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AO JUÍZO DA VARA JUDICIAL DE FAMÍLIA DA COMARCA DE ________

Renato Garcia , Brasileiro, menor absolutamente incapaz, com 04


(quatro) meses, inscrito no CPF nº 607.538.908-36 nestes atos
representado por Adriana Cristina Garcia, Brasileira , solteira,
portador da cédula de identidade nº 45642579-2, inscrito no CPF nº
382.943.668-89, ambos residentes e domiciliados na Rua Guarei ,
129, fundo 01 , Vila Nova , na Cidade de Itapeva , São Paulo ,
18411010 , vem respeitosamente, por meio do seu Advogado, infra
assinado, ajuizar

AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE


C/C COM ALIMENTOS E RETIFICAÇÃO DE REGISTRO
DE NASCIMENTO

em face de Diego Oliveira da Silva, casado, Garçom, inscrito no


CPF sob nº 371.106.258-00, residente e domiciliado na Rua
Alexandrino de Morais , 120 , Jardim Maringa , na Cidade de
Itapeva , São Paulo , 18407-130 , pelos motivos e fatos que passa a
expor.

#3190531 Mon May 15 19:50:08 2023


DOS FATOS QUE AMPARAM A PETIÇÃO INICIAL

O Autor, apesar de ser filho do Réu, nunca teve o reconhecimento de seu


vínculo.

Não restam dúvidas quanto à paternidade, conforme informação da


representante legal do breve relacionamento que tiveram , mas não conseguiu que o exame
de DNA fosse realizado amigavelmente.

Previamente a interposição da ação houve a tentativa de resolução dos fatos


junto ao Requereido sem êxito, pelo contrário a representante legal sofreu represálias pela
esposa do requerido , razão pela qual move a presente ação.

DO DIREITO AO RECONHECIMENTO DA PATERNIDADE

O direito do Autor vem primordialmente amparado no Estatuto da criança e


do Adolescente em especial em seu Art. 27 que assim dispõe:

Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito


personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser
exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição,
observado o segredo de Justiça.

Tal artigo consubstancia a pretensão do Autor, visto que trata-se de direito


indisponível e imprescritível, da mesma forma que amparada pela Lei nº 8.560 de 1992,
que dispõe em seu artigo 2º-A:

Art. 2ºA. Na ação de investigação de paternidade, todos os meios


legais, bem como os moralmente legítimos, serão hábeis para
provar a verdade dos fatos.

Parágrafo único. A recusa do réu em se submeter ao exame de


código genético - DNA gerará a presunção da paternidade, a ser

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apreciada em conjunto com o contexto probatório.

Trata-se, portanto, do necessário reconhecimento de paternidade para


garantia de mais genuíno direito do Autor, o reconhecimento de sua filiação.

DA NÃO OCORRÊNCIA DE PRESCRIÇÃO

Inicialmente cabe destacar que o prazo prescricional não corre contra


incapazes e entre ascendentes e descendentes, durante a vigência do poder familiar,
conforme dispõe claramente os arts. 197, II e 198, I, ambos do Código Civil, in verbis:

Art. 197. Não corre a prescrição:


(...)

II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;

III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores,


durante a tutela ou curatela.

Art. 198. Também não corre a prescrição:

I - contra os incapazes de que trata o Art. 3º;

Nesse sentido:

ALIMENTOS - Cumprimento de sentença - Prescrição contra


incapaz - Não ocorrência - Incidência do disposto nos arts. 197, II,
e 198, I, ambos do CC/2002 - Recurso improvido. (TJSP; Agravo
de Instrumento 2024451-89.2022.8.26.0000; Relator (a): Alvaro
Passos; Órgão Julgador: 2ª Câmara de Direito Privado; Foro de
Ribeirão Preto - 3ª Vara de Família e Sucessões; Data do
Julgamento: 23/02/2022; Data de Registro: 23/02/2022)
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PRESCRIÇÃO. ALIMENTOS. CUMPRIMENTO DE
SENTENÇA. IMPUGNAÇÃO. PRESCRIÇÃO NÃO
CONFIGURADA (ART. 197 II, CÓDIGO CIVIL C.C. 206,
PAR. 2., CPC). NÃO FLUÊNCIA DO PRAZO DE
PRESCRIÇÃO ENTRE DESCENDENTES E ASCENDENTES
DURANTE O PODER FAMILIAR. INCIDÊNCIA DO ARTIGO
197, II, DO CÓDIGO CIVIL. DECISÃO REFORMADA.
RECURSO ACOLHIDO. (TJSP; Agravo de Instrumento 2064236-
92.2021.8.26.0000; Relator (a): Vito Guglielmi; Órgão Julgador: 6ª
Câmara de Direito Privado; Foro Regional III - Jabaquara - 1ª Vara
da Família e Sucessões; Data do Julgamento: 13/05/2021; Data de
Registro: 13/05/2021)

Razão pela qual, não há que se falar em prescrição.

DOS ALIMENTOS

A lei estabelece sabiamente os parâmetros a serem seguidos para que a


prestação de Alimentos seja firmada, devendo atender ao binômio
Necessidade/Possibilidade.

