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Direito do Trabalho II

2º semestre de 2017 CRUZEIRO DO SUL-CEUNSP- Salto


Prof. Rosa Maria Marciani. E-mail: rosa_marciani@hotmail.com- APOIO 1

"O que nos compete é dignificar a pessoa humana, impedindo a exploração do homem pelo homem; o que nos
compete é humanizar o trabalho; o que nos compete é banir os privilégios injustos; o que nos compete é
impedir o triunfo dos aventureiros, enquanto o povo morre na miséria."
Goffredo da Silva Telles Jr

JORNADA DE TRABALHO
Capítulos 30 e 31
Algumas Súmulas a respeito:
Jornada de Trabalho : 55, 60, 85,102, 110, 113, 118, 119, 124, 178, 230, 287, 346, 360, 366, 370, 391, 423, 429, 444 do TST;
Súmulas horas extras: 24, 45, 60, 85, 90, 96, 102,109, 110, 113, 115, 118, 132, 172, 199, 226, 253, 264, 338, 340, 347, 354, 366, 370,
376, 384, 391, 423, 428, 429;
Súmulas horas in itinere: 90, 320;
Súmula Cargo de confiança: 102, 372 TST
Súmula compensação de horário: 146;
Alguns Artigos a respeito do conteúdo: 57 até 75 DA CLT

1- Breve histórico

A jornada de trabalho, por volta de 1800, era na Europa de 12 a 16 horas, principalmente entre mulheres e
menores. Em 1847, na Inglaterra, foi fixada a jornada de 10 horas, nos EUA, em 1968, a jornada foi
determinada em 08 horas.
O papa Leão XIII, na Encíclica Rerum Novarum, de 1891, já se preocupava com uma limitação da jornada,
para que não excedesse a força dos trabalhadores, devendo a quantidade de repouso ser proporcional a
qualidade do trabalho. A partir de 1915, a jornada foi sendo limitada a 08 horas diárias.
No Brasil existiam decretos esparsos que limitavam a jornada em 08 horas diárias, até que a CF de 1937,
especificou o dia de trabalho de 08 horas. A CF de 1988 manteve a duração diária de trabalho de 08 horas e
a semanal em 44 horas.

2- Limitação da jornada

A limitação da jornada de trabalho tem pelo menos 04 fundamentos:

a) o biológico;
b) social;
c) o econômico;
d) o humano

A natureza jurídica da jornada de trabalho é pública, pois é interesse do Estado em limitar a jornada de
trabalho, é privada, pois as partes podem limitar as jornadas livremente (para menos, e não para mais)

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2- JORNADA DE TRABALHO: Fundamento Legal: Constituição Federal, CLT -Capítulo II , Artigos 57 a


75 e Lei 605/49
Declaração Universal dos Direitos do Homem de 1948 destaca no artigo XXIV - Todo homem tem
direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de trabalho e a férias remuneradas
periódicas.
1- É a quantidade de labor diário do empregado. Para Sérgio Pinto Martins é a quantidade de horas diárias de
trabalho que o empregado presta serviços à empresa ou permanece à disposição do empregador.

COMPOSIÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO

CRITÉRIOS BÁSICOS PARA FIXAÇÃO DA JORNADA:

A- * TEMPO EFETIVAMENTE TRABALHADO: é considerado apenas o tempo em que o empregado


está prestando serviços - não se considera a paralisação do empregado. (jornada intermitente)

B- *** TEMPO À DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR (art. 4º da CLT): quando o empregado fica


aguardando ordens, independentemente de estar trabalhando ou não, desde o momento em que
chega na empresa até quando se retira dela.

Ex.: ferroviários (art. 238 da CLT - sobreaviso e prontidão)

Ex.2: digitador (intervalo de 10 minutos a cada 90 minutos trabalhados - art. 72 da CLT e Súmula 346 do
TST), câmaras frias (descanso de 20 minutos para cada 1 hora e 40 minutos laborados - art. 253 da CLT),
mineiros (15 minutos para cada período de 3 horas trabalhadas - art. 298 da CLT).

- MINUTOS QUE ANTECEDEM E QUE SUCEDEM A JORNADA DE TRABALHO (artigo 58, parágrafo 1º) -

Súmula nº 366 do TST


CARTÃO DE PONTO. REGISTRO. HORAS EXTRAS. MINUTOS QUE ANTECEDEM E
SUCEDEM A JORNADA DE TRABALHO  (nova redação) - Res. 197/2015 - DEJT divulgado
em 14, 15 e 18.05.2015

C- TEMPO DE DESLOCAMENTO: *TEMPO “IN ITINERE” (art. 58, parágrafo 2º da CLT, súmulas 90
e 320 do TST): tempo gasto pelo empregado no deslocamento residência-trabalho e trabalho-
residência.

