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DIREITO DO TRABALHO I

Professor: Juliano Gianechini Fernandes


E-mail: juliano_fernandes@uniritter.edu.br
Local: UniRitter – Laureate International Universities
Aula: Duração do Trabalho

DURAÇÃO DO TRABALHO: Artigos 57 ao 75 da CLT

1 FUNDAMENTOS: HISTÓRIA PÓS REVOLUÇÃO INDUSTRIAL


Biológico
Social
Econômico

2 DIVISÃO: Jornada de Trabalho e Períodos de Repouso

2.1 Jornada de Trabalho

2.1.1 Teoria do Tempo Efetivamente Trabalhado


2.1.2 Teoria do Tempo à disposição do Empregador:

Art. 4º CLT - Considera-se como de serviço efetivo o período em que o empregado esteja
à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposição
especial expressamente consignada.

Súmula 429 TST: Considera-se à disposição do empregador, na forma do art. 4º da CLT,


o tempo necessário ao deslocamento do trabalhador entre a portaria da empresa e o local
de trabalho, desde que supere o limite de 10 (dez) minutos diários.

- Ampliada pela Teoria do Tempo “In Itinere”: Local de difícil acesso, não servido por
transporte público, transporte fornecido pela empresa.

Súmula 90 do TST: HORAS "IN ITINERE". TEMPO DE SERVIÇO


I - O tempo despendido pelo empregado, em condução fornecida pelo empregador, até o
local de trabalho de difícil acesso, ou não servido por transporte público regular, e para o
seu retorno é computável na jornada de trabalho.
II - A incompatibilidade entre os horários de início e término da jornada do empregado e
os do transporte público regular é circunstância que também gera o direito às horas "in
itinere".
III - A mera insuficiência de transporte público não enseja o pagamento de horas "in
itinere".
IV - Se houver transporte público regular em parte do trajeto percorrido em condução da
empresa, as horas "in itinere" remuneradas limitam-se ao trecho não alcançado pelo
transporte público.
V - Considerando que as horas "in itinere" são computáveis na jornada de trabalho, o
tempo que extrapola a jornada legal é considerado como extraordinário e sobre ele deve
incidir o adicional respectivo.

Súmula 320 do TST: HORAS "IN ITINERE". OBRIGATORIEDADE DE CÔMPUTO NA


JORNADA DE TRABALHO: O fato de o empregador cobrar, parcialmente ou não,
importância pelo transporte fornecido, para local de difícil acesso ou não servido por
transporte regular, não afasta o direito à percepção das horas "in itinere".

§ 2º Art. 58 da CLT: O tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e para
o seu retorno, por qualquer meio de transporte, não será computado na jornada de
trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso ou não servido por
transporte público, o empregador fornecer a condução.

§ 3º Art. 238 da CLT: No caso das turmas de conservação da via permanente, o tempo
efetivo do trabalho será contado desde a hora da saída da casa da turma até a hora em
que cessar o serviço em qualquer ponto compreendido centro dos limites da respectiva
turma. Quando o empregado trabalhar fora dos limites da sua turma, ser-lhe-á também
computado como de trabalho efetivo o tempo gasto no percurso da volta a esses limites.

2.1.3 Classificação da Jornada de Trabalho

a) Quando à duração: Normal máxima; normal especial; extraordinária ou suplementar

b) Quanto ao período em que for prestada: Diurna; noturna; mista.

Flexibilizações/Alterações: Permitido através de negociações coletivas, desde que não


cause prejuízo aos empregados.

Art. 7º CF/88: São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem
à melhoria de sua condição social:

Inciso XIV -  jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de
revezamento, salvo negociação coletiva

Artigo 9º CLT: Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de
desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente
Consolidação.

Artigo 444 CLT: As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre
estipulação das partes interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de
proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das
autoridades competentes.

Artigo 468 CLT: Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das
respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem,
direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula
infringente desta garantia.
2.1.4 - Jornada Normal Máxima

Inciso XIII art. 7º CF/88: duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e
quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da
jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;

2.1.5 - Jornada Normal Especial

Categorias Especiais ou por Força de Organização ou Turnos Inferiores à jornada


Normal. Em geral, decorrem de previsão legal: Bancários, Professores, Advogados,
Mineiros, Telefonistas, etc.
OBS: SÚMULA 444 DO TST: JORNADA DE TRABALHO. NORMA COLETIVA. LEI.
ESCALA DE 12 POR 36. VALIDADE: É valida, em caráter excepcional, a jornada de
doze horas de trabalho por trinta e seis de descanso, prevista em lei ou ajustada
exclusivamente mediante acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva de trabalho,
assegurada a remuneração em dobro dos feriados trabalhados. O empregado não tem
direito ao pagamento de adicional referente ao labor prestado na décima primeira
e décima segunda horas. 

