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TRIBUNAL JUDICIAL DA COMARCA DE BRAGA

JUÍZO LOCAL CÍVEL DE BARCELOS

Processo n.º 1391/17.0T8BCL

Exmo. Senhor Juiz De Direito:

Maria da Conceição da Silva Simões, na qualidade de acompanhante e em


representação da maior acompanhada MARIA ROSA DA SILVA ARAÚJO,
também conhecida por MARIA ROSA FERREIRA DA SILVA, ambas melhor
identificadas nos autos principais, vem, nos termos do artigo 145.º, n.º 2 al. d) do
Código Civil, expor e requerer a V. Exa. o seguinte:

1. A representada da acompanhante é dona e legítima possuidora, com exclusão de


outrem, do prédio rústico, denominado “Bouça do Rio ou da Boucinha”, com a área
de três mil e quinhentos metros quadrados, sito no lugar de Bouça do Rio ou Boucinha,
em Passos (São Julião), União das Freguesias de Cabreiros e Passos (São Julião), do
concelho de Braga, descrito na Segunda Conservatória do Registo Predial de Braga
sob o número quinhentos e sete - Passos (São Julião), inscrito na respetiva matriz
sob o artigo 7, o qual proveio do artigo 2.º da extinta freguesia de Passos (São Julião),
correspondendo este, por sua vez, ao artigo 79.º da antiga matriz.

2. Porém, a aquisição do referido imóvel está registada na Conservatória a favor de José


Ribeiro Gomes, casado com Teresa Martins Ribeiro, residente no lugar de Senra,
Passos (São Julião), União das Freguesias de Cabreiros e Passos (São Julião), do
concelho de Braga, pela inscrição da apresentação três, de catorze de dezembro de mil
novecentos e sessenta e dois.

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3. Acresce que, o dito prédio foi adjudicado àquela Maria Rosa da Silva Araújo ou
Maria Rosa Ferreira da Silva no Inventário Obrigatório a que se procedeu por óbito
de seus pais, Conceição da Silva Pedras e marido, João Ferreira de Araújo, casados no
regime da comunhão geral de bens, falecidos, respetivamente, em quatro de setembro
de mil novecentos e oitenta e um e em vinte e quatro de agosto de mil novecentos e
oitenta e dois.

4. Tal inventário correu os seus termos no extinto Primeiro Juízo – Primeira Secção de
Processos do Tribunal Judicial da Comarca de Barcelos, tendo a partilha sido
homologada por sentença de nove de julho de mil novecentos e oitenta e quatro,
transitada em julgado a vinte de julho do mesmo ano – cfr. Documento que se junta
com o n.º 1 e que aqui se dá por reproduzido para os devidos e legais efeitos.

5. Apesar de se desconhecer a forma como o imóvel transitou do titular inscrito e seu


cônjuge para os referidos inventariados, o que é certo é que, desde aquele ano de mil
novecentos e oitenta e quatro, portanto há mais de vinte anos, que a representada
da acompanhante está na detenção e fruição do imóvel, exercidas da forma seguinte:

a) Desde mil novecentos e oitenta e quatro até dois mil e vinte, através da sua vizinha,
Lucinda Ferreira da Costa Miranda, posteriormente nomeada sua tutora, nos termos da
sentença atrás referida;
b) Desde janeiro deste ano até esta data, pela requerente, Maria da Conceição da Silva
Simões.

6. Tal detenção e fruição foram adquiridas e mantidas sem violência, e exercidas sem
oposição ou ocultação de quem quer que fosse, e sempre de forma ininterrupta.

7. Essa posse traduziu-se nos factos reveladores de uma normal utilização do prédio,
cultivando-o, semeando-o, colhendo os seus frutos, mantendo os muros de vedação e
pagando os inerentes impostos,

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8. embora através das referidas Lucinda Ferreira da Costa Miranda e Maria da Conceição
da Silva Simões, mas sempre em nome da invocada proprietária, aplicando o respetivo
produto no sustento desta.

9. Pelo que, tal posse é pacífica, pública e contínua, tendo durado mais de vinte anos,
pelo que permite à sua representada a aquisição do prédio por usucapião, o que invoca
para efeito de estabelecimento de novo trato sucessivo, título este que, pela sua
natureza, não é suscetível de ser comprovado pelos meios normais.

10. Nos termos expostos, fica justificado o direito de propriedade que a sua representada
detém sobre o mencionado prédio.

11. No entanto, pelas mais óbvias razões, a representada da aqui Requerente, não é capaz
de prestar tais declarações no âmbito de uma escritura de justificação, pelo que carece
de autorização a sua Acompanhante, para, em seu nome, as prestar e ali a representar.

Nestes termos e nos melhores de Direito, requer-se, com


o mui douto suprimento de V. Ex.a, que a acompanhante,
aqui Requerente, seja autorizada a representar a maior
acompanhada na realização da referida escritura de
justificação, referente ao prédio rústico acima melhor
identificado, com as demais consequências legais.

JUNTA: 1 documento.

A Requerente: ______________________________________________

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