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CASOS PRÁTICOS
Miguel compra a Maria um carro descapotável por € 20.000. O preço de mercado situa-se,
porém, nos €15.000.
Quid juris?
Rafael vai passar férias a Vilar de Mouros por ocasião do festival de verão.
Pretendendo integrar-se numa recente renovação do movimento hippie, compra, por
€ 1000, o que julga ser um colar de pedras recolhidas em Goa aquando de uma festa de
despedida do sol. Vem depois a descobrir que as pedras que compõem o colar tinham sido
afinal recolhidas em Cacia, nas margens do Rio Vouga. Furioso, Rafael exige que o
vendedor hippie restitua o dinheiro recebido.
Quid juris?
Duarte vai à FNAC comprar presentes de Natal. Estando na fila para embrulhar os presentes,
vê que uma pessoa entrega uma nota de vinte Euros à funcionária que fazia os embrulhos.
Quando chegou a sua vez, recebeu os embrulhos e deixou vinte Euros em cima do balcão,
partindo logo de seguida. Duarte descobre posteriormente que a FNAC não exige o
pagamento adicional pelos embrulhos e que, na realidade, a pessoa que tinha entregue a
nota de vinte Euros à funcionária era uma sua amiga, que pagava uma dívida.
Versão preliminar
Quid juris?
Questão adicional: qual seria a sua resposta caso a FNAC exigisse o pagamento adicional
de dez Euros pelos embrulhos?
Quid juris?
Quid juris?
António celebra um contrato com João nos termos do qual este último deverá pagar as
dívidas de António às Joalharias da Rua Augusta. João paga uma dívida de António (de
€ 1250) à Joalharia “Ouro de Qualidade”, situada na Rua da Prata, pensando que, segundo
o contrato que tinha celebrado com António, estava vinculado ao cumprimento dessa
obrigação.
Quid juris?
Versão preliminar
Quid juris?
Manuel – aka Dark Vlad - um dj gótico de Pombal, decide organizar um festival de Verão de
música gótica onde atuarão vários artistas e onde haverá também lugar a diversas sessões de
reflexão niilistas. O festival terá lugar num terreno devoluto de António, outro habitante de
Pombal, que é emigrante em França e que nunca falou com Manuel. Quando António vem a
Portugal nas férias de Verão e vai ver o seu terreno, depara-se com centenas de festivaleiros
góticos a dançarem no seu terreno. Vem depois a descobrir que: (i) Manuel vendeu mais de
€500.00 em bilhetes, tendo tido custos de organização do evento no montante de €100.000; (ii)
os festivaleiros góticos destruíram diversas árvores plantadas no seu terreno.
Quid juris?
Quid juris?
Bernardo arrenda uma casa a Francisco. Depois de alguns meses a viver na casa, e constatando
Versão preliminar
que era fria, Francisco instala um sistema de aquecimento central instalado dentro das
paredes. Quando termina o contrato de arrendamento, Francisco pretende desmontar o
sistema de aquecimento central mas os técnicos informam-no que tal obra provocará sérios
prejuízos ao imóvel de Bernardo.
Quid juris
GESTÃO DE NEGÓCIOS
Helena, vendo que na casa da sua vizinha de cima, Sofia, se iniciou uma inundação, contrata
a sociedade “Chaves do Artilheiro” para arrombarem a porta de casa de Sofia, permitindo
assim a Helena pôr fim à inundação.
Quid juris?
Bernardo, advogado de Francisco, tem procuração para celebrar em nome e por conta de
um seu cliente um contrato de mútuo, assumindo a posição de mutuante. No entanto, estando
já no cartório, telefona-lhe o seu cliente exigindo que o devedor garanta o cumprimento do
mútuo através da constituição de uma hipoteca sobre um imóvel de que era titular. Tendo a
contraparte concordado com a constituição da hipoteca, Bernardo interroga-se como deverá
proceder.
Questão adicional: A sua resposta ao caso prático seria idêntica caso não tivesse ocorrido a
conversa telefónica entre Bernardo e Francisco e Bernardo, ainda assim, tivesse atuado?
