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UNICID - LEGISLAÇÃO TRABALHISTA – 2023-1

SÍNTESE DA HISTÓRIA DO DIREITO DO TRABALHO

<1> EVOLUÇÃO MUNDIAL

- trabalho vem do Latim – “tripalium” – instrumento de tortura de três paus ou uma canga que pesava
sobre os animais.

- a primeira forma de trabalho foi a escravidão – sem nenhum direito.

- servidão – época do feudalismo – os servos tinham que entregar parte da produção rural ao senhor
feudal em troca de proteção e do uso da terra.

- a revolução francesa reconheceu o direito ao trabalho.

- a revolução industrial transformou o trabalho em emprego – trabalho por salário.

- Constituição Mexicana (1917) – jornada de 8 horas; proibição de labor aos menores de 12 anos; proteção
à maternidade; salário mínimo etc.

- OIT (Organização Internacional do Trabalho) (1919) – proteção das relações laborais no âmbito
internacional.

- Itália – “Carta Del Lavoro” (1927) – interferência do Estado nas relações laborais.

<2> Evolução no Brasil

- - Lei Áurea (1888): aboliu a escravatura

- Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio: criado em 1930

- Constituição de 1934 – primeira CF a tratar especificamente do Direito do Trabalho: liberdade sindical;


salário mínimo; jornada de 8 horas; férias etc.

- Constituição de 1937 – intervenção do Estado – corporativismo - (golpe de Getúlio Vargas) inspirada na


“Carta Del Lavoro” de 1927.

- Justiça do Trabalho: criação em 1939.

- Decreto-Lei n. 5.452, de 01/05/1943: criação da CLT – Consolidação das Leis do Trabalho (intuito de
consolidar as leis esparsas existentes).

- Constituição de 1946: norma democrática – outros direitos (estabilidades etc.)

- Constituição de 1988: Direitos trabalhistas (artigos 7º a 11º)

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PRINCÍPIOS DE DIREITO DO TRABALHO

CONCEITO DE PRINCÍPIO: É o início, a origem, o começo, a causa.

PRINCÍPIO PROTETOR: Esse princípio é a viga mestra do direito do trabalho. A ideia principal do direito do
trabalho, notadamente no Brasil, é dar proteção ao hipossuficiente (o empregado), que necessita da proteção do Estado.
Por essa razão, as normas de direito do trabalho são em geral imperativas e de ordem pública, não podendo ser alteradas
pela vontade das partes. O princípio protecionista é um princípio geral, que abrange todos os demais. É dividida, por
alguns doutrinadores, na regra da condição mais benéfica, regra da norma mais favorável e na regra do “in dúbio
pro misero”. Assim, pode-se dizer que este princípio orienta o direito do trabalho e a proteção para o trabalhador
em face da superioridade econômica do empregador dando ao empregado equivalência jurídica. Divide-se em 3
(três).

IN DUBIO PRO OPERARIO: Na dúvida, deve-se aplicar a regra mais favorável ao trabalhador; na dúvida
decide-se a favor do empregado. Por esse princípio, o intérprete, entre duas ou mais interpretações viáveis, optam pela
que seja mais favorável ao empregado, por ser na relação de trabalho a parte presumivelmente mais fraca. Entretanto, não
se aplica esse princípio quando se tratar de matéria de prova, que tem suas regras próprias. Em caso de prova, deve-se
resolver a questão contra a parte que tenha o ônus da prova e dela não se desincumba, existindo casos específicos da
inversão do ônus da prova.

DA NORMA MAIS FAVORÁRIO: deve-se aplicar a norma mais favorável ao trabalhador – v.g. quando o
adicional de horas extras em uma norma coletiva for mais favorável do que o estipulado na CF. Independente de
sua colocação na escala hierárquica, por esse princípio prevalece a aplicação da norma que é mais favorável ao
empregado.

DA CONDIÇÃO MAIS BENÉFICA AO TRABALHADOR: A condição mais benéfica ao trabalhador deve


ser entendida como o fato de que vantagens já conquistadas, que são mais benéficas ao trabalhador, não podem
ser modificadas para pior – aplicação da regra do direito adquirido (art. 5°, XXXVI, da CF).

PRINCÍPIO DA IRRENUNCIABILIDADE OU INDISPONIBILIDADE DE DIREITOS: Impossibilidade do


trabalhador de privar-se voluntariamente de um direito trabalhista – Ex: renunciar às férias. Princípio protetor do
hipossuficiente, na medida em que é vedada ou sem efeito a renúncia de direitos esculpidos na lei com a caracterização de
norma de ordem pública (a vontade da lei).

PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA REALIDADE: O que vale na Justiça do Trabalho é o que ocorre na prática
e não do que emerge de documentos. Os fatos são mais importantes do que os documentos. Por esse princípio, a
verdade real prevalece sobre a verdade formal. No conflito entre o que realmente ocorre na realidade prática e aquilo que
ocorre na realidade formal, deve prevalecer a realidade efetivamente vivida entre as partes – a verdade real dos fatos.

RELAÇÃO DE EMPREGO – FIGURAS DA RELAÇÃO DE EMPREGO

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EMPREGADO
Definição: Toda pessoa física que presta serviço de natureza não eventual a empregador, sob dependência deste
e mediante salário (art. 3º da CLT).

Características: pessoalidade, subordinação, não eventual, pessoa física e; onerosidade (salário).

(O empregado deve ser pessoa física e não jurídica, trabalhando de forma contínua, permanente, sob a
dependência e subordinação do empregador).

EMPREGADOR

Definição: A empresa individual ou coletiva que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria
e dirige a prestação pessoal do serviço (art. 2º da CLT) – Artigo 932, III do CC.

Características: assunção de riscos; comando.

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REQUISITOS:

EMPREGADO

a) Pessoalidade (intuito personae) – não pode se fazer substituir

b) Subordinação – A subordinação advém do poder de direção do empregador, para determinar o modo


de execução da prestação do trabalho, dando ordens de serviço: v.g., como trabalhar, em que horário
e em que local.

c) Não eventual – trabalho contínuo, de trato sucessivo, com habitualidade

d) Pessoa física

e) Onerosidade – recebe salários pela contraprestação dos serviços prestados ao empregador

EMPREGADOR

a) COMANDO: dirige a atividade do empregado, podendo até instituir normas disciplinares.

b) RISCO: assume o risco da atividade – arca com os lucros e perdas do empreendimento, mas não pode
repassar os prejuízos ao empregado.

OBS: Art. 41 DA CLT: Em todas as atividades será obrigatório para o empregador o registro dos respectivos
trabalhadores, podendo ser adotados livros, fichas ou sistema eletrônico, conforme instruções a serem expedidas
pelo Ministério do Trabalho.

Art. 29 da CLT: O empregador terá o prazo de 5 (cinco) dias úteis para anotar na CTPS, em relação aos
trabalhadores que admitir, a data de admissão, a remuneração e as condições especiais, se houver, facultada a
adoção de sistema manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério da
Economia. (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019)

SUCESSÃO DE EMPRESAS: Art. 10 e 448 da CLT – a alteração na estrutura jurídica da empresa não altera os
direitos dos empregados – responsabilidade do sucessor, salvo se ficar comprovado fraude na transferência em
que a empresa sucedida responde solidariamente com a sucessora.

GRUPO ECONÔMICO: Art. 2º, § 2º da CLT - Uma ou mais de uma empresa com personalidade jurídica própria
estiver sob a direção de outra serão responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de
emprego. Obs: não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios – é necessário demonstrar
comunhão de interesses e a atuação conjunta nas empresas.

OUTRAS ESPÉCIES DE EMPREGADOS OU TRABALHADORES

A) EMPREGADO EM DOMICÍLIO: Artigo 6º da CLT – presta serviços em sua residência – presentes os


elementos da relação de emprego.

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B) EMPREGADO PÚBLICO: Art. 37º, II da CF – espécie do gênero servidor público, mas seu contrato é
regido pela CLT.

C) EMPREGADO DOMÉSTICO: LC 150 de 2015 – empregado que labora para pessoa ou família com
finalidade não lucrativa por mais de dois dias por semana – a LC 150 equiparou os direitos aos demais
empregados.

D) EMPREGADO RURAL: Lei 5.889/73 – Pessoa física que labora em propriedade rural, com relação de
vínculo empregatício – O art. 7º da CF igualou os direitos ao do empregado urbano.

E) TRABALHADOR AVULSO: labor sem vínculo empregatício, mediante intermediação do sindicato da


categoria. Tem os mesmos direitos que os empregados, conforme art. 7º, XXXIV da CF e Lei 12.023/09.

TRABALHADOR TEMPORÁRIO: Lei 6019/74 (ALTERADA PELAS LEIS 13.429 e 13.467 de 2017) – empresa de
trabalho temporário que coloca mão de obra à disposição de outras empresas para necessidade transitória de
serviços, por meio de um contrato de prestação de serviços – prazo: 180 dias, podendo ser prorrogado por mais
90 dias.

F) AUTÔNOMO: Art. 442-B da CLT: A contratação do autônomo, cumpridas por este todas as formalidades
legais, com ou sem exclusividade, de forma contínua ou não, afasta a qualidade de empregado prevista
no art. 3o desta Consolidação. (OBS: TRABALHO SEM SUBORDINAÇÃO – ATIVIDADE POR CONTA
PRÓPRIA) (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

G) ESTAGIÁRIO: Lei 11.788/08 – relação triangular (educando; instituição de ensino e parte concedente) –
finalidade: qualificação para o trabalho – não há vínculo empregatício – direitos: recesso de 30 dias; bolsa
de estudo; auxílio transporte; seguro contra acidentes pessoais; pode recolher o INSS – Prazo máximo
do contrato: 2 anos.

H) TRABALHADOR VOLUNTÁRIO: Lei 9.609/98 - Pessoa física que presta atividade não remunerada para
entidade pública ou privada sem fins lucrativos (objetivos cívicos; culturais; educacionais; assistência
sociais etc) – não gera vínculo empregatício.

CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO

O contrato individual de trabalho é o acordo bilateral, comutativo, celebrado livremente entre partes capazes, na forma tácita
ou expressa, por prazo certo ou indeterminado, correspondente a uma relação de emprego (trabalho subordinado).

