Você está na página 1de 11

ELAINE CRISTINA HABERMAN GOMES – RA 212973

AO JUIZO DE DIRETO DE UMA DAS VARA DE FAMILIA E SUCESSÕES


DA COMARCA DE ARAÇATUBA-SP.

SANDRA GOMES SAMPAIO, brasileira, casada, técnica de enfermagem,


portadora da Cédula de Identidade RG nº 32.155.353-6, inscrita no CPF/MF
535.924.528-00, residente na Rua Pedro Sampaio Santos, 222, Centro, CEP 16078-
275, na cidade e Comarca de Araçatuba/SP, por sua advogada infra-assinado,
conforme procuração anexa, com escritório profissional situado na Rua Salgado
filho, 459, Bairro Monte Carlos, Cidade Araçatuba, CEP. 160710-80, no Estado de
São Paulo, onde recebe intimações, vem perante Vossa Excelência, com fulcro nos
artigos 226, § 6º da Constituição Federal e 1.571, inciso IV e 1.583 do Código
Civil Brasileiro, propor

AÇÃO DE DIVÓRCIO LITIGIOSO COM PEDIDO HOMOLOGAÇÃO DE


GUARDA UNILATERAL

Em face de CLÁUDIO HENRY SAMPAIO, brasileiro, casado, físico nuclear,


portador da Cédula de Identidade RG nº 31.605.150-2, inscrito no CPF/MF nº
943.400.708-90, residente na Avenida Central, 478, apartamento 1007, Centro, CEP
16012-345, na cidade e Comarca de Araçatuba/SP, com fundamento no art. 694 e
seguintes do Código de Processo Civil e pelas razões de fato e de direito a seguir
aduzidas:

DOS FATOS

A requerente contraiu núpcias com o requerido no dia 20/02/2010 pelo


regime legal da comunhão parcial de bens nos termos da cópia da certidão de
casamento anexa (documento 2).

Desta união nasceram os seguintes filhos VALENTINA GOMES


SAMPAIO, menor impúbere, portadora da Cédula de Identidade RG nº 60.845.007-7,
ELAINE CRISTINA HABERMAN GOMES – RA 212973

inscrita no CPF/MF nº 577.365.907-01, hoje com 07 anos de idade e ENZO GOMES


SAMPAIO, menor impúbere, portador da Cédula de Identidade RG nº 62.040.519-2,
inscrito no CPF/MF nº 592.120.964-11.

Nada obstante, as razões que levaram a requerente à vertente ação são as


seguintes, a Requerente já presenciou o Requerido com várias mulheres distintas, em
situações muito intimas, não suportando mais a situação, sendo que a convivência do
casal chegou ao desgaste máximo, não mantendo entre si qualquer relação de afeto.

DO DIREITO

Do Divórcio Litigioso

A possibilidade de dissolução da sociedade conjugal pelo divórcio vem


instituída no artigo 226, § 6º da Constituição Federal de 1988, que assim disciplina:

Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção


do Estado.
§ 6º. O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.

Destarte, o Código Civil Brasileiro, em seu artigo 1.571, inciso IV, dispõe


que:

Art. 1.571. A sociedade conjugal termina:


IV- pelo divórcio.

Segundo a doutrinadora Maria Helena Diniz: “o divórcio é a dissolução de


um casamento válido, ou seja, a extinção do vinculo matrimonial, que se opera
mediante sentença judicial, habilitando as pessoas a convolar novas núpcias”.

A doutrinadora segue adiante: “No divórcio direto não se discute a


possibilidade de culpa pela desconstituição do vínculo matrimonial, a única
discussão que ocorre é em decorrência terem transcorridos ou não o prazo de dois
anos da separação de fato”.

Da Homologação da Guarda Unilateral

Já no que diz respeito ao fato das crianças menores estarem residindo e tendo
os seus cuidados dados pela parte requerente, reporta o artigo 1583 do Código
Civil que a guarda poderá ser unilateral ou compartilhada.