Súmula nº 429 do TST


TEMPO À DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR. ART. 4º DA CLT. PERÍODO DE DESLOCAMENTO ENTRE A
PORTARIA E O LOCAL DE TRABALHO

CRITÉRIOS ESPECIAIS PARA FIXAÇÃO DA JORNADA:

A- TEMPO DE SOBREAVISO (ART. 244, PARÁGRAFO 2º DA CLT):


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B- Por ANALOGIA a jurisprudência aplica a outras categorias e não somente aos ferroviários (motoristas,
médicos, eletricitários), desde que preenchidos os requisitos do artigo 244, parágrafo 2º CLT.

O empregado efetivo que permanecer em sua própria casa, aguardando a qualquer momento o
chamado (previamente ajustado) para o serviço tem direito a receber por essas horas de sobreaviso
na razão de 1/3 do salário normal independente de ser chamado para o serviço efetivo. A jornada de
sobreaviso pode ser de no máximo de 24 horas.

Súmula 428 do TST: TST


SOBREAVISO APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 244, § 2º DA CLT (redação alterada na
sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012)  - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25,
26 e 27.09.2012 

Obs: Para que se aplique o artigo 422 da CLT, jornada de sobreaviso, é indispensável que esse equipamento
(celular, telefone fixo, mensagem eletrônica), esteja por imposição patronal, sempre acionado e em área de
cobertura para permitir um chamado previsível e contratualmente acertado.

- Súmula 229 do TST - por analogia aos eletricitários = sobreaviso + 1/3

B- TEMPO DE PRONTIDÃO (ART.244, PARÁGRAFO 3º DA CLT): o empregado que ficar nas dependências
da estrada, aguardando ordens.

A prontidão caracteriza-se pelo empregado permanecer fora de seu horário habitual de trabalho, nas
dependências do empregador ou em local por ele determinado, aguardando ordens de serviços.

O empregador que estabelece escala de prontidão para seus empregados fica obrigado apenas a pagar-lhes
um percentual pelas horas de mera expectativa, independente de ser chamado para o serviço, a razão de 2/3
do salário hora. O limite de hora de prontidão é de 12 horas.

CLASSIFICAÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO

 QUANTO À DURAÇÃO:

A)NORMAL: comum, 8 horas diárias e 44 semanais (art. 7º, XIII, CF)

 A- Jornada diária normal: 8 horas


 B- Jornada semanal: 44 horas
 C- Jornada mensal: 220 horas

B) EXTRAORDINÁRIA/SUPLEMENTAR: as que excedem os limites da jornada normal

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C) LlMITADA: quando há uma fixação na lei (ex: JORNALISTAS - 5 horas diárias)


São também chamadas de Jornadas especiais: (devido a características especificas de certas profissões,
o desgaste produzido, a maneira, o local e o tipo de atividade, o limite máximo de horas é diverso)

 PROFISSÃO LIMITE DE HORAS DIA


 Bancários = 6 horas (artigo 224 CLT, súmula 102 TST)
 Telefonista = 6 horas (artigo 227 da CLT)
 Professores em estabelecimentos de ensino = 04 horas consecutivas ou 06 intercaladas (artigo 318 da
CLT)
 Operadores cinematográficos = 6 horas (artigo 234 CLT)
 Jornalista = 5 horas (artigo 302 da CLT)
 Radiologista = 4 horas ou 24 semanais (lei 7.394/85), e direito ao adicional de insalubridade em grau
máximo.
 Assistente social (30 horas semanais- art. 5º-A da lei 8.662/83)
 Advogado empregado- 4 horas diárias ou 20 hs semanais ( salvo previsto em Convenção Coletiva ou
em caso de dedicação exclusiva. lei 8906/94, artigo 20.

Nota: Para se compor as horas trabalhadas por dia, não se deve computar o período de intervalo intrajornada
concedido ao empregado. Exemplo: das 8:00 às 17:00 com 1:00 hora de intervalo temos 9hs na empresa,
mas 8hs de trabalho excluindo o intervalo.(CLT) artigo 71, §2º da CLT.