Para o surgimento de um contrato válido e eficaz necessário se faz emergirem os seguintes requisitos:
[] vontade [] capacidade jurídica [] objeto lícito [] forma [] comutatividade (relativo a troca)

Vale acrescer e melhor esclarecer:

CONCEITO: artigo 442, da CLT

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REQUISITOS:

a) Bilateral - por ser celebrado apenas entre duas pessoas – empregado e empregador;

b) Sinalagmático - por ter obrigações recíprocas;

c) Consensual - por haver um consenso entre as partes;

d) Oneroso, pois o empregado recebe uma remuneração pelos serviços prestados ao empregador;

e) Trato sucessivo, pois há continuidade na prestação de serviços.

f) Pessoalidade – intuito personae.

g) Objeto lícito – artigo 104 do Código Civil.

e) Capacidade jurídica das partes (é proibido o trabalho do menor de 16 anos, salvo na condição
de aprendiz, a partir dos 14 anos; dos 16 aos 18 anos – somente com autorização do representante legal e a
partir dos 18 anos a pessoa é absolutamente capaz.). Importante verificar os artigos 1º ao 5º do Código Civil.

OBS. O contrato de trabalho não é exclusivo.

O contrato de trabalho pode ser acordado na forma expressa verbal ou expressa escrita (art. 443, da CLT)
– obs: em certos casos, a lei determina que o CIT deve ser na forma escrita – ex: Aprendizagem (art. 428, da
CLT).

ATENÇÃO: também pode ser acordado na forma tácita (advém da simples tolerância de alguém permitir
e usufruir do trabalho alheio, pois o CIT dispensa formalidades)

PRAZO: indeterminado ou determinado (as partes ajustam antecipadamente seu término).

Art. 442-A: Para fins de contratação, o empregador não exigirá do candidato a emprego comprovação de
experiência prévia por tempo superior a 6 (seis) meses no mesmo tipo de atividade.

Art. 443. O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente ou por
escrito, por prazo determinado ou indeterminado, ou para prestação de trabalho intermitente.

CONTRATA A PRAZO DETERMINADO: Art. 443, § 2º da CLT – só é valido para: a) serviço cuja natureza ou
transitoriedade justifique o prazo; b) de atividade empresarial de caráter transitória. Prazo: 2 anos.

OBS: Entende-se por serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo, os
serviços transitórios, como, por exemplo, a instalação de uma máquina.

Já as atividades empresariais de caráter transitório dizem respeito à empresa e não ao empregado ou ao


serviço. É o caso de empresas criadas para funcionar em determinadas épocas do ano, como, por
exemplo, venda de fogos de artifício, nas festas juninas; produção de ovos de Páscoa etc;
A empresa, temporariamente, exerce atividade para atender a uma oportunidade do mercado.

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CONTRATO DE EXPERIÊNCIA

CONTRATO DE EXPERIÊNCIA - Parágrafo 2°, do artigo 443, da CLT:

Obs. Esse contrato serve para que o empregador conheça o empregado e vice-versa, sendo um verdadeiro
teste para ambas as partes.

ARTIGO 445, parágrafo único, da CLT: 90 dias para o contrato de experiência

ARTIGO 451, DA CLT: permite 1 (uma) prorrogação.

ARTIGO 479, DA CLT – paga a metade a que teria direito até o final do contrato.

DIREITOS:

a) Extinção automática: saldo de salário; FGTS sem a multa de 40%; 13° salário proporcional; férias proporcionais
+ 1/3 constitucional.

b) Por iniciativa do empregador: saldo de salário; FGTS com a multa de 40%; 13° salário proporcional; férias
proporcionais + 1/3 constitucional; indenização do art. 479 da CLT.

c) Por iniciativa do empregado: saldo de salário, férias proporcionais + 1/3, 13° salário proporcional e indenização
do artigo 480 da CLT.

Obs.: o artigo 29, da CLT dispõe que as condições especiais de trabalho sejam anotadas na CTPS do
empregado – Assim, o contrato de experiência deve ser anotado na CTPS do trabalhador.

AVISO PRÉVIO

CONCEITO: art. 487, caput, da LT: comunicação que a parte que quer rescindir o CIT - sem justa causa – deve
fazer à outra.

DURAÇÃO: Lei 12.506, de 11/10/2011

Art. 1o O aviso prévio, de que trata o Capítulo VI do Título IV da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT,
aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, será concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos
empregados que contem até 1 (um) ano de serviço na mesma empresa.
Parágrafo único. Ao aviso prévio previsto neste artigo serão acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço prestado
na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias.

Art. 2o - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Obs. mínimo de 30 dias (artigo 487, I e II, da CLT: a CLT prevê dois prazos – a CF revogou o inciso I, da

CLT)

Obs. contratos a prazo indeterminado – inexigível nos contratos a prazo determinado, salvo cláusula
assecuratória (art. 481 da CLT e Súmula 163 do TST – Contrato de Experiência).

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Obs. período em que o empregado ainda ficará trabalhando na empresa ou receberá em dinheiro, no caso
do aviso prévio indenizado.

Artigo 487, § 6°, da CLT: reajuste salarial coletivo – o aviso prévio indenizado integra o tempo de serviço para
todos os efeitos legais.

Artigo 487, § 4°, da CLT: devido também na rescisão indireta.

Efeitos: a) projeta o CIT – integra o contrato para todos os efeitos.


b) súmula 276, do TST: direito irrenunciável (novo emprego).

Não concessão do aviso prévio:

a) artigo 487, § 2°, da CLT: pelo empregado (o empregador terá o direito de reter o saldo do seu salário no valor
correspondente ao número de dias do AP não concedido).

b) artigo 487, § 1°, da CLT: pelo empregador (paga o salário)

RECONSIDERAÇÃO: Artigo 489, e parágrafo único, da CLT: o CIT terá o seu curso normal.

REDUÇÃO DE JORNADA: Artigo 488, e parágrafo único, da CLT.

Súmula 230, do TST: não pode substituir.

c) Artigos 490 e 491, da CLT: justa causa e rescisão indireta do contrato de trabalho.

GRAVIDEZ DURANTE O AVISO PRÉVIO: Art. 391-A da CLT: A confirmação do estado de gravidez advindo
no curso do contrato de trabalho, ainda que durante o prazo do aviso prévio trabalhado ou indenizado,
garante à empregada gestante a estabilidade provisória prevista na alínea b do inciso II do art. 10 do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias. (Incluído pela Lei nº 12.812, de 2013)

EXTINÇÃO DO CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO

Artigo 7°, I, da CF: despedida arbitrária ou sem justa causa nos termos de lei Complementar.

Obs. artigo 10, I, da ADCT: 40% sobre o FGTS (multa) – citada lei foi revogada pela Lei n° 8.036/90 (FGTS)
– art. 18, § 1°.

Lei 13.932/19 - Art. 12. A partir de 1º de janeiro de 2020, fica extinta a contribuição social instituída por meio do
art. 1º da Lei Complementar nº 110, de 29 de junho de 2001. Essa Lei instituiu a contribuição social devida pelos
empregadores em caso de despedida de empregado sem justa causa, à alíquota de dez por cento sobre o
montante de todos os depósitos devidos, referentes ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, durante
a vigência do contrato de trabalho, acrescido das remunerações aplicáveis às contas vinculadas.

Arbitrária: ato praticado pelo empregador – não precisa motivar.

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PEDIDO DE DEMISSÃO:

a) não tem forma prevista em lei – na praxe é escrita.


b) Art. 20, da Lei 8036/90: não saca o FGTS.

JUSTA CAUSA: a) ato do empregado – ação ou omissão

b) sistema taxativo (deve estar contido na lei)

Requisitos: a) culpa do empregado – agir com dolo ou existência de cláusula pela responsabilidade mesmo
que somente na figura da culpa em sentido subjetivo.

b) gravidade do comportamento

c) imediatismo para não caracterizar perdão tácito

d) causalidade (nexo de causa entre a Justa Causa e a dispensa)

e) singularidade (é vedada a dupla punição – “non bis in idem”)

LOCAL: dentro ou fora da empresa (o empregado pode praticar a JC na função externa – se exercer função
interna pode ter um comportamento externo incompatível – ex: concorrência desleal; divulgação de segredos da
empresa etc.)

FIGURAS DA JUSTA CAUSA: artigo 482, da CLT

a) Ato de improbidade: ato lesivo contra a empresa – ex: furto; roubo; falsidade de documentos etc.

b) Incontinência de conduta ou mau procedimento: 1) incontinência de conduta (comportamento irregular do


empregado – incompatível com a moral sexual – ex: assédio sexual, obscenidade e pornografia; 2) mau
procedimento: comportamento incompatível com o senso comum da pessoa média – ato infringente da norma
ética – ex: tráfico de drogas.

c) Negociação habitual: praticar ato de comércio – ato de concorrência inadequada – exercício paralelo de
comércio – ex: concorrência desleal.

d) Condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da
execução de pena – o sujeito é condenado, mas por causa dos seus antecedentes ou natureza do ato, o juiz
suspende a execução da pena.

Obs. quando o trabalhador cumpre pena privativa de liberdade – não pode continuar a prestar serviços
na empresa.

e) desídia: desempenhar as funções com negligência – ex: faltas injustificadas ao serviço etc.

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f) Embriaguez habitual ou em serviço: resultante do álcool ou do tóxico.

Obs. o Código Civil (art. 4°, II do CC – ébrios habituais e viciados em tóxicos) considera relativamente
incapaz os ébrios habituais e os viciados em tóxicos – se for doença, o empregado deve ser afastado para
tratamento médico.

g) Violação de segredo da empresa: ex: divulgação não autorizada de patente de invenção; fórmulas etc. (de
uso exclusivo da empresa)

h) Ato de indisciplina ou de insubordinação: a) indisciplina: descumprimento de ordem geral de serviço – ex:


determinações contidas em circulares, instruções etc.; b) insubordinação: descumprimento de ordem pessoal de
serviço.

i) Abandono de emprego: ausência continuada do empregado com ânimo de não mais trabalhar.