Atualmente, sendo a regra no direito brasileiro a concessão da guarda


compartilhada, é importante frisar que no caso concreto, para essa modalidade de
guarda, ambos os genitores precisam demonstrar sua vontade de conduzir a criação
dos filhos menores, o que neste caso não se aplica, tendo em vista que o genitor não
ELAINE CRISTINA HABERMAN GOMES – RA 212973

mais observa a importância de se ter os filhos sob os seus cuidados. Assim, é cabível
o reconhecimento de que a genitora vem exercendo seu papel de atender os melhores
interesses dos menores, garantindo os seus cuidados básicos, fato pelo qual cabe o
reconhecimento e homologação da guarda unilateral, excepcionalmente.

ALIMENTOS PARA A REQUERENTE

Nos termos do que ensinam Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona


Filho:

“Se o divórcio é litigioso (e obviamente judicial), o juiz poderá fixar


os alimentos devidos, no bojo do próprio processo, desde que haja
pedido nesse sentido. Lembre-se de que, para efeito de dissolução do
vínculo, é suficiente a formulação do pedido de divórcio, uma vez que
prazo para tanto não há mais. Entretanto, caso também haja sido
cumulado o pedido de alimentos, a sua fixação será feita por decisão
judicial, levando-se em conta apenas, como já dito, o binômio
necessidade / capacidade econômica, sem aferição de culpa de
qualquer das partes no fim do casamento. É digno de nota que, seja
qual for a modalidade do divórcio judicial, os alimentos devidos aos
filhos é cláusula fundamental, de natureza cogente e matiz de ordem
pública” (Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho, O novo
divórcio. São Paulo: Saraiva, 2010, p.114).

Nesta medida, tendo em vista que sempre se dedicou às manter o lar a família
a educação dos filhos e possuía um padrão de vida elevado, a requerente necessita
dos alimentos para ela, aptos a permitir a readequação da sua vida, tendo em vista
que o requerido sempre manteve o seu padrão de vida.

Para tanto, tendo em vista que o requerido recebe R$ 25.000,00 (vinte e cinco
mil reais), em razão das suas atividades, o que se prova pelos documentos anexos
(documento 4).

É preciso notar que o requerido sempre manteve a família, com total


conforto, em escola particular, aulas de inglês, piano, judô, e a Requerente possui um
salario de R$ 1.500,00 (hum mil e quinhentos reais), não podendo arcar com todas
as despesas que a residência possui e o estilo de vida que levava durante o
casamento.

DAS VISITAS

As visitas pelo Requerido podem ser de 15 em 15 dias, sendo retirados os


filhos as 8hrs no sábado e devolvendo as 20hrs no domingo.
ELAINE CRISTINA HABERMAN GOMES – RA 212973

Quanto as festas de aniversário dos menores, os genitores cuidarão para que


cada um faça a festa que lhe aprouver para a criança. Nas festas de final de ano os pais
também terão seu direito de permanência com os filhos de forma alternada, sendo o
Natal deste ano com a genitora e o Ano Novo com o genitor e, assim sucessivamente a
cada ano

BENS E SUA PARTILHA

Insta observar que toda a discordância quanto aos termos do divórcio entre as
partes decorre da falta de consenso acerca daquilo que cabe ao requerido, ou seja,
50% (cinquenta por cento) do patrimônio pertencente ao casal, e não mais que isso,
nos termos do regime matrimonial a que estão submetidos, podendo ser dividos da
seguinte forma:

Um imóvel que é a residência do casal, situado Rua Pedro Sampaio Santos, 222,
Centro, CEP 16078-275, na cidade e Comarca de Araçatuba/SP. O imóvel está avaliado em R$
400.000,00, ficando com a Requerente.

Um apartamento, localizado na residente na Avenida Central, 478, apartamento 1007,


Centro, CEP 16012-345, na cidade e Comarca de Araçatuba/SP. Avaliado em R$ 350.000,00;
ficando com o Requerido.

Um veiculo Hyundai HB20, flex , ano 2019 avaliado R$ 70.000,00, ficando


com a Requerente.

Um Veiculo Toyota Corolla, automatico, flex 2017 avaliado em R$


75.000,00, ficando com o Requerido.

