18 DOE N° 2522
2014
Polícia Civil
ORDEM DE SERVIÇO Nº 011/DPTC/PC/RO
Porto Velho, 01 de agosto de 2014.
O DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE POLÍ-
CIA TÉCNICA E CIENTÍFICA, no uso das atribui-
ções que lhe são conferidas por lei.
CONSIDERANDO a obrigatoriedade do pro-
cedimento de cadeia de custodia no âmbito da
Secretaria de Estado da Segurança, Defesa e Ci-
dadania;
CONSIDERANDO a necessidade de padroni-
zar os procedimentos Periciais no âmbito do De-
partamento de Policia Técnica e Cientifica da Poli-
cia Civil do Estado de Rondônia;
CONSIDERANDO a Lei Complementar estadu-
al nº733, de 10 de outubro de 2013, mais precisa-
mente em seu artigo 23 que exige que todo dirigen-
te de órgão ou entidade da Administração Estadual,
qualquer que seja a natureza, categoria ou nível
hierárquico do seu cargo, obriga-se ao cumprimento
dos deveres de probidade e de eficiência;
CONSIDERANDO a busca, fixação e coleta dos
vestígios são procedimentos de cadeia de custódia
da prova pericial e como os demais procedimentos
confere a prova pericial resultante de suas análises,
credibilidade e robustez suficiente para propiciar sua
admissão e permanência no elenco probatório;
CONSIDERANDO que o art. 159 do CPP exi-
ge que o exame de corpo de delito e outras períci-
as sejam realizados por perito oficial;
CONSIDERANDO que a natureza dos vestí-
gios no que diz respeito a sua localização são
extrínsecos ou intrínsecos, e, sob essa ótica se
estabelece a atribuição para busca, fixação e
coleta de vestígios e direcionamento de requisi-
ções de exames por parte da Autoridade Policial e
outras Autoridades competentes;
CONSIDERANDO a Portaria nº 001/2012, de
13 de setembro de 2012, publicado no DOE nº
2660, de 17/09/2012, que institui a obrigatoriedade
de coleta de material biológico de cadáveres víti-
mas de homic ídio, c om a f inalidade de
armazenamento de amostra referência par exa-
me de DNA, visando eficiência, eficácia, efetividade
e qualidade da prova pericial,
CONSIDERANDO a Lei 12.030/2009, de 17 de
setembro, com vigência em 16/12/2009, que esta-
belece a autonomia funcional, técnica e científica
a perícia oficial cuja premissa imprime a pressu-
posição de que para ser eficiente deve ser
exercida em um ambiente que assegure a impar-
cialidade, estimule a ética e a produtividade.
R E S O L V E:
Estabelecer a atribuição para a busca, fixa-
ção e coleta de vestígios extrínsecos e intrínse-
cos no âmbito da circunscrição do Departamento
de Polícia Técnica e Científica da Polícia Civil do
estado de Rondônia, conforme anexo Único da
presente Ordem de Serviço.
ANEXO ÚNICO
DA ATRIBUIÇAO PARA EXECUÇÃO DOS
PROCEDIMENTOS DE BUSCA, FIXAÇÃO E CO-
LETA DE VESTÍGIOS EM GERAL.
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º - Ficam estabelecidas as diretrizes
desta Ordem de Serviço, as atribuições para a
busca, fixação e coleta de vestígios extrínsecos
e intrínsecos.
Art. 2º - Cada Divisão subordinada ao Depar-
tamento de Polícia Técnica e Científica será res-
ponsável pela aquisição dos utensílios necessári-
os para a execução da busca, fixação e coleta
de vestígios extrínsecos e intrínsecos.
Art. 3º - A busca, fixação e coleta de vestígio
extrínseco é de atribuição do perito criminal e a bus-
ca, fixação e coleta de vestígio intrínseco é de atri-
buição do médico legista e/ou do odontólogo legal.
Art. 4º - A qualidade da prova depende que
todos os procedimentos sejam executados com
rigor técnico e científico: busca, fixação e princi-
palmente a coleta de vestígio, independente de
ser intrínseco ou extrínseco.
Art. 5º - A busca pela qualidade da prova
pericial é uma exigência constitucional, penal e
processual penal e responsabilidade legal Órgão
de Perícia Oficial.
