19 quilómetros
haveria a necessidade de construir (tal como já tinha sido referido nos
uma outra ponte para passar para diversos projectos anteriores), com
a margem esquerda. Já com a li- inúmeras curvas (bastante aperta-
nha implantada nessa margem, o das) e pendentes bastante eleva-
percurso iria servir as localidades das. No entanto e como já referido
de Cambres, Portelo, Souto Couvo a primeira dificuldade estava logo no
e Sandes, antes de chegar a La- atravessamento do rio Douro.
mego. Segundo o que foi possível
Arco da ponte do Varosa
apurar, nunca se fizeram quais- A construção da ponte sobre o
23
Comboios com História
Pedro Mêda
24
Comboios com História
Pedro Mêda
25
Comboios com História
rido no projecto de pontes em pedra, a Comissão Administrativa do Fun- me déficit em termos financeiros. O
sobretudo para caminho-de-ferro de do Especial de Caminhos-de-Ferro desencadear da II Guerra Mundial
via estreita, tenha contribuido para a aprova o concurso para fornecimen- em 1939 só veio piorar a situação da
opção tomada para a Linha de La- to de “tirefonds”. Todo este material conclusão das obras, que continua-
mego. ia sendo depositado na estação da vam à espera de ordens superiores
Certo é que a ponte da Régua é Régua, aguardando apenas pela que tardavam em chegar. A guerra
uma das mais audazes construções finalização dos trabalhos do leito, durou até 1945 e o projecto acabou
realizadas em pedra. Os seus 330 para que a via pudesse ser coloca- por morrer definitivamente.
metros de comprimento vencem o da. Tudo parecia encaminhado para
leito do rio através de três arcos cen- um final feliz, que infelizmente não A ponte sobre o rio Douro foi
trais com 65 metros de vão e sete ar- veio a suceder. aproveitada para o tráfego rodoviá-
cos laterais com 12 metros. Entre os rio em substituição da ponte metá-
arcos maiores, a estrutura é aligeira- Tinham passado mais de qua- lica existente ao lado. Foi entregue
da com recurso a cinco arcos de 6 renta anos desde os primeiros pla- à Junta Autónoma de Estradas em
metros de vão. Nas extremidades os nos, e a realidade do país tinha 1949, que realizou obras de alar-
arcos são apenas três. Importa real- mudado profundamente. A estrada gamento do tabuleiro, de forma a
çar que o recorde europeu de arcos pombalina tinha dado lugar à actu- permitir uma faixa de rodagem de 5
em pedra pertence à ponte Plauten, al Estrada Nacional 2, que fazia a metros e dois passeios com 0,80 me-
na Alemanha, com 90 metros. ligação entre a Régua e Lamego em tros. Este alargamento foi realizado
apenas 15 quilómetros contra os 19 com uma estrutura de betão armado,
Continuando o percurso, as quilómetros da via férrea. As carro- projectada pelo Engenheiro Edgar
trincheiras, os taludes, os muros de ças e as diligências tinham dado Cardoso. Em 1947 o terreno desti-
suporte e a plataforma da via iam lugar a veículos automóveis, bem nado ao apeadeiro de Cambres foi
avançando pelas encostas do Dou- mais rápidos a percorrer a distância aproveitado após negociações com
ro, enquanto que sobre o rio Varosa entre a estação da Régua e Lamego a CP para a construção do campo
mais uma imponente obra de arte do que o previsto para o comboio. de futebol. A zona do traçado entre a
era construída. Para este facto muito contribuiu ponte do Varosa e a intersecção com
A ponte do Varosa é uma estru- a aquisição por parte da Companhia a Estrada Nacional 2 foi aproveitada
tura, também em pedra. Apresenta do Valle do Vouga em 1930, de “au- na década de 70 para a construção
um comprimento de 148,60 metros, to-cars“ a gasogénio “Panhard“ que da central eléctrica pertencente à
desenvolvento-se em curva. É cons- asseguravam o complemento de li- barragem do Varosa localizada pou-
tituída por um arco de 55 metros de gações entre Viseu – São Pedro do cos quilómetros a montante.
vão e 40 metros de altura. O des- Sul – Castro Daire – Lamego – Ré- Em Lamego o local da estação
cimbramento do arco ocorreu no dia gua. Neste troço, os “Panhard“ de- é onde hoje se situa a zona do tri-
20 de Outubro de 1932, numa ceri- moravam 25 minutos. bunal.
