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Defesa Bruna

inquérito
Depreende-se dos autos que na madrugada dia 29 de de , yasmin matou seu filho
Miguel, ministrando quantidade excessiva de remédios ao menor e após colocando-
o em uma mala e desovando no rio tramandaí.
A investigação demonstra que a vítima era submetida pela mãe a intenso sofrimento
físico e mental, antes do homicídio.
Tendo em vista, senhores, que yasmin fez isso com o próprio filho, mal podemos
imaginar os horrores pelos quais Bruna passava neste relacionamento.
Depoimentos relatam que yasmin sempre teve o domínio da relação e que não
deixava que a acusada tomasse decisões, Bruna tentou sair da relação mas era
impedida e agredida pela primeira ré. (Evento 102, Página 34)
Ocorre que desde o início da relação foi submetida a agressões e humilhações,
entrementes todas as vezes que tentou terminar o relacionamento Yasmin a
impedia mediante ameaças de suicídio. Foi, portanto, afastada dos amigos e
familiares em razão de ninguém aprovar a sua relação pela maneira como era
conduzida.
As suas patologias foram usadas por Yasmin para manipulá-la e torná-la
dependente financeira, emocional e psicologicamente, o que veio a cada dia
tornando a suas doenças ainda mais graves.
Passo portanto a explicar as doenças pelas quais Bruna é acometida.
Laudos indicam transtornos gravíssimos como autismo, depressão, bipolaridade,
esquizofrenia com sintomas psicóticos, os quais vem se tornando cada dia mais
graves com a convivência no sistema carcerário, ainda, cabe salientar que a
investigada faz uso diário das medicações Rivotril e Fluoxetina, em decorrência de
tais doenças.
Nesse sentido, podemos observar que no primeiro contato com as autoridades
bruna demonstrou completo abalo emocional e evidências de problemas
psicológicos, repetindo incansavelmente a frase miguel na mala depois no rio.
verifica-se que queria contar ao policiais o que yasmin acabará de fazer, porém
diante de suas limitações mal conseguia formular uma frase.
As limitações citadas tem relação com o fato de Bruna ser autista, pessoas como
ela possuem inteligência média, geralmente não têm dificuldades de aprendizagem,
mas têm dificuldade em interpretar linguagem verbal e não verbal como gestos ou
tom de voz.
Em geral, não conseguem compreender quando as pessoa utiliza uma palavra com
segunda interpretação. As pessoas desse espectro têm dificuldade em “ler” outras
pessoas. Reconhecer ou entender os sentimentos e intenções dos outros.
Expressar suas próprias emoções. Tornando muito difícil para eles a interação no
mundo social.
Desta forma, torna-se evidente que Bruna sentia- se incomodada com o que ocorria
com miguel, contudo, não conseguia se manifestar, em razão das limitações
impostas pelas doenças pelas quais é acometida.
Portanto, o encarceramento puro e simples de alguém pertencente ao espectro
autista pode ter consequências desastrosas, e pior, pode ser injusta, na medida em
que ele poderá não ter a consciência prévia e lógica da natureza do resultado
gerado pelo ato que praticou, neste caso, sequer participou de qualquer conduta
delitiva.
Isolar um autista do segmento da sociedade auto definido como sadio, para juntá-lo
a outro, o dos delinquentes que, supostamente, tiveram a intenção ou assumiram o
risco de cometer crimes, cuja significação conheciam, é um erro irreparável.
Ademais, imperioso informar que sua condição de saúde vem decaindo a cada dia
que passa presa, pois através de documento juntado no evento 186, contatou-se
que a paciente Bruna realizou em 80 dias 03 tentativas de suicídio, o que significa
que as tentativas vêm aumentando diariamente e que o maior bem tutelado pelo
Estado vem correndo riscos.
Menciona-se que a paciente é primária e possuidora de bons antecedentes,bem
como que trata de figura secundária nos fatos narrados pela acusação, visto que
inexiste confissão com relação a Bruna ou qualquer outra prova que a incrimine.
Sabe-se senhores, que a genitora não queria a presença da criança, queria entregar
a vó, deu remédios, trancava no poço de luz, colocou o garoto na mala, levou,
desovou, tudo foi feito por yasmin , quem deveria cuidar e zelar pela vida de miguel.
Tinha desgosto pelo filho pois se parecia com o pai, que alega te-la estuprado e
nunca registrou o menino, assevera que fez tudo sozinha, matou, carregou e
desovou o corpo de miguel, sozinha.
Diante disso, prezados, devemos hoje fazer justiça pelas vítimas dessa barbárie,
Yasmin deve ser condenada pelas atrocidades que cometeu, Miguel teve sua vida
ceifada, não permitam que mais um inocente tenha sua vida destruída hoje.
Encerro, e suplico a cada um que faça a justiça acontecer hoje, que diante de todos
os fatos expostos, considerem Bruna inocente, votando pela absolvição.

ENCERRAMENTO QUESITOS
art. 483 do CPP Os quesitos serão formulados na seguinte ordem, indagando sobre:
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

I – a materialidade do fato; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)


II – a autoria ou participação; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
III – se o acusado deve ser absolvido; (Incluído pela Lei nº 11.689, de
2008)
IV – se existe causa de diminuição de pena alegada pela defesa;
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
V – se existe circunstância qualificadora ou causa de aumento de pena
reconhecidas na pronúncia ou em decisões posteriores que julgaram admissível a
acusação. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
§ 1o A resposta negativa, de mais de 3 (três) jurados, a qualquer dos quesitos
referidos nos incisos I e II do caput deste artigo encerra a votação e implica a
absolvição do acusado. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
§ 2o Respondidos afirmativamente por mais de 3 (três) jurados os quesitos
relativos aos incisos I e II do caput deste artigo será formulado quesito com a
seguinte redação: (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
O jurado absolve o acusado?
§ 3o Decidindo os jurados pela condenação, o julgamento prossegue, devendo
ser formulados quesitos sobre: (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
I – causa de diminuição de pena alegada pela defesa; (Incluído pela Lei
nº 11.689, de 2008)
II – circunstância qualificadora ou causa de aumento de pena, reconhecidas na
pronúncia ou em decisões posteriores que julgaram admissível a acusação.
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
§ 4o Sustentada a desclassificação da infração para outra de competência do
juiz singular, será formulado quesito a respeito, para ser respondido após o 2 o
(segundo) ou 3o (terceiro) quesito, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº
11.689, de 2008)
§ 5o Sustentada a tese de ocorrência do crime na sua forma tentada ou
havendo divergência sobre a tipificação do delito, sendo este da competência do
Tribunal do Júri, o juiz formulará quesito acerca destas questões, para ser
respondido após o segundo quesito. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
§ 6o Havendo mais de um crime ou mais de um acusado, os quesitos serão
formulados em séries distintas.

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