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AO JUÍZO DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA

COMARCA DE CONDONÓPOLIS - TO
x

Norberto da Silva, estado civil [...], profissão [...], inscrito no


Cadastro de Pessoas Físicas sob o n. [...], registrado sob o n.
[...], com endereço eletrônico em [...], residente e domiciliado
na Rua [...], fundamentado no caput do art. 1.240 do Código
Civil vem à presença do Juízo propor a presente:

AÇÃO DE USUCAPIÃO ESPECIAL URBANO


em face de Cândido Gonçalves, estado civil [...], profissão [...],
inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas sob o n. [...], registrado
sob o n. [...], com endereço eletrônico em [...], residente e
domiciliado na Rua [...].

I - DA NARRATIVA FÁTICA
O Autor é pessoa desprovida de qualquer bem material e
adquiriu de terceiro, há nove anos e meio, posse de terreno
medindo 240m² em área urbana, onde construiu moradia
simples para sua família.

O terreno fica na Rua Cardoso Soares nº 42, no bairro de


Lírios, na cidade de Condonópolis, no estado de Tocantins e
são seus vizinhos do lado direito Carlos, do esquerdo Ezequiel
e, dos fundos, Edgar.

No último ano o bairro passou por um acelerado processo de


valorização devido à construção de diversos projetos
imobiliários. Por esse motivo, o Autor tem sido
constantemente sondado a se retirar do local, recebendo
ofertas de valor insignificante.

O Autor vem se preocupando com a abordagem das


construtoras, uma vez que alegam que o terreno sequer
pertence a ele, estando registrado em nome de Cândido
Gonçalves.

Sem nenhum interesse em aceitar tais ofertas, de fato não


possui nenhum documento oficial que lhe resguarde o direito
de propriedade do imóvel, no entanto, se verifica a incidência
do fenômeno da usucapião, sendo o Autor legítimo
proprietário pela posse que exerce na propriedade, conforme
se verá.

II - DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
II.I DA CONCESSÃO DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

É garantida àqueles que não tiverem condições de arcar custas


a concessão do benefício da gratuidade, conforme inteligência
do art. 1º, § 2º, da lei n. 5.478/68 c/c caput do
art. 98 do Código de Processo Civil ( CPC).

Pois bem, o Autor é hipossuficiente econômico, não possuindo


condições de arcar com as despesas processuais sem prejuízo
de seu próprio sustento e de sua família.

Assim, é diante da condição do Autor de hipossuficiência que


se requer a concessão do benefício da gratuidade de Justiça.

II.II DA PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO - LEI


N. 10.741/2003

O Autor é pessoa idosa, possuindo mais de 60 (sessenta) anos


de idade, fazendo jus a prioridade de tramitação.
Conforme o caput do art. 71 da lei n. 10.741/2003 ( Estatuto do
Idoso), a prioridade na tramitação abrange os processos e
procedimentos e na execução dos atos e diligências judiciais,
em qualquer instância.

No mesmo sentido, o caput do art. 1.048 do Código de


Processo Civil ( CPC) irá estabelecer que aqueles em que figure
como parte ou interessado pessoa com idade igual ou superior
a 60 (sessenta) anos possuem prioridade na tramitação dos
procedimentos judiciais.

Pelo exposto, nos termos do caput do art. 71 da lei


n. 10.741/2003 c/c o caput do art. 1.048 do CPC, requer a parte
autora que o processo tramite com a prioridade devida.

II.III DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA NO MÉRITO

A Constituição da Republica Federativa do Brasil de


1988 ( CRFB/88) consagra a função social da propriedade.
Assim, toda propriedade deve ter destinação que assuma uma
finalidade útil à sociedade, evitando o uso abusivo e
improdutivo da propriedade.

O caput do art. 183 da CRFB/88 irá assegurar o direito de


propriedade por usucapião àqueles que
possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta
metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem
oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família,
adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de
outro imóvel urbano ou rural.

No mesmo sentido, o caput do art. 1.240 do Código Civil ( CC)


defende esse direito àquele que exercer a posse de

área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados,


por cinco anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando-
a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o
domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel
urbano ou rural.

Pois bem, o Autor que reside no imóvel situado na Rua


Cardoso Soares nº 42, no bairro de Lírios, na cidade de
Condonópolis, no estado de Tocantins, exerce posse manda e
pacífica, sem qualquer oposição por quem quer que seja.

O Autor edificou no local sua casa, fazendo dela não apenas seu
lar, mas também seu domicílio, local em que estabeleceram sua
residência com ânimo definitivo (art. 70 do CC).

Sua posse pode ser comprovada pelos confinantes, que atestam


o tempo que o Autor reside no local.

Também, como faz prova (doc. anexo), não possui nenhum


outro imóvel em seu nome. Se tratando de terreno inferior a
250m² (planta anexa) e destinado exclusivamente para sua
moradia.

Assim, atingido os requisitos de posse, inexistência de outra


propriedade, tamanho do imóvel e destinação do bem, incide o
fenômeno da usucapião, concedendo o direito de propriedade
ao autor, que busca o judiciário a fim de regularização
cartorária do imóvel.

III - DOS PEDIDOS


Diante tudo o que foi exposto, o Autor requer:

a) a citação do Réu para, querendo, apresentar a devida


contestação, sob pena de incidência dos efeitos da revelia;

b) a citação dos confinantes Carlos, Ezequiel e Edgar nos


endereços [...], de forma pessoal conforme se exige o art. 246, §
3º, CPC;
c) citação dos interessados por edital, como determina o art.
259, inc. I;

d) a intimação da Fazenda Pública da União, do Estado e do


Município, para manifestação de interesse no feito;

e) intimação do Ministério Público.

f) no mérito, a procedência do Pedido para declarar a


propriedade do imóvel ao Autor.

g) condenação do Réu em custas e honorários advocatícios.

Protesta a produção de provas por todos os meios em direito


admitido.

Valor da Causa: [...].

ROL DE TESTEMUNHA:

1 - [...]

2 - [...]

3 - [...]

Nestes termos, pede deferimento.

Local [...], data [...]

Advogado, OAB.

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