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DIREITO DO TRABALHO

DURAÇÃO DO TRABALHO

1) Trabalho noturno – Art. 73 da CLT.

• Empregado urbano: das 22h às 5h da manhã


Hora noturna: 52’30”
A hora noturna tem 52 min e 30 segundos, “hora ficta” em função do desgaste noturno.
Adicional noturno equivale a 20% do valor da hora normal de trabalho (hora diurna).

• Trabalhador rural
Adicional noturno: 25% do valor da hora normal de trabalho.
Em compensação, não há a redução da hora. 1 hora = 60 minutos (uma hora equivale a 60
minutos).

Há diferença entre quem trabalha na agricultura e quem trabalha na pecuária.

 Agricultura
Jornada noturna: das 21h às 5h

 Pecuária
Jornada noturna: 20h às 4h

OBSERVAÇÃO 1: A mudança do horário noturno para o horário diurno implica a perda do adicional
noturno, conforme Súmula 265, do TST.
Não importa a quantidade de tempo que o empregado tenha trabalhado na jornada noturna. Cessou
o trabalho noturno, cessa o adicional.

OBSERVAÇÃO 2: Quando o empregado trabalhar durante toda a jornada noturna, e esta for
prorrogada, o empregado fará jus às horas extras e também ao adicional noturno sobre as horas
prorrogadas, mesmo as horas prorrogadas não sendo noturnas, por determinação da Súmula 60, II,
do TST.

Exemplo:
Jornada de trabalho do trabalhador urbano das 22h às 7h. Das 5h às 7h além das horas extras
caberá também adicional noturno sobre essas horas.

OBSERVAÇÃO 3: Somente haverá reflexo do adicional noturno nas demais verbas se houver
habitualidade (verbas contratuais e rescisórias = férias, 13º, FGTS, etc).
Se for esporádico, o empregado tem direito ao adicional noturno, mas não terá direito aos reflexos
nas demais verbas.

O que é habitual? É subjetivo, pois pode ser todos os dias, semanal. Na questão se a banca não
falar esporádico, é porque é habitual.

2) Horas In Itinere
Antes da Reforma Trabalhista, o deslocamento casa – trabalho – casa não se computava como
tempo à disposição do empregador, mas se o local fosse de difícil acesso ou não servido por
transporte público, e o empregador fornecesse a condução, era considerado tempo à disposição (art.
58, parágrafo 2º, da CLT). Com a Lei 13.467, de 2017 (Reforma Trabalhista), o art. 58, parágrafo 2º,
da CLT, sofreu uma grande modificação, pois da residência ao posto efetivo de trabalho,
caminhando ou por qualquer meio de transporte, mesmo que fornecido pelo empregador, não será
considerado tempo à disposição.

OBSERVAÇÃO:
Com a Reforma Trabalhista houve prejuízo nas Súmulas 90, 320 e 429, do TST.

3) Jornada 12x36

A Súmula 444, do TST, previa que a jornada de 12x36 somente poderia ser estipulada por acordo ou
convenção coletiva de trabalho, e os feriados seriam pagos em dobro. Com a Lei 13.467, de 2017,
foi criado o art. 59-A, da CLT, informando que a jornada de 12x36 poderia ser estipulada por acordo
individual escrito, acordo coletivo ou convenção coletiva, bem como que os intervalos poderiam ser
gozados pelo empregado ou indenizados pelo empregador. Ademais, a remuneração mensal
pactuada pelo horário previsto abrange o descanso semanal remunerado e o descanso em feriados.

4) Sobreaviso e Prontidão
Art. 244, parágrafos 2º e 3º, da CLT

Sobreaviso
No Sobreaviso o empregado aguardará a execução de ordens de serviço após a sua jornada normal
de trabalho em sua residência, e para tal receberá por cada hora de sobreaviso 1/3 da hora normal
de trabalho, podendo ficar por até 24 horas.

Prontidão
O empregado estará aguardando a execução de ordens de serviço nas dependências da empresa
após a sua jornada normal de trabalho, e para tal receberá 2/3 do valor da hora normal de trabalho,
podendo ficar por até 12 horas.

OBSERVAÇÃO: O simples fato de portar meios telemáticos ou informatizados não dá ensejo a


horas de sobreaviso (Súmula 428, do TST).

SOBREAVISO PRONTIDÃO
Residência Empresa
1/3 valor da hora 2/3 valor da hora
Até 24 horas Até 12 horas

5) Intervalos intrajornadas
Consiste no lapso temporal dentro da jornada de trabalho que serve para alimentação e descanso
do empregado. O empregado que trabalha até 4 horas diárias não tem direito a intervalo, acima de 4
horas até 6 horas, 15 minutos de descanso, e acima de 6h até 8h, no mínimo, 1 hora e, no máximo,
2 horas (art. 71, CLT).
O intervalo não pode ser dividido ao longo da jornada, pois isso retira o efeito efetivo do intervalo,
que é descanso e alimentação.

Antes da Reforma Trabalhista o art. 71, § 4º, da CLT, informava que se o intervalo mínimo fosse
suprimido o empregado faria jus ao valor da hora do intervalo acrescido de 50% com natureza
salarial. A partir da Reforma Trabalhista (Lei 13.467, de 2017), o empregado, caso tenha o intervalo
mínimo suprimido, fará jus apenas ao tempo suprimido acrescido de 50% com natureza
indenizatória.