(i) Celebra um contrato de empreitada para que seja arranjado o telhado da casa
de Mariana, como a mesma há muito projetara.
Versão preliminar
(i) Não tendo o pai telefonado para as Seychelles a avisá-la de que iria praticar os
atos referidos, não se encontra obrigada a reembolsá-lo das despesas que
aquele efetuou;
(iii) Não tem de reembolsar o pai pelo pagamento do imposto porque não
tencionava pagá-lo.
Por seu turno, Francisco afirma que apenas entregará à filha o valor de mercado do quadro,
tendo direito ao remanescente.
Quid juris?
Manuel manda colher laranjas maduras de umas laranjeiras do seu vizinho, Francisco,
pensando, erroneamente, que as laranjeiras se encontravam no seu terreno.
Quid juris?
Catarina é titular de um bar situado na praia do Guincho, que só explora durante o verão.
Matilde, sem autorização de Catarina, pensando que o bar poderá ser também lucrativo
durante o resto do ano, abre o bar, renova-o e explora-o com sucesso de Outubro a
Fevereiro, arrecadando € 20.000 de lucros.
Quid juris?
CUMPRIMENTO E INCUMPRIMENTO
João encontra-se obrigado a pagar a Francisco, em sua casa, no dia 10 de Maio de 2017,
Versão preliminar
Euro 75.000.
(i) João entrega a Francisco um relógio no valor de Euro 50.000, explicando a Francisco
que não tem condições económicas para lhe entregar algo que tenha o valor de Euro 75.000.
Quid juris?
Manuel, de 14 anos, celebra com Francisco: (a) um contrato nos termos do qual Manuel
deverá, todas as semanas, comprar o The Economist e entregar essa publicação em casa de
Francisco; (b) Um contrato-promessa de compra e venda de um imóvel de Manuel.
Quid juris?
(ii) Duarte, fiador de Bernardo, entrega a Francisco o relógio Rolex Daytona, mas
Francisco recusa, invocando que quem deveria entregar-lhe o relógio seria Bernardo.
Bernardo opõe-se também ao cumprimento de Duarte;
Quid juris?
(i) As partes não fixaram em que data deveria ser efetuado o pagamento.
(ii) As partes estipularam que o pagamento deveria ser feito no prazo de 30 dias a contar
da data de celebração do negócio.
(v) As partes estipularam que o pagamento deveria ser feito no prazo de 30 dias a contar
da data de celebração do negócio. 15 dias depois da celebração do negócio, João quer pagar,
mas Sofia recusa o pagamento. Entretanto, João ficou insolvente. Verificando-se a insolvência
de João, Sofia considera que se venceu automaticamente a obrigação de João de lhe pagar os
Euro 50.000. Idêntico entendimento é defendido por um concessionário automóvel que
vendeu a João um Porsche Cayman e que considera que, não tendo sido tempestivamente
paga uma prestação, todas as demais se venceram automaticamente, visto que o contrato
estabelece que "A falta de pagamento de uma prestação, na data do respetivo vencimento,
implica o imediato vencimento de todas as restantes".
(vi) João diz que o pagamento será efetuado em sua casa, mas Sofia entende que deverá
ser efetuado em sua casa.
Quid juris?
Versão preliminar
(iii) No dia 1 de Março de 2017, Ramiro tem um acidente com a sua embarcação, que
precisa de ser reparada no estaleiro por um período de onze meses.
Quid juris?
(i) Sancho vende a Dinis um selo antigo e acorda com Dinis que o selo ficará em
sua casa até que Dinis vá buscá-lo, já que este não a pode levar nesse dia. Uma
semana depois, um incêndio num edifício vizinho alastra-se ao edifício onde se
encontra o apartamento de Dinis, consumindo o selo. Dinis recusa-se a pagá-lo.
Quid juris?
acordaram ainda que, em caso de incumprimento definitivo do contrato imputável a João, este
ficaria obrigado a pagar a Bernardo € 30.000 a título de cláusula penal.
