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03/06/2023
Número: 7027470-89.2023.8.22.0001
Classe: MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA (LEI MARIA DA PENHA) - CRIMINAL
Órgão julgador: Porto Velho - 1º Juizado da Violência Doméstica
Última distribuição : 03/05/2023
Assuntos: Contra a Mulher
Juízo 100% Digital? NÃO
Segredo de justiça? SIM
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
MICHAELA SANTOS COSTA (REQUERENTE)
Ministério Público do Estado de Rondônia (REQUERENTE)
YGOR YAN CASTILLO DE AGUIAR (REQUERIDO)
PCRO - Porto Velho - Delegacia Especializada no
Atendimento à Mulher - DEAM (AUTORIDADE POLICIAL)
Polícia Militar - PMRO - NUPEVID - Núcleo de Prevenção e
Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar contra a
Mulher (AUTORIDADE POLICIAL)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
90243 03/05/2023 13:41 DECISÃO DECISÃO
197
1º Juízo do Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher da Comarca de Porto Velho/RO
Avenida Pinheiro Machado, n.º 777, Bairro: Olaria, CEP 76801-235, Porto Velho/RO (Seg à sex - 07h às 14h), 69 3309-7107,
e-mail: juizadomulher@tjro.jus.br
Processo:7027470-89.2023.8.22.0001
REQUERIDO: G. M. N.
DECISÃO
Narrou que que está com crises de ansiedade e que toma a medicação
clonazepan, não conseguindo cuidar direito da filha, de apenas 5 (cinco) meses,
por causa da medicação.
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Assinado eletronicamente por: KEILA ALESSANDRA ROEDER ROCHA DE ALMEIDA - 03/05/2023 13:36:20 Num. 90243197 - Pág. 1
https://pjepg.tjro.jus.br:443/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23050313413600000000086634871
Número do documento: 23050313413600000000086634871
Declarou estar desesperada, sem saber o que fazer, sem condições de cuidar da
filha e que chegou a pensar que morrer vai solucionar tudo, que está
desempregada, sem carro e com o aluguel atrasado.
Ressaltou que a preocupação dela é com a situação da filha, que quer entregá-la
ao pai para que ele cuide da criança e que já havia solicitado auxílio de sua
cunhada para que ficasse com a criança.
[...]
Receosa por sua integridade física e psicológica pede, nos termos da Lei n. 11.340/2006, a proibição de se
aproximar, de manter contato e de frequentar determinados locais.
É o relatório. Decido.
Trata-se de caso típico de violência doméstica, noticiando os autos violência psicológica praticada, em
tese, pelo requerido contra a requerente.
A Lei Federal n. 11.340/2006 prevê, dentre outras, a possibilidade de medida protetiva consistente na
proibição de se aproximar da vítima, familiares e testemunhas em certo limite de distância e proibição de
contato com esses por qualquer meio de comunicação (art. 22, inciso III, alíneas "a" e "b").
Trata-se de caso que permite tal deferimento, o desequilíbrio emocional do requerido é patente, ante os
relatos constantes nas declarações.
Deve-se evitar, portanto, que haja a possibilidade de reiteração de conduta, ou que algo mais grave possa
acontecer, sendo indispensável atuação imediata do Estado para impedir.
Desta forma, acolhendo o pedido da vítima e requerente, defiro, pelo prazo de 6 (seis) meses as seguintes
medidas protetivas de urgência:
Tudo isso sob pena de possível decretação de sua prisão preventiva, no caso de descumprimento dessas
medidas.
Fica ciente o requerido, ainda, que o descumprimento de medida protetiva de urgência caracteriza o crime
previsto no art. 24-A da Lei 11.340/2006 (redação dada pela Lei Federal n. 13.641/2018), que inclusive veda
a aplicação de fiança pela autoridade policial na hipótese de flagrante.
Ressalte-se que eventual dissolução da união (separação) com partilha de bens, discussões acerca
de seus direitos como companheiros, deverão ser analisadas por uma das varas de família da capital,
devendo a vítima ser representada por advogado ou pela Defensoria Pública.