D)- ILIMITADA: quando não há limite na lei para a prestação (ex: casos de força maior);
E)- CONTÍNUA: quando não tem intervalos.
F)- DESCONTÍNUAS : quando tem intervalos;
G) - INTERMITENTE: quando tem sucessivas paralisações (motoristas rodoviários);
H)- TEMPO PARCIAL: ( art. 58-A da CLT) - não excedem de 25 horas semanais. O salário é
proporcional à duração.

 QUANTO AO PERÍODO

- DIURNA: das 05h 00 às 22:00


- NOTURNA: 22h às 05h / rural- pecuária (20h/4h) e lavoura(21h/5h)
- MISTA: compreende parte do período noturno e parte do diurno. Ex: das 16 hs às 24 hs. Das 16 até as
22: hs – jornada diurna; das 22:00 às 24:00 é hora noturna.
Obs: A hora de intervalo, por ser hora de descanso, é hora normal, 1h = 60min

 QUANTO À PROFISSÃO

- GERAL : de todos os empregados

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- ESPECIAIS: determinadas profissões têm distinção na jornada de trabalho Ex.: bancário (6 horas- art. 224
e seguintes da CLT); telefonista ( 6h e 36 semanais- art. 227 e seguintes); jornalista ( 05 horas), advogados (4
horas e 20 semanais se não for ), assistente social (30 horas semanais) etc.

JORNADAS ESPECIAIS- VER capítulo I- do Título III- Das normas especiais de tutela do trabalho- artigos
224 até 351 da CLT

QUESTÕES:

1-Operador de telemarketing terá sua jornada de trabalho equiparada a do telefonista?

 QUANTO À FLEXIBILIDADE:

- FLEXÍVEIS e INFLEXÍVEIS – (flexíveis - não utilizada no Brasil – chega-se mais cedo e sai mais tarde (vice-
versa) desde que cumpra jornada. Não temos legislação a respeito.

- DIVISORES- para encontrarmos a jornada mensal de um empregado


 Nos termos do art. 64 da CLT, aplica-se o divisor 220 ao trabalhador que labora 44 horas semanais e
o divisor 180 àqueles cuja carga horária semanal de trabalho é de 36 horas, e de 200 àqueles que tem a
carga horária de 40 horas semanais.

 EX: 44 hs/semana x 5 semana/mês = 220 hs


 EX: 36 hs/semana x 5 semana/mês= 180 hs
 Ex: 40 hs/semana x 5 semana/mês = 200 hs

REGISTRO DA JORNADA- ÔNUS DA PROVA- vide súmula 338 do TST

Súmula nº 338 do TST


JORNADA DE TRABALHO. REGISTRO. ÔNUS DA PROVA (incorporadas as Orientações
Jurisprudenciais nºs 234 e 306 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005

REGIME DE TEMPO PARCIAL

Artigo 58-A- CLT e parágrafos- Considera-se trabalho em tempo de regime parcial aquele cuja duração não exceda a
25 horas semanais.

EMPREGADOS EXCLUÍDOS DA PROTEÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO- (excluídos do Capítulo II


da CLT)
Não tem direito à hora extra:

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a) - os empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação do horário de trabalho.
Trabalho externo. EX: vendedores, motoristas, propagandistas;
O Ilustre Maurício Godinho Delgado, ao discorrer acerca da presunção jurídica criada pelo artigo 62, I, da
CLT, expõe que:
... cria aqui a CLT apenas uma presunção de que tais empregados não estão submetidos, no
cotidiano laboral, a fiscalização e controle de horário, não se sujeitando, pois, à regência das
regras sobre jornada de trabalho (...), havendo prova firme (sob o ônus do empregado) de que
ocorria efetiva fiscalização e controle sobre o cotidiano da prestação laboral, fixando fronteiras
claras à jornada laborada, afasta-se a presunção legal instituída, incidindo o conjunto das regras
clássicas concernentes à duração do trabalho. (Curso de Direito do Trabalho. São Paulo: LTr,
2003, pág. 869)

OU SEJA: se o empregador controlar, ainda que de forma indireta, a jornada praticada pelo
trabalhador, deve-se respeitar o limite máximo da jornada previsto no art. 7º, XIII, da Constituição
Federal, e se comprovado o trabalho em jornada extraordinária, terra direito a receber pelas horas
excedentes.