Obs. Súmula 32, do TST – 30 dias

SUM-32 ABANDONO DE EMPREGO (nova redação) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Presume-se o
abandono de emprego se o trabalhador não retornar ao serviço no prazo de 30 (trinta) dias após a cessação
do benefício previdenciário nem justificar o motivo de não o fazer. Histórico: Redação original - RA 57/1970,
DO-GB 27.11.1970 Nº 32 Configura-se o abandono de emprego quando o trabalhador não retornar ao serviço
no prazo de 30 dias após a cessação do benefício previdenciário, nem justificar o motivo de não o fazer.

j) Ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensa física praticada contra qualquer pessoa, salvo em caso de
legítima defesa – ex: difamação etc.

k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensa física praticada contra o empregador ou superior hierárquico,
salvo em caso de legítima defesa.

l) Prática constante de jogos de azar – ex: jogo do bicho; rifas; apostas etc. – obs.: necessidade de
habitualidade.

m) perda da habilitação ou dos requisitos estabelecidos em lei para o exercício da profissão, em


decorrência de conduta dolosa do empregado.

OUTROS MOTIVOS DE JUSTA CAUSA:

b) Artigo 158, parágrafo único, b, da CLT: E.P.I (ato faltoso é equivalente à justa causa).

Obs.: Súmula 289, do TST – empregado – obrigatoriedade da utilização do E.P.I.

c) VALE TRANSPORTE: Lei n. 7418/85 – Decreto n. 10854/21 (Art. 110 – não pode VT em dinheiro, salvo
para o doméstico + Art. 112, § 3º - falta grave.

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RESCISÃO INDIRETA:

CONCEITO: rescisão do CIT por decisão do empregado, haja vista justa causa que o atingiu praticada pelo
empregador.

Artigo 483, da CLT: ruptura do vínculo – não tem forma para o ato – o mais comum é pela JT.

Artigo 487, § 4°, da CLT: devido o aviso prévio.

FIGURAS (art. 483, da CLT):

a) serviços superiores (ex: carregar peso excessivo); defesos por lei (ex: trabalho noturno ao menor de
18 anos); contrários aos bons costumes ou; alheios ao contrato.

b) rigor excessivo – ex: ordens somente para um empregado com o intuito de forçar esse trabalhador a pedir
demissão.

c) perigo manifesto de mal considerável - ex: ordens para o empregado praticar alguma ação de risco, sem
que esse risco faça parte da sua função.

d) não cumprir com as obrigações do CIT – ex: atraso no pagamento de salário (mora salarial).

e) ato lesivo da honra e boa fama – ex: difamação

f) ofensa física, salvo legítima defesa.

g) redução de peça ou tarefa: afeta o ganho do empregado

PAGAMENTO DAS VERBAS RESCISÓRIAS:

PROCEDIMENTO: Art. 477. Na extinção do contrato de trabalho, o empregador deverá proceder à anotação
na Carteira de Trabalho e Previdência Social, comunicar a dispensa aos órgãos competentes e realizar o
pagamento das verbas rescisórias no prazo e na forma estabelecidos neste artigo.

§ 1o (Revogado).

§ 2º - O instrumento de rescisão ou recibo de quitação, qualquer que seja a causa ou forma de dissolução do
contrato, deve ter especificada a natureza de cada parcela paga ao empregado e discriminado o seu valor, sendo
válida a quitação, apenas, relativamente às mesmas parcelas. (Redação dada pela Lei nº 5.584, de 26.6.1970)

§ 3o (Revogado).

PAGAMENTO DAS VERBAS RESCISÓRIAS: § 4o O pagamento a que fizer jus o empregado será efetuado:

I - em dinheiro, depósito bancário ou cheque visado, conforme acordem as partes; ou


II - em dinheiro ou depósito bancário quando o empregado for analfabeto.

§ 5º: Qualquer compensação no pagamento de que trata o parágrafo anterior não poderá exceder o equivalente
a um mês de remuneração do empregado.

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PRAZO PARA PAGAMENTO: § 6o A entrega ao empregado de documentos que comprovem a comunicação da


extinção contratual aos órgãos competentes bem como o pagamento dos valores constantes do instrumento de
rescisão ou recibo de quitação deverão ser efetuados até dez dias contados a partir do término do contrato.

§ 7o (Revogado).

MULTA: § 8º: A inobservância do disposto no § 6º deste artigo sujeitará o infrator à multa de 160 BTN, por
trabalhador, bem assim ao pagamento da multa a favor do empregado, em valor equivalente ao seu salário,
devidamente corrigido pelo índice de variação do BTN, salvo quando, comprovadamente, o trabalhador der causa
à mora.

LEVANTAMENTO DO FGTS E SEGURO DESEMPREGO: § 10: A anotação da extinção do contrato na


Carteira de Trabalho e Previdência Social é documento hábil para requerer o benefício do seguro-
desemprego e a movimentação da conta vinculada no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, nas
hipóteses legais, desde que a comunicação prevista no caput deste artigo tenha sido realizada.

DISPENSAS COLETIVAS: Art. 477-A: As dispensas imotivadas individuais, plúrima ou coletiva equiparam-se
para todos os fins, não havendo necessidade de autorização prévia de entidade sindical ou de celebração
de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho para sua efetivação.

Plano de Demissão Voluntária ou Incentivada: Art. 477-B: para dispensa individual, plúrima ou coletiva, previsto
em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, enseja quitação plena e irrevogável dos direitos
decorrentes da relação empregatícia, salvo disposição em contrário estipulada entre as partes.

EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO POR ACORDO ENTRE AS PARTES

Art. 484-A. O contrato de trabalho poderá ser extinto por acordo entre empregado e empregador, caso em que
serão devidas as seguintes verbas trabalhistas:

DIREITOS DO EMPREGADO:

I) metade do aviso prévio, se indenizado e metade da multa rescisória


II - na integralidade, as demais verbas trabalhistas.
III) saque de 80% do FGTS.
IV) não autoriza o ingresso no Programa de Seguro-Desemprego.

CLÁUSULA DE ARBITRAGEM

Art. 507-A. Nos contratos individuais de trabalho cuja remuneração seja superior a duas vezes o limite máximo
estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social, poderá ser pactuada cláusula
compromissória de arbitragem, desde que por iniciativa do empregado ou mediante a sua concordância
expressa, nos termos previstos na Lei no 9.307, de 23 de setembro de 1996.

ESTABILIDADES

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CONCEITO: direito do empregado de continuar no emprego, mesmo contra a vontade do empregador, desde que
inexista uma causa objetiva a determinar sua despedida.

ESTABILIDADE: a) legal

b) voluntária (prevista no C.I.T)

c) coletiva (prevista em Norma Coletiva de Trabalho)

Obs. o empregado perde o direito a estabilidade se: pedir demissão; justa causa; PDV (plano de demissão
voluntária)

1) DIRIGENTE SINDICAL:

Objetivo: evitar represálias por parte do empregador, pois ele postula direitos para a categoria.

Estabilidade: artigo 8°, VIII, da CF – do registro da candidatura até um ano após o mandato (salvo falta grave –
artigo 482, da CLT).

OBS: Súmula 369, IV e V do TST: perde a garantia de emprego no caso de extinção da empresa e tb se o registro
da candidatura se der no aviso prévio.

OBS: Súmula 379 do TST – dispensa somente após apuração de inquérito judicial.

2) MEMBROS DA C.I.P.A (Comissão Interna de prevenção de acidentes) – NR 5 do MT

Obs. verifica as normas dentro da empresa relativas à segurança do trabalho.

Artigo 163, da CLT: constituição da CIPA.

Artigo 165 e parágrafo único, da CLT: garantia no emprego e reintegração.

Artigo 10, II, a, da ADCT (ato das disposições constitucionais transitórias): estabilidade – do registro da sua
candidatura até um ano após o final de seu mandato.

SÚMULA 339, I, do TST: a garantia vale também para o suplente.

SÚMULA 339, II, do TST: extinção da empresa (perde a estabilidade)

3) ACIDENTE DE TRABALHO:

Artigo 118, da Lei 8.213/91: 1 (um) ano após seu retorno para a empresa.

SÚMULA 378, II, do TST: pressupostos para a concessão da estabilidade.

A) afastamento superior a 15 dias e a consequente percepção do auxílio-doença acidentário, salvo


se constatada, após a despedida, doença profissional que guarde relação de causalidade com a
execução do contrato de emprego.

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B) III - O empregado submetido a contrato de trabalho por tempo determinado goza da garantia
provisória de emprego decorrente de acidente de trabalho prevista no art. 118 da Lei nº 8.213/91

AVISO PRÉVIO TRABALHADO: computa-se como tempo de serviço – assim, se o acidente ocorrer no período
do aviso prévio, o empregado terá direito a estabilidade.

Obs: para a garantia no emprego não há a necessidade de haver sequelas, nem redução da capacidade
laborativa.

4) GESTANTE:

Estabilidade: artigo 10, II, b, da ADCT – da confirmação da gravidez até 5 meses após o parto.

SÚMULA 244, I e II, do TST: desconhecimento do estado gravídico; reintegração. Contrato de experiência tem
direito a estabilidade.

GRAVIDEZ DURANTE O AVISO PRÉVIO: Art. 391-A da CLT: A confirmação do estado de gravidez advindo no
curso do contrato de trabalho, ainda que durante o prazo do aviso prévio trabalhado ou indenizado, garante
à empregada gestante a estabilidade provisória prevista na alínea b do inciso II do art. 10 do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias. (Incluído pela Lei nº 12.812, de 2013)

OBJETIVO DA ESTABILIDADE: direito ao emprego para proteção do nascituro

LICENÇA MATERNIDADE (art. 7°, XVIII, da CF): duração de cento e vinte dias.

SALÁRIO E REMUNERAÇÃO

SALÁRIO: É o importe pago ao empregado pela contraprestação de serviços prestados ao empregador.

REMUNERAÇÃO: indica recompensa - é o conjunto de prestações recebidas habitualmente pelo empregado


decorrente do Contrato Individual de Trabalho.

Artigo 457, da CLT: termo remuneração – o salário + as gorjetas (pagamento de terceiro)

PODE SER: a) fixo (estipulado em quantia certa – invariável)

b) variável (estabelecido de acordo com a produção do empregado – pode ser por peça; comissão
etc)

c) misto (parte fixa, parte variável)

SALÁRIO (por unidade de tempo): fixa o salário por hora, dia, semana, mês etc.

OBS: não se confunde com o pagamento do salário – Ex: o horista pode receber no final do mês.