Portanto, em razão disso, não restou alternativa à requerente senão a


propositura do presente divórcio direto litigioso.

DO ANIMAL DE ESTIMAÇÃO

Durante a constância do casamento, as partes, contraíram um animal de


estimação, sem raça definida, que atende pelo nome de Bruce.

As crianças são afeiçoadas ao cachorro Bruce, que já irão sofrer com a


separação, não devem sofrer com ausência do animal de estimação.

O Requerido poderá visitar e com prévio aviso, podendo gozar de sua guarda
em passeio e viagens.
ELAINE CRISTINA HABERMAN GOMES – RA 212973

Ainda, as despesas com o animal quais sejam, ração, vacinas, veterinários e


entre outros.

Embora, o Codigo Civil, ainda, denomine os animais como semovente, e a


ausência de normas que regularizem o compartilhamento da guarda do animal de
estimação. Este direito é tutelado pela decorrência da relação afetiva desenvolvida,
roga-se pela homologação com fulcro no artigo 4º da Lei nº657/42, que prevê, no caso
de omissão da lei, a decisão consonante com a analogia, os costumes e princípios
gerais do direito.
 
Aliás, é reiterada pela jurisprudência em RESP 673.214 acerca da relevância
do vínculo afetivo entre os donos e o animal, não podendo este ser minimizado em
decorrência do distanciamento do casal.
 
Ademais, se faz necessário esclarecer, que desde a separação de corpos, a parte
Requerente, permanece com a guarda e o auxílio nos gastos mensais do Bruce.

Vejamos a jurisprudência:

Agravo de instrumento. Ação de divórcio litigioso com partilha de bens e


alugueis por uso exclusivo de bem comum cumulada com pedidos de guarda,
regulamentação de visitas e fixação de alimentos proposta por cônjuge
mulher e genitora, em prol de filhas, em face de cônjuge homem e genitor,
além de pleito de tutoria de cachorro e partilha de suas despesas. Em decisão
parcial de mérito, decretado o divórcio e, quanto aos demais pedidos,
determinado o prosseguimento da ação e designada audiência de tentativa de
conciliação, concedidas tutelas provisórias de urgência sobre os temas de (i)
guarda provisória das menores (unilateral em favor da genitora), (ii)
alimentos provisórios, (iii) direito de visitas do genitor. Inconformismo do
réu. Não provimento na extensão conhecida. 1. Rejeitado pedido de anulação
da decisão agravada. Inexiste interesse recursal no que diz respeito ao
argumento de cerceamento de defesa. Juízo de primeiro grau determinou, em
decisão posterior, a produção de provas sobre os temas pendentes de sentença
definitiva. Ausência de prolação de sentença parcial de mérito sobre guarda,
visitas, alimentos. 2. Quanto aos pedidos de reexame das tutelas provisórias
de urgência concedidas nos temas, rejeitado o pleito recursal. 2.1. Houve
acordo em audiência conciliatória, em janeiro de 2022, no tema das visitas.
2.2. Quanto à guarda, o exercício da guarda de fato pela genitora em tempos
recentes legitima a sua continuidade, até que resolvido, sob o crivo técnico,
se a guarda alternada é adequada para a manutenção da rotina das menores.
2.3. Relativamente aos alimentos, não foi apresentada assunção de despesa
extraordinária essencial que inviabilize ou diminua a capacidade financeira
até o momento apurada do genitor-alimentante. Conservados os alimentos
provisórios no patamar ditado pelo juízo de primeiro grau. 3. Recurso do réu
desprovido na extensão conhecida.
ELAINE CRISTINA HABERMAN GOMES – RA 212973

(TJ-SP - AI: 22897592520218260000 SP 2289759-25.2021.8.26.0000,


Relator: Piva Rodrigues, Data de Julgamento: 11/03/2022, 9ª Câmara de
Direito Privado, Data de Publicação: 11/03/2022)

AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1638383 - SP


(2019/0371340-4) RELATOR : MINISTRO MARCO AURÉLIO
BELLIZZE AGRAVANTE : O E C DA S ADVOGADO : GUSTAVO
LIMA DA SILVEIRA - SP361670 AGRAVADO : J N G
ADVOGADO : FRANCISCO LEONARDO BARRETO DE SOUZA
- SP158840 EMENTA AGRAVO EM REC URSO ESPECIAL.
DIVÓRCIO . PARTILHA DE BENS. ALIMENTOS. GUARDA DE
ANIMAL. ARTS. 489 E 1.022 DO CPC/2015. AUSÊNCIA DE
VIOLAÇÃO. SUFICIENTE FUNDAMENTAÇÃO. SIMPLES
MENÇÃO DE DISPOSITIVOS LEGAIS VIOLADOS. SÚMULA
284/STF. OPOSIÇÃO DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO,
CONSIDERADOS PROTELATÓRIOS PELO TRIBUNAL DE
ORIGEM. REEXAME DE PROVAS. IMPOSSIBILIDADE.
SÚMULA N. 7/STJ. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL NÃO
DEMONSTRADO. FALTA DE COTEJO ANALÍTICO. AGRAVO
PARCIALMENTE CONHECIDO PARA, NESSA EXTENSÃO,
NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO ESPECIAL. DECISÃO
Trata-se de agravo interposto contra decisão que não admitiu o recurso
especial apresentado por O. E. C. da S., com base no art. 105, III, a e
c, da Constituição Federal, desafiando acórdão assim ementado (e-
STJ, fl. 50): Divórcio c.c. partilha de bens. Decisão parcial de mérito.
Preliminar de falta de fundamentação afastada.Alimentos.
Considerações sobre o dever de pagar alimentos ao ex-cônjuge que,
em decorrência da igualdade entre homens e mulheres, só persistirá
quando o alimentando for incapaz de prover seu próprio sustento.
Agravante com 41 anos de idade, em plenas condições para trabalhar,
tanto que já o faz como motorista do aplicativo Uber. Guarda de
animal. Agravante que pede alimentos para si e não demonstra
capacidade financeira, neste momento, para arcar com as despesas do
cachorro de estimação que pertencia ao casal.Reconvenção. Custas
que devem ser recolhidas pelo reconvinte, sob pena de não
conhecimento, dada sua natureza de ação.Embargos declaratórios.
Contradição e omissão inexistentes. A pretensão de que se redecida o
que se decidiu não é própria de embargos declaratórios. Embargos
manifestamente protelatórios. Aplicação de multa de 2% sobre o valor
atualizado da causa que era mesmo de rigor e que não comporta
redução. Art. 1.026, § 2º, do CPC. Agravo de instrumento improvido,
prejudicado o agravo interno Na origem, versam os autos sobre agravo
de instrumento interposto por O. E. C. da S. contra a sentença que, nos
autos da ação de divórcio litigioso e partilha de bens, julgou
parcialmente o mérito e procedente em parte a ação, decretando o
divórcio do casal e julgando improcedentes os pedidos de alimentos e
de guarda do animal. Nas razões do recurso especial, o recorrente
alegou, além de divergência jurisprudencial, a violação aos arts. 343,
489, § 1º, IV, 1.022, I, II e III, e 1.026, § 2º, do Códig o de Processo
Civil de 2015. Sustentou, preliminarmente, negativa de prestação
ELAINE CRISTINA HABERMAN GOMES – RA 212973