Nas palavras da doutrinadora Maria Berenice Dias:

"O fundamento do dever de alimentos se encontra no princípio da


solidariedade, ou seja, a fonte da obrigação alimentar são os laços
de parentalidade que ligam as pessoas que constituem uma família,
independentemente de seu tipo: casamento, união estável, famílias
monoparentais, homoafetivas, socioafetivas (eudemonistas), entre
outras." (Maria Berenice Dias, Manual de Direito das Famílias -
Edição 2017, e-book, 28. Alimentos)

Ou seja, o direito a alimentos busca preservar o bem maior da vida e

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assegurar a existência do indivíduo que depende deste auxílio para sobreviver.

A criança tem resguardada os direitos inerentes à pessoa humana no escopo


dos artigos 227 e 229 da Constituição Federal/1988:

Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à


criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o
direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e
à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de
toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência,
crueldade e opressão.

Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos


menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os
pais na velhice, carência ou enfermidade.

Trata-se de proteção disposta ainda no Estatuto da Criança e pelo Código


Civil que não exclui a responsabilidade de ambos os pais na manutenção e
desenvolvimento da criança, mesmo diante da separação:

Art. 1.579. O divórcio não modificará os direitos e deveres dos pais


em relação aos filhos.

Art. 1.634. Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua


situação conjugal, o pleno exercício do poder familiar, que consiste
em, quanto aos filhos:

Art. 1.695. São devidos os alimentos quando quem os pretende não


tem bens suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, à própria
mantença, e aquele, de quem se reclamam, pode fornecê-los, sem
desfalque do necessário ao seu sustento.

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Art. 1696. O direito a prestação de alimentos é recíproco entre pais
e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação
nos mais próximos em grau, uns em falta de outros.

A jurisprudência, assegurando este direito destaca:

ALIMENTOS. FIXAÇÃO. Ação ajuizada pela filha em face do pai.


Sentença de parcial procedência. Apelo do réu buscando a redução
dos alimentos. Binômio necessidade-possibilidade. Presunção da
necessidade da filha menor. Ausência de comprovação de
despesas extraordinárias que impeçam o pagamento do
pensionamento já fixado em valor baixo. Princípio da paternidade
responsável. Valor dos alimentos mantido. Base de cálculo.
Adicionais que possuem natureza salarial (remuneratória).
Incidência da porcentagem devida. Precedentes. Verbas de natureza
indenizatória não incorporam a remuneração. Participação nos
lucros e resultados possui natureza indenizatória. Precedentes do
STJ. Exclusão que se impõe. Sentença alterada. Recurso provido
em parte. (TJSP; Apelação Cível 1005162-92.2017.8.26.0347;
Relator (a): Mary Grün; Órgão Julgador: 7ª Câmara de Direito
Privado; Foro de Matão - 1ª Vara Cível; Data do Julgamento:
04/02/2020; Data de Registro: 04/02/2020, #73190531)

Assim, considerando que o réu mantém hoje, um emprego apto a garantir


sua subsistência e dos Autores, é de bom alvitre que os alimentos provisórios sejam
determinados no patamar de ________ % do seu salário base.

DAS NECESSIDADES DO ALIMENTADO

As necessidades do alimentado ficam perfeitamente demonstradas diante das


despesas fixas mensais inerentes à subsistência do Autor:

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Aluguel R$ ________

Alimentação: R$ ________

Remédios R$: ________

(...)

DA POSSIBILIDADE FINANCEIRA DO ALIMENTANTE

Considerando que o réu mantém hoje vínculo empregatício com renda em


média de R$ 1.159,00 (hum mil cento e cinquenta e nove reais) , ou seja apto a garantir sua
subsistência e do autor , é de bom alvitre que os alimentos sejam determinados no patamar
de 40% (quarenta por cento) dos rendimentos líquidos do réu , contemplando 13º salário,
férias, horas extras, verbas rescisórias, com a expedição de ofício ao seu empregador, a fim
de que promova o desconto na folha de pagamento e repasse o valor, mediante depósito
bancário, ao autor da ação.

VALORES QUE DEVEM COMPOR A BASE DE CÁLCULO

Toda parcela que compõe algum tipo de remuneração do alimentante e


compõem sua renda devem compor a base de cálculo, tais como salários, horas extras,
gratificações, prêmios, participação nos lucros, 13º salário, 1/3 de férias e adicionais.

Em recente entendimento o STJ proferiu entendimento que:

"o valor recebido a título de horas extras integra a base de cálculo


da pensão alimentícia fixada em percentual sobre os rendimentos
líquidos do alimentante" (REsp 1.741.716-SP).

