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Desde a antiguidade até a contemporaneidade, a filosofia nos presenteou com diversos

legados científicos, tecnológicos e culturais. Distintos temas foram e ainda são objeto de
constante indagação pelos filósofos, cujo trabalho contribuiu para o desenvolvimento humano
em todos os seus aspectos.
No período conhecido como “filosofia antiga”, temos inicialmente a figura dos
filósofos pré-socráticos, os quais abordaram basicamente a origem e o destino do universo e as
transformações das substâncias, discutindo questões que proporcionaram o desenvolvimento da
matemática e da geometria, além da ideia de partículas indivisíveis e invisíveis como elementos
primordiais do universo. Em seguida, com os sofistas, houve o aperfeiçoamento da arte da
argumentação e a fundação de uma forma de ensino itinerante e remunerada, em um período
em que a política, a ética e a teoria do conhecimento ganharam importância na filosofia.
Contrapondo-se aos sofistas, Sócrates tornou a linguagem um método linguístico de
construção conceitual. Com Platão, temos a identificação da filosofia e da dialética como
processo e método de discussão para dissipar as contradições, superar o senso comum e alcançar
as formas e os valores absolutos. Aristóteles elevou a lógica como instrumento para todas as
ciências e, incluindo em sua filosofia tanto o homem quanto o Universo, promoveu o reencontro
entre filosofia e ciência natural, dando importância aos sentidos e desenvolvendo os conceitos
de ato e potência e de causas (formais, materiais, eficientes e finais). Esse último filósofo
introduziu ainda a distinção entre a poiesis (arte, técnica) e a práxis (ações que tem um fim em
si mesmas, como a economia, a ética e a política). Aristóteles também classificou as formas de
governo existentes em monarquia, aristocracia e democracia constitucional, bem como a sua
perversão: tirania, oligarquia e democracia.
Na era medieval, em razão do grande poder da igreja, muito dos temas explorados
pelos filósofos eram de ordem religiosa. Nessa época, o conhecimento era de natureza
filológica, ou seja, todas as artes e técnicas serviam para auxiliar a leitura das Escrituras, para
desvendar a palavra de Deus. Paralelamente, temos a presença de várias outras manifestações
culturais abafadas pelo poder do cristianismo. No que se refere à cultura bizantina, temos como
relevante a codificação das leis romanas durante o reinado de Justiniano. Merece registro o
funcionamento da universidade medieval, envolvendo o combate e regras lúdicas, que hoje
correspondem às discussões científicas e filosóficas. Com o fim da Idade Média, precipita-se a
separação entre a filosofia e a teologia, lançando-se as bases para o progresso científico da Idade
Moderna, cabendo registrar, pela sua importância, o surgimento da impressão tipográfica: a
democratização da cultura.
A partir do renascimento, temos o desenvolvimento da filosofia moderna, pautada nas
necessidades e experiências do homem. O método científico surge como grande tema filosófico,
e o uso do método empírico e experimental passa a caracterizar as ciências modernas e
contemporâneas. Com o iluminismo, estabeleceu-se uma forte crença no poder da razão como
instrumento para o ser humano e a sociedade alcançarem a liberdade e a felicidade, assim como
a noção de progresso da civilização. É desse período a Enciclopedia, síntese do saber da época.
Por fim, temos a linguagem, a existência do homem e a transformação do mundo como
grandes temas da filosofia contemporânea, uma filosofia mais complexa, envolvendo
disciplinas como a psicologia e a comunicação. O capital, de Marx, exerceu enorme influência
no pensamento e na prática do século XX, explorando o universo do trabalho, da luta de classes
e das relações de poder.

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