jurisdicional e ausência de enfrentamento de questões e argumentos


essenciais suscitados nos embargos de declaração, em relação à
necessidade de apreciação dos pedidos contrapostos feitos na
contestação. Alegou que permanece as contradições a respeito dos
alimentos e da guarda do animal de estimação; omissões no que tange
à fundamentação do indeferimento da oitiva das partes e testemunhas
e quanto à análise dos pedidos contrapostos formulados; além de erro
material relativo ao imóvel sub-rogado pelo bem do ex-casal. Postulou
a revogação da multa imposta com base no art. 1.026, § 2º, do CPC,
afirmando que os embargos de declaração opostos contra a decisão
agravada não possuíam caráter protelatório. O Tribunal de origem
deixou de admitir o recurso especial às fls. 216-218 (e-STJ), tendo
sido interposto agravo em recurso especial às fls. 221-243 (e-STJ).
Parecer do Ministério Público Federal às fls. 265-268 (e-STJ).
Brevemente relatado, decido. De início, é importante salientar que o
presente recurso foi interposto contra decisão publicada já na vigência
do Novo Código de Processo Civil, de maneira que é aplicável ao caso
o Enunciad o Administrativo n. 3 do Plenário do STJ, segundo o qual:
"aos recursos interpostos com fundamento no CPC/2015 (relativos a
decisões publicadas a partir de 18 de março de 2016) serão exigidos os
requisitos de admissibilidade recursal na forma do novo CPC". No que
concerne à alegada ofensa ao art. 1.022 do CPC/2015, a irresignação
não se sustenta, uma vez qu e o Tribunal de origem examinou, de
forma fundamentada, todas as questões submetidas à apreciação
judicial na medida necessária para o deslinde da controvérsia, ainda
que tenha decidido em sentido contrário à pretensão do recorrente. A
jurisprudência desta Casa é pacífica ao proclamar que, se os
fundamentos adotados bastam para justificar o concluído na decisão ?
situação facilmente constatável in casu ?, o julgador não está obrigado
a rebater, um a um, os argumentos suscitados pela parte em embargos
declaratórios, cuja rejeição, não implica contrariedade ao art. 535, I e
II, do CPC/1973 (equivalente ao art. 1.022, I e II, do CPC/2015).
Portanto, embora os embargos de declaração tenham sido rejeitados, a
Corte estadual examinou, motivadamente, todas as questões
pertinentes, assim, não há falar em negativa de prestação jurisdicional,
tendo o acórdão julgado a causa sob a ótica do direito que entendeu
pertinente à hipótese. Nesse contexto, esta Corte já se manifestou no
sentido de que "não há que se confundir decisão contrária aos
interesses da parte e negativa de prestação jurisdicional, nem
fundamentação sucinta com ausência de fundamentação" (EDcl no
AgRg nos EREsp 1.213.226/SC, Relator o Ministro Raul Araújo,
Corte Especial, julgado em 24/10/2016, DJe 22/11/2016). De fato, não
há omissão, consoante se observa do seguinte trecho do acórdão
recorrido (e-STJ, fls. 51- 53): Inicialmente cumpre ressaltar que a
preliminar de falta de fundamentação se confunde com o mérito e será
adiante analisada. O recurso não merece provimento, prejudicado o
agravo interno. A preliminar de nulidade por falta de fundamentação
se confunde com o mérito, isso porque não se verifica que o digno
magistrado deixou de enfrentar qualquer dos pontos que eram
necessários para a resolução das questões que já estavam em condição
ELAINE CRISTINA HABERMAN GOMES – RA 212973

