Você está na página 1de 2

Autos nº 5261274-15.2022.8.13.

0024

Requerente: MARIA ISABEL ALVES


Requerido: HAMILTON RODRIGUES LEMOS

Vistos etc.

Trata-se de requerimento de medidas protetivas de urgência, previstas na Lei n.


11.340/06, solicitadas pela requerente em desfavor do requerido, em que noticia ela ter sido
vítima de violência doméstica e familiar, e solicita a concessão das medidas de proteção.

É o relatório. Decido.

A Lei 11.340/2006, conhecida como "Lei Maria da Penha", visa coibir e prevenir a
violência doméstica e familiar contra a mulher. Conforme se dispõe no art. 5º desse diploma
legal, configura violência doméstica qualquer ação ou omissão baseada no gênero que
cause à mulher morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e, ainda, dano moral
ou patrimonial.

A situação dos autos é clara no sentido de demonstrar a necessidade da medida


protetiva, pois os elementos de prova indicam que a vítima está em situação de risco. As
declarações da requerente são corroboradas pelo boletim de ocorrência e pelos
antecedentes dos fatos.

Para o acolhimento das medidas protetivas, bastam indícios acerca do risco à


integridade física e psíquica da mulher, como se tem no presente caso.

Dentre as medidas requeridas pela vítima, nos termos do artigo 19, §1º, da Lei
11.340/06, em caráter de urgência, reputo conveniente aplicar a HAMILTON RODRIGUES
LEMOS :

a) afastamento do lar

b) proibição de aproximação da ofendida a menos de 200 (duzentos) metros;

c) proibição de qualquer tipo de contato com a requerente, por qualquer meio de


comunicação, especialmente celular, mensagens ou redes sociais, salvo por meio de
advogado ou defensor, bem como de divulgar qualquer espécie de foto ou vídeo íntimo que
porventura possua em seu poder;

Determino o comparecimento do requerido ao CEAPA (Central de Apoio às penas


Alternativas), situada na Rua Espírito Santo, nº 466, 10º andar, Bairro: Centro, Belho
Horizonte/MG, no prazo de 05 (cinco) dias, a fim de ser encaminhado ao Instituto Albam.

Registro que as restrições de contato e aproximação são recíprocas, devendo ser


observadas também pela requerente.

Advirto o agressor que a não observância destas medidas poderá ensejar a


decretação de sua prisão preventiva, com o consequente recolhimento à prisão, conforme
autoriza a Lei n. 11.340/2006. O descumprimento da decisão judicial que defere medidas
protetivas de urgência é crime previsto no artigo 24-A, da Lei 11.340/06, cuja pena é de
detenção de 3 (três) meses a 2 (dois) anos.

Oficie-se ao CEAPA (Central de Apoio às Penas Alternativas), informando-lhe


sobre o presente encaminhamento, e solicitando que este juízo seja informado sobre o
cumprimento da medida protetiva imposta.

Intime-se a requerente sobre a concessão das medidas, pelo meio mais célere,
inclusive, pelo aplicativo Whatsapp.

Intime-se pessoalmente e com urgência o requerido, valendo a presente decisão


como mandado/carta precatória.

Apensem-se aos demais expedientes apartados, relativos às mesmas partes, ativos


e pendentes de decisão de mérito, se houver.

Intime-se o Ministério Público.

Cumpra-se.

Belo Horizonte, data da assinatura eletrônica.

BARBARA HELIODORA Assinado de forma digital por


QUARESMA BOMFIM BARBARA HELIODORA QUARESMA
BOMFIM BICALHO:03577280689
BICALHO:03577280689 Dados: 2022.12.02 20:22:49 -03'00'
Bárbara Heliodora Quaresma Bomfim
Juíza de Direito

Você também pode gostar