mónia que reuniu várias individua- De notar que, na Linha do Cor- A maior parte do percurso por
lidades ao nível da companhia dos go, na década de 20, o comboio onde a linha iria passar é ainda nos
caminhos-de-ferro e do Governo. mais rápido demorava mais de uma dias de hoje reconhecível. Alguns
Os trabalhos demoraram pouco hora a percorrer a distância entre a troços são hoje estradas e caminhos
mais de um ano e envolveram equi- Régua e Vila Real numa distância de de acesso às diversas localidades
pas que chegaram perto dos 300 25 quilómetros. O trajecto projectado que aproveitaram todo o trabalho
operários. entre a Régua e Lamego não seria efectuado em trincheiras e taludes.
muito diferente do existente na li- No terreno é fácil identificar por onde
Com a confiança de que se- nha do Corgo, logo por essa razão a o comboio teria passado caso o pro-
ria desta que o comboio iria chegar competitividade que iria existir entre jecto tivesse sido finalizado.
a Lamego, os preparativos para a o transporte ferroviário e o rodoviário A ponte da Régua continua ain-
construção da estação têm início de seria enorme, senão mesmo desleal. da hoje a ter uma grande utilidade no
imediato. São por isso demolidos Começaram também a surgir atravessamento do rio Douro. A pon-
em 1926 parte dos muros do antigo pressões de quem controlava as te do Varosa continua a ligar as duas
Paço Episcopal, para que o terre- carreiras comerciais rodoviárias so- margens à espera de um futuro mais
no ficasse preparado. São inclusivé bre os governantes com o intuito de risonho que, no minímo, a preserve
apresentados vários projectos desti- “abortar” a ligação ferroviária, e o enquanto memória de todos quantos
nados ao edifício de passageiros da facto é que todos os “números” que trabalharam para levar o comboio
estação de Lamego. O Governo em eram apresentados relativamente ao até Lamego e que nunca tiveram o
1933 abre concurso para o forneci- custo / beneficio da construção e ex- privilégio de o ver passar.
mento de material de via e em 1934 ploração da linha sugeriam um enor-
26
Comboios com História
António Pombo
António Pombo
Fontes:
>> Gazeta dos Caminhos de Ferro (vários números)
27
Spotting
Nuno Morão
28
Siderodromofilia
“Memórias” de Regionais
Covilhã – Guarda
“Inter Beiras”
C
ontinuamos
a viajar pelos
serviços Regionais
desaparecidos. Nesta edição
vamos até à Linha da Beira
Baixa, mais concretamente
ao troço entre a Covilhã e a
Guarda.
A
s ligações ferroviárias entre a Covilhã e a comercial de aproximadamente 33 km/h.
Guarda estão encerradas desde o dia 9 de Com três ligações em cada sentido, o primeiro Regio-
Março de 2009, quando a CP anunciou a sus- nal do dia (nº 5671) era o mais dificil de ser fotografado,
pensão da circulação ferroviária entre as duas cidades já que tinha saída da Covilhã logo pelas 5h53 e chega-
devido às obras que a REFER iria efectuar nesse troço. da à cidade da Guarda às 7h08. Apenas nos dias mais
Com uma extensão de 41,5 quilómetros, este percurso compridos do Verão havia a possibilidade de fazer uma
Regional estava a cargo das automotoras Allan 0350. fotografia “menos má”, muitas das vezes já na aproxi-
A linha apresentava à data do encerramento enormes mação da automotora ao seu destino final. O facto de a
limitações de velocidade, quer pelo traçado bastante si- linha percorrer, numa grande extensão, as encostas da
nuoso com inúmeras pontes e pontões, quer pela pró- serra, proporcionava algumas fotos fantásticas, com a
pria superestrutura de via que contava com travessas de passagem das circulações sobre diversas pontes num
Bernardo Rafael
Maçainhas
29
Siderodromofilia
30
Siderodromofilia
neve.
O intervalo entre a passagem do António Pombo
Regional 5677 e do 5678 (Guarda –
Covilhã) era o escolhido para almo-
çar e para provar as iguarias próprias
daquela zona do país. O que a linha
oferecia em termos de paisagens
maravilhosas perdia em número de
circulações; havia, inclusivé, a pos-
sibilidade de supressões nos últimos
tempos, já que apenas uma unidade
estava afecta a este serviço, e em
caso de avaria os passageiros eram
encaminhados por táxi.