de julgamento, quais sejam, a decretação de divórcio, os alimentos e a


guarda do animal. Dos alimentos Não há dissenso de que os alimentos
para ex- cônjuge, além da correta verificação do binômio necessidade-
possibilidade, dependem da prova da probabilidade do direito
relacionada à efetiva necessidade decorrente de algum impedimento
excepcional para o trabalho e impossibilidade de prover o próprio
sustento. O fato de ter trabalhado na empresa da agravada durante a
constância do matrimônio e mesmo de constar como dependente na
declaração de Imposto de Renda da ex-esposa, durante a vida
conjugal, não induz a incapacidade para trabalhar do agravante, tanto
que este relata estar trabalhando atualmente como motorista do
aplicativo Uber, ou seja, é plenamente capaz de prover seu sustento,
mesmo trabalhando em área diversa da sua especialidade. Como bem
pontuado pelo digno magistrado: "O réu conta com 41 anos de idade,
não é portador de qualquer patologia, já trabalhou como bancário
como se infere de sua qualificação indicada na inicial. Portanto,
inexiste incapacidade para o exercício de atividade remunerada. Frisa-
se que os alimentos são destinados a proporcionar meios para que o
alimentando promova a sua subsistência. Não se pode confundir o
instituo dos alimentos como instrumento para estimular a ociosidade.
No caso dos autos, a idade, a qualificação profissional do réu é
suficiente para afastar qualquer obstáculo para o exercício de atividade
que possa garantir o seu sustento." A fundamentação da r. decisão
agravada foi mais do que suficiente para afastar a pretensão de
alimentos, verificando-se que, além da insurgência ao quanto
decidido, a resistência em readequar o modo de vida aos seus ganhos
atuais que são diferentes de quando era casado. Na verdade, vê-se que
contraditórias são as alegações do agravante. Insiste que houve
omissão quanto aos seus problemas psicológicos, mas se existem não
são incapacitantes para o trabalho uma vez que trabalha atualmente
transportando pessoas e se entende apto a exercer a guarda do animal
de estimação que pertencia ao casal. Da guarda do animal. Aqui mais
uma vez vale colacionar a ponderação feita na decisão agravada:
"Relativamente à guarda do animal, o pedido do réu surpreende. Com
efeito, pede alimentos, pois alega não ter condição de prover o próprio
sustento e mesmo assim pleiteia a guarda de um animal de estimação
cujo tratamento é extremamente dispendioso. Dessa forma, não há
como atender o pedido do réu." Está claro que, ainda que se possa
criar um cachorro de maneira mais econômica, valendo-se de clínicas
veterinárias públicas e ONGs, o custo com um animal de estimação
não se ajusta a quem está readequando o próprio padrão de vida frente
aos novos rendimentos. Infere-se, assim, que o Tribunal de origem
realizou minuciosa análise dos elementos de fato coligidos aos autos.
Dessa forma, não se verifica, na espécie, a propalada negativa de
prestação jurisdicional, tendo sido satisfatoriamente resolvidas as
questões deduzidas na demanda, sem incorrer nos vícios de
obscuridade, contradição, omissão ou erro material com relação a
ponto controvertido relevante, cujo exame pudesse levar a um
diferente resultado na prestação da tutela jurisdicional. No tocante à
alegação de ofensa ao art. 343 do CPC/2015, constata-se que a simples
ELAINE CRISTINA HABERMAN GOMES – RA 212973

referência ao dispositivo legal, desacompanhada da necessária


argumentação que sustente a alegada ofensa à lei federal, não é
suficiente para o conhecimento do recurso especial. Incide, no ponto,
o disposto na Súmula 284/STF. Relativamente à multa prevista no
1.026, § 2º, do Código de Processo Civil de 2015, o Tribunal de
origem ratificou sua incidência considerando os seguintes aspectos (e-
STJ, fls. 53-54): Da adequação da aplicação da multa prevista no
artigo 1.026, § 2º, do CPC Isso porque os embargos declaratórios
manejados às fls. 670/675 dos autos originários são manifestamente
protelatórios, pois é patente a ausência das omissões e contradições
apontadas pelo agravante na decisão de fls. 659/660 que decidiu
parcialmente o mérito da ação. Na verdade, o que se viu foi
contrariedade ao quanto decidido e pretensão de que o juízo
reapreciasse a matéria o que não pode ser obtido por meio dos
embargos de declaração. O agravante só fez atrasar o andamento
processual da ação de maneira desnecessária, razão pela qual era
mesmo imperiosa aplicação da penalidade prevista no § 2º, do artigo
1.026, sendo adequada a aplicação da multa no valor de 2% sobre o
valor da causa, que não comporta redução dado seu caráter também
educativo. Quanto às ponderações sobre os bens a serem partilhados
ainda não pode o Tribunal se manifestar para não incorrer em
supressão de instância, uma vez que o feito ainda está pendente de ser
sentenciado sobre este ponto. Não obstante o art. 1025 do CPC
considere incluídos no acórdão os elementos que o embargante
suscitou, para fins de prequestionamento, existem precedentes dos
Colendos Tribunais Superiores no sentido da necessidade de que seja
explícito em relação aos dispositivos legais ou constitucionais
supostamente violados. Deste modo, para evitar embargos de
declaração apenas para esse fim, por falta de sua expressa menção no
acórdão, ainda que implicitamente examinados, a turma julgadora
considera prequestionados todos os dispositivos legais e
constitucionais mencionados pelas partes. Desse modo, rever a
conclusão do acórdão recorrido, que reconheceu o manifesto propósito
protelatório dos aclaratórios, demandaria o reexame do conjunto
fático-probatório dos autos, providência inviável em âmbito de recurso
especial, nos termos da Súmula 7/STJ. Por fim, não se revela
cognoscível a irresignação deduzida mediante a alínea c do permissivo
constitucional, porquanto o recorrente não demonstrou a divergência
nos moldes exigidos pelos arts. 1.029, § 1º, do CPC/2015 e 255, §§ 1º
e 2º, do RISTJ. É assente nesta Corte Superior que a mera transcrição
de ementas e trechos do voto, sem a realização do necessário cotejo
analítico entre os arestos confrontados, mostra-se insuficiente para
comprovar a divergência jurisprudencial ensejadora da abertura da via
especial com esteio na alínea c do permissivo constitucional. Ante o
exposto, conheço em parte do agravo para, nessa extensão, negar
provimento ao recurso especial. Publique-se. Brasília, 27 de agosto de
2020. MINISTRO MARCO AURÉLIO BELLIZZE, Relator

