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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINTER

CURSO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL E EDUCAÇÃO INCLUSIVA

BIBIANA MESQUITA LEMOS

ACESSIBILIDADE DO AMBIENTE ESCOLAR NA


INCLUSÃO DE DEFICIENTES FÍSICOS

MOSTARDAS
2021
BIBIANA MESQUITA LEMOS
ACESSIBILIDADE DO AMBIENTE ESCOLAR NA
INCLUSÃO DE DEFICIENTES FÍSICOS

Trabalho apresentado ao curso de de Pós-


Graduação em Educação Inclusiva, da
Faculdade Centro Universitário Uninter
como requisito parcial à obtenção do título
de Pós-Graduado em Educação Especial e
Educação Inclusiva.

Orietandor:

MOSTARDAS
2021
TERMO DE APROVAÇÃO

BIBIANA MESQUITA LEMOS

ACESSIBILIDADE DO AMBIENTE ESCOLAR NA


INCLUSÃO DE DEFICIENTES FÍSICOS

Trabalho apresentado ao curso de de Pós-Graduação em Educação Especial e


Educação Inclusiva, da Faculdade Centro Universitário Uninter como requisito
parcial à obtenção do título de Pós-Graduado em Educação Especial e Educação
Inclusiva.

Orientador:

__________________________________

__________________________________

__________________________________

Mostardas, 27 de dezembro de 2021


AGRADECIMENTO

Agradeço ao meu marido e familiares por ter me dado apoio e incentivo para realizar
esse curso, foi um ano de muito estudo, a realização desse trabalho me tirou do
convívio familiar e social em vários momentos, por isso agradeço a compreensão de
familiares.

RESUMO

O objetivo deste estudo é identificar os processos de acessibilidade na inclusão nas


escolas e classes comuns da rede regular aos alunos com deficiência física; apontar
no estudo a inclusão escolar na rede regular de ensino com suas normais e leis;
abordar a deficiência física; a tecnologia assistiva com os seus conceitos e todas as
suas categorias e descrever o que é acessibilidade e as formas de tornar uma
escola efetivamente inclusiva. A metodologia da pesquisa orientou-se pela pesquisa
bibliográfica e exploratória com base em pressupostos teóricos de autores. Os
resultados demonstram que os processos de acessibilidade na inclusão nas escolas
e classes comuns da rede regular aos alunos com deficiência física dependem de
recursos de infra-estrutura e o uso de tecnologias assistivas no mercado que podem
favorecer a qualidade do ensino e permitir maior autonomia e independência.
Conclui-se que muitos serão os desafios das políticas públicas para administrar as
mudanças exigidas pela acessibilidade nas escolas públicas sucateadas e atuar com
as exigências da inclusão educativa dependem de recursos.

Palavras-chave: Acessibilidade, Inclusão Social, Infra-estrutura.ABSTRACT

The aim of this study is to identify the processes in the inclusion of accessibility in
schools and classrooms of the regular students with physical disabilities; point in
studying educational inclusion in mainstream education with their normal and laws;
addressing disability; technology assistive with their concepts and all their categories
and describe what is accessibility and how to effectively make an inclusive school.
The research methodology was guided by the literature search and exploratory
based on theoretical assumptions of the authors. The results show that the
processes in the inclusion of accessibility in schools and classrooms of the regular
students with disabilities depend on the resources of infrastructure and the use of
assistive technologies on the market that can promote the quality of teaching and
enable greater autonomy and independence. We conclude that many will be the
challenges of public policies to manage the changes required for accessibility in
public schools scrapped and work with the demands of educational inclusion depend
on resources.

Keywords: Accessibility, Inclusion, Infrastructure.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 06

2 2 CONCEITO E CARACTERÍSTICAS: A ACESSIBILIDADE NAS


ESCOLAS 09
2.1 NOÇÕES E NOVAS PERSPECTIVAS 09
2.2 NOÇÕES DE ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO SOCIAL 09
2.3 PROCESSOS QUE GARANTEM A ACESSIBILIDADE: A TECNOLOGIA
ASSISTIVA 12

3 OS DESAFIOS PARA UMA EDUCAÇÃO INCLUSIVA: A ACESSIBILIDADE


COMO FOCO 15
3.1 MUDANÇAS NECESARIAS À ESCOLA PARA ENFRENTAR O DESAFIO
DA INCLUSÃO 15

4 CONCLUSÃO 18

5 REFERÊNCIAS 19
1 INTRODUÇÃO

As transformações de caráter social e político que garantem a acessibilidade


aos portadores de deficiência física ou necessidades educativas especiais no ensino
regular, de forma gradativa, se deram especialmente em conseqüência do processo
de conquista de certos direitos democráticos que produziram efeitos sobre a
concepção da educação especial.