31
Siderodromofilia
José Sousa
João Braga
António Gonçalves
José Sousa
António Gonçalves
Pedro Mêda
32
Figura do Passado
Principais Caracteristicas
A
pesar de longa, a história A carreira das Nohab resumiu- e infelizmente o casamento perfeito
das Nohab de via estreita se na sua totalidade e durante com o Tâmega teve um final menos
resume-se em poucas 54 anos às populações do feliz numas festas de S. Gonçalo: no
palavras. Tâmega, isto não considerando dia 7 de Junho de 1998, pelas 20h30,
Corria o ano de 1947 quando as (possíveis) experiências a automotora 9101 chocou contra a
a CP assumiu a exploração da realizadas (sem sucesso) noutras 9102 próximo de Vila Caiz, depois
Linha do Tâmega, linha que à data linhas. Atendendo ao volume de de uma delas não ter esperado o
apresentava um grande défice mercadorias, até à década de cruzamento em Vila Caiz. As duas
face às restantes de via estreita. 80 era frequente aparecerem em Nohab foram levadas para Guifões
No sentido de melhorar as suas circulação transportando a reboque e apenas a 9102 regressou à linha,
condições de operação, a CP decidiu um ou até dois vagões ou furgões ao receber parte das peças da 9101.
adquirir três automotoras Nohab de com o objectivo do despacho de A história das automotoras
fabrico sueco (à imagem das de via mercadorias, evitando sempre que restantes (9102 e 9103) terminou a
larga), uma prática de modernização possível a realização de comboios Julho de 2002, com a introdução das
bem comum à data também noutras de mercadorias com recurso a automotoras LRV 2000 na região. A
linhas. locomotivas a vapor. Em alturas 9103 espera um futuro num museu
Chegaram a Portugal entre de reforço, como nas festas de (Arco de Baúlhe?), enquanto que na
1948/49 e foram rapidamente S. Gonçalo, as Nohab operavam 9102 paira a incerteza.
introduzidas no serviço regular.
Não foram, contudo, as primeiras Ricardo Ferreira
automotoras a circular na região
Tâmega, uma vez que desde o
início de 1948 circulavam já ali as
automotoras de fabrico nacional
ME1-8, tendo as Nohab’s actuado
essencialmente na sua substituição,
afastando-as para outras linhas.
Eram automotoras de 1ª e 3ª
classe, com dois bogies (B’ B’) e
dois motores que totalizavam 202cv
e levavam a automotora a uns
vertiginosos 70 km/h para as curvas
que serpenteavam os 52 quilómetros
do Tâmega. Inicialmente circularam
com o esquema verde e creme e
mais tarde, no início da década de
O destino que tiveram as Nohab 9103 e 9102, Livração em Março de 2009
60, receberem o esquema azul-
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Destaque Ferroviário
50366
64132
Ramal LeandoPampilhosa
Cimpor – -SRouselas
amalhal
A 4706 com uma composição mista Uacs Transfesa e Cimpor rumo a Souselas | Ovar, Abril de 2012
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Destaque Ferroviário
Último 64132 traccionado pela série 2600/20, com as 2602+2626 à cabeça | Rio Tinto, Janeiro de 2011
As 2570+2553 encabeçam uma comprida Uma composição apenas de Uacs Cimpor é liderada pela
composição | Miramar, Março de 2009 5623 em mais um regresso a Souselas | Granja, Maio de 2013
As 2602+2607 aproximando-se de Ovar com uma composição em vazio para Souselas | Arada, Março de 2010
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Modelismo - Exposições
Encontros de Modelismo
João Joaquim
Vários
O
mês de Maio de 2013
foi, por bons motivos,
um mês atípico para
o modelismo ferroviário em
Portugal, já que durante este
mês decorreram três exposições
relacionadas com o tema e
abrangendo o país de Norte a Sul. João Joaquim
a convite do Núcleo de Lousado nizada pela Associação Cultural Já em Cantanhede, teve iní-
do Museu Nacional Ferroviário, o Comboio da Esperança e que cio uma exposição de cariz ferro-
grupo Módulos da Malta do Porto contou com a ajuda e colabora- viário e dedicada ao tema da Li-
reuniu-se junto da maquete que ção de vários modelistas da zona nha da Beira Alta, seu passado e
tem montada nas instalações do de Lisboa e arredores. Esta ex- presente, e que estará aberta ao
núcleo para mais um encontro de posição, que pode ser visitada no público até 14 de Julho de 2013.