2.1.6 - Sobreaviso e Prontidão

Ferroviários: Artigo 244 da CLT: Locomoção Restringida

§ 2º - Considera-se de "sobreaviso" o empregado efetivo, que permanecer em sua


própria casa, aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço. Cada escala de
"sobreaviso" será, no máximo, de vinte e quatro horas, As horas de "sobreaviso", para
todos os efeitos, serão contadas à razão de 1/3 (um terço) do salário normal.

OBS: Em qualquer local.

§ 3º - Considera-se de "prontidão" o empregado que ficar nas dependências da estrada,


aguardando ordens. A escala de prontidão será, no máximo, de doze horas. As horas de
prontidão serão, para todos os efeitos, contadas à razão de 2/3 (dois terços) do
salário-hora normal.

OBS: Nas dependências da empresa. Máximo 12h.

Eletricitários: Aplica-se por analogia.


Súmula 229 do TST: SOBREAVISO. ELETRICITÁRIOS: Por aplicação analógica do art.
244, § 2º, da CLT, as horas de sobreaviso dos eletricitários são remuneradas à base de
1/3 sobre a totalidade das parcelas de natureza salarial.

Súmula 428 do TST: SOBREAVISO APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 244, § 2º DA


CLT I - O uso de instrumentos telemáticos ou informatizados fornecidos pela empresa ao
empregado, por si só, não caracteriza o regime de sobreaviso. 
II - Considera-se em sobreaviso o empregado que, à distância e submetido a controle
patronal por instrumentos telemáticos ou informatizados, permanecer em regime de
plantão ou equivalente, aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço
durante o período de descanso.
2.1.6 – Jornadas Especiais: Alguns Exemplos

a) Bancário – Artigos 224 ao 226 da CLT


- 6h nos dias úteis. Segunda a sexta. 30h semanais. Intervalo de 15min. Artigo 224 da
CLT e § 1º.
- Sábado é dia útil não trabalhado. Súmula 113 do TST.
- Horário da prestação de serviços entre 7h e 22h. § 1º.

- Exceções: Cargos com 8h diárias e 40 semanais. Intervalo de 1h. Artigo 225 da CLT
Cargos de Gerência e de Confiança: Gratificação de 1/3 do salário do cargo efetivo. § 2º
artigo 224 da CLT. De acordo com a Súmula 287 do TST, aplica-se ao cargo de Gerente
a regra do artigo 62 da CLT no que diz respeito ao controle de jornada.

OBSERVAÇÕES:
- Súmula 124 do TST: Divisores para cálculo de horas extras.
- Súmula 109 do TST: Bancário não enquadrado no § 2º do artigo 224 da CLT não pode
compensar horas extras com o valor da gratificação.
- Súmula 102, VI: Caixa bancário não exerce cargo de confiança. Gratificação pelo risco.
- OJ 178 SDI-1 do TST: O intervalo de 15 minutos não se computa na jornada diária.
- Atividades de Portaria, Limpeza e telefonista têm direito à mesma jornada especial.
Artigo 226 da CLT. Empregado de processamento de dados também tem direito à jornada
especial. Súmula 239 do TST. Já os Vigilantes não. Súmula 257 do TST.
- Súmula 55 do TST: Equiparam-se aos bancários as financeiras.
- Súmula 119 do TST: Não se equiparam as distribuidoras e corretoras de títulos e
valores mobiliários.
- Súmula 117 do TST: Não se equiparam os estabelecimentos próprios de crédito das
categorias profissionais diferenciadas.
- Trabalho Noturno: Dec. Lei 546/69: somente para serviços de compensação bancária
e computação eletrônica.
- Advogado Empregado de Banco não exerce cargo de Confiança pelo simples exercício
da advocacia. Súmula 102, V do TST.

b) Professor: Artigos 317 ao 323 da CLT


- Não pode dar mais de 4h consecutivas ou 6h intercaladas de aula no mesmo
estabelecimento por dia. Artigo 318 da CLT.
- Atividades extraclasse não são consideradas como horas extras.
- Janelas e recessos devem ser remunerados normalmente. PN 31 da SDC do TST
- Permitida redução de carga horária por redução de alunos. OJ 244 da SDI-1 do TST.