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Assinado eletronicamente por: KEILA ALESSANDRA ROEDER ROCHA DE ALMEIDA - 03/05/2023 13:36:20 Num. 90243197 - Pág. 2
https://pjepg.tjro.jus.br:443/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23050313413600000000086634871
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A presente decisão não restringe qualquer direito do requerido e da requerente com relação ao direito
de visitas aos filhos menores.
As partes deverão eleger um membro da família ou amigo íntimo para fazer a mediação quanto à
visitação dos filhos durante a vigência das medidas, de modo que não haja contato entre requerido e
requerente, até que se resolva a questão da guarda, alimentos e direito de visitas em definitivo, perante o
juízo competente (vara de família).
Sirva-se a presente como mandado de intimação das partes, bem como para efetivo cumprimento das
medidas acima concedidas, fazendo-se acompanhar de apoio policial, se for necessário.
Ao Sr. oficial de justiça, ao intimar a requerente, solicitar/certificar junto a ela possível endereço e contato
atualizado do requerido para, em seguida, proceder sua intimação pessoal. E ainda, certificar o contato
das partes atualizado, possibilitando intimações virtuais futuras.
Caso o requerido tente, de todas as formas, ocultar-se para ser intimado pessoalmente, autorizo, desde já, o
Sr.(a) Oficial(a) de Justiça a proceder a intimação por hora certa, consoante disposição prevista no
ENUNCIADO 42 do FONAVID e previsão legal no artigo 362 do CPP e art. 227 do CPC.
Não sendo as partes localizadas, após diligências pelo Oficial de Justiça, e considerando-se o art. 3º
da Resolução n. 346/2020 do CNJ, determino ao cartório a intimação das partes do teor desta decisão
por meio de WhatsApp, contato telefônico, e-mail ou qualquer outro meio de comunicação,
certificando-se nos autos.
Havendo manifestação expressa da vítima para que não mais sejam cumpridas as medidas deferidas,
deverá o(a) Sr.(a) Oficial(a) de Justiça certificar no mandado, tornando os autos conclusos para análise
de imediato.
Fica a vítima ciente da necessidade e importância de manter atualizado o seu endereço, bem como
fornecer dados suficientes para localização do requerido, sob pena de ineficiência das presentes medidas
protetivas de urgência, o que poderá acarretar em sua extinção. Poderá entrar em contato com o Juizado
de Violência Doméstica por meio dos seguintes telefones: 3309-7105, 3309-7106 ou 3309-7107.
Em caso de descumprimento das medidas, a vítima poderá solicitar ajuda/auxílio perante os canais
de acesso a seguir:
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Assinado eletronicamente por: KEILA ALESSANDRA ROEDER ROCHA DE ALMEIDA - 03/05/2023 13:36:20 Num. 90243197 - Pág. 3
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Número do documento: 23050313413600000000086634871
Defensoria Pública Estadual - Núcleo Maria da Penha: 69 99204-4715 ou por
e-mail: nudem@defensoria.ro.def.br.
Finalizado o prazo de validade das medidas protetivas, a vítima poderá, caso haja persistência nas
agressões ou em seu receio de que essas voltem a ocorrer, requerer a prorrogação das medidas
protetivas ora concedidas, já que válidas por 06 (seis) meses.
O pedido de prorrogação deverá ser feito por intermédio de advogado particular ou por meio dos
mesmos canais acima citados, 10 (dez) dias antes de finalizar o prazo de validade.
Decorrido o prazo sem manifestação da requerente quanto a prorrogação das medidas, as medidas
protetivas serão extintas.
Ciência à DPE-NUDEM.
Tanto vítima quanto o requerido deverão ler atentamente a presente decisão e, em caso de dúvida,
poderão entrar em contato com as instituições citadas anteriormente, por meio dos telefones fornecidos.
Ao cartório, corrigir o nome do requerido no PJE, uma vez que consta pessoa diversa àquela constante na
petição do MP.
Juíza de Direito
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Assinado eletronicamente por: KEILA ALESSANDRA ROEDER ROCHA DE ALMEIDA - 03/05/2023 13:36:20 Num. 90243197 - Pág. 4
https://pjepg.tjro.jus.br:443/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23050313413600000000086634871
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