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Princípio da legalidade
Há uma grande necessidade no direito penal de perceber quais são as fontes de direito penal
que asseguram a segurança necessária aos cidadãos face às “ameaças” que são as sanções
criminais
Isto vai ser estudado em concreto, agora iremos só abordar de forma muito geral e focar no
ponto nº1, ou seja, a reserva de lei em sentido formal
Nullum crimen sine lege – evitar que órgãos de aplicação do direito estabeleçam em concreto
uma certa conexão entre crime e pena que não tenha sido definida pelos órgãos legislativos
1. Nullum crimen, nulla poena sine lege stripta (reserva de lei em sentido formal)
2. Nullum crimen, nulla poena sine lege scricta (proibição de analogia)
3. Nullum crimen, nulla poena sine lege certa (princípio da tipicidade)
4. Nulla poena sine crimen – não há pena sem crime (princípio da conexão)
5. Nullum crime, nulla poena sine lege praevia (proibição de retroatividade)
Ponto 1
Nullum crimen, nulla poena sine lege scripta (reserva de lei em sentido formal)
Normas incriminadoras:
Afetam a segurança e liberdade individual então têm que ser aprovadas pelo parlamento ou
pelo governo com autorização sendo que este não pode extravasar o âmbito da autorização
tendo que haver diretrizes, não são cheques em branco
MFP – se o Governo pudesse descriminalizar uma conduta quando quisesse, então a definição
de crime ficaria nas mãos dele. Considera que a definição de crime abrange pela positiva e pela
negativa
Definem o concreto facto criminoso e também estão abrangidas pela previsão do art. 165/1 c)
165/1 c) ex.: 132º CP » segurança jurídica e princípio democrática – alteram a medida legal
A atipicidade das agravantes (art. 71º) significa apenas que o tribunal considera circunstancias
factuais que afetem a ilicitude e culpa em concreto, diversas das nomeadas na lei, mas que
tenham um significado e um efeito semelhantes
Permitem que certos factos sejam justificáveis, ou desculpáveis os seus agentes. À partida
parece que não estão sujeitas à reserva de lei porque não afetam a expetativa de segurança e
liberdade individual dos destinatários das normas
Art. 32º CP (legítima defesa – causa de exclusão da ilicitude, não de justificação) – a conduta
passa a ser permitida e isto afeta a responsabilidade do agente, mas também de terceiro.
Devem ser tratadas com cuidado
A prof. MFP nota que há diferença entre situações em que as clausulas de exclusão dão apenas
corpo aquilo que já estava no sistema ex.: legítima defesa, direito de necessidade em que não
será necessário reserva de lei e situações em que há uma verdadeira exceção aos princípios
gerais ao permitirem certas condutas abrem uma exceção de modo que a sua previsão afete as
expetativas gerais e diminua a liberdade e segurança dos cidadãos ex.: custas telefónicas são
proibidas mas existem situações excecionais em que se admite para se fazer prova em
processo penal é uma causa eximente porque se pondera valores diferentes e, portanto, só
cabe à AR (reserva de lei)
Art. 72º CP (só afeta a culpa e não a ilicitude) – para que se faça uma atenuação da pena é
deixada uma certa margem de discricionariedade e apreciação dos tribunais para decidir, mas
não se pode substituir ao legislador ex.: o conjugue traído para defender a sua honra matava o
amante da mulher, se o tribunal entendesse que esta situação em concreto seria uma situação
atenuante da responsabilidade seria uma verdadeira manipulação do princípio da culpa, ou
seja, é verdade que existe alguma flexibilidade e em princípio os atenuantes não está na
reserva de lei, mas não podem ser uma carta em branco passado aos tribunais