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URGENTE
A referida união cumpriu sua ideia durante alguns anos, contudo, após o aumento não planejado
da prole a família se afundou em dívidas. Não obstante a mencionada crise, no ano de 2020,
ocorreu a pandemia de COVID-19, a qual impediu completamente que as partes trabalhassem,
dificultando ainda mais o sustento já abalado da família.
Tendo isto posto, o requerido preocupado com o futuro de seus herdeiros se utilizou de bebidas
alcóolicas para se distanciar da dura realidade que os cercava. Em pouco tempo as substâncias
lícitas pararam de ser suficientes para o desanuviar de suas angústias, fazendo com que o senhor
Jonatas apelasse para substâncias ilícitas, tornando-se assim não somente alcóolatra como também
dependente químico.
Sabendo de suas preocupações e de suas dependências, a requerente tentou por repetidas vezes
ajudá-lo para que juntos pudessem reestruturar a família, contudo, o requerido mesmo em lapsos
de sobriedade se recusou a aceitar a ajuda, culminando em discussões constantes entre o casal,
criando um clima hostil no lar.
Mesmo após dois anos lidando com essa situação extremamente desagradável onde a mesma sofria
diariamente grave violência psicológica, culpando-a por ter engravidado em momento
inoportuno, porém, mesmo assim a requerente não desistiu do companheiro. Contudo, a situação
mudou no dia 10 de março de 2023 (conforme consta boletim de ocorrência em anexo), quando o
senhor Jonatas agrediu a senhora Júlia, na frente de seus três filhos, importante salientar ainda que
o filho mais novo estava no colo da genitora.
Desde esse fatídico dia, a requerida voltou para a casa da mãe com seus filhos em busca de maior
segurança e meio de poder proporcionar um ambiente mais seguro para os menores.
Ainda que tenha sido feito o boletim de ocorrência e a requerente tenha saído da casa em que
moravam, e avisado inclusive em mídias sociais o fim do relacionamento, o requerido permanece
tentando forçar a volta do relacionamento, invadindo a atual residência da mesma, tentando
invadir a escola de seus filhos e ameaçando inclusive a vida de seus filhos para que a requerente
volte para o relacionamento doentio que já vem se perpetuando há muito mais tempo que o
necessário, causando extremo mal estar e insegurança para a mesma e seus filhos.
Outra medida tomada pela requerente foi recorrer ao CEJUSC de Belo Horizonte para que desse
início a dissolução da união estável o mais rápido possível e qualquer vínculo exceto os
descendentes fosse cortado entre os dois.
Excelência, como em tantas outras situações onde há violência doméstica, o agressor não aceita a
separação e está de todas as formas tentando abalar a sanidade psicológica da ofendida por meio de
ameaças constantes de matar seus filhos. O último episódio remonta a data de 20 de abril de 2023
quando o agressor estava na residência da ofendida pois sabia que era um feriado e as crianças
estavam em casa, implorando para reatarem relacionamento pois ele mataria as crianças ou tiraria
a própria vida na frente de toda a vizinhança. Diante da negativa da requerente, o mesmo
começou a bater no portão da casa com um pé de cabra e proferiu diversos xingamentos
humilhantes para a senhora Júlia, ficando ainda mais nervoso e ameaçando-a agora matá-la. O fato
é que o agressor está fazendo constantes ameaças de morte à ofendida e seus, alegando inclusive,
Diante de tantos episódios de agressões, ameaças, crises e surtos psicóticos que apenas comprovam
a total instabilidade psíquica e emocional do agressor, a ofendida resolveu dar um basta nesta
situação e para tanto se socorre das medidas protetivas de urgência previstas na Lei N.º
11.340/2006.
A ofendida vem tentando restabelecer a sua vida, no entanto, a latente presença do agressor e
suas ameaças expressas de morte, tornam isso impossível, vez que o mesmo se utiliza de todas
as formas para abalar seu equilíbrio psicológico e físico, para alcançar seus objetivos narcisistas
que não aceitam o final do relacionamento.
É inevitável, portanto, a intervenção do Estado no caso concreto para coibir mais atitudes
danosas advindas do agressor contra a ofendida e seus filhos.
Nessa linha, o artigo 19 do mesmo diploma legal, assegura a concessão das medidas protetivas
de urgência a PEDIDO DA OFENDIDA, medidas estas que serão concedidas de imediato,
independentemente de audiência das partes e de manifestação do Ministério Público.
3 – proibição de contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de
comunicação;
6 – Suspensão das visitas aos filhos, pois a presença do agressor já demonstrou ser fato danoso
ao equilíbrio dos menores uma vez que os mesmos já presenciaram as agressões e ameaças
inclusive a própria vida, e as alterações de comportamento do agressor e já apresentam
transtornos emocionais em razão disso;
Reitera por fim, a concessão do benefício da assistência judiciária, de acordo com a Lei n.
1060/50, por ser a ofendida pessoa financeiramente hipossuficiente, privada
momentaneamente de arcar com custas processuais e honorários advocatícios, sob pena de
prejudicar o sustento próprio e o de sua família.
Por derradeiro, vale registrar que, não obstante a ofendida já não apresente qualquer marca
física do mal causado pelo agressor, as marcas mais profundas e difíceis de superar já estão
enraizadas no seu interior e com toda a certeza terão consequências pelo resto de sua vida e
que irão provocar inúmeros danos em relações vindouras.
pede deferimento.