Tratam-se de valores que integram a remuneração do Executado, e como tal,


devem compor os cálculos apresentados, conforme precedentes sobre o tema:

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ALIMENTOS GRAVÍDICOS - Parcial procedência - Insurgência
do Ministério Público e do réu - Promotoria que alega cerceamento
de defesa e que o polo ativo da demanda deve ser alterado - (...) -
Título executivo que deve ser formado em nome do menor
nascido vivo - Horas extras que devem integrar a base de
cálculo, independentemente de seu caráter eventual ou habitual
- Precedente do STJ - Incidência da pensão sobre verbas
rescisórias, excluindo-se apenas as rubricas que não integram,
ordinariamente, a base de cálculo dos alimentos - (...) -
RECURSOS PARCIALMENTE PROVIDOS. (TJSP; Apelação
Cível 1006649-50.2020.8.26.0361; Relator (a): Miguel Brandi;
Órgão Julgador: 7ª Câmara de Direito Privado; Foro de Mogi das
Cruzes - 2ª Vara da Família e das Sucessões; Data do Julgamento:
28/04/2021; Data de Registro: 28/04/2021, #23190531)

Portanto, requer sejam considerados na base de cálculo dos alimentos todos


os valores que compõem a remuneração, tais como salários, horas extras, gratificações,
prêmios, participação nos lucros, 13º salário, 1/3 de férias e adicionais.

DA NECESSÁRIA RETIFICAÇÃO DO REGISTRO CIVIL

Após o devido reconhecimento da paternidade pleiteada, é devido ao Autor,


conforme direito insculpido na Lei nº 6.015 de 31/12/1973, que em seus artigos 109 e
seguintes, abre a possibilidade de retificação dos registros:

"Art. 109. Quem pretender que se restaure, supra ou retifique


assentamento no Registro Civil, requererá, em petição
fundamentada e instruída com documentos ou com indicação de
testemunhas, que o Juiz o ordene, ouvido o órgão do Ministério
Público e os interessados, no prazo de cinco (5) dias, que correrá
em cartório. "

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Afinal, trata-se de direito à retificação consubstanciada no reconhecimento
da verdadeira filiação biológica.

Trata-se, portanto, de direito que assiste ao autor conforme jurisprudência:

RETIFICAÇÃO DE REGISTRO CIVIL DE ÓBITO. CORREÇÃO.


CABIMENTO. 1. Somente quando cabalmente demonstrada a
existência de erro no registrocivil é que se admite a retificação,
isto é, a sua correção. 2. Cabe promover a alteração pretendida
pois flagrante a existência de erro, pois restou comprovado que
os recorrentes, que constaram como sendo filhos da falecida, na
verdade não o são, sendo filhos de outras pessoas e não mantém
com ela qualquer relação de parentesco. Recurso desprovido.
(Apelação Cível Nº 70070600358, Sétima Câmara Cível, Tribunal
de Justiça do RS, Relator: Sérgio Fernando de Vasconcellos
Chaves, Julgado em 26/10/2016).

Desta feita, é patente o direito que assiste ao Autor em ter o seu registro
retificado, sendo imperioso concluir-se pela procedência de seu pedido.

DAS PROVAS QUE PRETENDE PRODUZIR

O Autor pretende instruir seus argumentos com as seguintes provas:

a) depoimento pessoal do Réu, para esclarecimentos sobre


________ ;

b) ouvida de testemunhas, cujo rol será depositado em Cartório na


devida oportunidade,

c) a juntada dos documentos em anexo, em especial as mensagens


trocadas pela genitora do Autor com o Réu em relação a sua
paternidade;

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d) reprodução cinematográfica a ser apresentada em audiência nos
termos do Parágrafo Único do art. 434 do CPC;

e) análise pericial, por meio de exame de DNA.

DOS PEDIDOS

Por todo o exposto, REQUER:

1. A concessão da gratuidade de justiça, nos termos do art. 98 do Código de Processo


Civil;

2. O arbitramento de alimentos provisórios, em R$ ________ , equivalente a 30% do


salário mínimo, a ser depositada na conta ________ ;

3. A citação do réu para responder a presente ação, querendo;

4. A produção de todas as provas admitidas em direito, em especial a pericial para fins


de que seja reconhecida formalmente a paternidade do Autor;

5. Seja designada audiência de conciliação, e não havendo êxito, seja designada


audiência de Instrução e Julgamento para a oitiva das partes e testemunhas;

6. Intimação do Ministério Público para intervir no feito, nos moldes do artigo 698, do
CPC;

7. A TOTAL PROCEDÊNCIA da demanda, para fins de declarar o


reconhecimento da paternidade e fixação de alimentos, no equivalente a
________ do Réu;

8. A notificação à empresa ________ para fins de obter prova da renda do requerido;

9. A condenação do réu ao pagamento de honorários advocatícios nos parâmetros

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previstos no art. 85, §2º do CPC;

Dá-se à causa o valor de R$ ________

Nestes termos, pede deferimento.

________ , ________ .

________

1. ANEXOS:

1. Documentos de identidade do Autor, RG e CPF,

2. Certidão de nascimento do menor

3. Comprovante de Residência

4. Procuração

5. Declaração de Pobreza e comprovante de renda

6. Evidências do vínculo empregatício e da renda do Réu

7. Planilhas demonstrativas das despesas e rendimentos

8. provas do relacionamento e do pedido de DNA

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