TIPOS ESPECIAIS DE SALÁRIOS:

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GORJETA - INTEGRAM A REMUNERAÇÃO: Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para


todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do
serviço, as gorjetas que receber.

GORJETAS: forma de retribuição do cliente ao empregado que o serviu bem (artigo 457, § 3°, da CLT -
pagamento feito por terceiro)

GORJETA: § 3º Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao empregado,
como também o valor cobrado pela empresa, como serviço ou adicional, a qualquer título, e destinado à
distribuição aos empregados. (Redação dada pela Lei nº 13.419, de 2017)

OBS: Súmulas 91 (salário compressivo) e 354 (não incidência) do TST

OBS: Artigo 458 da CLT – salário utilidade.

INTEGRAM A REMUNERAÇÃO: § 1o Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e


as comissões pagas pelo empregador. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

NÃO INTEGRAM A REMUNERAÇÃO: § 2o As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de
custo, auxílio-alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos
não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base
de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

PRÊMIOS: § 4o Consideram-se prêmios as liberalidades concedidas pelo empregador em forma de bens, serviços
ou valor em dinheiro a empregado ou a grupo de empregados, em razão de desempenho superior ao
ordinariamente esperado no exercício de suas atividades. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

NÃO INTEGRAM O SALÁRIO: Art. 458, § 5º - O valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou
odontológico, próprio ou não, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos
ortopédicos, próteses, órteses, despesas médico-hospitalares e outras similares, mesmo quando
concedido em diferentes modalidades de planos e coberturas, não integram o salário do empregado para qualquer
efeito nem o salário de contribuição, para efeitos do previsto na alínea q do § 9º do art. 28 da Lei nº 8.212, de 24
de julho de 1991.

1) HORAS EXTRAS: artigo 7°, XVI, da CF (50% sobre a hora normal) – Advogado (100% - Lei 8906/94 – Estatuto
da OAB)

2) ADICIONAL NOTURNO: (OBS: advogado – 20h / 5h – Estatuto – adicional: 25%)

a) trabalhador urbano (das 22:00 às 05:00 – art. 73, § 2°, da CLT) – (adicional de 20% - art. 73, caput, da
CLT)

b) trabalhador rural (das 21:00 às 05:00 na lavoura e das 20:00 às 04:00 na pecuária – artigo 7°, da Lei
5.889/73) – adicional de 25% (parágrafo único, do art. 7°, da Lei)

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§ 1º - A hora do trabalho noturno será computada como de 52 minutos e 30 segundos.

OBS: adicional noturno pago com habitualidade integra o salário para todos os efeitos (Enunciado 60, do TST).

OBS: Enunciado 60, II, do TST – prorrogada a jornada – devido o adicional noturno.

OBS: se o empregado for transferido para o período diurno perde o direito ao adicional noturno - SÚMULA 265
DO TST

Obs: Ver Súmula 214 do STF

3) ADICIONAL DE INSALUBRIDADE: (NR 15 do MT)

CONCEITO: Artigo 189, da CLT: prejudicial à saúde, que dá causa à doença.

Artigo 190, da CLT: Ministério do Trabalho e Emprego (quadro das atividades ou operações insalubres)

Artigo 192, da CLT: percentual – 40%, 20% e 10% sobre o salário mínimo.

Artigo 191, da CLT: o fornecimento do EPI – equipamento de proteção individual – exclui o recebimento do
adicional.

SÚMULA 80 DO TST: Eliminação da insalubridade mediante utilização de EPI exclui o percebimento do adicional

Súmula 289, do TST: o empregador tem que fornecer o EPI e obrigar o empregado a utilizá-lo. Caso haja recusa,
o empregador poderá dispensar o empregado por justa causa (art. 158 da CLT)

SÚMULAS: 139, 248; 293; 448 do TST.

INSALUBRIDADE – GESTANTE - AFASTAMENTO: Art. 394-A. Sem prejuízo de sua remuneração, nesta
incluído o valor do adicional de insalubridade, a empregada deverá ser afastada de: (Redação dada pela Lei nº
13.467, de 2017)

I - atividades consideradas insalubres em grau máximo, enquanto durar a gestação; (Incluído pela Lei nº
13.467, de 2017)

II - atividades consideradas insalubres em grau médio ou mínimo, quando apresentar atestado de saúde,
emitido por médico de confiança da mulher, que recomende o afastamento durante a gestação; (Incluído pela Lei nº
13.467, de 2017) (Vide ADIN 5938)

III - atividades consideradas insalubres em qualquer grau, quando apresentar atestado de saúde, emitido por
médico de confiança da mulher, que recomende o afastamento durante a lactação. (Incluído pela Lei nº 13.467, de
2017) (Vide ADIN 5938)

IMPOSSIBILIDADE – TRANSFERÊNCIA PARA LOCAL SALUBRE: § 3o Quando não for possível que a gestante
ou a lactante afastada nos termos do caput deste artigo exerça suas atividades em local salubre na empresa, a
hipótese será considerada como gravidez de risco e ensejará a percepção de salário-maternidade, nos

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termos da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, durante todo o período de afastamento. (Incluído pela Lei nº
13.467, de 2017)

4) ADICIONAL DE PERICULOSIDADE: (NR 16 – MT)

Artigo 193, da CLT:

CONCEITO: São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo
Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco
acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a: (Redação dada pela Lei nº 12.740, de 2012)

I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; (Incluído pela Lei nº 12.740, de 2012)

II - roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou
patrimonial. (Incluído pela Lei nº 12.740, de 2012)

§ 4º - São também consideradas perigosas as atividades de trabalhador em motocicleta. (Incluído pela Lei nº
12.997, de 2014)

Súmula 39, do TST: posto de gasolina – direito ao adicional de periculosidade.

Artigo 193, § 1°, da CLT: adicional de 30% sobre o salário, sem acréscimo de gratificações, prêmios etc.

Artigo 193, § 2º da CLT: insalubridade / periculosidade – opção pelo empregado.

Artigo 194, da CLT: o direito ao recebimento do adicional cessa com eliminação do risco.

SÚMULA 191, I, DO TST: incidência sobre o salário base.

SÚMULA 364, DO TST: Direito a insalubridade (contato permanente ou intermitente) – não tem direito se o
contato for eventual ou sendo habitual ocorra por tempo extremamente reduzido.

OBS: OJ 385 DO TST – Construção vertical

Obs: TST – DECISÃO – NÃO ACUMULA O AD. DE INSALUBRIDADE E DE PERICULOSIDADE – IRR: 239-
55.2011.5.02.0319.

5) ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA:

Art. 469 - Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência, para localidade diversa da que
resultar do contrato, não se considerando transferência a que não acarretar necessariamente a mudança do seu
domicílio.

§ 1º - Não estão compreendidos na proibição deste artigo: os empregados que exerçam cargo de confiança e
aqueles cujos contratos tenham como condição, implícita ou explícita, a transferência, quando esta decorra de
real necessidade de serviço.

§ 2º - É licita a transferência quando ocorrer extinção do estabelecimento em que trabalhar o empregado.

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Adicional devido quando o empregado for transferido de local de trabalho (artigo 469, § 3, da CLT): percentual de
25% sobre o salário.

OBS: VER SÚMULA 29 DO TST – despesas com a transferência.

DESPESAS COM TRANSFERÊNCIA: Art. 470 - As despesas resultantes da transferência correrão por conta
do empregador.

6) GRATIFICAÇÃO: latim – “gratificatio” que significa graças / reconhecimento – pagamento de valores por
liberalidade do empregador.

FINALIDADE: a) prêmio – recompensa pelos serviços prestados

b) estimulante: para o empregado produzir mais e melhor.

Artigo 457, § 1°, da CLT: a gratificação integra o salário.

7) GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO:

Devida pela maior responsabilidade atribuída ao empregado pela função exercida - 40% (quarenta por cento) -
(artigo 62, parágrafo único, da CLT)

Artigo 224, § 2°, da CLT – Bancário – função de direção – gratificação de 1/3 a mais do salário do cargo efetivo.

Artigo 457, § 1°, da CLT: a gratificação integra o salário.

8) GRATIFICAÇÃO NATALINA (13° SALÁRIO):

- Lei 4090/62 – instituiu o 13° salário (compulsório)

ARTIGO 7°, VIII, da CF: 13° salário – tem por base a remuneração.

PAGAMENTO: Lei 4749/65: dividiu o pagamento do 13° salário em duas parcelas – A 1° parcela (de fevereiro
a 30 de novembro) e a 2° parcela até 20/12.

LEI 4090/62, art. 3°: rescisão sem justa causa – tem direito ao 13° salário proporcional e integral.

SÚMULA 157, do TST: também devida no caso de pedido de demissão.

Obs: na justa causa – o empregado não tem direito ao 13° salário

JORNADA DE TRABALHO

Artigo 7°, XIII, da CF: duração da jornada (8 horas diárias e 44 horas semanais)

Artigo 57 a 75, da CLT: contém regras gerais sobre jornada; períodos de descanso; trabalho noturno etc.

EXEMPLO DE REGRAS ESPECIAIS: a) Advogado – quatro horas e 20 semanais (lei 8906/94 – Estatuto da
OAB); b) telefonistas – 6 horas (Art. 227 da CLT); c) Jornalista – 5 horas (Art. 303 da CLT); d) Teleatendimento
– 6 horas (NR 17 – MT).

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Norma Coletiva de Trabalho: pode fixar adicional de horas extras acima do legal; jornadas específicas para
algumas categorias etc.

PRORROGAÇÃO DE HORAS (art. 59, da CLT):

a) 2 horas por dia, com acréscimo de 50% (art. 7, XVI, da CF).

Art. 59. A duração diária do trabalho poderá ser acrescida de horas extras, em número não excedente de duas,
por acordo individual, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho.

§ 1º A remuneração da hora extra será, pelo menos, 50% (cinquenta por cento) superior à da hora normal.

