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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DA 1º VARA DE REGISTROS

PÚBLICOS DA COMARCA DE PIRACICABA

QUINZINHO MACHADO DE ASSIS, brasileiro, casado, agricultor, inscrito no Cadastro de


Pessoas Físicas sob o nº 000.000.000-00, e-mail quinzinho@provedor.com, junto a
CAROLINA DE ASSIS, brasileira, casada, agricultora, inscrita no Cadastro de Pessoas
Físicas sob o nº 000.000.000-01, e-mail carolina@provedor.com, ambos residentes e
domiciliados na estrada rural, sem número, Bairro Quincas Borba, zona rural de
Piracicaba/SP, por meio de seu advogado regularmente constituído Rafael Ferreira Lopes,
e-mail rafael.lopes84@hotmail.com, cuja qualificação e indicação do escritório constam na
procuração anexa, na qual consta o endereço para receber notificações e intimações, vem
propor AÇÃO DE USUCAPIÃO ESPECIAL RURAL, COM PEDIDO LIMINAR DE TUTELA
DE URGÊNCIA, em face de CAPITU SANTIAGO, brasileira, casada,do lar , inscrita no
Cadastro de Pessoas Físicas sob o nº 000.000.000-02, e-mail
capitudobentinho@provedor.com, domiciliada na rua Dom Casmurro, número 1899, na
cidade de Piracicaba/SP, fulcro no art. 1.239 do CC c/c art. 191 da Constituição Federal,
seguindo o rito comum do art. 318 do Código de Processo Civil, pelos fatos e fundamentos
a seguir expostos:

