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I – DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Requer a Autora, a concessão dos benefícios da gratuidade de justiça, com fulcro no art. 98 e
seguintes do CPC e na Lei 1.060/50, em virtude de ser pessoa pobre na acepção jurídica da
palavra e sem condições de arcar com os encargos decorrentes do processo, sem prejuízo de
seu próprio sustento e de sua família, conforme Carteira de trabalho e declaração de
hipossuficiência em anexos.
A Autora por meio desde advogado tentou por diversas vezes realizar o reconhecimento e a
dissolução da união estável de forma consensual, toda via o seu ex-companheiro, mostrou-se
indisposto ao procedimento consensual. Nesse sentido, mesmo com a ausência de interesse
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conciliatório do Réu, a Autora manifesta pelo interesse em conciliar, somente após o
deferimento das tutelas pleiteadas.
Durante esse relacionamento o casal não teve filhos, porém ambos criaram o filho da Autora,
o Sr. Fabricio da Hora dos Santos que nasceu em 24/08/2002, fruto do relacionamento
anterior da Autora. O Réu fez o papel de pai durante todo esse tempo.
Alguns pontos merecem destaque no tocante a forma com que o relacionamento chegou ao
fim, o Réu tem o costume de fazer o uso constante e excessivo de bebidas alcoólicas o que o
deixa muito agressivo.
O Réu quando chega em casa alcoolizado tem o costume de ameaçar a Autora, proferindo a
frase: “Eu prefiro te matar do que te dar a casa”.
No dia 25/08/2020, por volta das 22h o Réu chegou novamente embriagado e começou a
discutir com a Autora na frente de seu Filho, mandando a Autora fazer a comida dele e a
Autora argumentou que ele não tem ajudado em casa, e que estava gastando todo o
dinheiro dele na rua com bebida, e que por isso sairia de casa. Por conta disso o Réu mais
uma vez a ameaçou: “Eu bato na sua casa, Eu só não vou te bater em respeito ao seu
filho” e “Você mete o pé das minhas casas”.
No dia 26/08/2020 a Autora saiu de casa, e no dia 28/08/2020 fez um Registro de ocorrência
onde o Réu foi representado criminalmente e foi deferido medida protetiva.
Mesmo com o deferimento da medida protetiva, a Autora se viu obrigada a retornar para a
casa onde morava com o Réu, pois não tinha condições financeiras de continuar pagando
aluguel.
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Atualmente a Autora dorme em um dos quartos, seu filho dorme em outro e o Réu dorme na
sala, não convivendo mais como marido e mulher, apenas dividindo a mesma casa.
O que a Autora vive é um verdadeiro inferno, tendo que trancar seu quarto sempre quando
sai de casa, e inclusive quando está em casa com o Réu, mantém as portas trancadas. O Réu
por conta do seu problema com a bebida não consegue se manter fixo em emprego algum,
e por conta disso aumentou ainda mais o seu consumo de bebidas alcoólicas. Chegando
todos os dias em casa de madrugada, fazendo barulho, xingando a Autora e fazendo
ameaças.
Não se faz necessária a fixação de alimentos entre os cônjuges, tendo em vista que cada um
possui a sua renda, e não precisam do apoio financeiro reciprocamente. Diante disse, não se
faz necessária a fixação de alimentos entre as partes.
“Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem
e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e
estabelecida com o objetivo de constituição de família.”
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A relação entre o casal veio a se dissolver no dia 26/08/2020, foi quando houve a separação
de fato do casal, muito embora ambos residam atualmente na mesma casa, mas dormem em
quartos separados, sendo que o réu se recusa a sair do imóvel.
Desta forma, requer que seja decretado a dissolução da presente união estável com data final
a separação de fato do casal.
2. Uma casa construída e acabada com um quarto, uma sala, uma cozinha, uma
área de serviço, um banheiro, dois quartos e uma garagem;
O artigo 5º da Lei nº. 9.278/96 que trata a respeito da União Estável, estabelece que os bens
móveis ou imóveis adquiridos por um ou por ambos os conviventes, na constância da união
estável e a título ONEROSO, são considerados fruto do trabalho e da colaboração de ambos
os companheiros.