Art. 9º - Na coleta de vestígios o Perito Oficial
deve seguir as orientações estabelecidas no Manual
de Cadeia de Custódia externa da Divisão de perícia
encarregada pela elaboração dos exames periciais.
DOS VESTÍGIOS EXTRÍNSECOS
Art. 10º - A busca, fixação e coleta de vestí-
gio extrínseco de natureza sólida, líquida e bioló-
gica são de atribuição do Instituto de Criminalística
e dos Peritos Criminais nos locais de crime em que
tenha sido praticadas infrações criminais que te-
nham deixado vestígios, desde que seja possível
e não coloque em risco a integridade dos execu-
tores, em especial nos locais: morte violenta, meio-
ambiente, estabelecimento comercial.
Art. 11 - A busca, fixação e coleta de vestígios
biológicos em veículos destinados a exames de
pré-DNA e DNA quando o veículo estiver na custó-
dia da autoridade policial são de atribuição do Insti-
tuto de DNA Criminal, em casos excepcionais será
também atribuição do Instituto Laboratorial Criminal
para os casos de exames pré-DNA.
Parágrafo único - A busca, fixação e coleta
dos demais materiais biológicos são de atribuição
do Instituto de Criminalística e dos Peritos Crimi-
nais, independente do local do fato.
Art. 12 - A busca, fixação e coleta de vestígi-
os de drogas em veículos destinados a exames
toxicológicos quando o veículo estiver na custó-
dia da autoridade policial são de competência do
Instituto Laboratorial Criminal.
Parágrafo único - A busca, fixação e coleta
de drogas em locais clandestinos são de atribui-
ção do Instituto de Criminalística, independente de
sua localização.
Art.13 - A busca, fixação e coleta de impres-
s ões digitais para a realizaç ão de perícia
papiloscópica são de atribuição de perito criminal
e de seus auxiliares, sempre dirigidos os traba-
lhos por perito criminal.
Parágrafo único – A realização de busca, fi-
xação e coleta de digitais em cadáver são atribui-
ção do datiloscopista policial, devendo após a
Porto Velho, 18.08.
coleta enviar ao Instituto de Identificação Civil e
Criminal para elaboração do auto de confrontação
datiloscópica (Resolução nº 012/2012/CONSUPOL/
PC/RO, DOE nº 1959,19.04.2012).
Art. 14 – A cadeia de custódia externa do
Instituto de Criminalística deve ser elaborada con-
tendo pelo menos as seguintes informações:
I – preservação do local de crime;
II – busca de vestígios;
III – reconhecimento do vestígio;
IV – fixação do vestígio;
V – coleta do vestígio;
VI – acondicionamento do vestígio;
VII – transporte do vestígio;
VIII – entrega do vestígio no Instituto de
Criminalística;
Parágrafo único: Os elementos de provas
oriundos de Unidades Policiais devem ser envia-
dos pela autoridade policial ou por meio de outra
autoridade competente na forma da Lei, segundo
o manual de procedimento estabelecido pelo Insti-
tuto de Criminalística, que deverá conter todo a
orientação da cadeia de custódia externa que
baseará a autoridade quanto ao modo de envio,
visando resguardar a qualidade e história da pro-
va pericial.
Art. 15 - A cadeia de custódia interna do Ins-
tituto de Criminalística deve conter pelo menos
as seguintes informações:
I – recepção e conferência do vestígio;
II – classificação, guarda e/ou distribuição do vestígio;
III – análise pericial propriamente dita;
IV – guarda e devolução do vestígio de prova;
V – envio do vestígio ao Setor ou Divisão encarre-
gado de processá-lo;
VI – guarda e contraprova.
Parágrafo único – A cadeia de custódia inter-
na deve ser desenvolvida tão somente por profis-
sionais lotados no Instituto de Criminalística, sen-
do vedada a participação de profissional ou qual-
quer pessoa que não estejam lotados na Divisão.
DOS VESTÍGIOS INTRÍNSECOS
Art. 16 - A busca, fixação e coleta de vestígio
intrínseco de natureza biológica, sólida e líquida
são de atribuição do Instituto Médico Legal na pes-
soa viva e em cadáver.
Art. 17 – A cadeia de custódia externa do
Instituto Médico legal deve ser conter pelo menos
as seguintes informações:
I – Busca de cadáver em local do fato;
II – Recebimento de pessoa viva oriunda de Unida-
des Policiais encaminhada pela autoridade polici-
al;
 DOE N° 2522
III – Realização de busca, fixação e coleta de
vestígios em pessoa viva hospitalizada e/ ou em
residências, conforme requisição da autoridade
competente.