OBSERVAÇÃO 1. O art. 71, § 3º, da CLT, traz uma exceção no tocante à supressão do intervalo
mínimo, ou seja, é possível a supressão parcial caso haja refeitório autorizado pelo Ministério do
Trabalho.

EX: (Cespe) A empresa XYZ Ltda. diminuiu o intervalo de seus empregados em 30 min., uma vez
que havia um refeitório na empresa, que foi autorizado pela Superintendência Regional do Trabalho.
Certo ou Errado? CERTO.

OBSERVAÇÃO 2. Em regra, o intervalo intrajornada mínimo não pode ser suprimido total ou
parcialmente, mas comporta exceções:

1) A Reforma Trabalhista trouxe, no art. 611-A, da CLT, a questão do negociado sobre o


legislado, ou seja, o acordo coletivo e a convenção coletiva prevalece sobre a lei, inclusive no
que toca aos intervalos intrajornadas, desde que se respeite o mínimo de 30 minutos para
jornadas superiores a 06 horas. (Inciso III)

2) O empregado doméstico, desde que haja acordo individual com o seu empregador, poderá ter
reduzido o seu intervalo em 30 min. (Lei Complementar 150, de 2015).

3) Na jornada de 12x36 os intervalos poderão ser gozados ou indenizados (hipótese de


supressão total), inclusive para o empregado doméstico.

4) Os intervalos intrajornadas não podem ser fracionados, mas para os empregados domésticos
que residam no local de trabalho é possível o fracionamento em dois períodos com, no
mínimo, 1 hora cada, sendo, no máximo, 4 horas.

5) Motoristas, cobradores e fiscais de transporte coletivo podem ter os intervalos suprimidos


parcialmente ou fracionados, desde que haja acordo ou convenção coletiva de trabalho. O
fracionamento poderá ocorrer após a primeira hora de trabalho e antes da última hora (art. 71,
§ 5º, da CLT).

6) Os intervalos intrajornadas não são computáveis na jornada de trabalho.

7) A Súmula 437, do TST, restou prejudicada com a Reforma Trabalhista.

6) Intervalos Interjornadas
Consiste no lapso temporal entre uma jornada de trabalho e outra, que deve ser de, no mínimo, 11
horas, conforme art. 66, da CLT.
Observação. O mesmo tratamento destinado aos intrajornadas deve ser aplicado aos interjornadas.

7) Intervalos diferenciados
Em regra, os intervalos não são computáveis com o tempo de serviço, embora algumas categorias
profissionais tenham intervalos computáveis em razão do serviço desempenhado:

1) Digitador. A cada 90 min. trabalhados, 10 min. de descanso (art. 72, CLT, e Súmula 346, do
TST).

2) Câmaras frigoríficas. A cada 1h40m de trabalho, 20 min. de descanso (art. 253, CLT).
Observação. O TST, através da Súmula 438, equipara o ambiente artificialmente frio às
câmaras frias, gozando o mesmo intervalo.

3) Minas de subsolo. A cada 3 horas trabalhadas, 15 min. de descanso (art. 298, CLT)

8) Jornada de tempo parcial – Art. 58-A da CLT.

Antes da Reforma Trabalhista a jornada de tempo parcial era de até 25 horas semanais, conforme
art. 58-A, da CLT. O empregado não poderia prestar horas extras. As suas férias, segundo o art.
130-A, da CLT, eram proporcionais à quantidade de horas trabalhadas durante a semana. É válido
ressaltar que, segundo o art. 143, § 3º, CLT, era proibido a conversão de 1/3 das férias em abono
pecuniário (a venda de 10 dias de férias).

Com a Reforma Trabalhista, o art. 58-A, da CLT, foi modificado, estabelecendo que a jornada por
tempo parcial pode ser de até 26 horas com a possibilidade de prestação de até 6 horas extras ou
acima de 26 horas até 30 horas sem a possibilidade de prestação de labor extraordinário. Ressalte-
se que o art. 130-A, da CLT, fora revogado, passando o empregado, com esse regime, a gozar
férias de acordo com o art. 130, CLT, ou seja, igual a qualquer empregado. Por fim, com a
revogação do § 3º, art. 143, CLT, é possível a conversão de 1/3 das férias em abono pecuniário.

9) Compensação de jornada

Antes da Reforma Trabalhista, o art. 59, § 2º, CLT, e a Súmula 85, TST, regiam a compensação de
jornada estabelecendo que o banco de horas somente poderia ser instituído por acordo ou
convenção coletiva de trabalho (Súmula 85, inciso V, TST).

OBSERVAÇÃO 1. A Reforma Trabalhista modificou o art. 59, da CLT, e incluiu os art. 59-A e 59-B.
A duração diária do trabalho poderá ser acrescida de, no máximo, 2 horas extras, por acordo
individual, acordo coletivo ou convenção coletiva de trabalho.

OBSERVAÇÃO 2. A remuneração da hora extra será de, pelo menos, 50% superior à hora normal
de trabalho.

OBSERVAÇÃO 3. Além do banco de horas anual (§ 2º), foram criados com a reforma trabalhista os
§§ 5º e 6º que trouxeram a possibilidade do banco de horas semestral (acordo individual escrito) e a
compensação mensal (acordo individual – tácito ou escrito).

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