c) Telefonista (Empregado nos serviços de telefonia, telegrafia submarina e


subfluvial, Radiotelegrafia e Radiotelefonia): Artigos 227 ao 231 da CLT
- Jornada de 6h diárias ou 36h semanais. Artigo 227 da CLT
- Mesma norma para telefonista de mesa em empresa que não explore esse serviço como
atividade fim. Súmula 178 do TST
- Jornada não se aplica ao operador de telex de empresas que não exerçam as mesmas
atividades expressas no artigo 227 da CLT. OJ 213 da SDI-1 do TST.
- Jornada especial aplicada aos operadores de televendas e telemarketing.
Cancelamento. OJ 273 SDI-1 do TST.
Empregados em empresa de telefonia sujeitos a horários variáveis:
- Jornada Normal de 7h diárias; Intervalo Interjornada de 17h; A cada 3h de trabalho
contínuo, Intervalo Intrajornada de 20min. Artigo 229 da CLT.
- Horário: almoço entre 10h e 13h, e janta entre 16h e 19h30min. Artigo 230 § 2º da CLT.

d) Advogado Empregado: Lei n. 8.906/94


- Jornada de 4h diárias ou 20h semanais sem dedicação exclusiva, salvo ACT/CCT.
- Com dedicação exclusiva, vale o contrato e art. 7º, XIII CF/88. Art. 20 Lei 8906/94.
- Horas extras com adicional de 100%. Artigo 20 § 2º da Lei 8906/94.
- Trabalho Noturno entre 20h e 5h, com adicional de 25%. Artigo 20 § 3º Lei 8906/94.

e) Motorista Profissional: Artigos 235-A ao 235-H da CLT e Lei n. 12.619/2012


- Jornada Normal, Prorrogação e adicional de horas extras: CF/88 ou ACT/CCT. Artigo
235-C §§ 1º, 4º e 6º da CLT.
- Trabalho Efetivo = Tempo à disposição, excluídos intervalos, repousos, esperas e
descansos. Artigo 235-C § 2º da CLT.
- Tempo de Espera = Carga, descarga, fiscalização. Indenização de 1h acrescida de 30%.
Artigo 235-C §§ 8º e 9º e 235-E § 5º da CLT.
- Viagens de longa distância (+ de 24h): Intervalo de 30min para cada 4h de direção; 1h
para refeição, podendo coincidir com o intervalo anterior; intervalo diário com veículo
estacionado, salvo revezamento de motoristas. Artigo 235-D da CLT.
- Intervalo interjornada de 11h e semanal de 35h. Artigo 235-C § 1º da CLT.
- Viagens com mais de uma semana, intervalo semanal de 36h, podendo ser fracionado
em 30h + 6h na mesma semana. Artigo 235-E §§ 1º e 3º da CLT.
- Motorista parado fora da base é dispensado, salvo se exigido sua permanência junto ao
veículo. Artigo 235-E § 4º da CLT.
- Em caso de revezamento, o tempo de repouso dentro do veículo em movimento é
considerado reserva. Paga-se como hora de espera. Art. 235-E § 6º da CLT.
- Em caso de revezamento, é obrigatório intervalo diário de 6h com o veículo parado.
Artigo 235-E § 7º da CLT.
- Permitida elevação da jornada diária em casos de força maior. Artigo 235-E § 9º da CLT.
- Ficar no veículo parado sem exercer atividade não é jornada. Artigo 235-E § 10º da CLT.
- Acompanhar o veículo em embarcação no horário de descanso não é jornada. Artigo
235-E § 11º da CLT.
- Permitida jornada de 12x36 através de ACT/CCT, demonstrando necessidade,
sazonalidade ou característica que justifique. Artigo 235-F da CLT.
- Proibida remuneração de qualquer natureza que viole a lei ou comprometa a segurança
viária. Artigo 245-G da CLT.
- Direito de controle da jornada pelo empregador. Artigo 2º Lei 12.619/2012.
- Dever: respeitar as leis de trânsito, tempo de direção e descanso. Artigo 235-B, III CLT.

