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UNIVERSIDADE CEUMA CURSO

DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

THIAGO PANTOJA DA SILVA

Atividade discursiva – Direito Público e Privado

Belém
2019
THIAGO PANTOJA DA SILVA

ATIVIDADE DISCURSIVA – DIREITO PÚBLICO E PRIVADO

Atividade discursiva da disciplina de Direito


Público e Privado, no curso de Ciências
Contábeis, da Universidade Ceuma, para
obtenção de nota na atividade II.

Orientador(a): Leyliane de Fátima Franca Martins

Belém
2019
ATIVIDADE DISCURSIVA

A Constituição Federal do Brasil - CF dispõe, em seu art. 5º, um rol de direitos e


deveres individuais e coletivos. Já no caput e nos dois primeiros incisos do mencionado artigo,
temos os seguintes regramentos: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se (...) a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade (...)”; “Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações”; e
“Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude de lei”.
Contudo, tais dispositivos têm se mostrado verdadeiras letras mortas no atual cenário social do
nosso país, diante das desigualdades sociais e das discrepâncias entre gêneros.

A isonomia vislumbrada no caput do art. 5º da CF sem dúvida é um requisito para o


estabelecimento de uma democracia sadia e de um estado de bem estar social provedor dos
elementos necessários a uma vida digna para o seu povo. Ocorre que essa “isonomia” legal
nem de longe se transformou em realidade desde a promulgação de nossa carta magna em
1988. São constantes e rotineiros os dados oficiais e as matérias jornalísticas acerca da
persistência da miséria e do empobrecimento da população. Milhões de pessoas sobrevivem
com menos de um salário mínimo por mês, enquanto uma elite seleta concentra a maior parte
da riqueza do nosso país.

Tal desigualdade na distribuição de renda gera efeitos nefastos. O acesso à saúde, à


educação e até mesmo à justiça se tornam diferenciados. Quem tem recursos pode prover
melhor educação, saúde, moradia, nutrição, cultura, e todos os outros aspectos da vida em
comparação aos que detém pouca ou nenhuma renda. Garantias como o acesso universal à
saúde, por exemplo, se tornam letra morta para as camadas baixas da população, as quais
necessitam aguardar em filas intermináveis o definhamento da saúde para obterem um
atendimento de entrada no SUS, por não terem condições de custear a assistência particular.

Situação semelhante ocorre com a educação. O acesso a uma educação pública


primária de baixa qualidade, em que pese a política de cotas, tem direcionado os estudantes
das classes sociais mais baixas para o ensino superior privado, visto o acirramento da
concorrência para a entrada nas universidades públicas e de maior referência acadêmica.
Aqueles que tiveram um melhor preparo no ensino básico, geralmente oportunizado pelas
escolas privadas, cuja população pobre não teve acesso, é que saem vitoriosos no topo das
listas do Enem e garantem o acesso às universidades públicas.

Ainda dentro das classes sociais, existe outra discrepância notável: a entre gêneros.
Homens continuam ganhando mais do que as mulheres, consideradas as mesmas atribuições
e cargos. Mulheres são muitas vezes privadas de suas vontades e até mesmo do mercado de
trabalho em razão de relacionamentos abusivos que as oprimem e as impedem de exercer
direitos básicos, como o de ir vir. Crimes de feminicídio e de estupro ainda apresentam
elevadas taxas de incidência. É crescente o aumento do número de mães solteiras, cujas
responsabilidades de criação dos filhos não podem ser compartilhadas, pois os pais
simplesmente desaparecem ou se negam a cumprir com suas obrigações.

Diante apenas desses mínimos argumentos, questiona-se: há mesmo, de uma forma


real e concreta, a isonomia preconizada no art. 5º da CF? De fato, é fácil concluirmos que se
trata ainda de uma visão, de um objetivo social a ser alcançado, mas ainda muito distante da
nossa realidade discrepante, desigual e muitas vezes injusta.
REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição (1988). Constituição [da] República Federativa do Brasil. Brasília:


Senado Federal, 1988.

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