SÚMULA 376 DO TST: (limitação e integração)

HORAS EXTRAS. LIMITAÇÃO. ART. 59 DA CLT. REFLEXOS (conversão das Orientações Jurisprudenciais
nº 89 e 117 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005
I - A limitação legal da jornada suplementar a duas horas diárias não exime o empregador de pagar todas as
horas trabalhadas. (ex - OJ nº 117 da SBDI-1 - inserida em 20.11.1997)
II - O valor das horas extras habitualmente prestadas integra o cálculo dos haveres trabalhistas,
independentemente da limitação prevista no "caput" do art. 59 da CLT. (ex - OJ nº 89 da SBDI-1 - inserida em
28.04.1997)

OBS: SÚMULA 366 DO TST – 5 minutos

OBS: ARTIGO 413 DA CLT: PRORROGAÇÃO DE HORAS – NÃO PARA O MENOR

COMPENSAÇÃO DE HORAS (art. 59, § 2°, da CLT):

a) Acordo pelo qual as horas extras prestadas num dia são deduzidas em outros dias ou as horas não trabalhadas
são futuramente repostas.

b) módulo: período a ser considerado para a totalização das horas – 1 ano, salvo norma mais favorável: ex. CCT.

Rescisão do CIT: a) se o trabalhador for credor de horas, o empregador paga as excedentes, calculadas sobre
o valor da remuneração da data da rescisão (art. 59, § 3°, da CLT).

FORMA: a) artigo 7, XIII, da CF (admite a compensação de horas por NCT)

RESCISÃO DO CONTRATO: § 3º Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho sem que tenha havido a
compensação integral da jornada extraordinária, na forma dos §§ 2º e 5º deste artigo, o trabalhador terá direito
ao pagamento das horas extras não compensadas, calculadas sobre o valor da remuneração na data da
rescisão.

§ 4º (Revogado).

ACORDO INDIVIDUAL ESCRITO: § 5º O banco de horas de que trata o § 2º deste artigo poderá ser pactuado
por acordo individual escrito, desde que a compensação ocorra no período máximo de seis meses.

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COMPENSAÇÃO NO MESMO MÊS: § 6º É lícito o regime de compensação de jornada estabelecido por acordo
individual, tácito ou escrito, para a compensação no mesmo mês.

Art. 59-B. O não atendimento das exigências legais para compensação de jornada, inclusive quando estabelecida
mediante acordo tácito, não implica a repetição do pagamento das horas excedentes à jornada normal diária se
não ultrapassada a duração máxima semanal, sendo devido apenas o respectivo adicional.

Parágrafo único. A prestação de horas extras habituais não descaracteriza o acordo de compensação de jornada
e o banco de horas.

OBS: Ver Súmulas 85 e 429 do TST.

NECESSIDADE IMPERIOSA (art. 61, da CLT): nesses casos a Lei permite a realização de horas extras
excedentes a 2 horas diárias.

a) Força maior (art. 501, da CLT): acontecimento imprevisível, inevitável, para qual o empregador não concorreu
– ex: incêndio; inundação etc.

b) Serviços inadiáveis: devem ser concluídos na mesma jornada de labor – ex: trabalho com produtos perecíveis
– há a necessidade imperiosa da continuidade da jornada para a conclusão do serviço iniciado.

Art. 61, § 1º - O excesso, nos casos deste artigo, pode ser exigido independentemente de convenção coletiva ou
acordo coletivo de trabalho.

EMPREGADOS EXCLUÍDOS DO RECEBIMENTO DAS HORAS EXTRAS:

Artigo 62, da CLT: atividade externa (ex: vendedor externo); cargos de gestão (ex: gerentes, chefes, diretores
etc) e; os empregados em regime de teletrabalho.

Artigo 62, parágrafo único, da CLT: gratificação de função

INTERVALOS LEGAIS

a) Artigo 66, da CLT: Interjornada ou entre jornada (entre duas jornadas – mínimo de 11 horas)

VER OJ 355 DO TST – HORAS EXTRAS – DESRESPEITO.

b) Artigo 71, caput, § 1° e 2°, da CLT: Intrajornada (não são computados na duração do trabalho, salvo os
especiais)

NÃO CONCESSÃO – PENALIDADE: Art. 71, § 4º A não concessão ou a concessão parcial do intervalo
intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento, de
natureza indenizatória, apenas do período suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o
valor da remuneração da hora normal de trabalho.

OBS: artigo 253 da CLT: câmaras frias- intervalo especial

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OBS: artigo 72 da CLT + S. 346 do TST: digitador

REGISTRO DE JORNADA DE TRABALHO

Art. 74. O horário de trabalho será anotado em registro de empregados. (Redação dada pela Lei nº 13.874, de
2019).

§ 2º: Para os estabelecimentos com mais de 20 (vinte) trabalhadores será obrigatória a anotação da hora
de entrada e de saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções expedidas pela
Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, permitida a pré-assinalação do período
de repouso. (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019)

§ 3º: Se o trabalho for executado fora do estabelecimento, o horário dos empregados constará do registro
manual, mecânico ou eletrônico em seu poder, sem prejuízo do que dispõe o caput deste artigo. (Redação dada
pela Lei nº 13.874, de 2019)

§ 4º: Fica permitida a utilização de registro de ponto por exceção à jornada regular de trabalho, mediante
acordo individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)

OBS: VER SÚMULAS: 118; 338 e 449 do TST.

TEMPO A DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR

CONCEITO: Art. 4º - Considera-se como de serviço efetivo o período em que o empregado esteja à disposição

do empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial expressamente consignada.

EXCEÇÃO: § 2º Por não se considerar tempo à disposição do empregador, não será computado como período
extraordinário o que exceder a jornada normal, ainda que ultrapasse o limite de cinco minutos previsto no § 1º do
art. 58 desta Consolidação, quando o empregado, por escolha própria, buscar proteção pessoal, em caso de
insegurança nas vias públicas ou más condições climáticas, bem como adentrar ou permanecer nas
dependências da empresa para exercer atividades particulares, entre outras:

I - práticas religiosas;
II - descanso;
III - lazer;
IV - estudo;
V - alimentação;
VI - atividades de relacionamento social;
VII - higiene pessoal;
VIII - troca de roupa ou uniforme, quando não houver obrigatoriedade de realizar a troca na empresa.

OBS: VER SÚMULAS: 96 (navio) e 429 do TST

DESCANSO SEMANAL REMUNERADO (DSR)

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Art. 7, XV da CF e Art. 67 da CLT: descanso de 24 horas semanais preferencialmente aos domingos.

OBS: VER OJ 410 DO TST

JORNADA “IN ITINERE”

Art. 58, § 2º O tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a efetiva ocupação do posto de
trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo
empregador, não será computado na jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador.

OBS: VER SÚMULA 90 DO TST

TRABALHO EM REGIME DE TEMPO PARCIAL

CONCEITO: Art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a
trinta horas semanais, sem a possibilidade de horas suplementares semanais, ou, ainda, aquele cuja
duração não exceda a vinte e seis horas semanais, com a possibilidade de acréscimo de até seis horas
suplementares semanais.

SALÁRIO PROPORCIONAL: § 1º - O salário a ser pago aos empregados sob o regime de tempo parcial será
proporcional à sua jornada, em relação aos empregados que cumprem, nas mesmas funções, tempo
integral.

§ 3º As horas suplementares à duração do trabalho semanal normal serão pagas com o acréscimo de 50%
(cinquenta por cento) sobre o salário-hora normal.

§ 4º Na hipótese de o contrato de trabalho em regime de tempo parcial ser estabelecido em número inferior a
vinte e seis horas semanais, as horas suplementares a este quantitativo serão consideradas horas extras para
fins do pagamento estipulado no § 3º, estando também limitadas a seis horas suplementares semanais.

COMPENSAÇÃO DE JORNADA: § 5º As horas suplementares da jornada de trabalho normal poderão ser


compensadas diretamente até a semana imediatamente posterior à da sua execução, devendo ser feita a
sua quitação na folha de pagamento do mês subsequente, caso não sejam compensadas.

FÉRIAS: § 6º É facultado ao empregado contratado sob regime de tempo parcial converter um terço do período
de férias a que tiver direito em abono pecuniário.

§ 7º As férias do regime de tempo parcial são regidas pelo disposto no art. 130 desta Consolidação.

JORNADA 12 X 36

Art. 59-A. Em exceção ao disposto no art. 59 desta Consolidação, é facultado às partes, mediante acordo
individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, estabelecer horário de trabalho de doze

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horas seguidas por trinta e seis horas ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os intervalos
para repouso e alimentação. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

OBS: VER SÚMULA 444 DO TST

JORNADA EXTRAORDINÁRIA EM ATIVIDADES INSALUBRES

Art. 60 - Nas atividades insalubres, assim consideradas as constantes dos quadros mencionados no capítulo "Da
Segurança e da Medicina do Trabalho", ou que neles venham a ser incluídas por ato do Ministro do Trabalho,
quaisquer prorrogações só poderão ser acordadas mediante licença prévia das autoridades competentes
em matéria de higiene do trabalho, as quais, para esse efeito, procederão aos necessários exames locais e à
verificação dos métodos e processos de trabalho, quer diretamente, quer por intermédio de autoridades sanitárias
federais, estaduais e municipais, com quem entrarão em entendimento para tal fim.

EXCEÇÃO – JORNADA 12 X 36: Parágrafo único. Excetuam-se da exigência de licença prévia as jornadas de
doze horas de trabalho por trinta e seis horas ininterruptas de descanso.

OBS: VER SÚMULA 85, VI DO TST.

SOBREAVISO: Art. 244 da CLT

CONCEITO: § 2º Considera-se de "sobreaviso" o empregado efetivo, que permanecer em sua própria casa,
aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço. Cada escala de "sobreaviso" será, no máximo,
de vinte e quatro horas, As horas de "sobreaviso", para todos os efeitos, serão contadas à razão de 1/3 (um
terço) do salário normal.

SÚMULA 428 do TST: I - O uso de instrumentos telemáticos ou informatizados fornecidos pela empresa ao
empregado, por si só, não caracteriza o regime de sobreaviso.
II - Considera-se em sobreaviso o empregado que, à distância e submetido a controle patronal por instrumentos
telemáticos ou informatizados, permanecer em regime de plantão ou equivalente, aguardando a qualquer
momento o chamado para o serviço durante o período de descanso.

FÉRIAS – CONVENÇÃO 132 DA OIT

FÉRIAS: direito irrenunciável – visa proporcionar descanso ao trabalhador, após certo período de labor.