2.1.7 – Turnos Ininterruptos de Revezamento

Artigo 7º, XIV CF/88: jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos
ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva.
- Não se aplica a jornada especial aos turnos fixos.
- Intervalo intrajornada em cada turno e repouso semanal não descaracteriza. Súmulas
360 TST e 675 do STF.
- ACT/CCT pode estabelecer jornada superior a 6h limitada a 8h diárias (Súmula 423 do
TST), salvo para regularizar situações pretéritas. (OJ 420 SDI-1 do TST).
- Faz jus à jornada especial prevista no art. 7º, XIV, da CF/1988 o trabalhador que exerce
suas atividades em sistema de alternância de turnos, ainda que em dois turnos de
trabalho, que compreendam, no todo ou em parte, o horário diurno e o noturno, pois
submetido à alternância de horário prejudicial à saúde, sendo irrelevante que a atividade
da empresa se desenvolva de forma ininterrupta. OJ 360 da SDI-1 do TST.
- Se não houver norma coletiva, empregado horista submetido ao regime receberá hora
extra após a 6ª hora de trabalho. OJ 275 SDI-1 do TST.
- Aplica-se aos ferroviários com escalas variadas. OJ 274 da SDI-1 do TST.

3 – Jornada de Tempo Parcial: Artigo 58-A da CLT

- Máximo 25h semanais com salário proporcional, respeitado o salário mínimo nacional ou
piso da categoria. § 1º Artigo 58-A e OJ 358 da SDI-1 do TST.
- Alteração de tempo integral para tempo parcial com autorização expressa do
empregado. § 2º artigo 58-A da CLT.
- Proibido prestação de horas extras. § 4º Artigo 59 da CLT.
- Férias anuais com redução proporcional. Artigo 130-A da CLT
- Inaplicável a conversão de 1/3 do período de férias em abono pecuniário prevista no
artigo 143 da CLT.
4 - Jornada e Horário de Trabalho

Jornada: Tempo à disposição do empregador. Artigo 4º da CLT.


Horário: Início e término do período que engloba a jornada de trabalho e intervalo
intrajornada.

4.1 – Controle de Horário: Artigo 74 da CLT

- Obrigatório (entrada/saída) nas empresas com mais de 20 empregados. §2º Art. 74 CLT.
- Anotado no Registro de Empregados. Caput art. 74 da CLT.
- Questão probatória, presunção de veracidade, horários uniformes. Súmula 338 do TST.
- Tolerância e variações de 5min na entrada ou saída, ou 10min diários. § 1º Artigo 58 da
CLT e Súmula 366 do TST.

4.2 Jornada Extraordinária

- Antes, durante e após o horário normal. Requisitos na lei. Exceção ao Regime. Artigo 7º,
XVI da CF/88 e artigo 59 da CLT.
- Acordo expresso, individual ou coletivo entre as partes, por prazo determinado ou não.
- Empregados em regime de tempo parcial não podem fazer. § 4º artigo 59 da CLT.
- Atividades insalubres necessitam de licença prévia do MTE, inclusive para
compensação. Artigo 60 da CLT.
- Limite de 2h diárias, sendo que o excesso não exime o empregador do pagamento e das
penalidades. Súmula 376, I do TST.
- Adicional deve ser calculado tendo por base a remuneração. Súmula 264 do TST.
- Portuários: cálculo sobre o salário básico, excluídos adicionais de risco e produtividade.
OJ 60, II da SDI-1 do TST.
- Divisores: para 40h semanais=200; 44h semanais=220; 6h diárias=180.
Bancário=Súmula 124 do TST.
- Comissionado: Súmula 340 do TST – divisor=horas efetivamente trabalhadas no mês.
- Horas extras integram média de cálculo para efeito de reflexos da época em que foram
realizadas. Súmulas 376 e 347 do TST.
- Descanso de 15min antes da prorrogação do trabalho da mulher e do menor. Artigos
384 e 413 § único da CLT.

4.2.1 – Horas Extras Decorrentes de Força Maior ou Serviços Inadiáveis: Artigos 61


e 501 da CLT

- Independentes da existência de acordo. Comunicar em 10 dias o MTE. § 1º art. 61 CLT.


- Duração máxima da jornada de 12h (8+4). § 2º artigo 61 da CLT.
- Compensação por paralisação temporária: máximo 45 dias por ano; máximo 2h diárias.
§ 3º artigo 61 da CLT.

Súmula 291 do TST: Supressão das horas extras prestadas com habitualidade durante
pelo menos 1 ano: Indenização de 1 mês de horas suprimidas para cada ano ou fração
igual ou superior a 6 meses.

4.2.2 – Compensação de Jornada: Artigo 7º, XIII CF/88 e Súmula 85 do TST

- Banco de Horas: Instituído pelo § 2º artigo 59 da CLT. Previsão em ACT/CCT.