(STJ - AREsp: 1638383 SP 2019/0371340-4, Relator: Ministro


MARCO AURÉLIO BELLIZZE, Data de Publicação: DJ 28/08/2020)
ELAINE CRISTINA HABERMAN GOMES – RA 212973

NOME

A requerente voltará a usar seu nome de solteira, qual seja SANDRA


GOMES TAVARES, o que requer nos termos do § 2º do art. 1.578 do Código Civil.

DOS PEDIDOS

1- Que sejam concedidos os benefícios da Justiça Gratuita nos termos dos


artigos 98 e 99 do Código de Processo Civil, pois a Requerente não tem
condições de arcar com o pagamento de custas e demais despesas
processuais, sem prejuízo de seu sustento e de sua família;

2- A citação do Requerido por meio de edital, com base no


artigo 256 do CPC;

3- A intimação do representante do Ministério Público para que possa


manifestar sua opinião a respeito dos presentes autos;

4- Que seja deferido o pedido de divórcio litigioso com a dissolução da


sociedade conjugal, expedindo Mandado de Averbação ao Cartório de
Registro Civil competente, constando o nome de solteira da Requerente
SANDRA GOMES TAVARES, para surtir seus efeitos legais.

5- Que seja reconhecida a guarda unilateral dos filhos menores, em favor da


Requerente.

6- .Que seja reconhecida a guarda unilateral do cachorro Bruce , em favor da


Requerente.

7- Que seja decretada a pensão alimentícia de 40% dos valores recebidos


para alimentos do filhos pelo Requerido.

8- Que seja decretada a pensão alimentícia de 10% dos valores recebidos


para alimentos da Requerente.

9- Que seja decretada que o carro Hyundai HB20, flex, ano 2019 avaliado
R$ 70.000,00 ficará com a Requerente e o Veículo Toyota Corolla,
automático, flex 2017 avaliado em R$ 75.000,00, ficara com o Requerido.

10- Do imóvel onde residia o casal, que seja decretada para a Requerente, e o
apartamento que seja decretado para o Requerido.
ELAINE CRISTINA HABERMAN GOMES – RA 212973

11- A condenação do Requerido em pagamento de custas processuais e


honorários advocatícios sucumbenciais.

Por fim, protesta pela produção de todas as provas em direito admitidas,


especialmente a documental em anexo, o depoimento das partes, a oitiva de
testemunhas, bem como a apresentação de novos documentos.

VALOR DA CAUSA

Dá-se à causa o valor de R$ 895.000,00 (oitocentos e noventa e cinco mil


reais) para os efeitos fiscais.

Respeitosamente
P. deferimento;

Araçatuba, 10 de maio de 2022

Elaine C. H. Gomes
OAB/SP 212973

Você também pode gostar