Obs: estudam revelam que o trabalho sem férias é prejudicial ao organismo – ajuda na saúde física e mental
do trabalhador.

Artigo 129, da CLT: direito

Artigo 130, da CLT: PA (período aquisitivo) – período que o trabalhador adquire o direito às férias – após 12
meses de labor – proporção com relação as faltas injustificadas.

OBS: SÚMULA 89 DO TST: faltas legais.

Artigo 131 da CLT: não falta ao serviço

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Artigo 134, da CLT: PC (período concessivo) – 12 meses subsequentes à data em que o empregado tenha
adquirido o direito – período de gozo ou fruição.

MULTA: Artigo 137, da CLT: férias após o PC – pagas em dobro – a dobra é da remuneração, pois não são
devidos 60 dias de férias.

OBS: SÚMULA 450 DO TST – multa para o não cumprimento do pagamento das férias.

SÚMULA 81, do TST: Os dias de férias gozados após o período legal de concessão deverão ser remunerados
em dobro. Ex: (20 dias gozados dentro do período concessivo – somente os 10 dias restantes serão devidos em
dobro)

DIVISÃO DAS FÉRIAS: Art. 134, § 1º Desde que haja concordância do empregado, as férias poderão ser
usufruídas em até três períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a quatorze dias corridos e os
demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos, cada um.

INÍCIO DAS FÉRIAS - VEDAÇÃO: § 3º É vedado o início das férias no período de dois dias que antecede
feriado ou dia de repouso semanal remunerado.

Artigo 136, da CLT: o empregador fixa a data da concessão das férias

Artigo 136, § 1º e 2°, da CLT: família e estudante menor de 18 anos

Comunicação das Férias (art. 135, da CLT): por escrito, com antecedência de, no mínimo, 30 dias, mediante
recibo.

PAGAMENTO DAS FÉRIAS: Artigo 145, da CLT: até dois antes do início das férias.

Artigo 138, da CLT: ATENÇÃO: durante as férias, o empregado não poderá prestar serviços a outro empregador.

FÉRIAS COLETIVAS (ART. 139 a 141, da CLT)

Art. 139, da CLT: todos os empregados da empresa ou de um setor.


- no final do ano; diminuição da produção ou da procura de seus produtos (ex: indústria automobilística)
- o empregador é quem verifica se as férias coletivas serão necessárias – não precisa consultar os empregados.

§ 1º - As férias poderão ser gozadas em 2 (dois) períodos anuais desde que nenhum deles seja inferior a 10 (dez)
dias corridos.

REMUNERAÇÃO NAS FÉRIAS

Artigo 7°, XVII, da CF: 1/3 a mais do que o salário normal.

Artigo 142, da CLT: remuneração

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Súmula 328, do TST: O terço é devido quando as férias são gozadas; indenizadas; integrais ou proporcionais.

Artigo 142, § 3°, da CLT: Salário pago por percentagem ou comissão: apura-se a média recebida nos últimos 12
meses.

ABONO DE FÉRIAS

Artigo 143, da CLT: o empregado pode converter 1/3 das férias em abono pecuniário – é uma opção
assegurada ao empregado.

REQUISIÇÃO: Artigo 143, § 1°, da CLT: Até 15 dias antes do término do período aquisitivo e não 15 dias
antes do início das férias.

PERDIMENTO DO DIREITO A FÉRIAS:

Art. 133 - Não terá direito a férias o empregado que, no curso do período aquisitivo:

I - deixar o emprego e não for readmitido dentro de 60 (sessenta) dias subsequentes à sua saída;
II - permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, por mais de 30 (trinta) dias;
III - deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais de 30 (trinta) dias, em virtude de paralisação
parcial ou total dos serviços da empresa; e
IV - tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente de trabalho ou de auxílio-doença por
mais de 6 (seis) meses, embora descontínuos.

Art. 133, § 2º da CLT: novo P.A

OBS: VER SÚMULAS: 171 (férias proporcionais – direito) e 261 (pedido de demissão)

DO TELETRABALHO

RELAÇÃO DE EMPREGO: Art. 6º - Não se distingue entre o trabalho realizado no estabelecimento do


empregador, o executado no domicílio do empregado e o realizado a distância, desde que estejam
caracterizados os pressupostos da relação de emprego.

SUBORDINAÇÃO: Parágrafo único. Os meios telemáticos e informatizados de comando, controle e


supervisão se equiparam, para fins de subordinação jurídica, aos meios pessoais e diretos de comando, controle
e supervisão do trabalho alheio.

Art. 75-A. A prestação de serviços pelo empregado em regime de teletrabalho observará o disposto neste
Capítulo.

CONCEITO: Art. 75-B. Considera-se teletrabalho a prestação de serviços preponderantemente fora das
dependências do empregador, com a utilização de tecnologias de informação e de comunicação que, por sua
natureza, não se constituam como trabalho externo.

COMPERECIMENTO NA EMPRESA: Parágrafo único. O comparecimento às dependências do empregador para


a realização de atividades específicas que exijam a presença do empregado no estabelecimento não
descaracteriza o regime de teletrabalho.

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CONTRATO: Art. 75-C. A prestação de serviços na modalidade de teletrabalho deverá constar


expressamente do contrato individual de trabalho, que especificará as atividades que serão realizadas pelo
empregado.

ALTERAÇÃO DE REGIME PRESENCIAL PARA TELETRABALHO: § 1º Poderá ser realizada a alteração entre
regime presencial e de teletrabalho desde que haja mútuo acordo entre as partes, registrado em aditivo
contratual.

ALTERAÇÃO DE REGIME TELETRABALHO PARA PRESENCIAL: § 2º Poderá ser realizada a alteração do


regime de teletrabalho para o presencial por determinação do empregador, garantido prazo de transição
mínimo de quinze dias, com correspondente registro em aditivo contratual.

DESPESAS: Art. 75-D. As disposições relativas à responsabilidade pela aquisição, manutenção ou


fornecimento dos equipamentos tecnológicos e da infraestrutura necessária e adequada à prestação do
trabalho remoto, bem como ao reembolso de despesas arcadas pelo empregado, serão previstas em contrato
escrito.
Parágrafo único. As utilidades mencionadas no caput deste artigo não integram a remuneração do empregado.

DOENÇA PROFISSIONAL: Art. 75-E. O empregador deverá instruir os empregados, de maneira expressa e
ostensiva, quanto às precauções a tomar a fim de evitar doenças e acidentes de trabalho.

Parágrafo único. O empregado deverá assinar termo de responsabilidade comprometendo-se a seguir as


instruções fornecidas pelo empregador.

DO DANO EXTRAPATRIMONIAL

Art. 223-A. Aplicam-se à reparação de danos de natureza extrapatrimonial decorrentes da relação de trabalho
apenas os dispositivos deste Título.

CONCEITO: Art. 223-B. Causa dano de natureza extrapatrimonial a ação ou omissão que ofenda a esfera
moral ou existencial da pessoa física ou jurídica, as quais são as titulares exclusivas do direito à reparação.

DANOS À PESSOA FÍSICA: Art. 223-C. A honra, a imagem, a intimidade, a liberdade de ação, a autoestima,
a sexualidade, a saúde, o lazer e a integridade física são os bens juridicamente tutelados inerentes à pessoa
física. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

DANOS Á EMPRESA: Art. 223-D. A imagem, a marca, o nome, o segredo empresarial e o sigilo da
correspondência são bens juridicamente tutelados inerentes à pessoa jurídica.

RESPONSABILIDADE: Art. 223-E. São responsáveis pelo dano extrapatrimonial todos os que tenham
colaborado para a ofensa ao bem jurídico tutelado, na proporção da ação ou da omissão.

DANOS MATERIAIS: Art. 223-F. A reparação por danos extrapatrimoniais pode ser pedida cumulativamente com
a indenização por danos materiais decorrentes do mesmo ato lesivo.
§ 1º Se houver cumulação de pedidos, o juízo, ao proferir a decisão, discriminará os valores das indenizações a
título de danos patrimoniais e das reparações por danos de natureza extrapatrimonial.

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§ 2º A composição das perdas e danos, assim compreendidos os lucros cessantes e os danos emergentes, não
interfere na avaliação dos danos extrapatrimoniais.

AVALIAÇÃO PELO JUIZ: Art. 223-G. Ao apreciar o pedido, o juízo considerará:

I - a natureza do bem jurídico tutelado;


II - a intensidade do sofrimento ou da humilhação;
III - a possibilidade de superação física ou psicológica;
IV - os reflexos pessoais e sociais da ação ou da omissão;
V - a extensão e a duração dos efeitos da ofensa;
VI - as condições em que ocorreu a ofensa ou o prejuízo moral;
VII - o grau de dolo ou culpa;
VIII - a ocorrência de retratação espontânea;
IX - o esforço efetivo para minimizar a ofensa;
X - o perdão, tácito ou expresso;
XI - a situação social e econômica das partes envolvidas;
XII - o grau de publicidade da ofensa.

EMPREGADO - QUANTIFICAÇÃO DO DANO - PARÂMETROS: § 1o Se julgar procedente o pedido, o juízo


fixará a indenização a ser paga, a cada um dos ofendidos, em um dos seguintes parâmetros, vedada a
acumulação: (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

I - ofensa de natureza leve, até três vezes o último salário contratual do ofendido; (Incluído pela Lei nº
13.467, de 2017)
II - ofensa de natureza média, até cinco vezes o último salário contratual do ofendido; (Incluído pela Lei
nº 13.467, de 2017)
III - ofensa de natureza grave, até vinte vezes o último salário contratual do ofendido; (Incluído pela Lei nº
13.467, de 2017)
IV - ofensa de natureza gravíssima, até cinquenta vezes o último salário contratual do ofendido. (Incluído
pela Lei nº 13.467, de 2017)

EMPREGADOR - QUANTIFICAÇÃO DO DANO - PARÂMETROS § 2º Se o ofendido for pessoa jurídica, a


indenização será fixada com observância dos mesmos parâmetros estabelecidos no § 1º deste artigo, mas
em relação ao salário contratual do ofensor.

REINCIDÊNCIA: § 3o Na reincidência entre partes idênticas, o juízo poderá elevar ao dobro o valor da
indenização. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

DA EQUIPARAÇÃO SALARIAL

CONCEITO: Art. 461. Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador,
no mesmo estabelecimento empresarial, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, etnia, nacionalidade
ou idade.