- Para Compensação, deve haver acordo individual, ACT/CCT. Súmula 85, I, II, V do TST.
- Se instituído por ACT/CCT, o acordo individual é inválido. Súmula 85, V do TST.
- O não atendimento às exigências gera o dever de pagar apenas o adicional das horas
extras, salvo se ultrapassou a jornada semanal, quando deve pagar a hora acrescida do
adicional. Súmula 85, III do TST.
- Prestação de horas extras habituais descaracteriza o regime. Súmula 85, IV do TST.
- Rescindido o contrato, se houver horas pendentes de compensação, devem ser pagas
com o respectivo adicional. § 3º artigo 59 da CLT.
- Menores de 18 anos só podem fazer compensação se instituído o regime por ACT/CCT.
Artigo 413, I da CLT.
- Semana Espanhola: 48h e 40h semanais alternadas. Permitida adoção. OJ 323 SDI-1.
- Semana Inglesa: Compensa o sábado.
- Súmula 444 do TST: Jornada 12x36: Permitida por ACT/CCT.

4.2.3 – Empregados Excluídos do Direito ao Pagamento de Horas Extras: Artigo 62


da CLT.

- Empregados que exercem atividades externas. Artigo 62,I da CLT


- Gerentes e Cargos de confiança com gratificação de função. Artigo 62, II e § único CLT.
- Deve haver a condição especial anotada na CTPS.
- Presunção “Iuris Tantum”, Princípio da Primazia da Realidade. Súmula 12 do TST.
5 - Trabalho Noturno: Artigo 7º, IX CF/88 e Artigo 73 da CLT

- Urbanos: §2º art. 73: Entre 22h e 5h. Adicional de 20%.


§1º art. 73: Hora Reduzida=52min.30s.
§4º art. 73: Em horários mistos, a hora noturna deve ser paga com adicional.
§5º art. 73: Cumprida integralmente e estendida a jornada, aplica-se a
mesma regra às horas prorrogadas. Súmula 60, II do TST.
- Súmula 265 do TST: Transferência para horário diurno gera perda do adicional.
- Súmula 213 do STF: Devido ao empregado sujeito ao regime de turnos de revezamento
(Entendimento contrário ao caput do artigo 73 da CLT).
- Adicional integra a remuneração. Súmula 60, I do TST e OJ 97 SDI-1 do TST.
- Trabalho noturno proibido aos menores de 18 anos. Artigo 7º, XXXIII CF/88, 404 da CLT
e 8º Lei n. 5.889/73.

- Rural: Artigo 7º Lei n. 5.889/73


- Agricultura: entre 21h e 5h; Pecuária: Entre 20h e 4h. Sem hora reduzida. Adicional 25%

- Portuário: OJ 60, I SDI-1 do TST


- Entre 19h e 7h. Sem hora reduzida. Adicional de 20%.

- Advogado Empregado: Artigo 20 § 3º Lei n. 8.906/94


- Entre 20h e 5h. Sem hora reduzida. Adicional de 25%.

6 - Períodos de Repouso – Intervalos: Intrajornada, Interjornada, DSR, Feriados

6.1 - Intervalos Intrajornada: Não Remunerados – Artigo 71 da CLT


- De 4h até 6h de tranalho: 15min. § 1º Artigo 71 da CLT.
- Acima de 6h, limitada a 8h de trabalho: 1h, máximo 2h, salvo ACT/CCT. Caput art. 71
- Não computados na jornada, não remunerados. § 2º Artigo 71 da CLT.
- Permitido redução por ato do MTE em empresa com refeitório próprio e que não
submete os trabalhadores ao exercício de horas extras. § 3º Artigo 71 da CLT.
- Súmula 437, II do TST: Inválida cláusula de ACT/CCT prevendo redução do intervalo
intrajornada. (Higiene, Saúde e Segurança).
- Motoristas, Cobradores e fiscais podem fracionar devido à natureza do serviço, desde
que previsto em ACT/CCT. § 5º Artigo 71 da CLT.
- Súmula 437, I do TST: Não concessão gera dever de pagamento de 1h extra acrescida
do adicional de 50%. § 4º Artigo 71 da CLT.
- Súmula 437, III do TST: Quando pago, valor tem natureza de remuneração.
- Súmula 437, IV do TST: Ultrapassada habitualmente a jornada de 6h, devido intervalo
de 1h, devendo remunerar o período de descanso não usufruído.
- Artigo 5º Lei n. 5.889/73: Trabalho Superior a 6h: intervalo de acordo com usos e
costumes da região.