IV – Realização de exumação
Parágrafo único: Cabe ao Instituto Médico
Legal elaborar manual de procedimentos de ca-
deia de custódia externa cujas diretrizes orienta-
rá
- as autoridades o modo de proceder nas requi-
sições das diversas perícias ali realizadas em
especial quanto ao encaminhamento de pessoa a
ser examinada nas dependências do Instituto e
aquelas que requerem diligencias externas ou
então na busca de cadáver no local do fato, vi-
sando sempre resguardar a qualidade e história
da prova pericial;
Art. 18 - A cadeia de custódia interna do Ins-
tituto Médico Legal deve ser elaborada contendo
pelo menos as seguintes informações:
I – busca, fixação e coleta de vestígios intrín-
secos na pessoa viva e em cadáver;
II – recepção da pessoa viva e/ou cadáver e
encaminhamento para o setor competente no inte-
rior do IML;
III – acondicionamento do vestígio;
IV – classificação, guarda e distribuição de
vestígios;
V – envio de vestígios: sangue, urina, peda-
ço de tecido, vísceras, projéteis e outros de inte-
resse criminal para a Divisão ou Setor encarrega-
do de processá-la;
VI – análise pericial propriamente dita.
Parágrafo único – A cadeia de custódia inter-
na deve ser desenvolvida tão somente por profis-
sionais lotados no Instituto Médico Legal, sendo
vedada a participação de profissional ou qualquer
pessoa que não estejam lotados na Divisão.
Art. 19 – A coleta de amostra biológica extraí-
da de pessoa viva, não vítima, para realização de
exame de DNA é de atribuição do Instituto de DNA
Criminal, inicialmente, sendo a coleta realizada por
esfregaço bucal ou por outros meios descritos
conforme a cadeia de custódia interna da Divisão.
§1º A coleta de amostra biológica extraída em
pessoa viva, vítima para realização de exame de
DNA é de competência do Instituto Médico Legal,
em caso excepcional realizada pelo Instituto de
DNA Criminal.
§2º – A busca, fixação e coleta de vestígio
para exame de DNA no vivo relacionados a crimes
sexuais e em cadáver, sangue para constatação
de álc ool no vivo e em c adáver, urina para
constatação de drogas no vivo e em cadáver e
tecidos para exame histopatológico são de com-
petência do Instituto Médico Legal por se tratar de
vestígios intrínsecos, e faz parte da cadeia de
custódia interna daquela Divisão médica legal,
devendo seguir no modo do parágrafo único do
art. 18 do presente título.
Art. 20 – É obrigatoriedade do Instituto Médi-
co Legal a coleta de material biológico de cadáve-
res vítimas de homicídio, com a finalidade de
armazenamento de amostra referência para exa-
me de DNA para evitar futuras exumações e per-
das de material devido à cremação, conforme dis-
põe a Portaria nº 001, de 13 de setembro de 2012.
§1º Após coleta enviar ao Instituto de DNA
Criminal para custodiar o material de referência
coletada, como institui a referida portaria.
§2º: A exumação deve ser realizada como
exceção e não como regra, sendo que o alto índi-
ce de exumação é um forte indicador negativo da
qualidade da gestão do órgão de perícia.
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 21 – O profissional que realizar a busca,
f ixaç ão e a coleta não deve realizar o
processamento dos vestígios, sendo necessário
encaminhar o vestígio coletado para uma divisão
ou setor encarregado de processá-lo para res-
guardar a imparcialidade do laudo pericial (Reco-
mendação da SENASP/MJ da Resolução 194/99,
art. 3º, art. 274 CPP – Dos Funcionários da Justiça
e art. 275 do CPP – Dos Peritos e Intérpretes).
Art. 22 – A cadeia de custódia interna da pro-
va pericial ocorre nos limites da Divisão e deve
ser realizada exclusivamente por profissionais
lotados na Divisão de perícia oficial.
Art. 23 – A cadeia de custódia externa da
prova pericial tem como finalidade orientar o públi-
co alvo externo na requisição de exame, deven-
do informar todas as necessidades para elabora-
ção da prova pericial com qualidade.