modelismo onde o comboio foi o quartel dos Bombeiros Voluntá- Nesta exposição o modelismo
tema principal, e desta feita com rios do Barreiro, esteve aberta ao também se faz sentir presente,
a restrição de que apenas circu- público durante todo o fim de se- embora em moldes diferentes de
lariam comboios rebocados por mana contando com a circulação uma exposição ou encontro dedi-
locomotivas diesel da CP com o de inúmeros comboios durante cado em exclusivo ao tema.
esquema de pintura laranja. os dois dias, que representavam
Tiago Duarte
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Modelismo - Exposições
Sérgio Santos
N
o fim-de-semana de 18 rença de ter sido mais
e 19 de Maio decorreu curto em 60 minutos,
uma exposição de mo- terminando às 18h. A
delismo ferroviário no quartel dos montagem da maque-
Bombeiros Voluntários do Barreiro te realizou-se, como é
(BVB) – Corpo de Salvação Pública. habitual, na sexta-feira
Apesar de não ser a primeira vez ao final da tarde para
que se realiza uma exposição desta que, assim, tudo esti-
temática nesta localidade, a verdade vesse operacional no
é que já passaram cerca de quatro sábado de manhã na
anos desde a última exposição rea- abertura aos visitantes.
lizada – no ano em que se comemo- Esta mostra incluiu
raram os 150 anos dos Caminhos- uma maqueta constitu-
-de-ferro no Barreiro. ída por cerca de qua-
Talvez por o Barreiro ser uma renta módulos Maquetren em forma tivos óbvios foi alvo de muita aten-
terra habituada desde sempre ao de “G”, dois módulos que ficaram ção por parte dos visitantes) e ainda
comboio, o número de visitantes mo- separados (pois não se encontram um pequeno circuito oval onde os
vidos pela curiosidade de ver um pe- normalizados) representando a es- mais novos podiam fazer um “bap-
queno mundo em miniatura onde os tação do Ramalhal, alguns exposito- tismo” na condução de comboios em
comboios são as personagens prin- res com estações portuguesas reali- miniatura.
cipais foi bastante apreciável. zadas artesanalmente em escala H0
A exposição abriu as suas por- onde se incluíam Vila Real de Santo A maqueta
tas às 10h de sábado, encerrando às António, Guadiana, Barcelos e em
19h desse dia. No domingo o horário fase adiantada de construção a anti- O circuito apresentado no Bar-
praticamente repetiu-se, com a dife- ga estação do Barreiro (que por mo- reiro foi constituído por um total de
39 módulos, sendo 31 em via dupla,
seis em via única e dois módulos
de bifurcação. Os módulos apre-
sentados incluíram seis estações/
apeadeiros, um porto de dimensões
generosas e paisagem diversificada
embora com ênfase nacional. Um
especial destaque para a apresenta-
ção de um módulo novo de via única,
baptizado de “Armazém” pelos parti-
cipantes e que foi realizado por uma
jovem modelista de 15 anos.
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Modelismo - Exposições
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Modelismo - Exposições
Alpes Suiços
Alhos Vedros
Torre Vã
Curva de Arêgos
Armazém
Campo-Serra
Rally
Ribeira do Estacal
Curva
Porto Marítimo
ções de cereais com Tdgs e Tadgs, modelo realizado por Pedro Pinto, Baixa da Banheira
porta contentores – especialmente que trouxe ainda um outro modelo
Estação do Mico
vindos do Porto Marítimo, amoníaco mas de uma locomotiva 4700, ten-
Curva
com cisternas Zaggks, His e Hikks do esta a particularidade de circular
Quimigal, balastreiros, etc. Outro com uma plataforma que transporta- Posto P.V.T.
destaque vai para os modelos da au- va outra 4700 em escala N. Armazém F.N.T.P.
toria de Luís Gaspar, as automotoras Depósito de Água
UDD 0450, Allan 0300, 0350, Nohab
Chelas
0100, M6 e M01 que circularam na Organização
maqueta, bem como o modelo de Posto de Transformação
um vagão para transporte de areia A organização desta exposição Barreiro-A
do tipo Falls, uma novidade nestas esteve a cargo da Associação Cul-
andanças. Para terminar, a circula- tural Comboio da Esperança (ACCE) Ramalhal
ção inédita de uma UTD 0600 (bem onde se destaca José Serrano (pres- (à parte da maquete)
conhecida pelos Barreirenses) que idente da ACCE), contando ainda
foi o regalo para todos os que a pu- com o apoio dos BVB e da Câmara
deram ver ao vivo. Trata-se de um Municipal do Barreiro.