6.2 - Intervalos Intrajornada: Remunerados

- Computados na Jornada de Trabalho


- Artigo 72 da CLT: Mecanografia: Para cada 90min., 10min. de intervalo. Digitadores:
Súmula 346 do TST: aplica-se por analogia.
- Artigo 253 da CLT: Câmaras Frias: para cada 1h40min, 20min de intervalo. Ambiente
artificialmente frio: Súmula 438 do TST: aplica-se a regra.
- Artigo 298 da CLT: Minas de subsolo: Para cada 3h, intervalo de 15min.
- Artigo 229 da CLT: Telefonia, Telegrafia, Radiotelegrafia: Para cada 3h, intervalo 20min.
- Súmula 118 do TST: Intervalos concedidos espontaneamente pelo empregador, se
acrescidos no final da jornada, devem ser remunerados.

6.3 Intervalos Interjornadas

Diário – Não Remunerado – Artigo 66 da CLT- 11h


- § 4º Artigo 71 da CLT; Súmula 110 TST; OJ 355 SDI-1 do TST- Analogia. Pagamento ao
empregado como hora extra do período suprimido.
- Artigo 229 da CLT: 17 horas para empregado em empresas de telefonia
- Outros: jornalistas, Petroleiros, Aeronautas, 12x36, 24x72.

Semanal – Remunerado – DSR – Artigo 7º, XV CF/88, Artigos 67 e 68 da CLT, Lei n.


605/49, Decreto 27.048/49
- Artigo 68 da CLT: Trabalho aos Domingos depende de prévia autorização do MTE.
- Artigo 6º Lei 10.101/2000: um domingo a cada 3 semanas nas atividades de comércio.
- Súmula 113 do TST: Sábado dia útil não trabalhado para empregados 40h semanais.
- Artigo 6º Lei 605/49: Direito de remuneração depende de cumprimento integral da
jornada semanal, salvo artigo 473 da CLT e § 1º do Artigo 6º Lei n. 605/49, Artigo 320 § 3º
da CLT, Artigo 7º, XIX CF/88 c/c Artigo 10, § 1º ADCT, Súmula 155 TST (Falta para
comparecimento na Justiça do Trabalho).
- § 2º Artigo 6º Lei n. 605/49 – Atestados Médicos c/c Súmula 15 do TST.

Cálculo do DSR – Artigo 7º Lei n. 605/49:


- Artigo 7º “a”: Valor de 1 dia para quem trabalha por dia, semana, quinzena, mês.
- Súmula 172 do TST: Computam-se no cálculo horas extras prestadas.
- Artigo 7º “b”: Para quem trabalha por hora = jornada normal de trabalho.
- Artigo 7º “c”: Para quem trabalha por tarefa ou peça = igual salário das tarefas ou peças
feitas durante a semana no horário normal, dividido pelos dias de serviços efetivamente
prestados.
- Súmula 27 do TST: Devido DSR e feriados aos comissionistas.
- § 2º Artigo 7º Lei n. 605/49: Consideram-se remunerados no valor do salário de quem
recebe por 15 ou 30 dias.
- Artigo 9º Lei n. 605/49: Compensar ou pagar em dobro se trabalhar no DSR. Súmula
146 do TST: Tem natureza salarial.

7 – Feriados Civis e Religiosos – Remunerados – Artigo 70 da CLT e Lei n.


9.093/95

- Comemorações. Mesmas regras da Lei n. 605/49 e Decreto 27.048/49.


- Lei n. 9.093/95 explica o que são feriados civis e religiosos.
- Vinculados às legislações Federais, Estaduais e Municipais.
- Podem outros serem concedidos por costumes. Pontos Facultativos. Ex. Carnaval
- Aplica-se o Artigo 9º da Lei n. 605/49 e Súmula 146 do TST.
- Artigo 6º-A Lei n. 10.101/2000 – Permitido trabalho nas atividades de comércio, desde
que autorizado em ACT/CCT e observada legislação municipal.

Exercícios

1) OAB – EXAME XI - Questão 73


Marco Aurélio é advogado empregado em um escritório de advocacia, com CTPS
assinada, tendo acertado na contratação a dedicação exclusiva. Num determinado mês,
Marco cumpriu jornada de 2ª a 6ª feira das 12:00 às 21:00 h com intervalo de uma hora
para refeição. Com base no caso apresentado, assinale a afirmativa correta.

