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A filosofia também tem uma grande importância para o Direito, pois contribui para a análise
e a fundamentação das normas jurídicas, dos princípios éticos, dos direitos humanos, da
justiça e da democracia. A filosofia do Direito é um ramo da filosofia que se dedica a
estudar as questões filosóficas relacionadas ao Direito, como sua origem, natureza,
função, validade e interpretação.
Estudar filosofia, portanto, é uma forma de ampliar nossa visão de mundo, de questionar
nossas crenças e preconceitos, de buscar a sabedoria e de exercer nossa cidadania. A
filosofia nos ajuda a entender melhor quem somos, o que queremos e como devemos agir
em sociedade.
ORIGEM DA FILOSOFIA
O primeiro filósofo reconhecido é Tales de Mileto, que propôs que a água era o princípio de
todas as coisas. Outros filósofos pré-socráticos, como Anaximandro, Anaxímenes,
Pitágoras, Heráclito, Parmênides, Empédocles, Anaxágoras, Leucipo e Demócrito, também
buscaram identificar a substância fundamental do universo, chamada de arché. A filosofia
se desenvolveu ainda mais com os sofistas, Sócrates, Platão e Aristóteles, que se
dedicaram a questões éticas, políticas, epistemológicas, metafísicas e estéticas.
Platonismo: fundada por Platão, enfatiza a existência de um mundo das ideias perfeitas e
imutáveis.
Epicurismo: fundada por Epicuro, enfatiza a busca pelo prazer e a tranquilidade da alma.
Kantismo: fundada por Immanuel Kant, enfatiza a razão como fonte de conhecimento e a
importância da ética.
OS MITOS E A FILOSOFIA
Na Grécia Antiga, a filosofia surgiu como uma forma de buscar explicações racionais e
lógicas para os problemas que antes eram resolvidos pelos mitos. Os primeiros filósofos,
chamados de pré-socráticos, tentaram identificar o princípio fundamental do universo,
sem recorrer às narrativas míticas. No entanto, isso não significa que eles abandonaram
completamente os mitos, pois eles ainda usavam elementos simbólicos e alegóricos em
seus discursos. Além disso, alguns filósofos, como Platão, usaram os mitos como recursos
pedagógicos e literários, para ilustrar suas ideias e transmitir valores morais.
Na Idade Média, a filosofia se baseou nos mitos cristãos, que eram considerados verdades
reveladas por Deus. Os filósofos medievais, como Santo Agostinho e São Tomás de Aquino,
tentaram conciliar a fé e a razão, usando a filosofia para interpretar e defender os dogmas
religiosos.
O mito é uma narrativa simbólica que busca explicar a origem e o sentido de fenômenos
naturais ou sociais, recorrendo a elementos fantásticos ou sobrenaturais.
MITO E RELIGIÃO
A diferença entre mito e religião é que o mito é uma narrativa simbólica que busca explicar
a origem e o sentido de fenômenos naturais ou sociais, recorrendo a elementos fantásticos
ou sobrenaturais. A religião, por outro lado, é um conjunto de rituais, templos, roupas,
normas etc. que organizam um grupo de pessoas em torno de figuras ou forças que são
objeto de devoção. A religião geralmente se baseia em uma mitologia, mas nem toda
mitologia tem uma religião associada a ela. A religião também tem uma maior preocupação
em propagar sua fé para outras pessoas, enquanto a mitologia está mais ligada à cultura e
à tradição de um povo.
No entanto, a mitologia grega também foi influenciada por outras civilizações, como a
mesopotâmica, a egípcia, a fenícia, a anatólia e a indo-europeia, com as quais os gregos
mantiveram contato comercial, cultural e bélico. Assim, muitos mitos gregos apresentam
semelhanças ou adaptações de mitos de outros povos, como o dilúvio, o rapto de Europa,
o julgamento de Páris, o labirinto do Minotauro, entre outros.
Os principais deuses da mitologia grega são aqueles que vivem no Monte Olimpo, a morada
divina. Eles são chamados de olimpianos e são os seguintes:
Esses são os principais deuses da mitologia grega, mas existem muitos outros que também
têm suas histórias e seus poderes.
Os principais heróis da mitologia grega são aqueles que realizaram grandes feitos,
venceram monstros, combateram inimigos e superaram desafios. Eles eram filhos de
deuses com humanos, por isso possuíam poderes especiais, mas também eram mortais.
Alguns dos principais heróis da mitologia grega são:
Aquiles: o maior guerreiro da Guerra de Troia, que era invencível, exceto pelo seu
calcanhar.