§1º É considerado o público alvo externo as
Divisões requisitantes de exames por Peritos Cri-
minais, Delegacias de Polícia requisitantes de exa-
mes por Delegados de Polícia e outros órgãos que
requisitam exames por meio de suas autoridades
conforme permite a Lei.
§2º - Toda Divisão de Perícia Oficial tem o
dever de elaborar o Manual de Cadeia de Custódia
Externa com a finalidade de orientar o público alvo
externo no envio de requisição com ou sem mate-
rial, visando à elaboração de uma prova pericial
com qualidade.
§3º A Cadeia de C us tódia E xterna é
corresponde ao procedimento a se realizar pelos
agentes públicos que atuam na investigação cri-
minal, diverso dos profissionais de perícia, en-
quanto que a Cadeia de Cus tódia Interna
corresponde ao procedimento realizado pelos pro-
fissionais de perícia em especial aqueles que de-
tem a atribuição de realizar o exame pericial.
Art. 24 – Na busca, fixação e coleta de ves-
tígios o Perito Oficial deve considerar em primeiro
plano a segurança que a prova pericial proporcio-
na e a qualidade do serviço do profissional da
perícia e consequentemente a satisfação às de-
mandas do cidadão.
Art. 25 – A aquisição dos objetos e instru-
mentos necessários ao cumprimento desta por-
taria no que concerne a busca, fixação e coleta
de vestígios extrínsecos e intrínsecos obedecerá
os ditames legais sob a orientação da Gerência
de Administração e Finança da Polícia Civil, cuja
responsabilidade de planejamento e aprimoramen-
to dessas necessidades da Divisão que compete
realizar tais procedimentos.
Porto Velho, 18.08.2014 19
Art. 26 – As lacunas porventura existentes
serão dirimidas perante o Departamento de Polícia
Técnica e Científica, mediante expediente do pro-
fissional de perícia que será fundamentadamente
esclarecido de acordo com as atribuições desse
Departamento.
Art. 27 – Esta ordem de Serviço entra imedia-
tamente.
Art.. 28 – Revogam-se as disposições em
contrário.
Porto Velho – RO 01 de agosto de 2014.
GIRLEI VELOSO MARINHO
Diretor DPTC/PC/RO
PEDRO ROBERTO G. MANCEBO
Delegado- Geral da Polícia Judiciária Civil –RO
De Acordo.
Polícia Militar
PORTARIA N° 0139/CORREGEPOM/2014
Sobresta Processo Administrati-
vo Disciplinar no âmbito da Polícia
Militar do Estado de Rondônia.
O COMANDANTE GERAL DA POLÍCIA MILI-
TAR DO ESTADO DE RONDÔNIA, no uso de suas
atribuições legais, após análise dos Autos do Pro-
c es so Adminis trativo Disc iplinar, RGF n°
13.02.2677, instaurado pela Portaria n° 0168/
CORREGEPOM/2013 de 20 de setembro de 2013,
tendo como acusado o SD PM RE 08315-3
HIRLANDO CARLOS DE SOUZA, considerando as
razões apresentadas pela Comissão Processante.
RESOLVE:
Art. 1° Sobrestar o referido Processo Admi-
nistrativo Disciplinar pelo período de 01 a 31 de
Agosto de 2014.
Art. 2º Determinar à CORREGEPOM, ao Co-
mando do 7° BPM, adoção das providências de-
correntes.
Publique-se, Registre-se e Cumpra-se.
Quartel em Porto Velho-RO, 08 de Agosto de 2014.
FERNANDO LUIZ BRUM PRETTZ – Cel PM
Comandante Geral da PMRO
PORTARIA N° 0140/CORREGEPOM/2014
Substitui Oficial PM para compor a Co-
missão Permanente de Processo Ad-
ministrativo Disciplinar e Conselho de
Disciplina no âmbito da Polícia Militar do
Estado de Rondônia, na área do 2º BPM.
O COMANDANTE GERAL DA POLÍCIA MI-
LITAR DO ESTADO DE RONDÔNIA, usando das
atribuições que lhe confere o art. 10 do Decreto-
lei n° 029, de 1° de novembro de 1982, e em con-
formidade com o Art. 4°, do Decreto-lei n° 034, de
07 de dezembro de 1982.
RESOLVE:
Art. 1° Substituir, a contar de 01 de Agosto
de 2014, o 1° TEN PM RE 07498-4 RÉG IS