A) Não haverá pagamento de adicional noturno porque a jornada não ultrapassou as 22:00 h
B) Marco tem direito ao adicional noturno de 25% sobre a jornada compreendida entre 20:00 e
21:00 h.
C) Marco tem direito a horas extra, sendo assim reputadas as que ultrapassam a 4ª hora
diária, com acréscimo de 50%.
D) Marco tem direito ao adicional noturno de 20% sobre a jornada compreendida entre 20:00 e
21:00 h

2) OAB – EXAME IX - Questão 71


Maria foi contratada pela empresa Bolos S.A. para exercer a função de copeira,
cumprindo jornada de trabalho de segunda à sexta-feira das 13:00 h às 17:00 h, sem
intervalo alimentar. Decorridos dois anos do início do pacto contratual, foi a empregada
dispensada, recebendo as parcelas da ruptura. Contudo, inconformada porque jamais
lhe foi permitido usufruir de intervalo para descanso e alimentação, Maria ajuíza
reclamação trabalhista postulando o pagamento do período correspondente ao intervalo
alimentar não concedido. Diante da hipótese relatada, assinale a afirmativa correta.

A) A ex-empregada faz jus ao pagamento de uma hora extraordinária diária, haja vista a
supressão do intervalo intrajornada, na forma do Art. 71, § 4º, da CLT.
B) A ex-empregada faz jus ao pagamento de apenas 15 minutos diários a título de horas
extraordinárias, haja vista a supressão do intervalo intrajornada, na forma do Art. 71,§ 4º, da
CLT.
C) A ex-empregada não faz jus ao pagamento de horas extraordinárias, porquanto diante da
carga horária cumprida, não lhe era assegurada a fruição de intervalo intrajornada.
D) A ex-empregada faz jus ao pagamento de indenização correspondente ao valor de uma
hora extraordinária diária, haja vista a supressão do intervalo intrajornada.

3) OAB - EXAME VI – Questão 72


Determinada empresa encontra-se instalada em local de difícil acesso, não servida por
transporte público regular. Em razão disso, fornece condução para o deslocamento dos
seus empregados, da residência ao trabalho e vice-versa, mas cobra deles 50% do valor
do custo do transporte. Na hipótese, é correto afirmar que

(A) o tempo de deslocamento será considerado hora in itinere.


(B) o tempo de deslocamento não será considerado hora in itinere porque é custeado pelo
empregado, ainda que parcialmente.
(C) o empregado tem direito ao recebimento do vale-transporte.
(D) metade do tempo de deslocamento será considerada hora in itinere porque é a proporção
da gratuidade do transporte oferecido.

4) OAB – EXAME V – Questão 71


João da Silva, empregado da empresa Alfa Ltda., exerce suas atribuições funcionais em
dois turnos de trabalho alternados de oito horas cada, que compreendem o horário
diurno e o noturno. Considerando que a atividade de seu empregador não se
desenvolve de forma ininterrupta e que não existe norma coletiva disciplinando a
jornada de trabalho, assinale a alternativa correta.

(A) João não tem direito ao pagamento de horas extras e à redução da hora noturna.
(B) João tem direito ao pagamento de horas extras, mas não tem direito à redução da hora
noturna.
(C) João não tem direito ao pagamento de horas extras, mas tem direito à redução da hora
noturna.
(D) João tem direito ao pagamento de horas extras e à redução da hora noturna.

5) OAB – EXAME IV – Questão 75


Foi celebrada convenção coletiva que fixa jornada em sete horas diárias.
Posteriormente, na mesma vigência dessa convenção, foi celebrado acordo coletivo
prevendo redução da referida jornada em 30 minutos. Assim, os empregados das
empresas que subscrevem o acordo coletivo e a convenção coletiva deverão trabalhar,
por dia,

(A) 8 horas, pois a CRFB prevê jornada de 8 horas por dia e 44 horas semanais, não podendo
ser derrogada por norma hierarquicamente inferior.
(B) 7 horas e 30 minutos, porque o acordo coletivo, por ser mais específico, prevalece sobre a
convenção coletiva, sendo aplicada a redução de 30 minutos sobre a jornada de 8 horas por
dia prevista na CRFB.
(C) 7 horas, pois as condições estabelecidas na convenção coletiva, por serem mais
abrangentes, prevalecem sobre as estipuladas no acordo coletivo.
(D) 6 horas e 30 minutos, pela aplicação do princípio da prevalência da norma mais favorável
ao trabalhador.

6) OAB – EXAME IV (Reaplicado em Ipatinga/SP – Questão 75


Para os empregados que trabalham no interior das câmaras frigoríficas de baixa
temperatura, assim definidas em Lei, será assegurado o seguinte intervalo especial:

A) 10 minutos de repouso a cada 90 minutos de trabalho contínuo, não computado esse


intervalo como de trabalho efetivo.
B) 10 minutos de repouso a cada 50 minutos de trabalho contínuo, computado esse intervalo
como de trabalho efetivo.
C) 20 minutos de repouso depois de uma 1h40min de trabalho contínuo, computado esse
intervalo como de trabalho efetivo.
D) 15 minutos de intervalo antes de iniciar trabalho em sobrejornada, computado esse
intervalo como de trabalho efetivo.