DA SUSPENSÃO DE PRAZO NA PANDEMIA

Registra-se, neste ato, as disposições da Lei nº 14.010/20, que instituiu o Regime Jurídico
Emergencial e Transitório, a qual considera, no cálculo do período aquisitivo da usucapião,
a suspensão do prazo ocorrido na pandemia do coronavírus. TRAMITAÇÃO PRIORITÁRIA
Por Quinzinho ser idoso, cabe apontar a tramitação prioritária para o curso processual (art.
71 da Lei nº 10.741/03). DA JUSTIÇA GRATUITA Junta-se a declaração de pobreza,
assinada por duas testemunhas para confirmar o alegado, a fim de justificar a concessão da
gratuidade da justiça, nos moldes dos arts. 98 a 102 c/c inciso LXXIV do art. 5º da CRFB.
DOS FATOS Tem-se que os autores possuem o imóvel localizado no Bairro Quincas Borba,
s/n, zona rural da cidade do Rio de Janeiro/RJ, desde 10 de fevereiro de 2006, advinda por
meio de instrumento particular de cessão de direitos possessórios a eles transmitido por
Brás Cubas, antigo possuidor que ocupava o terreno por dois anos. O referido imóvel é
localizado na área rural e tem extensão de dois ha. A ré é a nua-proprietária, titular de
domínio, conforme consta na certidão de registro juntada, cujo bem confrontante com Esaú
e Jacó. Os autores nunca sofreram qualquer tipo de reivindicação ou impugnação por parte
de quem quer que seja, sem oposição e de forma ininterrupta durante todo esse tempo,
somente em data ....... a Sra. Capitu se apresentou exigindo sua propriedade, que ora se
defende opondo a prescrição aquisitiva como defesa. Os possuidores não são proprietários
de nenhum outro imóvel e, desde que ingressaram na área, agiram como donos, tendo nela
fixada a moradia da família, tornando a terra produtiva, mediante o trabalho da agricultura
familiar. 5 DA TUTELA EMERGENTE CAUTELAR Como a ré Capitu reclama a propriedade,
exigindo a desocupação do imóvel, apresentando-se como titular de domínio, razão assiste
aos autores para requerem a tutela de urgência cautelar, liminarmente, fulcro no §2º do art.
300 c/c parágrafo único do inciso I do art. 9º do CPC, por justificarem previamente o fumus
boni iuris, com o cumprimento dos requisitos gerais e específicos da usucapião rural do art.
1.239 do Código Civil, bem como por existir o periculum in mora, caso não seja resguardado
o direito à decisão de declaração de prescrição aquisitiva de usucapião. DO DIREITO A
presente ação tem a finalidade de declarar o domínio do imóvel aos possuidores,
assegurado no art. 191 da CRFB e no art. 1.239 do Código Civil, mediante usucapião rural,
com a junção dos elementos fundamentais. Atende aos requisitos específicos para a ação
de usucapião rural, elencado no art. 1.239 do Código Civil, por ter posse em período maior
que cinco anos; por utilizar a área como moradia familiar, por não possuir outro imóvel; por
ter a posse de área rural de dois ha; por ter a terra produtiva fundada na agricultura familiar,
abrangida pela Lei nº 11.326/06 c/c inciso XXIII do art. 5º, art. 191 e inciso III do art. 170,
todos da CRFB. A jurisprudência apresenta o enquadramento do caso em usucapião
especial rural, conforme julgado a seguir: DIREITO CIVIL – USUCAPIÃO PRO LABORE –
REQUISITOS – ART. 191 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL – MORADIA E TRABALHO –
SUSTENTO DA FAMÍLIA – AUSÊNCIA. -Para que se adquira a propriedade pela usucapião
pró-labore, mister que se preencham os seguintes requisitos [1] – posse usucapionem; [2] –
imóvel rural de no máximo cinquenta hectares; [3] – ser o imóvel explorado pela família,
servindolhe de moradia; [4] – não ser o requerente proprietário de outro imóvel. – Não
demonstrando o requerente que necessita do imóvel usucapiendo para moradia e sustento
seu e de sua família, não há como fazer jus ao benefício previsto na Constituição Federal,
que reduz o prazo para aquisição da propriedade pelo uso para 5 anos. (TJMG – Número
do processo: 2.0000.00.424027-1/000 1. Relator: SEBASTIAO PEREIRA DE SOUZA Data
do acordão: 17/09/2004. Data da publicação: 30/09/2004) A jurisprudência é pacífica quanto
à apreciação do animus domini, conforme decisão: USUCAPIÃO – ANIMUS DOMINI –
AUSÊNCIA. Não sendo a posse exercida com animus domini, não há que se falar em
prescrição aquisitiva de imóvel por usucapião especial rural. (TJMG – Número do processo:
2.0000.00.469064-6/000 1. Relator: JOSÉ FLÁVIO DE ALMEIDA. Data do acordão:
05/10/2005. Data da publicação: 12/11/2005). Os autores preenchem os requisitos para
usucapião, com o ânimo de dono, além da posse ininterrupta, sem oposição de terceiros e
até mesmo da titular de domínio desde 10 de fevereiro de 2006, inclusive apontam a
prescrição aquisitiva da usucapião como forma de defesa, nos termos da Súmula 237 do
STF. 6 Apesar de esta modalidade não exigir título, existe uma cessão de direito
possessórios que demonstram a boa-fé, além de somar o cômputo de posse do antecessor
(vide art. 1.243 do CC c/c Súmula 545 do STF). DO PEDIDO Ante o exposto, pedem que
seja julgada procedente a presente ação declaratória, concedendo aos autores o domínio
útil do imóvel em questão, sendo a sentença transcrita no Registro de Imóveis por
mandado. Espera-se a concessão da tramitação prioritária, nos termos do art. 71 da Lei nº
10.741/03, bem como da gratuidade da justiça, nos moldes dos arts. 98 a 102 c/c inciso
LXXIV do art. 5º da CRFB. Para tanto, requer a citação da ré, que é a titular de domínio do
imóvel, objeto desta demanda, para responder à presente ação. Requer a citação pessoal
dos confinantes Jacó e Esaú por endereço certo, nos termos do §3º do art. 246 do CPC e
da Súmula 391 do STF, bem como seja citada a fazenda pública, a fim de verificar eventual
interesse na presente pretensão, conforme as especificações já citadas, além da intimação
do Ministério Público, cuja manifestação se faz obrigatória no presente feito. Aguarda a
publicação de edital para citação de eventuais interessados incertos e desconhecidos,
consoante art. 259 do CPC, além de protestar por diligências no caso da não localização da
ré, confinantes e interessados, na forma do §1º do art. 319 do CPC. Pretende o autor provar
os fatos apresentando por todos os meios de prova em direito admitidos, em especial, a
testemunhal, documental e pericial, protestando, ainda, pela produção das demais provas
que eventualmente se fizerem necessárias no curso da lide. Dá-se à causa o valor de
R$ ...... Nestes termos, pede e espera deferimento. Rio de Janeiro, data. Assinatura, nome
do advogado e inscrição da OAB

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