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AULA 10 – PROCEDIMENTOS

ESPECIAIS I

CURSO: DIREITO
DISCIPLINA: TUTELA EXECUTIVA – ARA1264
PROFESSOR: LUCAS ZANDONA zandona@hotmail.com
lucas.guimaraes@estacio.br
TUTELA EXECUTIVA - Lucas Zandona
Procedimentos Especiais de Jurisdição Contenciosa e Voluntária.
CPC – PROCEDIMENTO COMUM
PROCEDIMENTOS ESPECIAIS: a) Jurisdição contenciosa – há
lide/conflito de interesses
b) Jurisdição voluntária – sem conflito de interesses (arts 719 a
770)
Art. 318. Aplica-se a todas as causas o procedimento comum, salvo
disposição em contrário deste Código ou de lei.
Parágrafo único. O procedimento comum aplica-se subsidiariamente
aos demais procedimentos especiais e ao processo de execução.
ATENÇÃO: Leis esparsas também regulam procedimentos especiais.
Ex. a ação popular, o mandado de segurança, o mandado de injunção,
a execução fiscal, etc.
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1 - SITUAÇÃO PROBLEMA:
Josefa propôs ação de reintegração de posse em face de
José Pedro sob o fundamento de que o réu praticou esbulho
possessório. A demanda tramitou regularmente e, ao final, o
juiz julgou procedente o pedido possessório para
determinar a retomada da posse do imóvel em favor de
Josefa. Após o trânsito em julgado, o mandado é cumprido
em face de Diogo e sua esposa, que estavam no local.
Desesperados, eles procuram você, enquanto advogado,
narrando que moram no local há mais de 12 anos e que
adquiriram a posse do imóvel antes mesmo do bem se
tornar litigioso. Como você orientaria Diogo e sua esposa?
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USUCAPIÃO
Usucapião Ordinário: COM justo título e boa-fé
Bens Móveis: 3 anos – art. 1.260, CC
Bens Imóveis: 10 anos – art. 1.242, CC
• Usucapião judicial. Procedimento.
CPC/2015 - não prevê entre os seus procedimentos especiais a ação de
usucapião, que, assim, deixa de possuir a especialidade dos
procedimentos especiais e passa a ter procedimento comum.
OBS: também existe a usucapião extrajudicial. Procedimento. – CPC –
art. 1.071 Lei de Registros Públicos (Lei no 6.015/73) - Art. 216-A.
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2 - ATIVIDADE VERIFICADORA DA APRENDIZAGEM:
Retomando a situação problema inicial se, no caso em
questão, José Pedro, ao ser citado, comprovasse que estava
no local a partir do consentimento de Josefa, há mais de 5
anos, quando dissolveram a união estável. Como deve
decidir o juiz?
RESPOSTA:
Exceção válida para todas as modalidades de usucapião:
art. 1.208, Código Civil: “Não induzem posse os atos de
mera permissão ou tolerância, assim como não autorizam a
sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão
depois de cessar a violência, ou a clandestinidade”.
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CONSIDERAÇÃO
Poderia pleitear USUCAPIÃO FAMILIAR: (Incluído pela Lei nº 12.424,
16/06/2011 – Programa Minha Casa, Minha Vida)
“Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente
e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano
de até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja
propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que
abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família,
adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de
outro imóvel urbano ou rural.
§ 1o O direito previsto no caput não será reconhecido ao mesmo
possuidor mais de uma vez.”
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• Requisitos da Usucapião Familiar
animus domini (mansa e pacífica – sem oposição), publicamente,
com finalidade de moradia (personalíssima), de imóvel urbano
com até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados)
+
tempo: apenas 2 anos
+
separação de fato COM abandono de lar e ausência de outra
propriedade urbana ou rural.
- Abandono do lar: deve ser compreendido como a abstenção de
qualquer dos atributos inerentes à propriedade, conforme art.
1.228, CC (USAR, FRUIR, DISPOR e REIVINDICAR) pelo prazo de
2 anos.
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3 - ESTUDO DE CASO: (XXI Exame da OAB Direito
Empresarial Adaptado)
Em 31/10/2016, Peçanha, adquiriu eletrodomésticos no valor
de R$ 100.000,00 (cem mil reais), do Lojão Chalé Ltda., EPP,
tendo sido emitida, na mesma data, uma nota promissória
em caráter pro solvendo no valor de R$ 100.000,00 (cem mil
reais), com vencimento para o dia 25/01/2017, no lugar do
pagamento.
Em 05/01/2021, o Sr. Fabriciano Murta, administrador e
representante legal da credora, procura você, advogado,
munido de toda a documentação pertinente ao negócio
jurídico mencionado.
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A empresa credora pretende a cobrança judicial do valor
atualizado e com consectários legais de R$ 280.000,00
(duzentos e oitenta mil reais) por não ter sido adimplida a
obrigação no vencimento pelo devedor e restadas
infrutíferas as tentativas de cobrança amigável.
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RESPOSTA:
AÇÃO MONITÓRIA – arts 700 a 702
Conceito:
Art. 700. A ação monitória pode ser proposta por aquele que
afirmar, com base em prova escrita sem eficácia de título
executivo, ter direito de exigir do devedor capaz:
I - o pagamento de quantia em dinheiro;
II - a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou
imóvel;
III - o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer.
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ATENÇÃO: se o réu for incapaz NÃO cabe ação monitória.
OBS: ação monitória é considerada uma via processual
facultativa ao autor, pois este também pode se valer da ação
ordinária de cobrança ou cominatória (obrigação de fazer e não
fazer).