MOTORISTAS:
Tacógrafo: o tacógrafo por si só não implica em controle da jornada do empregado.
Vide OJ da SDI do TST – 332- MOTORISTA. HORAS EXTRAS. ATIVIDADE EXTERNA. CONTROLE DE
JORNADA POR TACÓGRAFO. RESOLUÇÃO Nº 816/86 DO CONTRAN (DJ 09.12.2003)

b) - os GERENTES, assim considerados os que exercem de cargo de gestão**, os quais, se


equiparam para tais efeitos, os diretores e chefes de departamentos, superintendentes (art. 62 da
CLT).

** o cargo de gerente é um CARGO DE CONFIANÇA- (artigo 62, parágrafo único da CLT).

O artigo 62 exclui os empregados da aplicação do capítulo II da CLT- (Da duração do trabalho), isso quer
dizer que além de não receberem horas extras, ficam excluídos da proteção da jornada noturna reduzida e
dos períodos de descanso.

Para configuração do cargo de gestão, de confiança, temos os seguintes requisitos:


i- o gerente deve receber gratificação de função de 40% sobre o salário efetivo;
ii- deve possuir efetivamente poderes de gestão/ de mando.
iii- Não pode estar sujeito a controle de horário.

Assim, pode-se afirmar que o exercício da função de confiança, de acordo com a Lei e a doutrina, exige a
conjugação do elemento subjetivo (poder de mando, controle, direção, gestão) e do objetivo (padrão salarial
diferenciado ou gratificação de função, se houver, de no mínimo 40% do salário do cargo efetivo e não

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sujeição a controle de horário) conforme Art. 62, II, da CLT. Se os requisitos não estiverem presentes, são
devidas as horas extras.

TRABALHO/JORNADA POR TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO


A Constituição fixa a duração máxima da jornada normal em turnos ininterruptos de revezamento em 6
horas, salvo acordo ou convenção coletiva de trabalho fixando outra duração (art. 7º, XIV).

Considera-se trabalho em turno ininterrupto de revezamento aquele prestado por trabalhadores


que se revezam nos postos de trabalho nos horários diurno e noturno em empresa que funcione
ininterruptamente ou não. Cada trabalhador cumpre individualmente diferentes períodos de trabalho
(manhã, tarde, noite), em forma de rodízio.

O turno ininterrupto é identificado pela:


a) existência de turnos;

b) revezamento entre os turnos;

c) ininterrupção do revezamento.

Note-se que o turno ininterrupto é identificado com relação ao empregado e não com relação à
empresa. Ou seja, esta não precisa funcionar 24 horas em todos os setores para que haja a sua
ocorrência, bastando que o empregado, ainda  que apenas um, tenha a sua jornada constantemente
alterada.

Obs: se o empregador estabelece o empregado em turno fixo (sempre de dia, sempre de noite), no
mesmo horário, sem revezamento, não faz jus a jornada de 6 horas.

A interrupção do trabalho destinada a repouso e alimentação, dentro de cada turno, ou o intervalo para
repouso semanal, não descaracteriza o turno de revezamento com jornada de 6 (seis) horas previsto no art.
7º, XIV, da CF/1988. (Res. 79/1997, DJ 13.01.1998)-
  

CARACTERIZAÇÃO EM 02 TURNOS ALTERADOS

Vide súmulas:

Súmula 360.   TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. DOIS TURNOS. HORÁRIO


DIURNO E NOTURNO. CARACTERIZAÇÃO 
(DJ 14.03.2008)

Súmula nº 423-TST- TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. FIXAÇÃO DE


JORNADA DE TRABALHO MEDIANTE NEGOCIAÇÃO COLETIVA. VALIDADE. (conversão
da Orientação Jurisprudencial nº 169 da SBDI-1) Res. 139/2006 – DJ 10, 11 e 13.10.2006)

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JORNADAS EXTRAORDINÁRIAS:
HORAS EXTRAS- (HORAS SUPLEMENTARES)

São as prestadas além do horário contratual, legal ou normativo, que devem ser remuneradas com o
adicional respectivo. Pode ser realizada antes ou depois da jornada de trabalho e durante os
intervalos.
O adicional de hora extra tem natureza salarial, por isso integra férias 1+/3, DSR, FGTS, 13º salário.

A) ACORDO DE PRORROGAÇÃO DE HORAS (ARTIGO 59 DA CLT)- É o ajuste de vontade feito pelas


partes para que a jornada de trabalho possa ser elastecida além do limite legal, mediante o pagamento de um
adicional.
O acordo de prorrogação de horas consiste em:
 - ajuste de vontades;
 - duração até 2 horas por dia;
 - remuneração das horas extras, com adicional de 50%, no mínimo.