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Modelismo - Exposições
Gil Monteiro
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Modelismo - Exposições
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Modelismo - Exposições
A
ssociado ao Dia Interna- com este esquema, e
cional dos Museus que com a circulação de
se comemorou a 18 de comboios de trans-
Maio, e a convite do Núcleo Muse- porte de inertes, mer-
ológico de Lousado do Museu Na- cadoria de detalhe,
cional Ferroviário, o grupo Módulos cimento, bobines de
da Malta do Porto organizou novo chapa de aço, madei-
encontro de modelismo nas instala- ra, contentores e zor-
ções do Museu, o 18º encontro. ras para transporte de
material. Houve, também, a presen- o grupo optou pela reformulação do
De forma a evitar que os en- ça de composições de passageiros, layout da maquete. Em resultado da
contros se tornem monótonos, quer simulando-se o comboio turístico do alteração a maquete apresentou-se
para quem visita, quer para quem Douro (com tracção diesel, tal como no formato de um L, mantendo-se as
neles participa, o encontro foi prepa- acontece na realidade quando a lo- duas estações em cada ponta. Des-
rado como temático. Desta forma, o comotiva a vapor não pode circular), ta forma é possível a inversão das
desafio era que apenas circulassem comboios regionais, Intercidades e composições no final da linha em
composições que fossem tracciona- urbanos. ambos os terminais da maquete.
das por locomotivas diesel da CP no
esquema laranja. As possibilidades No entanto a grande surpresa Com esta nova disposição foi
de formação de comboios eram con- para quem visitou este encontro foi a possível dar o merecido destaque
sideráveis, quer a nível de mercado- alteração da disposição da maquete. ao módulo da ponte, que acompa-
rias, quer a nível de passageiros. E Face ao crescente número de módu- nha o grupo sensivelmente desde o
tal facto reflectiu-se durante todo o los disponíveis, ao espaço disponí- início do ano, e que se encontrava
dia, com a apresentação de todas vel e à tentativa de tornar os encon- um pouco escondido na configura-
as locomotivas diesel que a CP teve tros dinâmicos e pouco repetitivos, ção anterior da maquete.
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Modelismo - Exposições
Tiago Duarte
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Modelismo - Exposições
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Modelismo - Exposições
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Modelismo - Exposições
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Modelismo - Exposições
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Figuras Ferroviárias
Graham Garnell
(1947 - 2013)
Andrew Donnelly
48
Figuras Ferroviárias
C
Graham, homenageando a sua contribuição para onheci o Graham Garnell num dos muitos pas-
o PTG Tours e o amor que nutria pelos caminhos- seios ferroviários que organizou. Apaixonado
-de-ferro portugueses na companhia de muitos pelo nosso país e pelos nossos caminhos-de-ferro em
amigos que fez ao longo dos anos. particular, recordo-o pela amabilidade e simpatia, e pelo
Numa nota pessoal, o nosso grupo de amigos prazer de uma boa conversa a bordo ou no cais de uma
britânicos e portugueses perdeu um grande ami- estação.
go e devemos recordar os muitos bons momen- Há vários meses que sabia do seu débil estado de
tos que partilhámos com o Graham ao longo dos saúde, mas a notícia do seu desaparecimento deixou-
anos. -me francamente abalado. A última vez que contactá-
mos foi a propósito da possibilidade, depois frustrada,
de serem compradas algumas locomotivas 1800 para
recuperação, no que foi apenas e só mais um dos mui-
tos projectos que protagonizou para valorizar a viagem
de comboio e o património ferroviário português.
O maior tributo que lhe podemos fazer, nesta hora
difícil para familiares e amigos, é lembrarmos todo o seu
entusiasmo e empreendedorismo em prol da causa fer-
roviária.
Descansa em paz, Graham.
Pedro Mêda
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Spotting
Joao Joaquim
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Estação Terminal
Exposição e Homenagem a
Valdemar Alves
Galerias em Destaque
G eoff
Plumb
patilhou
recentemente
mais um
conjunto de
fotografias
obtidas em
Portugal entre a década de 1960 e 1970,
com especial foco na tracção vapor nas vias N o Flickr, página www.flickr.com/photos/afc45014/,
encontramos um conjunto de fotografias muito
interessantes da tracção diesel - época IV - da CP, entre
estreitas do Porto. A galeria pode ser visitada
em www.plumbloco.smugmug.com as décadas de 1990/2000.
30 de Abril de 2013
José Sousa
02 de Outubro de 2007
51
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