Código Civil
Art. 206 Prescreve:
§ 3º Em três anos:
VIII - a pretensão para haver o pagamento de título de
crédito, a contar do vencimento, ressalvadas as disposições
de lei especial.
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SÚMULAS do Superior Tribunal de Justiça:

Súmula nº 282 - Cabe a citação por edital em ação monitória.


Súmula nº 299 - É admissível a ação monitória fundada em
cheque prescrito.
Súmula nº 339 - É cabível ação monitória contra a Fazenda
Pública.
Súmula nº 504 - O prazo para ajuizamento de ação monitória
em face do emitente de nota promissória sem força
executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte ao
vencimento do título.
OBS: VIDE STJ - RESP 1.323.468/DF
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4 - Atividade Autônoma Aura:
1 - (TRT 1 Analista Judiciário 2018) Mateus realizou um
contrato escrito para compra de um veículo de propriedade
de Gabriel, no qual aquele pagaria a este o valor de dez mil
reais pelo bem, no prazo de trinta dias da entrega, em
dinheiro e diretamente na residência de Gabriel. Ocorre que
Gabriel encontrava-se de mudança e, na pressa de
perfectibilizar o negócio, realizou a entrega do bem, porém
não informou seu novo endereço. Diante da impossibilidade
de realizar o pagamento conforme disposição contratual,
Mateus buscou a tutela jurisdicional estatal para se ver livre
de sua obrigação, depositando o valor em juízo. De acordo
com o Código de Processo Civil de 2015, em sede de Ação
de Consignação em Pagamento, em relação à defesa do réu,
assinale a alternativa correta.
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A) Poderá alegar, diante de inexistência de tentativa de
consignação em pagamento extrajudicial por parte do autor,
que estará este eivado pela falta de interesse de agir.
B) Poderá alegar a inexigibilidade do título ou
inexequibilidade da obrigação.
C) Poderá solicitar a condenação do autor em perdas e
danos e indenização de frutos, com base na mora no
pagamento.
D) Poderá alegar que foi justa a recusa, o depósito não se
efetuou no prazo ou no lugar do pagamento, ou o depósito
não é integral.
E) Poderá requerer a revisão do contrato ou negócio jurídico
celebrado.
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RESPOSTA:

D) Poderá alegar que foi justa a recusa, o depósito


não se efetuou no prazo ou no lugar do pagamento,
ou o depósito não é integral.

VIDE ART. 544, CPC


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2) Ao contrário dos procedimentos especiais de jurisdição contenciosa, os
procedimentos especiais de jurisdição voluntária não possuem lide e nem
mesmo partes, mas sim interessados. A respeito dos procedimentos especiais
de jurisdição voluntária regulados no Código de Processo Civil, assinale a opção
CORRETA.
A) A alteração do regime de bens do casamento poderá ser requerida em petição
assinada por um único cônjuge, informando a concordância do outro.
B) O divórcio consensual pode se realizar extrajudicialmente ainda que haja filho
incapaz.
C) No divórcio consensual, não havendo acordo entre os cônjuges sobre a
partilha dos bens, esta será realizada apenas após a homologação do divórcio
pelo juiz.
D) O juiz não pode se opor a homologar o que for decidido em relação ao
incapaz no caso de divórcio consensual ou extinção consensual da união
estável.
E) Por não haver lide, os procedimentos de jurisdição voluntária não tramitam no
Poder Judiciário.
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RESPOSTA:

C) No divórcio consensual, não havendo acordo entre os


cônjuges sobre a partilha dos bens, esta será realizada
apenas após a homologação do divórcio pelo juiz.

VIDE ART. 731, PU, CPC

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