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A Patrística:

Com o nome de patrística entende-se o período do pensamento cristão que se seguiu à


época neotestamentária, e chega até ao começo da Escolástica: isto é, os séculos II-VIII da era
vulgar. Este período da cultura cristã é designado com o nome de Patrística, porquanto
representa o pensamento dos Padres da Igreja, que são os construtores da teologia católica,
guias, mestres da doutrina cristã. Portanto, se a Patrística interessa sumamente à história do
dogma, interessa assaz menos à história, em que terá importância fundamental a Escolástica.

A Patrística é contemporânea do último período do pensamento grego, o período religioso,


com o qual tem fecundo contato, entretanto dele diferenciando-se profundamente, sobretudo
como o teísmo se diferencia do panteísmo. E é também contemporâneo do império romano,
com o qual também polemiza, e que terminará por se cristianizar depois de Constantino. Dada
a culminante grandeza de Agostinho, a Patrística será dividida em três períodos: antes de
Agostinho, período em que, filosoficamente, interessam especialmente os chamados
apologistas e os padres alexandrinos; Agostinho, que merece um desenvolvimento à parte,
visto ser o maior dos Padres; depois de Agostinho vem o período que, logo após a
sistematização, representa a decadência da Patrística

A Escolástica:
A sociedade do século XII começava a se ressentir de uma justificativa para o controle
Exercido pela Igreja. Afinal, já estavam distantes os séculos subsequentes à queda do
Império Romano, marcados pela desorganização social e a qual a Igreja impôs regras e
Ordem. À medida que a sociedade da Europa ocidental passava por alterações como as
Grandes heresias, as Cruzadas, a monarquia papal, também ampliavam-se as relações
Políticas e econômicas, a realeza se fortalecia e a burguesia começava a se organizar.
Surgia, com efeito, um questionamento sobre o papel da Igreja, mesmo porque o
Conhecimento deixará de ser restrito aos mosteiros ou às escolas palacianas e as obras
De Aristóteles se difundiram na sociedade.
A Europa Ocidental, durante séculos, esteve distante dos originais gregos e latinos e,
Quando eles voltaram a ser conhecidos e confrontados com os textos patrísticas, permitiram
que se pusesse em cheque o modelo de leitura e de educação que vinha
Sendo proposto pelas escolas dos mosteiros.
Assim, o método escolástico representou a aliança entre o saber filosófico clássico e o
Da Sagrada Escritura e, portanto, pronto para responder às questões que estavam sendo
Postas pela sociedade medieval.
As disciplinas que compunham o trivium e o quadrivium representavam o currículo dos
Estudantes e deveria ser a partir delas a construção do saber necessário para aquela
Sociedade.
A Escolástica, ao buscar a relação entre filosofia e teologia, estimula a dialética, a
Discussão. É importante lembrar que a dialética fazia parte do trivium, disciplina que,
Segundo Urbano Zilles, “[...] ajuda a dividir em partes todas as coisas, a distinguir,
Explicar, explanar e concluir. Serve como instrumento na produção do saber e na
Elaboração do discurso
De acordo com o método escolástico, quando se propõe discutir uma determinada
Questão, pressupõe-se um conhecimento, uma ideia acerca do assunto. Porém, ao longo
Do debate, ouvindo e ponderando sobre outros argumentos expostos, as pessoas
Envolvidas no processo ampliam e aperfeiçoam seus pontos de vista. A prática dialética
Propicia a reflexão, facilitando a compreensão e a transmissão do conhecimento.
Aplicada às questões que envolvem filosofia e teologia, essa prática permite que se dê

Fundamento filosófico à fé.


Embora saibamos que a dialética já estava presente nos Diálogos, de Platão, na
Escolástica ela adquire uma importância capital para a organização dos saberes que se
Pretendia discutir e aprimorar nas escolas e nas recém-criadas Universidades. Os grupos
Formados pelos estudantes passavam a ser bem mais heterogêneos, não se restringindo
Apenas a clérigos e a religiosos. As cidades passaram a receber pessoas de todos os
Cantos da Europa, que traziam consigo pontos de vista e necessidades próprias e que
Viriam a enriquecer e a incrementar o debate acerca do conhecimento. Assim, as
Possibilidades de divergências, de pontos de vista e de interpretações múltiplas,
Tornavam a discussão muito mais profícua.
A diversidade social que se formava nas cidades era cada vez maior e seus
Questionamentos, diante das mudanças que protagonizava também se acumulavam.
Assim, cidades como Paris, Charters, Reims, Salamanca, passaram a ser centros de
Difusão do saber, por meio das escolas monásticas e, principalmente, das capitulares.

Como explica Oliveira, as novas questões postas naquela sociedade fazem com que surjam
novos saberes.

Os Enciclopedistas:

O volume de novas ideias e pensamentos que buscavam reexplicar o mundo com base na
visão iluminista assumiu grandes proporções durante o século XVII. No propósito de reunir
esse conjunto de ideias, alguns intelectuais franceses, como Denis Diderot e D’Alembert,
foram os responsáveis por produzir uma grande enciclopédia (publicada entre 1755 e 1772)
que pudesse fornecer ao público as principais ideias do movimento iluminista.

A enciclopédia tinha como elementos norteadores a liberdade individual, comercial,


industrial, de pensar, escrever e publicar; oposição clara às ideias religiosas e ao absolutismo
político, que eram considerados obstáculos para a liberdade. Vários intelectuais da época
colaboraram nesse projeto, entre eles, Buffon (naturalista francês), Jacques Necker
(economista e político suíço), Turgot (economista francês), Condorcet (filósofo, matemático e
político francês), Rousseau, Voltaire e Montesquieu (principais filósofos do Iluminismo). Eles
escreveram sobre filosofia, política, economia, artes, ciências, educação e o saber em geral.

A publicação da enciclopédia foi proibida algumas vezes, pois, além de seus ataques à
religião, era uma arma contra o absolutismo dominante e um programa de reivindicação
social, mas mesmo proibida circulou cladestinamente por vários anos. Apesar de suas falhas
científicas e literárias, teve enorme divulgação. Exerceu poderosa mudança no pensamento
político e social e proporcionou uma nova visão de mundo para o homem moderno. O
enciclopedismo certamente influenciou nos ideais da Revolução Francesa (1789).
Faculdade Mato Grosso do Sul – FACSUL

As Características da Educação na Idade Média

Daniela Meurer Vogt


Karina Sobrinho
Jociany Spinosa

Campo Grande – MS
10 de Abril de 2014
Faculdade Mato Grosso do Sul – FACSUL

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