Hércules: o mais forte dos heróis, que realizou os doze trabalhos, como matar a Hidra e
capturar o cão Cérbero.
Perseu: o herói que decapitou a Medusa, que transformava em pedra quem a olhasse, e
salvou a princesa Andrômeda.
Teseu: o herói que derrotou o Minotauro, um monstro metade homem e metade touro, no
labirinto de Creta.
Ulisses: o herói que liderou os gregos na Guerra de Troia e enfrentou muitas aventuras no
seu retorno para casa, como as sereias e o ciclope Polifemo.
Ajax: o segundo melhor guerreiro da Guerra de Troia, depois de Aquiles, que lutou
bravamente contra os troianos.
Édipo: o herói que decifrou o enigma da Esfinge, que devorava quem não respondesse, e
tornou-se rei de Tebas.
Cadmo: o herói que fundou a cidade de Tebas, depois de matar um dragão e semear seus
dentes, que se transformaram em soldados.
Jasão: o herói que liderou os argonautas na busca pelo Velocino de Ouro, uma pele de
carneiro mágica, e casou-se com a feiticeira Medeia.
Esses são alguns dos principais heróis da mitologia grega, mas existem muitos outros que
também têm suas histórias e seus poderes.
Os símbolos de cada Deus Grego são elementos que representam as suas características,
funções ou domínios. Por exemplo, alguns dos símbolos mais conhecidos são:
Zeus: o raio, a águia, o carvalho e o trono. O raio simboliza o seu poder e autoridade, a águia
é o seu animal sagrado, o carvalho é a sua árvore preferida e o trono é o seu lugar no Olimpo.
Hera: o pavão, a vaca, a romã e o diadema. O pavão é o seu animal favorito, a vaca
representa a sua fertilidade, a romã é o seu fruto sagrado e o diadema é o seu adorno de
rainha.
Ártemis: o arco e a flecha, a lua, o cervo e o cipreste. O arco e a flecha são as suas armas
de caça, a lua é o seu astro regente, o cervo é o seu animal protetor e o cipreste é a sua
árvore sagrada.
Apolo: o lira, o sol, o corvo e o loureiro. A lira é o seu instrumento musical, o sol é o seu
astro dominante, o corvo é o seu pássaro oracular e o loureiro é a sua planta consagrada.
Afrodite: a pomba, a maçã, a rosa e o espelho. A pomba é o seu animal símbolo de amor,
a maçã é o seu fruto de sedução, a rosa é a sua flor de beleza e o espelho é o seu objeto de
vaidade.
Ares: a lança, o capacete, o cão e o abutre. A lança e o capacete são os seus equipamentos
de guerra, o cão é o seu animal de combate e o abutre é o seu pássaro de carnificina.
Dionísio: o tirso, a videira, o leopardo e a máscara. O tirso é o seu bastão de festa, a videira
é a sua planta de vinho, o leopardo é o seu animal de selvageria e a máscara é o seu símbolo
de teatro.
OS FILÓSOFOS PRÉ-SOCRÁTICOS
Escola Jônica:
- Tales de Mileto: Considerado o primeiro filósofo ocidental, Tales propôs que a água era
a arché, ou seja, o princípio fundamental de tudo.
- Anaximandro: Discípulo de Tales, Anaximandro sugeriu o conceito de ápeiron, uma
substância infinita e indeterminada, como a origem primordial.
- Heráclito: Heráclito acreditava que o fogo era a arché, influenciando tudo com seu
movimento constante e inconstância.
Escola Pitagórica:
- Pitágoras: Embora mais conhecido por sua matemática, Pitágoras também explorou a
filosofia. Ele via os números como a essência subjacente à realidade.
Escola Eleata:
- Parmênides: Parmênides argumentava que a mudança era uma ilusão e que o Ser (ou o
que é) era imutável e eterno.
- Zenão de Eléia: Zenão criou paradoxos para desafiar a ideia de movimento e mudança.
Escola Atomista:
- Leucipo e Demócrito: Esses filósofos propuseram que o universo era composto por
átomos indivisíveis, em constante movimento e colisão.
- Aiperon: O termo ápeiron (ou ápeiron) refere-se à substância infinita e indeterminada que
alguns filósofos pré-socráticos consideravam como a origem de tudo. Era uma noção
abstrata que desafiava as explicações mitológicas.