O artigo 1.725 do C. C, estabelece que na união estável, salvo contrato escrito, o regime de
bens será regido pelo o regime de comunhão parcial de bens. Como não houve qualquer
contrato escrito referente a escolha do regime de bens deve ser partilhado em 50%
(cinquenta por cento) para cada convivente de acordo com a avaliação dos bens.
No presente caso, a Autora suplica a Vossa Excelência que o réu seja afastado do lar, de
forma urgente e sem que seja ouvido, com a adoção das medidas protetivas com base na Lei
nº 11.340/06.
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No caso estamos diante de um caso claro de violência doméstica, onde a Autora sofre com
as atitudes do Réu, face às hostilidades, os insultos e agressões de ordem psicológica, que
são incessantes, tornando o medo, permanente, o que mostra a impossibilidade de
coabitação.
Os fatos narrados se amoldam à forma de violência doméstica prevista no art. 7º, inciso II
uma vez presentes a ameaça, o prejuízo a saúde psicológica e o constrangimento constantes.
Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:
(...)
II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano
emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno
desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos,
crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação,
isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, violação
de sua intimidade, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou
qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;
(...)
As atitudes do réu configuram exatamente a hipótese legal acima invocada e por isso se faz
necessária uma atitude urgente e efetiva por meio da concessão de decisão em sede de
tutela de urgência.
A Autora não poderá aguardar uma decisão definitiva de mérito coagida sob tanta pressão, o
que pode lhe causar problemas de saúde e agora vê um risco a sua integridade física, que
não quer sofrer para depois, ter quer procurar o Poder Judiciário ou ter sua vida ceifada.
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem
a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
Ressalta-se que o perigo de dano envolve a saúde e a vida da autora, que não pode ficar
desamparada à própria sorte e a situação pode se agravar, além de que não pode se
manter no tempo.
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No presente caso não se faz necessário grandes divagações jurídico-doutrinário-
jurisprudenciais, em vista ser evidente que existe uma pessoa convivendo com situação
profunda e evidentemente degradante.
A concessão de uma medida protetiva, seja ela com qual fundamento ou forma jurídica,
deve ser concedida de forma urgente para proteger uma pessoa de uma relação abusiva,
lesiva e comprovadamente de risco
O réu se aproveita de ser homem para impor violência moral, instabilidade emocional e
causa stress muito além da normalidade, além de demonstrar alto grau de desrespeito para
com o União.
Vimos que estamos diante de uma situação que não admite outra saída, senão, ao menos,
a proibição do réu em aproximar-se a 200 (duzentos) metros da autora, de sua residência
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ou de seus familiares e também de frequentar lugares comuns, sob pena de prisão e
incidência de crime de desobediência.
O pedido da concessão de tutela de urgência para que o réu seja afastado do lar, como
requerido ao final, se faz na proteção da vida e da saúde da autora, bem jurídicos
inalienáveis que, em uma situação dessas, devem ser amplamente protegidos, para que
cessem, definitivamente.
IX – DO PEDIDO
b) os benefícios da Assistência Judiciária, com base na Lei1.060/50 e nos arts. 98 e seguintes
do NCPC, por ser pessoa juridicamente pobre, declaração de hipossuficiência de renda, em
anexo;
d) Requer à Vossa Excelência que seja julgado procedente a presente ação para que seja
reconhecida bem como decretada a Dissolução da União Estável;
e) Como não houve qualquer contrato escrito referente a escolha do regime de bens,
requer a partilha dos bens do casal em 50% (cinquenta por cento) para cada convivente
de acordo com a avaliação dos bens;
Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos 369 e
seguintes do NCPC, em especial as provas: documental, pericial, testemunhal e depoimento
pessoal da parte ré.
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Dá-se à causa o valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), para meros fins legais.
N. Termos.
P. Deferimento.
Macaé, 30 de março de 2021.
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