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Direitos Reais
Exame 22.6.2018
I
Em agosto de 1994, Bruno ocupa prédio urbano em estado deficiente de
conservação aproveitando a ausência de António (proprietário). Bruno faz obras de
reparação no prédio. Três anos mais tarde (agosto de 1997), Bruno arrenda o imóvel a
Carlos. Um ano depois Bruno vende o mesmo imóvel a Calos que, de imediato,
empresta, gratuitamente, o imóvel a Diogo. Em agosto de 2007, surge Eva arrogando-se
direitos sobre o imóvel. Convencendo Diogo, acaba por lhe vender o imóvel por
escritura pública. Em agosto de 2008, Diogo vende, por escritura pública, a casa
separadamente do solo a Francisco. Apenas as aquisições de Diogo e Francisco foram
registadas.
Em agosto de 2009, Diogo falece, sucedendo-lhe como herdeira Guilhermina,
motorista de Antónia de fevereiro de 2010 a fevereiro de 2011.
a) Refira quem poderá invocar por usucapião direitos reais sobre o imóvel no
dia de hoje (22 de junho de 2018). (6 valores)
B adquire originariamente a posse por apossamento [art. 1263.º, al. a)]. A
ocupação e as obras constituem a prática reiterada de atos materiais. A posse
de B é não titulada, de má fé, pública e pacífica.
C é mero detentor [1253.º, al. c) ou al. a) para os subjetivistas, porque falta o
animus]. Depois adquire a posse por traditio brevi manu. A sua posse é
titulada (se não tiver havido vício formal), de boa fé, pública e pacífica.
D é mero detentor. Diogo adquire a posse por inversão do título da posse, de
modo originário, nos termos do art. 1265.º, in fine (ato de terceiro capaz de
transferir a posse). A sua posse é titulada, presume-se de boa fé, publica e
pacífica. Precisa de 10 anos para usucapir.
Francisco adquire a posse do direito real de superfície. A constituição do
direito de superfície neste caso seria permitida pelos arts. 1524.º e 1528.º,
mas trata-se de coisa alheia, pelo que apenas se transmite a posse. A posse de
Francisco é titulada, boa fé, pública e pacífica. Como foi registada exige 10
anos para permitir a usucapião.
Diogo tem posse relativamente à propriedade do solo; Francisco é possuidor
relativamente ao direito de superfície no que respeita à obra sobre o solo.
II
Paula constituiu por contrato a favor de João um direito real de gozar plenamente,
enquanto viver, um prédio urbano de sua propriedade, sem alterar a sua forma ou
substância. O negócio respeitou todas as formalidades legais. João cedeu o seu direito a
Manuel, que morre dois meses depois, sucedendo-lhe a sua filha.
Identifique o direito real em causa. O que acontecerá a este direito nestas
circunstâncias?
Direito de usufruto – noção
- trespasse (noção e regime)
- problemática doutrinal em torno dos efeitos da morte de Manuel
Contrato nulo por vício de forma: arts 875, 220, 285, 286 e 289 CC
Não produz efeito translativo da propriedade
Noção de acessão: art. 1325.º
Acessão industrial imobiliária: art. 1340.º - obra em terreno alheio com materiais
próprios e de boa fé
Possibilidade de aquisição originária da propriedade (art. 1316.º) caso se verifiquem os
restantes pressupostos da acessão industrial imobiliária: Valor acrescentado (não
sabemos); boa fé (art. 1340.º, n.º 4).
III