7) OAB – EXAME IV (Reaplicado em Ipatinga/SP – Questão 73


Sobre o controle da jornada de trabalho do empregado, assinale afirmativa incorreta.

A) O acréscimo de salário poderá ser dispensado se, por força de acordo ou convenção
coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia for compensado pela correspondente
diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo de um ano, à soma
das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite máximo de dez
horas diárias.
B) As variações de horário no registro de ponto, não excedentes de dez minutos, não serão
descontadas nem computadas como jornada extraordinária, observado o limite de quinze
minutos diários.
C) Os empregados sob o regime de tempo parcial não podem prestar horas extras.
D) O acordo escrito entre empregado e empregador permite que não sejam pagas as horas
extraordinárias prestadas no curso da semana feitas para compensar a ausência de labor aos
sábados.

8) OAB – EXAME VI – Questão 79


Cíntia Maria ajuíza reclamação trabalhista em face da empresa Tictac Ltda., postulando
o pagamento de horas extraordinárias, aduzindo que sempre labutou no horário das 8h
às 19h, de segunda a sexta-feira, sem intervalo intrajornada. A empresa ré oferece
contestação, impugnando o horário indicado na inicial, afirmando que a autora sempre
laborou no horário das 8h às 17h, com 1 hora de pausa alimentar, asseverando ainda
que os controles de ponto que acompanham a defesa não indicam a existência de labor
extraordinário. À vista da defesa ofertada e dos controles carreados à resposta do réu, a
parte autora, por intermédio de seu advogado, impugna os registros de frequência
porque não apresentam qualquer variação no registro de entrada e saída, assim como
porque não ostentam sequer a pré-assinalação do intervalo intrajornada. Admitindo-se
a veracidade das argumentações do patrono da parte autora e com base na posição do
TST acerca da matéria, é correto afirmar que:

(A) compete ao empregado o ônus de comprovar o horário de trabalho indicado na inicial,


inclusive a supressão do intervalo intrajornada, a teor do disposto no art. 818 da CLT.
(B) diante da impugnação apresentada, inverte-se o ônus probatório, que passa a ser do
empregador, prevalecendo o horário da inicial, se dele não se desincumbir por outro meio
probatório, inclusive no que se refere à ausência de intervalo intrajornada.
(C) em se tratando de controles de ponto inválidos, ao passo que não demonstram qualquer
variação no registro de entrada e saída, não poderá a ré produzir qualquer outra prova capaz
de confirmar suas assertivas, porquanto a prova documental é a única capaz de demonstrar a
jornada de trabalho cumprida.
(D) diante da impugnação apresentada, inverte -se o ônus probatório, que passa a ser do
empregador, prevalecendo o horário da inicial, se dele não se desincumbir, exceto quanto ao
intervalo intrajornada, cujo ônus probatório ainda pertence à parte autora.

9) OAB – EXAME VI – Questão 74


Uma empresa que atua no ramo gráfico, com jornada de trabalho de 8 horas diárias,
pretende reduzir o intervalo para refeição de seus empregados para 30 minutos diários.
De acordo com a Lei e o entendimento do TST, a pretensão

(A) não poderá ser atendida porque a norma é de ordem pública, tratando da higiene,
salubridade e conforto, não passível de negociação.
(B) poderá ser efetivada, mas dependerá da realização de acordo ou convenção coletiva
nesse sentido.
(C) poderá ser efetivada se autorizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, que verificará
se o local tem refeitório adequado e se o empregador não exige realização de horas extras.
(D) poderá ser efetivada se houver autorização judicial.

10) OAB – EXAME VI – Questão 75


Com relação às normas de duração do trabalho, assinale a alternativa correta.
(A) A concessão de intervalos para repouso e alimentação durante a jornada de seis horas
descaracteriza o regime de turno ininterrupto de revezamento.
(B) Considera -se de “prontidão” o empregado que permanecer em sua própria casa,
aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço, com escala de, no máximo, vinte
e quatro horas, sendo contadas as respectivas horas à razão de 1/3 (um terço) do salário
normal.
(C) A compensação de jornada de trabalho pode ser ajustada por acordo individual escrito,
acordo coletivo ou convenção coletiva.
(D) A mera insuficiência de transporte público regular enseja o pagamento de horas in itinere.

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