Para Parmênides, o Ser é a realidade imutável e eterna. Ele argumentava que a mudança
era uma ilusão e que o verdadeiro conhecimento só poderia ser alcançado através da razão
e do pensamento lógico. Segundo Parmênides, o Ser é uno, indivisível e não está sujeito a
transformações. Essa visão contrastava com as crenças mitológicas e abriu caminho para
uma abordagem mais racional na filosofia grega antiga. Em sua obra poética “Sobre a
Natureza”, Parmênides explora essa ideia profundamente, influenciando gerações de
filósofos posteriores.
Paradoxo da Flecha Voando: Zenão questiona como uma flecha em movimento pode
ocupar diferentes posições no espaço. Ele argumenta que, em qualquer instante, a flecha
está imóvel, pois o movimento é uma ilusão gerada pelas impressões humanas.
Paradoxo das Filas em Movimento: Zenão desafia a noção de que objetos em movimento
podem ser divididos em partes infinitamente pequenas. Ele sugere que, se as filas de
objetos estão em constante movimento, não podemos discernir quando um objeto passa
de um estado para outro.
Em resumo, os paradoxos de Zenão são uma poderosa ferramenta dialética que nos
convida a questionar nossa percepção do mundo e a natureza do movimento.
Para Pitágoras e seus seguidores, havia uma relação intrínseca entre a Música, a
Matemática, a organização cosmológica e a composição das almas das pessoas. Essa
seita pitagórica acreditava que os números representavam a harmonia e a ordem
subjacentes a todas as coisas. Vamos explorar essa conexão:
Cosmos Ordenado: Pitágoras aprofundou seus estudos sobre a natureza do mundo e sua
relação com os números. Ele combinou seus conhecimentos astronômicos com o
conhecimento matemático, calculando o movimento dos astros e defendendo a ideia de
um cosmos ordenado, governado pelas complexas relações matemáticas.
Em resumo, para Pitágoras, os números não eram apenas símbolos abstratos, mas sim a
essência subjacente à realidade, conectando música, matemática e a própria estrutura do
universo.
Sócrates (470 a.C.-399 a.C.) foi um filósofo grego, considerado o “pai da filosofia” por
representar o grande marco da filosofia ocidental. Nasceu em Atenas, que em meados do
século V a.C. tornou-se a metrópole da cultura grega. Sua figura era marcada pela
estranheza: corpulento, olhos saltados, vestes rotas e pés descalços, sendo considerado
o homem mais feio de Atenas. Sócrates dedicava-se à busca da verdade e ao diálogo com
seus discípulos.
1) Verdade Universal: Para Sócrates, existiam verdades universais válidas para toda a
humanidade em qualquer espaço e tempo. Ele acreditava que era possível alcançá-
las por meio da reflexão;
2) Conhece-te a Ti Mesmo: Sócrates enfatizava a importância do autoconhecimento.
Antes de buscar qualquer verdade, o homem deveria se analisar e reconhecer sua
própria ignorância. Daí surge a célebre frase: “Só sei que nada sei”;
3) Método Socrático: Sócrates conduzia discussões e levava seus interlocutores a
reconhecerem sua própria ignorância. O método envolvia a ironia (refutação) e a
maiêutica (técnica de trazer à luz).
Principais Seguidores:
Destino de Sócrates - Ele teve um destino trágico. Ele foi condenado à morte por cidadãos
atenienses em 399 a.C. A acusação era de corromper a juventude e introduzir novas
divindades na cidade. Sócrates recusou-se a fugir ou a renunciar às suas crenças
filosóficas. Em vez disso, ele aceitou a sentença e bebeu cicuta, um veneno mortal, como
parte da punição. Sua morte é um dos eventos mais marcantes na história da filosofia, e
sua influência perdura até hoje.
Sócrates deixou um legado profundo no campo da filosofia, embora não tenhamos acesso
direto às suas obras. Podemos aprender sobre suas ideias através dos escritos de seus
discípulos, principalmente Platão. Vamos explorar como Sócrates contribuiu para o
conceito de direito:
1. Busca pela verdade e justiça: Sócrates acreditava que o conhecimento e a virtude eram
intrinsecamente ligados. Agir de acordo com a virtude era fundamental para a harmonia e
o bem-estar social. Ele via o direito não apenas como um conjunto de regras impostas pela
sociedade, mas como uma expressão da justiça. Para Sócrates, as leis deveriam ser
baseadas em princípios universais e imutáveis, não em interesses particulares ou
convenções arbitrárias.
1. Discípulo e Mestre:
- Sócrates foi o mestre de Platão. Sócrates não deixou registros escritos, mas suas ideias
foram transmitidas principalmente através dos diálogos escritos por Platão.
2. Método Socrático:
- Platão adotou esse método em seus próprios escritos, criando diálogos filosóficos nos
quais Sócrates é o personagem central.
