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Sara obrigou-se a cantar no bar de Raquel na noite de fim de ano. No dia 31 à tarde,
Lia propôs a Sara ir cantar a sua casa nessa noite, mas esta objectou que já se
vinculara perante Raquel. Lia ofereceu-lhe um preço superior, e Sara lá aceitou. Sara
informou Raquel, que, todavia, já não arranjou substituto. A festa de Raquel foi um
fracasso total, alguns clientes insultaram-na pela ausência de música ao vivo — ao
contrário do que dizia a publicidade — e, em consequência, Raquel vendeu menos
€ 10.000 de bebidas do que no ano anterior. Raquel propôs uma acção de
indemnização contra Sara e Lia, sendo certo, no entanto, que Sara é insolvente. Quid
juris? (Caso da autoria do Dr. Pedro Múrias)
Cristina está muito entusiasmada com o seu serão da próxima sexta-feira! Comprou
bilhetes para um concerto do António Zambujo, no Coliseu dos Recreios e, por ser
jornalista, conseguiu agendar uma entrevista com o cantor, após o concerto. A cereja
no topo do bolo veio depois: o editor do Diário de Lisboa soube da história, e
prometeu-lhe € 1.000 pela publicação em exclusivo da entrevista! Na sexta-feira,
porém, o sonho desvaneceu-se. Diana, que é uma invejosa e partilha o apartamento a
jornalista, fez-se passar por Cristina e entrou antecipadamente no Coliseu. Ao chegar
às portas da sala de espetáculos, Cristina foi barrada pelo segurança, que ainda a
insultou por querer entrar para lugares que já estavam ocupados. Resultado: não
assistiu ao concerto e não conseguiu entrevistar o António Zambujo. Lá se foram os €
1.000 prometidos, além do desalento...
Suponha que Beatriz deve 2 mil euros a Dionísia, irmã de Apolo. Perante este
circunstancialismo Apolo e Beatriz celebram, por escrito, um acordo tendo por
objecto a imediata extinção de ambas as obrigações. Quid iuris?
Quis juris?
Adriana está farta de ser enganada por clientes intrujonas, e decidiu reformular
o seu negócio de desenho, costura e venda de vestidos de noiva: apenas começa a
costurar depois de receber a totalidade do preço do vestido (já está farta de noivas
que, depois de casadas, se esquecem de pagar...). E foi assim que combinou com
Beatriz: depois de uma primeira visita ao atelier, a noiva escolheu o modelo, e
combinou pagar daí a uma semana o preço do vestido (€ 3.000). Três semanas depois,
sem que Beatriz tivesse voltado ao atelier, Adriana foi surpreendida com uma visita
muito irritada da noiva: “Caso-me daqui a uma semana e nem sequer começou a
cortar o tecido? Se o mesmo não estiver pronto daqui a 3 dias, espeto-lhe um processo
em cima [Beatriz não era especialista em Processo Civil], e vou pedir uma
indemnização por danos morais!” Adriana ficou apavorada com a ameaça, mas não
quer fraquejar agora e pensa manter-se firme: como Beatriz ainda não pagou um
cêntimo sequer, não vai iniciar o trabalho. Quid juris? A resposta seria a mesma se
Adriana e Beatriz apenas tivessem convencionado o preço e a realização da obra, sem
qualquer acordo quanto ao momento do pagamento? Neste último caso, a resposta
manter-se-ia se Adriana tomasse conhecimento de que Beatriz não pagava a renda da
casa há alguns meses e que já nenhuma das mercearias da zona lhe concedia crédito?
Quid juris?
c) Suponha que no dia combinado Orestes não aparece no stand, já que, por
comodidade, pretende – e insiste – que a viatura lhe deve ser entregue na sua Quinta
no Alentejo, onde decidiu acomodar-se durante o confinamento. Por seu lado,
Eurípedes, entende que Orestes não tem razão. Quid iuris?
Alguns dias mais tarde, durante a noite, o jaguar é subtraído das instalações
do stand por terceiros, encapuzados, e levado para parte incerta. Felizmente,
Eurípedes recebeu da companhia de seguros uma quantia bastante razoável pelos
danos sofridos com o arrombamento do stand e com a subtração dos veículos que
estavam no seu interior, entre eles o jaguar. Quid iuris?