CRITÉRIOS: § 1o Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que for feito com igual produtividade
e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço para o mesmo

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empregador não seja superior a quatro anos e a diferença de tempo na função não seja superior a dois
anos.

EXCEÇÕES PARA APLICAÇÃO DA EQUIPARAÇÃO SALARIAL

QUADRO DE CARREIRA: § 2o Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver
pessoal organizado em quadro de carreira ou adotar, por meio de norma interna da empresa ou de negociação
coletiva, plano de cargos e salários, dispensada qualquer forma de homologação ou registro em órgão público.

§ 3o No caso do § 2o deste artigo, as promoções poderão ser feitas por merecimento e por antiguidade, ou
por apenas um destes critérios, dentro de cada categoria profissional.

OBS: VER OJ 418 DO TST – POR MERECIMENTO OU ANTIGUIDADE

TRABALHADOR READAPTADO: § 4º - O trabalhador readaptado em nova função por motivo de deficiência


física ou mental atestada pelo órgão competente da Previdência Social não servirá de paradigma para fins de
equiparação salarial. (Incluído pela Lei nº 5.798, de 31.8.1972)

EMPREGADO CONTEMPORÂNEO E REMOTO: § 5o A equiparação salarial só será possível entre


empregados contemporâneos no cargo ou na função, ficando vedada a indicação de paradigmas remotos,
ainda que o paradigma contemporâneo tenha obtido a vantagem em ação judicial própria.

DISCRIMINAÇÃO – MULTA: § 6o No caso de comprovada discriminação por motivo de sexo ou etnia, o juízo
determinará, além do pagamento das diferenças salariais devidas, multa, em favor do empregado discriminado,
no valor de 50% (cinquenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência
Social.

DA VESTIMENTA DO EMPREGADO

Art. 456-A. Cabe ao empregador definir o padrão de vestimenta no meio ambiente laboral, sendo lícita a
inclusão no uniforme de logomarcas da própria empresa ou de empresas parceiras e de outros itens de
identificação relacionados à atividade desempenhada.

HIGIENIZAÇÃO: Parágrafo único. A higienização do uniforme é de responsabilidade do trabalhador, salvo nas


hipóteses em que forem necessários procedimentos ou produtos diferentes dos utilizados para a
higienização das vestimentas de uso comum.

ALTERAÇÃO DAS CONDIÇÕES DO CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO

ALTERAÇÃO LÍCITA: Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas
condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente,
prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia.

EXCEÇÃO – RETORNO – CARGO DE CONFIANÇA: § 1o Não se considera alteração unilateral a


determinação do empregador para que o respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado,
deixando o exercício de função de confiança. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

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NÃO INCORPORAÇÃO DA GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO: § 2o A alteração de que trata o § 1o deste artigo, com
ou sem justo motivo, não assegura ao empregado o direito à manutenção do pagamento da gratificação
correspondente, que não será incorporada, independentemente do tempo de exercício da respectiva
função. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

TRASNFERÊNCIA – PROIBIÇÃO: Art. 469 - Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua
anuência, para localidade diversa da que resultar do contrato, não se considerando transferência a que não
acarretar necessariamente a mudança do seu domicílio. (VER SÚMULA 29 DO TST)

TRANSFERÊNCIA – EXCEÇÃO: § 1º - Não estão compreendidos na proibição deste artigo: os empregados que
exerçam cargo de confiança e aqueles cujos contratos tenham como condição, implícita ou explícita, a
transferência, quando esta decorra de real necessidade de serviço.

SÚMULA 43 da CLT: Presume-se abusiva a transferência de que trata o § 1º do art. 469 da CLT, sem
comprovação da necessidade do serviço.

TRANSFERÊCIA LÍCITA: § 2º - É licita a transferência quando ocorrer extinção do estabelecimento em que


trabalhar o empregado.

ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA: § 3º - Em caso de necessidade de serviço o empregador poderá transferir


o empregado para localidade diversa da que resultar do contrato, não obstante as restrições do artigo anterior,
mas, nesse caso, ficará obrigado a um pagamento suplementar, nunca inferior a 25% (vinte e cinco por cento)
dos salários que o empregado percebia naquela localidade, enquanto durar essa situação.

DESPESAS COM TRANSFERÊNCIA: Art. 470 - As despesas resultantes da transferência correrão por conta
do empregador.

INTERRUPÇÃO E SUSPENSÃO DO CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO

VANTAGENS OBTIDAS DURANTE O AFASTAMENTO: Art. 471 da CLT: Ao empregado afastado do emprego,
são asseguradas, por ocasião de sua volta, todas as vantagens que, em sua ausência, tenham sido
atribuídas à categoria a que pertencia na empresa.

SUSPENSÃO: Não há trabalho, nem pagamento de salário.

INTERRUPÇÃO: Não há trabalho, mas há pagamento de salário.

OBS: VER SÚMULA 440 DO TST – ASSISTÊNCIA MÉDICA

TERCEIRIZAÇÃO DE SERVIÇOS E TRABALHO TEMPORÁRIO

MOTIVO: especialização; melhor gestão dos negócios; aumento de produtividade e redução de custo.
CONCEITO: processo de descentralização das atividades da empresa.

OBS: VER LEI 6019 DE 1974, ALTERADA PELAS LEIS 13.429 e 13.467 de 2017

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1) TERCEIRIZAÇÃO DE SERVIÇOS

Art. 4o-A. Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita pela contratante da execução de
quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal, à pessoa jurídica de direito privado prestadora de
serviços que possua capacidade econômica compatível com a sua execução.

§ 1o A empresa prestadora de serviços contrata, remunera e dirige o trabalho realizado por seus trabalhadores,
ou subcontrata outras empresas para realização desses serviços.

§ 2o Não se configura vínculo empregatício entre os trabalhadores, ou sócios das empresas prestadoras de
serviços, qualquer que seja o seu ramo, e a empresa contratante.

Art. 4o-B. São requisitos para o funcionamento da empresa de prestação de serviços a terceiros:

I - prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ);


II - registro na Junta Comercial;
III - capital social compatível com o número de empregados, observando-se os seguintes parâmetros:

a) empresas com até dez empregados - capital mínimo de R$ 10.000,00 (dez mil reais);
b) empresas com mais de dez e até vinte empregados - capital mínimo de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais);
c) empresas com mais de vinte e até cinquenta empregados - capital mínimo de R$ 45.000,00 (quarenta e cinco
mil reais);
d) empresas com mais de cinquenta e até cem empregados - capital mínimo de R$ 100.000,00 (cem mil reais); e
e) empresas com mais de cem empregados - capital mínimo de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais).

Art. 4o-C. São asseguradas aos empregados da empresa prestadora de serviços a que se refere o art. 4o-A desta
Lei, quando e enquanto os serviços, que podem ser de qualquer uma das atividades da contratante, forem
executados nas dependências da tomadora, as mesmas condições:
I - relativas a:

a) alimentação garantida aos empregados da contratante, quando oferecida em refeitórios;


b) direito de utilizar os serviços de transporte;
c) atendimento médico ou ambulatorial existente nas dependências da contratante ou local por ela designado;
d) treinamento adequado, fornecido pela contratada, quando a atividade o exigir.

II - sanitárias, de medidas de proteção à saúde e de segurança no trabalho e de instalações adequadas à


prestação do serviço.

§ 1o Contratante e contratada poderão estabelecer, se assim entenderem, que os empregados da contratada farão
jus a salário equivalente ao pago aos empregados da contratante, além de outros direitos não previstos neste
artigo.

§ 2o Nos contratos que impliquem mobilização de empregados da contratada em número igual ou superior a 20%
(vinte por cento) dos empregados da contratante, esta poderá disponibilizar aos empregados da contratada os
serviços de alimentação e atendimento ambulatorial em outros locais apropriados e com igual padrão de
atendimento, com vistas a manter o pleno funcionamento dos serviços existentes.

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Art. 5o-A. Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com empresa de prestação de serviços
relacionados a quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal.

§ 1o É vedada à contratante a utilização dos trabalhadores em atividades distintas daquelas que foram objeto do
contrato com a empresa prestadora de serviços.

§ 2o Os serviços contratados poderão ser executados nas instalações físicas da empresa contratante ou em outro
local, de comum acordo entre as partes.

§ 3o É responsabilidade da contratante garantir as condições de segurança, higiene e salubridade dos


trabalhadores, quando o trabalho for realizado em suas dependências ou local previamente convencionado em
contrato.

§ 4o A contratante poderá estender ao trabalhador da empresa de prestação de serviços o mesmo atendimento


médico, ambulatorial e de refeição destinado aos seus empregados, existente nas dependências da contratante,
ou local por ela designado.

§ 5o A empresa contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas referentes ao período


em que ocorrer a prestação de serviços, e o recolhimento das contribuições previdenciárias observará o disposto
no art. 31 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991.

Art. 5o-B. O contrato de prestação de serviços conterá:

I - qualificação das partes;


II - especificação do serviço a ser prestado;
III - prazo para realização do serviço, quando for o caso;
IV - valor.

Art. 5o-C. Não pode figurar como contratada, nos termos do art. 4o-A desta Lei, a pessoa jurídica cujos titulares
ou sócios tenham, nos últimos dezoito meses, prestado serviços à contratante na qualidade de empregado ou
trabalhador sem vínculo empregatício, exceto se os referidos titulares ou sócios forem aposentados.

Art. 5o-D. O empregado que for demitido não poderá prestar serviços para esta mesma empresa na qualidade de
empregado de empresa prestadora de serviços antes do decurso de prazo de dezoito meses, contados a partir
da demissão do empregado.

2) TRABALHO TEMPORÁRIO

Art. 1o As relações de trabalho na empresa de trabalho temporário, na empresa de prestação de serviços e nas
respectivas tomadoras de serviço e contratante regem-se por esta Lei.

Art. 2o Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física contratada por uma empresa de trabalho
temporário que a coloca à disposição de uma empresa tomadora de serviços, para atender à necessidade de
substituição transitória de pessoal permanente ou à demanda complementar de serviços.

§ 1o É proibida a contratação de trabalho temporário para a substituição de trabalhadores em greve, salvo nos
casos previstos em lei.