3. Filosofia e Ideias:
- Ele explorou temas como a teoria das ideias (ou formas), a imortalidade da alma e a
justiça.
4. Academia de Platão:
Em resumo, a relação entre Sócrates e Platão foi de mestre e discípulo, mas também de
continuidade e expansão das ideias socráticas. O legado de ambos reverbera até hoje na
filosofia ocidental.
Sócrates e Platão compartilham uma relação especial, mas suas filosofias têm diferenças
distintas. Vamos explorar essas diferenças:
1. Sócrates:
- Condenação e Legado: Sócrates foi condenado à morte por afrontar crenças e costumes
aceitos. Seu legado inclui a busca pelo autoconhecimento e a ênfase na virtude.
2. Platão:
- Teoria das Ideias: Platão expandiu as ideias socráticas. Ele introduziu a teoria das ideias
(ou formas), argumentando que o mundo sensível é apenas uma sombra do mundo das
ideias eternas e imutáveis.
- Justiça e Verdade: Platão defendia que a classe dominante deveria ser formada por
filósofos, capazes de promover a justiça e a verdade. Ele via a verdade e a justiça como as
verdadeiras virtudes, acessíveis por meio do afastamento dos sentidos e preconceitos.
O método socrático, embora tenha origens antigas, ainda é relevante nos dias de hoje,
sendo aplicado em diversas áreas. Vamos explorar como ele é utilizado:
1. Sala de Aula:
2. Filosofia e Ética:
3. Resolução de Problemas:
4. Desenvolvimento Pessoal:
5. Círculos de Debate:
- Uma boa aplicação moderna do método socrático em sala de aula é criar **círculos de
debate.
Em resumo, o método socrático continua a ser uma ferramenta poderosa para estimular o
pensamento crítico e a busca pela verdade, tanto na educação quanto em outras áreas da
vida.
O método socrático é uma abordagem filosófica que visa estimular o pensamento crítico e
a busca pela verdade. Ele costumava dialogar com as pessoas nas ruas e em encontros,
revelando a ignorância e incentivando o aprendizado. Vamos explorar os passos básicos
desse método:
- Ele escolhia um termo filosófico relevante para análise, como justiça, virtude ou
coragem.
3. Admissão de Ignorância:
- Sócrates afirmava não saber sobre o termo escolhido e pedia ajuda ao seu interlocutor.
5. Análise Crítica:
6. Nova Definição:
- O interlocutor propunha uma nova definição, tentando superar os problemas apontados
por Sócrates.
7. Consciência da Ignorância:
- Ao final do diálogo, o parceiro de Sócrates percebia sua própria ignorância sobre o tema.
1. Questionamento Crítico:
2. Identificação de Conceitos-Chave:
- Pergunte: "O que realmente significa 'justiça'?" ou "Como você define 'liberdade'?"
3. Ironia Socrática:
- Diga: "Não sei exatamente o que é 'democracia'. Você poderia me ajudar a entender?"
6. Consciência da Ignorância:
- Ao final do debate, os participantes percebem que não sabem tudo sobre o tema.
7. Respeito e Aprendizado:
- O método socrático promove um ambiente de respeito mútuo e aprendizado contínuo.
- Pergunte: "Qual é o objetivo dessa política?" ou "Quais são os valores subjacentes a essa
decisão?"
2. Isolamento de um Conceito-Chave:
- Diga: "Não sei exatamente o que é 'justiça' nesse contexto. Você poderia me ajudar a
entender?"
- Ao final do diálogo, os envolvidos percebem que não sabem tudo sobre o tema.
- Use o método socrático para avaliar a coerência, eficácia e impacto das políticas.
Em resumo, o método socrático pode ajudar a avaliar políticas públicas de forma crítica,
promovendo a reflexão e a busca pela verdadeira sabedoria na tomada de decisões.
- As políticas públicas geralmente envolvem questões complexas que não têm respostas
simples.
- O método socrático, que busca definições claras e respostas precisas, pode não ser
suficiente para abordar a totalidade dessas questões.
4. Aceitação de Ignorância:
- O método socrático requer uma **postura humilde** que nem sempre é fácil de adotar.
5. Objetivos Divergentes:
- Alguns podem estar mais interessados em ganhos políticos do que na busca pela verdade.
- O método socrático pode não levar em conta o contexto político e social específico.
Em resumo, enquanto o método socrático oferece uma abordagem crítica e reflexiva, sua
aplicação na avaliação de políticas públicas deve considerar esses desafios e adaptar-se
à realidade prática.