(i) No dia 1 de Março, Bernardo transferiu € 20.000 para uma conta bancária de
João. Todavia, João não foi a casa de Bernardo entregar o quadro e, até hoje,
ainda não efetuou a entrega. Bernardo questiona: (a) os efeitos jurídicos da
conduta de João; e (b) quais as alternativas de atuação de que dispõe, em
nomeadamente se, e quando, poderá exigir a João o pagamento dos € 30.000 a
título de cláusula penal.
(ii) No dia 1 de Março, Bernardo transferiu € 20.000 para uma conta bancária de
João. Nesse mesmo dia, João dirigiu-se a casa de Bernardo para entregar o
quadro, mas ninguém estava em casa. João procurou contactar telefonicamente
Bernardo ao longo do dia, mas este não atendeu. João regressou à sua galeria,
tendo aí depositado o quadro. Imprevidentemente, deixou a porta da galeria
aberta e, durante a noite, o quadro foi furtado. João tem seguro contra furtos até
ao montante máximo de € 10.000. Bernardo agora exige a devolução dos €
Três dias depois, Mariana ficou com falta de liquidez e telefonou a Francisco exigindo-
lhe o pagamento dos € 25.000 euros num prazo máximo de 24h. Francisco respondeu
iradamente: (a) que, face à exigência inusitada de Mariana, era ele quem lhe exigia que
entregasse de imediato o projeto; (b) só efetuaria o pagamento contra a entrega do Projecto.
Versão preliminar
(ii) Mariana respondeu a Francisco que ainda não tinha o projeto pronto, mas que,
em qualquer caso, como não trabalhava para clientes malcriados, também já
não tencionava elaborá-lo;
Quid juris?
A sociedade “Navios que Flutuam, S.A.” celebrou com a “Limpezas a Sério, Lda.” um
contrato em que a “Limpezas a Sério, Lda.” se obrigava pelo prazo de 3 anos a limpar os
estaleiros navais da “Navios que Flutuam, S.A.” e os respetivos escritórios, recebendo
anualmente, em contrapartida, € 36.000.
Findo um ano de execução do contrato, a “Navios que Flutuam, S.A.” pretende resolvê-
lo, mas questiona-se se poderá fazê-lo.
Quid juris?
(i) As partes acordam que Margarida apenas poderá reagir judicialmente contra
Carolina em caso de incumprimento definitivo;
(ii) Carolina entendeu que uma chaise longue que Margarida tinha em sua casa
deveria ser estofada com um tecido diferente. Carolina encomendou o serviço a
Versão preliminar
(iii) As partes acordaram que Carolina não responderia por danos causados a
Margarida por culpa leve.
(iv) As partes acordam que Carolina apenas responderá por danos até ao limite
máximo de € 10.000 e que Margarida só poderá exigir-lhe responsabilidade por
danos que excedam € 500.
(i) Maria emprestou €50.000 a António, tendo esse empréstimo sido garantido pelo
penhor de um relógio de Manuel. Chegado o momento do reembolso, António não
tem dinheiro para pagar. António e Maria acordam que, em alternativa ao
pagamento dos €50.000, António transmitirá para Maria o direito de propriedade
sobre um Mercedes SL de que é proprietário e que vale €60.000. Vem depois a
verificar-se que o Mercedes tinha um defeito de funcionamento do motor.
(iii) João acordou com Verónica entregar-lhe uma cria de raça Kangal até ao dia 10 de
Julho. No dia 10 de Julho procurou contactar Verónica para combinar onde
deveria deixar a cria, tendo sido informado pelos amigos de Verónica que esta
tinha ido para a Austrália trabalhar para um santuário de Coalas.
António celebra um contrato com Bernardo nos termos do qual Bernardo fica com um
crédito de 10.000 euros sobre António. Em conversa com Francisca, na qual esta revela as
dificuldades económicas que atravessa, Bernardo decide doar-lhe o seu crédito decorrente do
contrato com António, sem que este último saiba.
Quid juris?
Carolina tem um apartamento arrendado a Gustavo, que lhe paga Euro 1000 mensais.
Carolina vende no dia 2 de Maio de 2017, a Madalena, a totalidade das rendas relativas ao ano
de 2018 (ano em que termina o arrendamento) por 10.000 euros. Em Junho de 2018, Gustavo
deixa de pagar as rendas por entrar em processo de insolvência.