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§ 2o Considera-se complementar a demanda de serviços que seja oriunda de fatores imprevisíveis ou, quando
decorrente de fatores previsíveis, tenha natureza intermitente, periódica ou sazonal.

Art. 3º - É reconhecida a atividade da empresa de trabalho temporário que passa a integrar o plano básico do
enquadramento sindical a que se refere o art. 577, da Consolidação da Leis do Trabalho.

Art. 4o Empresa de trabalho temporário é a pessoa jurídica, devidamente registrada no Ministério do Trabalho,
responsável pela colocação de trabalhadores à disposição de outras empresas temporariamente.

Art. 5o Empresa tomadora de serviços é a pessoa jurídica ou entidade a ela equiparada que celebra contrato de
prestação de trabalho temporário com a empresa definida no art. 4o desta Lei.

Art. 6o São requisitos para funcionamento e registro da empresa de trabalho temporário no Ministério do Trabalho:

I - prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), do Ministério da Fazenda;


II - prova do competente registro na Junta Comercial da localidade em que tenha sede;
III - prova de possuir capital social de, no mínimo, R$ 100.000,00 (cem mil reais).

Parágrafo único. A empresa infratora do presente artigo poderá ter o seu funcionamento suspenso, por ato do
Diretor Geral do Departamento Nacional de Mão-de-Obra, cabendo recurso ao Ministro de Estado, no prazo de
dez dias, a contar da publicação do ato no Diário Oficial da União.

Art. 9o O contrato celebrado pela empresa de trabalho temporário e a tomadora de serviços será por escrito, ficará
à disposição da autoridade fiscalizadora no estabelecimento da tomadora de serviços e conterá:

I - qualificação das partes;


II - motivo justificador da demanda de trabalho temporário;
III - prazo da prestação de serviços;
IV - valor da prestação de serviços;
V - disposições sobre a segurança e a saúde do trabalhador, independentemente do local de realização do
trabalho.

§ 1o É responsabilidade da empresa contratante garantir as condições de segurança, higiene e salubridade dos


trabalhadores, quando o trabalho for realizado em suas dependências ou em local por ela designado.

§ 2o A contratante estenderá ao trabalhador da empresa de trabalho temporário o mesmo atendimento médico,


ambulatorial e de refeição destinado aos seus empregados, existente nas dependências da contratante, ou local
por ela designado.

§ 3o O contrato de trabalho temporário pode versar sobre o desenvolvimento de atividades-meio e atividades-fim


a serem executadas na empresa tomadora de serviços.

Art. 10. Qualquer que seja o ramo da empresa tomadora de serviços, não existe vínculo de emprego entre ela e
os trabalhadores contratados pelas empresas de trabalho temporário.

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§ 1o O contrato de trabalho temporário, com relação ao mesmo empregador, não poderá exceder ao prazo de
cento e oitenta dias, consecutivos ou não.

§ 2o O contrato poderá ser prorrogado por até noventa dias, consecutivos ou não, além do prazo estabelecido no
§ 1o deste artigo, quando comprovada a manutenção das condições que o ensejaram.

§ 4o Não se aplica ao trabalhador temporário, contratado pela tomadora de serviços, o contrato de experiência
previsto no parágrafo único do art. 445 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei
nº 5.452, de 1o de maio de 1943.

§ 5o O trabalhador temporário que cumprir o período estipulado nos §§ 1 o e 2o deste artigo somente poderá ser
colocado à disposição da mesma tomadora de serviços em novo contrato temporário, após noventa dias do
término do contrato anterior.

§ 6o A contratação anterior ao prazo previsto no § 5o deste artigo caracteriza vínculo empregatício com a tomadora.

§ 7o - A contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas referentes ao período em que


ocorrer o trabalho temporário, e o recolhimento das contribuições previdenciárias observará o disposto no art. 31
da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991.

Art. 11 - O contrato de trabalho celebrado entre empresa de trabalho temporário e cada um dos assalariados
colocados à disposição de uma empresa tomadora ou cliente será, obrigatoriamente, escrito e dele deverão
constar, expressamente, os direitos conferidos aos trabalhadores por esta Lei.
Parágrafo único. Será nula de pleno direito qualquer cláusula de reserva, proibindo a contratação do trabalhador
pela empresa tomadora ou cliente ao fim do prazo em que tenha sido colocado à sua disposição pela empresa
de trabalho temporário.

Art. 12 - Ficam assegurados ao trabalhador temporário os seguintes direitos:

a) remuneração equivalente à percebida pelos empregados de mesma categoria da empresa tomadora ou cliente
calculados à base horária, garantida, em qualquer hipótese, a percepção do salário mínimo regional;
b) jornada de oito horas, remuneradas as horas extraordinárias não excedentes de duas, com acréscimo de 20%
(vinte por cento); Obs: ver artigo 7º da CF – adicional de 50%
c) férias proporcionais;
e) adicional por trabalho noturno;
f) indenização por dispensa sem justa causa ou término normal do contrato, correspondente a 1/12 (um doze
avos) do pagamento recebido;
g) seguro contra acidente do trabalho;
h) proteção previdenciária nos termos do disposto na Lei Orgânica da Previdência Social, com as alterações
introduzidas pela Lei nº 5.890, de 8 de junho de 1973 (art. 5º, item III, letra "c" do Decreto nº 72.771, de 6 de
setembro de 1973).

§ 1º - Registrar-se-á na Carteira de Trabalho e Previdência Social do trabalhador sua condição de temporário.

§ 2º - A empresa tomadora ou cliente é obrigada a comunicar à empresa de trabalho temporário a ocorrência de


todo acidente cuja vítima seja um assalariado posto à sua disposição, considerando-se local de trabalho, para

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efeito da legislação específica, tanto aquele onde se efetua a prestação do trabalho, quanto a sede da empresa
de trabalho temporário.

Art. 13 - Constituem justa causa para rescisão do contrato do trabalhador temporário os atos e circunstâncias
mencionados nos artigos 482 (justa causa) e 483 (rescisão indireta), da Consolidação das Leis do Trabalho,
ocorrentes entre o trabalhador e a empresa de trabalho temporário ou entre aquele e a empresa cliente onde
estiver prestando serviço.

Art. 14 - As empresas de trabalho temporário são obrigadas a fornecer às empresas tomadoras ou clientes, a seu
pedido, comprovante da regularidade de sua situação com o Instituto Nacional de Previdência Social.

Art. 15 - A Fiscalização do Trabalho poderá exigir da empresa tomadora ou cliente a apresentação do contrato
firmado com a empresa de trabalho temporário, e, desta última o contrato firmado com o trabalhador, bem como
a comprovação do respectivo recolhimento das contribuições previdenciárias.

Art. 16 - No caso de falência da empresa de trabalho temporário, a empresa tomadora ou cliente é solidariamente
responsável pelo recolhimento das contribuições previdenciárias, no tocante ao tempo em que o trabalhador
esteve sob suas ordens, assim como em referência ao mesmo período, pela remuneração e indenização previstas
nesta Lei.

Art. 17 - É defeso às empresas de prestação de serviço temporário a contratação de estrangeiros com visto
provisório de permanência no País.

Art. 18 - É vedado à empresa do trabalho temporário cobrar do trabalhador qualquer importância, mesmo a título
de mediação, podendo apenas efetuar os descontos previstos em Lei.

Parágrafo único. A infração deste artigo importa no cancelamento do registro para funcionamento da empresa de
trabalho temporário, sem prejuízo das sanções administrativas e penais cabíveis.

Art. 19 - Competirá à Justiça do Trabalho dirimir os litígios entre as empresas de serviço temporário e seus
trabalhadores.

Art. 19-A. O descumprimento do disposto nesta Lei sujeita a empresa infratora ao pagamento de multa.

Art. 19-B. O disposto nesta Lei não se aplica às empresas de vigilância e transporte de valores, permanecendo
as respectivas relações de trabalho reguladas por legislação especial, e subsidiariamente pela Consolidação das
Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943.

Art. 19-C. Os contratos em vigência, se as partes assim acordarem, poderão ser adequados aos termos desta
Lei.

NORMA COLETIVA DO TRABALHO

CONCEITO: Norma coletiva é o negócio jurídico de caráter normativo e natureza coletiva, de modo a regulamentar
temporariamente as condições de trabalho, no intuito de evitar o conflito entre empregadores e trabalhadores.

Obs. é uma fonte do direito do trabalho, pois cria normas e condições aplicáveis ao contrato de trabalho.

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ACORDOS E CONVENÇÕES COLETIVAS DE TRABALHO:

Obs. aplicam-se a todos os membros da categoria e não só aos sócios.

Artigo 7°, XXVI, da CF: reconhece a ACT e a CCT

Artigo 8°, VI da CF: participação obrigatória dos sindicatos nas negociações coletivas.

Convenção Coletiva de Trabalho:

Instrumento em nível de categoria – seus efeitos alcançam todas as empresas representadas pelo sindicato da

categoria - resolve problemas da categoria – matéria geral

Acordo Coletivo de Trabalho:

Ajuste entre sindicato dos trabalhadores e uma ou mais empresas – não se aplica para toda a categoria - resolve

problemas na empresa – matéria específica.

OBS: DIREITO COLETIVO DO TRABALHO – LEI 13.467 DE 2017


1) Art. 8º, §3 – exame da CCT pela JT
2) Art. 510-A / 510-E – representação dos empregados nas empresas
3) Art. 545 – contribuição sindical – (Precedente Normativo 119 do TST + S. 666 e S. vinculante 40 do STF)
4) Art. 611 – diferença entre ACT e CCT.
5) Art. 611-A – prevalência da CCT sobre a Lei + contrapartidas + redução de salário e jornada etc.
6) Art. 611-B – objeto ilícito de CCT (supressão ou redução de direitos)
7) Art. 614, §3 – validade de CCT (dois anos) + ACT prevalecer sobre CCT

DIVERSOS

1) ARTIGO 9º DA CF + LEI 7.783/89: GREVE


2) ARTIGO 7º DA CF: DIREITOS INDIVIDUAIS
3) DA PROTEÇÃO DO TRABALHO DA MULHER: ARTGO 372 DA CLT
4) DA PROTEÇÃO DO TRABALHO DO MENOR: ARTIGO 402 DA CLT

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