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DIREITO INTERNACIONAL

Cooperação Jurídica Internacional,


Homologação de Sentença
Estrangeira e Ordem Pública
1. Cooperação Judiciária Internacional
- Muitas são as situações em que um juiz depende do
judiciário de outro país para efetuar uma diligência
judiciária ou qualquer ato desprovido de carga
executória
- O instrumento pelo qual um juiz doméstico pede
auxílio a um juiz estrangeiro denomina-se carta
rogatória
- O juiz que pede é denominado rogante, e o que
recebe rogado
1.1. Carta Rogatória – Art. 12, §2º, da LINDB
1.1.1. Conceito: é meio processual adequado para a
realização de diligências fora da jurisdição de um
determinado estado
1.1.2. Abrangência: compreende tanto os atos
ordinatórios (exs: citação, notificação, intimação etc.)
como os instrutórios (ex: coleta de provas)
1.1.3. Fundamento: é um tratado regulando o
instituto processual ou o princípio da reciprocidade
1.1.4. Competência para conceder exequatur:
STJ (art. 105, I, i, da CF)
1.1.5. Importante: a carta rogatória deve respeitar
a lei do país em que será cumprida (lex fori do juiz
rogado) e nunca pode violar a ordem pública
1.1.6. Importante: os efeitos do cumprimento ou
da denegação da carta rogatória fazem apenas coisa
julgada formal, ou seja, permite a reapresentação da
carta rogatória
2. Litispendência Internacional: o art. 90 do CPC
dispõe que a ação intentada perante tribunal estrangeiro
não induz litispendência no Brasil (princípio da
simultaneidade)
2.1. Protocolo de Las Leñas: seu art. 22 garante o
respeito à coisa julgada proveniente de algum país-
membro, e, destarte, a ação intentada perante tribunal de
algum país-membro induz à litispendência (princípio da
não simultaneidade)
3. Interpretação do Direito Estrangeiro: para bem
aplicar o direito estrangeiro, o juiz terá que interpretá-lo
com base nos métodos interpretativos utilizados no país
de origem deste direito
4. Homologação de Sentença Estrangeira
- A sentença judicial é um ato soberano
- A sentença, como todo ato soberano, incide apenas
dentro do território nacional
- Mas existem fatos ou relações jurídicas que
interessam a mais de um estado
4.1. Efeito: a sentença passa a produzir efeitos em
outro país também
4.2. Previsão Legal: art. 15 da LINDB
4.3. Competência: STJ (art. 105, I, i, da CF)
4.4. Importante: o procedimento homologatória
não examina o mérito da sentença estrangeira
4.5. Importante: todo tipo de sentença
(declaratória, constitutiva ou condenatória) e a
arbitral podem ser objeto de homologação pelo STJ
4.6. Requisitos para homolagação:
a) formalidades externas - a sentença tem que ser
válida no seu país de origem
b) competência do juízo prolator - a sentença tem
que ser prolatada por juiz competente
c) citação e revelia
- cabe ao STJ checar se a citação das partes envolvidas
foi regularmente efetuada ou se a revelia foi
corretamente configurada
- tal regra tem por supedâneo os princípios
constitucionais do devido processo legal, da ampla
defesa e do contraditório (art. 5º, LIV e LV, da CF)
d) trânsito em julgado
- a sentença só será aqui homologada se tiver
transitado em julgado no país onde foi prolatada
- reforçado pela redação da S. 420 do STF
e) tradução juramentada
- art. 224, CC: necessário que documentos redigidos em
língua estrangeira sejam traduzidos para o português
para terem efeitos legais no País
- o Brasil possui o português como único idioma oficial,
o qual deve ser utilizado para todos fins dentro do
território nacional (art. 13 da CF)
f) autenticação consular
- a sentença, no seu inteiro teor, deve ser autenticada
pelo consulado brasileiro do país onde foi prolatada
- provém do art. 5º da Resolução n. 9/2005 do STJ
g) não ofender a ordem pública
h) homologação
- é o ato final do procedimento homologatório
- a sentença estrangeira só ganhará a chancela da
homologação quando o STJ verificar que todos os
requisitos determinados pela lex fori foram observados
4.7. Protocolo de Las Leñas
- procedimento mais célere (disciplinado arts. 18 a 24)
- grande característica: as sentenças irradiam seus
efeitos nos outros estados-membros após seguirem o
procedimento adotado para o exequatur das cartas
rogatórias
5. ORDEM PÚBLICA – ART. 17 DA LINDB
- os atos (“carta rogatória”), as leis (“regras de
conexão”) e as sentenças e os laudos arbitrais
estrangeiros (“homologação”) só irradiarão seus efeitos
no Brasil se não ofenderem a soberania nacional, a
ordem pública e os bons costumes
- soberania nacional + ordem pública + bons costumes
= Ordem Pública
- Ordem Pública (sentido amplo): são os valores
compartilhados por uma dada sociedade num
determinado corte temporal
- Ordem Pública (sentido jurídico): são as regras e
princípios basilares de um certo ordenamento jurídico
- Função Internacional: defender o sistema de valores
de um determinado país
Assinale a alternativa correta:

a) o laudo arbitral estrangeiro não precisa ser


homologado para irradiar efeitos no Brasil
b) a sentença declaratória estrangeira não precisa
ser homologada para irradiar efeitos no Brasil
c) o trânsito em julgado não é um requisito do
procedimento homologatório
d) o procedimento homologatório não examina o
mérito da sentença estrangeira

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