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UNIVERSIDADE CEUMA CURSO

DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

THIAGO PANTOJA DA SILVA

Atividade discursiva – Legislação Trabalhista e Previdenciária

Belém
2020
THIAGO PANTOJA DA SILVA

ATIVIDADE DISCURSIVA – LEGISLAÇÃO TRABALHISTA E


PREVIDENCIÁRIA

Atividade discursiva da disciplina de Legislação


Trabalhista e Previdenciária, no curso de Ciências
Contábeis, da Universidade Ceuma, para
obtenção de nota na atividade discursiva I.

Orientador(a): Andressa Sakamoto

Belém
2020
Em relação à situação-problema proposta, temos as seguintes orientações:

1) Do intervalo intrajornada concedido

O Sr. João da Silva iniciava sua jornada de trabalho, em regra, às 08h, com intervalo
para repouso e alimentação entre 12h e 13h. Quanto ao tema, o art. 71 da Consolidação das
Leis do Trabalho – CLT, dispõe:

“Art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração


exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão
de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual
será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo
escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá
exceder de 2 (duas) horas.”.

No caso em tela, o Sr. João usufruía de intervalo intrajornada de 01h diária, razão
pela qual temos que não há irregularidade quanto ao intervalo intrajornada. Ressalta-se que,
por força do art. 71, §2º da CLT, os intervalos de descanso não serão computados na duração
do trabalho.

2) Das férias concedidas e do valor pago a título de férias

João ingressou na empresa XYZ em 15/02/2015, usufruiu das férias de 2015/2016


de 01/01/2017 a 30/01/2017 e recebeu a título de férias o valor correspondente ao seu salário
mensal, um dia após o seu retorno ao trabalho.

Quanto às férias, dispõe os arts. 130 e 134 da CLT:

“Art. 130 - Após cada período de 12 (doze) meses de


vigência do contrato de trabalho, o empregado terá
direito a férias, na seguinte proporção:
I - 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado
ao serviço mais de 5 (cinco) vezes;

(...)

Art. 134 - As férias serão concedidas por ato do


empregador, em um só período, nos 12 (doze) meses
subseqüentes à data em que o empregado tiver
adquirido o direito.”

Pelos dispositivos supracitados, temos que o empregado tem direito a trinta dias de
férias relativas ao período 2015/2016, visto que não há relato de faltas ao serviço, as quais
deveriam ser usufruídas em doze meses contados a partir de 15/02/2016, ou seja, até
15/02/2017. Como o Sr. João gozou as férias no período de 01/01/2017 a 30/01/2017, conclui-
se que não há qualquer irregularidade quanto ao período de férias concedido pelo empregador.
Já em relação ao valor e à data do pagamento das férias 2015/2016, foram
detectadas irregularidades em face da legislação trabalhista.

O art. 142 da CLT dispõe que “O empregado perceberá, durante as férias, a


remuneração que lhe for devida na data da sua concessão”. Além do valor da remuneração
relativa ao período, previsto na CLT, a Constituição Federal, em seu art. 7º, inciso XVII, assegura
o gozo de férias anuais com, pelo menos, um terço a mais do salário normal (1/3 constitucional).
Nessa toada, o Sr. João deveria receber a título de férias, o valor correspondente ao seu salário
mensal adicionada de 1/3, o que não ocorreu.

Além da irregularidade quanto ao valor, observa-se o descolamento em relação à


legislação quanto à data da remuneração das férias, posto que o pagamento ocorreu um dia
após o seu retorno ao trabalho, em desacordo com o art. 145 da CLT, o qual determina que o
pagamento será efetuado até 02 (dois) dias antes do início do respectivo período.

3) Das eventuais horas extras a que o Sr. João teria direito em virtude da
possível prorrogação da jornada de trabalho.

Quanto à duração da jornada de trabalho, o art. 59 da CLT determina que a “duração


diária do trabalho poderá ser acrescida de horas extras, em número não excedente de duas, por
acordo individual, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho.”.

Na situação apresentada, nos dias em que fazia curso de computação à noite o Sr.
João iniciava suas atividades em regra às 08h, com um intervalo intrajornada de 01h para
almoço, encerrando sua jornada às 17h e, após, tomava banho no banheiro da empresa,
realizava um lanche e registrava no ponto eletrônico a sua saída às 18h30.

Ocorre que o art. 4º da CLT esclarece:

“Art. 4º - Considera-se como de serviço efetivo o período em que o empregado esteja


à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial
expressamente consignada.”

Pelo relato apresentado, temos que no período compreendido entre as 17h e 18h30,
o Sr. João não estava mais à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens.
Não há registro de acordo ou convenção coletiva estabelecendo que o mencionado período será
configurado como hora extraordinária. Pelo exposto, o Sr. João não tem direito a horas extras
relativas ao mencionado período.
REFERÊNCIAS

BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho. Decreto-Lei nº 5.442, de 01.mai.1943.


Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5452compilado.htm. Acesso
em: 18.mar.2020.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988.


Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/ConstituicaoCompilado.htm.
Acesso em: 18.mar.2020.

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