Maria Simões escreve ao Procurador da República sobre seu tio António Pereira Sampaio, que vive com sua esposa e cunhada idosas. Seu tio não cuida de sua higiene ou da casa, colocando em risco a saúde das mulheres idosas. A família tentou ajudar, mas seu tio se recusa.
Maria Simões escreve ao Procurador da República sobre seu tio António Pereira Sampaio, que vive com sua esposa e cunhada idosas. Seu tio não cuida de sua higiene ou da casa, colocando em risco a saúde das mulheres idosas. A família tentou ajudar, mas seu tio se recusa.
Maria Simões escreve ao Procurador da República sobre seu tio António Pereira Sampaio, que vive com sua esposa e cunhada idosas. Seu tio não cuida de sua higiene ou da casa, colocando em risco a saúde das mulheres idosas. A família tentou ajudar, mas seu tio se recusa.
Procurador da República Barcelos, 29 de outubro de 2021
Eu, Maria da Conceição Silva Simões, portadora do cartão de cidadão
número 8406955, sobrinha do Senhor António Pereira Sampaio, residente na rua de São Paio, número 113, Bastuço Santo Estevão, 4755-080 Barcelos, nascido a 13 de abril de 1928, venho por este meio expor o seguinte: O Senhor António: a) Não cuida da higiene pessoal; b) Não toma banho; c) O tratamento das roupas não é feito; d) O quarto onde dorme está fechado à chave e já não é limpo há anos, mais de 10; e) A esposa e a cunhada, respetivamente Maria Ferreira de Araújo e Maria Rosa Silva Araújo, coabitam com o mesmo e tem graves problemas de mobilidade. Constatei que há pulgas pela casa, provavelmente oriundas do quarto do Senhor António; f) Atendendo às duas alíneas anteriores não é possível proceder à desinfestação, a situação está insustentável e põe em causa a saúde sobretudo dos residentes; g) Não faz as refeições junto da família, por sua vontade – a marmita é-lhe levada diariamente por um centro social. Em tempos, quando a esposa cozinhava, não consumia qualquer refeição porque alegava que a mesma lhe “deitava bruxedo”. h) O local onde faz as refeições situa-se nos fundos da casa. Há sensivelmente dois meses retirei dos mesmos o lixo acumulado, nomeadamente vários recipientes com comida completamente deteriorada e procedi à sua higienização; i) Não tem qualquer retaguarda familiar porque se recusa. Diz ter alguém que, caso precise, o apoia. Constatei que esse alguém não passa de um oportunista financeiro a curto e a longo prazo, não pertencente à família, que lhe presta apoio pontual, a saber: transporta-o ao banco, a troco de dinheiro, mensalmente, a fim do mesmo levantar a reforma;
j) O património da família, os bens estão comprometidos porque o Senhor António, ludibriado pela referida família, segundo se consta e por seu consentimento, se “apoderou” dos bens, provavelmente foi lavrado um testamento; k) Não dá consentimento para a venda de uma qualquer propriedade para que haja dinheiro para cuidar da esposa que recebe uma mísera reforma; l) A correspondência da família é levada, várias vezes, pelo Senhor António, à família citada nas alíneas anteriores para ser aberta e lida e já aconteceu de ser violada a correspondência da esposa. No dia 15 de outubro do corrente ano, um dos elementos dessa família, confirmou-me ter violado a correspondência da esposa do Senhor António; m) Adormece com facilidade quando está sentado e já aconteceu de cair e de se lesionar; n) Não contribui para os gastos de luz, água, etc.; o) Não convive com a família, aliás não dirige qualquer palavra à esposa nem aos demais familiares que se deslocam à residência citada; p) É o próprio que gere a medicação; q) Já não tem capacidade/saúde para se deslocar ao posto médico, farmácia, etc.;
Como referi, na habitação, sita na morada supracitada, residem, além do
Senhor António, mais duas idosas, minhas tias, irmãs da minha mãe, as únicas vivas de 9 irmãos: a esposa de 87 anos, Maria Ferreira de Araújo, com uma panóplia de problemas de saúde, nomeadamente problemas cardíacos e pulmonares, que se desloca de cadeira de rodas e a cunhada, Maria Rosa da Silva Araújo, da qual sou acompanhante, com problemas mentais, 89% de incapacidade, de 84 anos, que se desloca de andarilho. A única filha do casal faleceu devido a doença oncológica há 20 anos. O quarto do Senhor António situa-se no mesmo piso onde vivem as duas idosas. Sempre que o mesmo é aberto liberta-se um cheiro nauseabundo, doentio e incomodativo, com a agravante da proliferação de “bicharada” – pulgas entre e outros. Informo que já recorri à Médica de Família, ao Delegado de Saúde, à Assistente Social e nada dizem poder fazer. Enquanto família, sobrinha, tenho apoiado, incondicionalmente, as minhas
tias desde janeiro de 2020, confesso que já passei por muitos dissabores dada a postura do meu tio. Neste momento, como referi, a saúde das mesmas está em risco. Perante o exposto solicito que sejam tomadas as diligências e, enquanto familiar, estou disponível a colaborar.
Certa do melhor acolhimento e encaminhamento desta situação, subscrevo-