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Curso Tecnólogo em Gestão Pública – EaD – Polo Iretama

Nome do(a) Aluno(a) ENEIAS ANTONIO DE PAULA

Nome do (a) tutor(a) APARECIDA CRISTINA LAUREANO FLOR DA ROSA

Aprendizagem baseada em pesquisa

A constituição Federal de 1988 estabelece Direitos e Garantias Fundamentais e se

dizem fundamentais porque são necessários a existência mínima de dignidade humana, o
artigo sexto estabelece direitos sociais “São direitos sociais a educação, a saúde, a
alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a
proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição” (BRASIL, 1988). Ao se estudar e analisar a situação ocorrida com a música do
grupo Titãs, ve-se a supressão de alguns direitos.
A família de “Marvim” não tem moradia, mas isso não é exclusividade desta família,
assim como eles 30% dos brasileiros não possuem casa própria (BASÍLIO, 2022). Outro
direito suprimido, trata-se do acesso ao trabalho digno, no país cerca de 9,5 milhões de
brasileiros sofrem com a falta de postos de trabalho (IBGE, 2022). É importante destacar que
a falta de trabalho desencadea outros problemas, mas principalmente a alimentação, que
pessoa vive sem comida na mesa?
Outro caso muito comum em famílias vulneráveis, são a baixa escolarização, na
música retrata-se “Meu pai não tinha educação […] Mas não botava nem os pés na escola”,
segundo a UNICEF, cerca de dois milhões de crianças não tem acesso à escolarização, a
pesquisa aponta como causa o trabalho infantil e as dificuldades de aprendizagem.
No Brasil, além da Constituição Federal que assegura o acesso à escola, existe o
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que além de ratificar os direitos constantes da
CF/88, estabelece a proteção da criança, principalmente nos casos de abuso e exploração
infantil.
Não obstante, a CF/88 estabelece ainda “Todo brasileiro em situação de
vulnerabilidade social terá direito a uma renda básica familiar, garantida pelo poder público
em programa permanente de transferência de renda, cujas normas e requisitos de acesso serão
determinados em lei, observada a legislação fiscal e orçamentária” (BRASIL, 1988).
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Mas se existe uma renda mínima, como no caso do vigente auxílio Brasil, por que há
ainda trabalho infantil, criança fora da escola e pessoas sem condições mínimas de
subsistência?
Há resposta pode ser obtida na invisibilidade, muitas pessoas se quer sabem dos seus
direitos, um exemplo disso, há dois meses o Jornal Nacional estreiou a série “Brasil em
Constituição”, o documentário levou para lugares mais distantes e carentes a carta maior,
algumas pessoas, sequer tinha lido o documento alguma vez, uma senhora, em uma das
reportagens disse “que lindo, eu tenho todos esses direitos”.
Não que somente esta série se torne uma métrica para identificar as pessoas
invisiveis, mas é preciso saber quem são as pessoas, quem tem a obrigação de obter estas
respostas? Todos - Sociedade civil, cidadãos e poder público.
A família de Marvim é o reflexo mais comum da sociedade brasileira, há um nível de
desigualdade enorme no país, concentração de renda e exploração do mercado de trabalho.
Uma frase muito comum de se ouvir é “você não muda de vida porque não quer”, mas como é
possível projetar uma mudança quando você nem é “gente” é um produto de um sistema que
insiste em te manter na invisibilidade.
O Brasil é signatário das Nações Unidas o que implica assumir os acordos e tratados
celebrados, a Declaração Universal de Direitos Humanos diz:“Todo ser humano tem direito à
vida, à liberdade e à segurança pessoal”, e “Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os
lugares, reconhecido como pessoa perante a lei”. A dúvida que resta é como as pessoas são, se
elas não existem?
Toda pessoa tem direitos e deve ter oportunizado pelo poder público acesso à
educação, saúde, moradia e emprego, essa condução quem faz é administração pública ou
mais precisamente quem faz a gestão administrativa que é o Poder Executivo.
Além disso, o Poder Legislativo elabora leis que vão firmar acordos e favorecer a
implementação de políticas públicas para situações como as da família de Marvim, é
impossível trazer a igualdade para esta família sem que seja criado mecanismos para diminuir
a sua desigualdade.
O poder Judiciário é o poder mediador que vai equalizar e balizar as medidas entre os
poderes, fazendo com que ambos apliquem a lei, sem exorbitar o poder atribuído a cada um.
O Brasil é muito grande, há regiões mais desiguais que outras, por isso a própria Constituição
assegura mecanismos para auxiliar estas regiões.
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Por fim, o texto aqui não pretende culpar um ou outro instituto, mas apresentar uma
reflexão sobre a própria visão da sociedade observando a música “Marvim” que nada mais é
do que a “tradicional família brasileira”.
A tradicional família brasileira é composta por várias facetas, mas a mais comum é
sempre uma família pobre, endividada e sem recursos para ter o necessário ao mínimo que é a
comida na mesa. Há também a família tradicional que tem na sua base a mãe solo, que para
dar sustento aos seus filhos precisa roubar a infância do mais velho, tornando-o adulto antes
do tempo.
Esse é o retrato do Brasil, apesar de um país lindo é muito injusto e isso só vai mudar
quando a sociedade se ver refletida nos seus representantes, que ao invés de pensarem em se
manter no poder, façam o que pede a gestão pública – o bem comum.

REFERÊNCIAS

BRASIL, Constituição Federal. 1988. Disponível em:

https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em 22 nov.
2022.

IBGE. Desemprego. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/explica/desemprego.php.

Acesso em: 22 nov. 2022.

G1. Censo da moradia: 70% dos brasileiros moram em imóveis próprios, diz pesquisa.
Disponível em: https://g1.globo.com/economia/noticia/2022/02/15/censo-da-moradia-
70percent-dos-brasileiros-moram-em-imoveis-proprios-diz-quintoandar.ghtml. Acesso em: 22
Nov. 2022.

____. Brasil em Constituição. Disponível em: https://g1.globo.com/jornal-nacional/brasil-em-

constituicao/. Acesso em: 22 nov. 2022.

UNICEF. Declaração Universal dos Direitos Humanos Adotada e proclamada pela

Assembleia Geral das Nações Unidas (resolução 217 A III) em 10 de dezembro 1948.
Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/declaracao-universal-dos-direitos-humanos.
Acesso em 22 nov. 2022.

______. Dois milhões de crianças e adolescentes de 11 a 19 anos não estão frequentando a

escola no Brasil, alerta UNICEF. Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/comunicados-
de-imprensa/dois-milhoes-de-criancas-e-adolescentes-de-11-a-19-anos-nao-estao-
frequentando-a-escola-no-brasil. Acesso em: 22 Nov. 2022.