Quid juris?
Filipa deve 1000 euros a Eugénia. João paga a Eugénia os 1000 euros. Eugénia declara
Versão preliminar
posteriormente que esse pagamento determina uma sub-rogação de João no seu direito.
Quid juris?
Filipa deve 1000 euros a Eugénia. João paga a Eugénia os 1000 euros. Filipa declara
expressamente, antes do cumprimento, que esse pagamento determina uma sub-rogação de
João no direito de Eugénia.
Quid juris?
Filipa deve 1000 euros a Eugénia. João empresta a Filipa 1000 euros, que paga a
Eugénia a quantia devida.
Quid juris?
2. ª hipótese – Manuel, pai de Filipa, paga a Eugénia a quantia devida para evitar que o
bom-nome da família fique manchado.
Quid juris?
Duarte, milionário, deve a Vasco Euro 1000. Duarte transmite, por contrato, a sua
dívida a Manuel, conhecido por estar constantemente endividado. Vasco opõe-se.
Quid juris?
Carolina deve a Matilde Euro 50.000. Carolina celebra com Jacinto, no dia 1 de Março
Versão preliminar
de 2019, um contrato nos termos do qual Jacinto assume gratuitamente a dívida de Carolina
perante Matilde. Matilde interpela jacinto para cumprir no dia 3 de Abril desse mesmo ano.
Uma semana antes, Jacinto tinha dito a Carolina que mudara de ideias e já não assumiria a
dívida.
Quid juris?
Manuel deve a Francisco Euro 20.000, ficando aquele obrigado a entregar pessoalmente
essa quantia. Rafael garantiu, mediante a prestação de uma fiança, o cumprimento da
obrigação de Manuel.
Manuel celebra um contrato com João, ratificado por Francisco (que exonerou
expressamente Manuel), nos termos do qual: (i) Manuel lavará o carro de João semanalmente
durante cinco anos; (ii) João assumirá a dívida de Manuel a Francisco.
(ii) Que, em qualquer caso, Manuel tinha doze anos quando celebrou o negócio jurídico
que determinou a constituição da dívida de Euro 20.000, sendo incapaz.
Francisco dirige-se a Rafael para que este pague os Euro 20.000 mas Rafael recusa-se.
Francisco dirige-se então a Manuel, que também recusa o pagamento.
Quid juris?
(i) Jaime celebra com Tiago, sem primo, sem consentimento de Gonçalo, um acordo nos
termos do qual Tiago assumirá os direitos e obrigações de Jaime resultantes do acordo
Versão preliminar
(ii) Jaime celebra com Tiago o acordo referido no número (i) anterior, desta feita com o
consentimento de Gonçalo. Perante o incumprimento de Tiago, Gonçalo exige a Jaime que
este lave as janelas.
Quid juris?
António, que devia quantias avultadas a Leopoldo e Guilherme e temia perder o seu
património, fingiu vender a sua casa a Manuel, utilizando-a depois ao abrigo de um contrato
de locação fictício celebrado com este.
Quid juris?
Pureza decidiu construir um monte alentejano. Para esse efeito, contratou António,
conhecido empreiteiro local, que, por seu turno, encomendou a generalidade dos materiais de
que precisava para a construção à Fornece Tudo e Mais Alguma Coisa, S.A.
António informou-a de que não lhe concedia essa moratória e, em jeito de desabafo,
contou a um dos administradores da Fornece Tudo e Mais Alguma Coisa, S.A os contornos da
situação, que considerava insólita. Alguns dias depois, a Fornece Tudo e Mais Alguma Coisa,
S.A enviou uma carta a António informando-o de que tinha dado entrada em tribunal uma
ação visando o exercício dos seus direitos como empreiteiro contra Pureza.
Versão preliminar
António ficou estupefacto mas, umas horas depois, esperava-o uma outra notícia
surpreendente: Matilde, prima de Pureza, contou-lhe que esta tinha recentemente renunciado à
valiosa herança do seu tio inglês Peter, com quem tinha cortado relações porque este esnobara
o seu namorado.
Quid juris?
Quid juris?