Não podem prorrogar a jornada : menores de 18 anos (salvo em se tratando em acordo de compensação
de horas ou na hipótese de força maior); trabalhador parcial;

Horas Extras Prestadas Com Habitualidade:


Se o empregador decidir por suprimir as horas extras, no caso de prática habitual de horas extras, o
empregado terá direito à indenização, nos termos da Súmula 291 do TST:

B- SISTEMA DE COMPENSAÇÃO DE HORAS (ARTIGO 59, §2º DA CLT): É o acordo mediante o qual as
horas excedentes das normais, prestadas num dia, são deduzidas em outros dias. Diferente da prorrogação,
o sistema de compensação não enseja o pagamento do adicional. Exemplo do empregado que trabalha 1
hora a mais de segunda a quinta feira, para folgar no sábado. Pode ser feito por contrato individual ou
Convenção.

B-1- BANCO DE HORAS: O chamado "banco de horas" é uma modalidade singular de compensar horas.

Art. 59,
§2º Poderá ser dispensado o acréscimo de salário, se por força de acordo ou convenção
coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia for compensado pela
correspondente diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período
máximo de um ano, à soma das jornadas semanais de trabalho previstas (44 ou 36
semanais), nem seja ultrapassado o limite máximo de 10 horas diárias.

§3º-Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho sem que tenha havido a compensação
integral da jornada extraordinária, na forma do parágrafo anterior, fará o trabalhador jus ao

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pagamento das horas extras não compensadas, calculadas sobre o valor da remuneração na
data da rescisão.

§ 4o Os empregados sob o regime de tempo parcial não poderão prestar horas extras.

Trata-se de um sistema de compensação de horas extras mais flexível, mas que exige autorização por
convenção ou acordo coletivo, possibilitando à empresa adequar a jornada de trabalho dos empregados às
suas necessidades de produção e demanda de serviços, desde que estabelecido por Acordo Coletivo ou
Convenção Coletiva de Trabalho.

O "banco de horas" é um sistema que abrange todos os trabalhadores, independentemente da modalidade de


contratação, se por prazo determinado ou indeterminado

OBS:
COMPENSAÇÃO DE HORAS= ACORDO INDIVIDUAL OU COLETIVO
BANCO DE HORAS = SOMENTE POR NEGOCIAÇÃO/CONVENÇÃO COLETIVA ou ACORDO COLETIVO

C) HORAS EXTRAS NO CASO DE FORÇA MAIOR (artigo 61 da CLT): Força maior é acontecimento
inevitável, imprevisível, que o empregador não deu causa. Ex: furacões, inundações, incêndios..

 a- sem limite de horas


 b- sem direito a adicional (é inconstitucional - parte da doutrina entende que deve pagar
normalmente as horas extras)
 c- o empregador tem que comunicar a DRT.

Menor = pode fazer hora extra até o limite de 12 hs diárias, em caso de força maior e desde que seu
trabalho seja imprescindível ao funcionamento do estabelecimento, e seja informada a autoridade competente
em 48 hs. O menor tem direito a receber um adicional de no mínimo 50% sobre a hora normal (arts. 413, II
da CLT e art. 7º., XVI da CF).

D)- HORA EXTRA PARA CONCLUSÃO DE SERVIÇOS INADIÁVEIS: Serviços inadiáveis são os que devem
ser concluídos na mesma jornada de trabalho, não podendo ficar para o dia seguinte sem acarretar prejuízos
ao trabalhador.

Ex: produtos perecíveis, saída de navio, ameaça de chuva em colheita, serviço de transporte antes de
terminado o trajeto do ônibus.

 a- limite de horas excedentes: 4 horas


 b- adicional de 50% no mínimo
 o empregador tem que comunicar a DRT

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DO ADICIONAL DE HORA EXTRA


ADICIONAL - 50%
ADICIONAL – 100%- ADVOGADO

Horas extras prestadas com habitualidade integram a indenização por antigüidade (Súmula. 24 TST), o 13º.
Salário (Súmula 45 TST), o FGTS (súmula 63 TST), o aviso prévio indenizado (parágrafo. 5º. do art. 487 da
CLT), as férias (parágrafo 5º. Do art. 142 CLT), e o DSR (súmula 172 TST).

BIBLIOGRAFIA:

MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho, São Paulo: Atlas


NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo:Saraiva.
SUSSEKIND, Arnaldo . Instituição de Direito do Trabalho. São Paulo:LTr
MARTINEZ, Luciano. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo: Editora Saraiva.
LEI 13467/2017- http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm

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