Nesse contexto, o discurso sobre a "deficiência" que vinha sustentando o


princípio da segregação e do preconceito passou a perder terreno para as idéias de
integração como ponto de partida ao acesso igualitário nas oportunidades
educacionais. A acessibilidade nas escolas da Rede Pública de Ensino não implica
apenas no reconhecimento da necessidade de acolher os educandos, mas também
no desenvolvimento de ações que possam facilitar a vida das pessoas deficientes,
através de tecnologia assistiva, que favorece uma maior autonomia, através da
ampliação da comunicação e boas condições de mobilidade.

A metodologia do estudo orientou-se pela pesquisa bibliográfica e exploratória


com base nos pressupostos teóricos de autores sobre o tema. Trata-se de um
estudo de caráter descritivo que tem a finalidade conhecer os aspectos relativos à
acessibilidade muitas vezes comprometida devido a recente inserção da inclusão
escolar de crianças com necessidades especiais no ambiente escolar.

Os antecedentes demonstram que a escola como instituição educativa tem se


constituído em sua esfera de atuação como constitutiva de diversas formas de
exclusão que têm caracterizado a história do sistema escolar.

A Constituição Brasileira e o Estatuto da Criança e do Adolescente impõem


em diversos dispositivos a proibição de qualquer ação discriminatória em virtude de
raça, sexo, cor, inteligência ou integridade física.

A motivação para desenvolver a pesquisa sobre o tema, se fortaleceu com a


percepção de que as demandas educativas com crianças com necessidades
especiais são complexas, abrangentes e múltiplas e que requerem do profissional
(pedagogo e outros agentes educacionais), algumas competências pessoais:
capacidade de ouvir o outro e pôr-se em seu lugar; a boa comunicação para ser bem
entendido; a serenidade para agir com sincronicidade com a realidade e a
capacidade de motivar as pessoas envolvidas no processo educativo, dentre outras.

Neste estudo, parte-se da hipótese de que a inclusão escolar somente se


realiza a partir da acessibilidade a recursos de tecnologia assistida e a situações que
possam envolver uma postura de inclusão escolar que impõe responsabilidades
quanto ao atendimento das crianças com necessidades especiais, a partir das
dificuldades comunicativas, locomocionais e recursos de aprendizagem que estes
possam encontram no processo educativo e social para a plena adaptação.

A problemática centra-se no questionamento de como está sendo trabalhada


à questão da acessibilidade dos educandos em relação à tecnologia assistida no
ambiente escolar para as adaptações para o processo de inclusão educativa pelas
pessoas.

Justifica-se a realização desse estudo com base no pressuposto de que


houve muitos avanços no dispositivo da Lei 9.394/96 que prescreve o atendimento
educacional com gratuidade e a oferta do atendimento especializado, no âmbito da
rede oficial de ensino aos educandos em idade escolar considerados “com
necessidades especiais”, o que se pressupõe um enfoque sobre as necessidades de
recursos e meios para a acessibilidade da criança e dos adolescentes com
necessidades especiais baseado no processo de interação e adaptação ao ambiente
escolar.

A relevância do tema é atual e polêmica porque a inclusão escolar exige


radical mudança na escola sob o ponto de vista da acessibilidade e da prática que
deve ser exaustivamente discutida dentro da proposta de inclusão social, sob o
ponto de vista da desmistificação dos preconceitos em relação ao deficiente.

A luz desses argumentos que o problema de investigação se resume em


saber: As escolas regulares estão preparadas para o princípio de acessibilidade
para adaptar a criança portadora de necessidades especiais ao ambiente educativo?

Postulam-se como objetivos específicos:

● O objetivo deste estudo é identificar os processos de acessibilidade na


inclusão nas escolas e classes comuns da rede regular aos alunos com
deficiência física;
● Apontar no estudo a inclusão escolar na rede regular de ensino com suas
normais e leis;

● Abordar a deficiência física; a tecnologia assistiva com os seus conceitos


e todas as suas categorias;

● Descrever o que é acessibilidade e as formas de tornar uma escola


efetivamente inclusiva;

Para a realização desta pesquisa utilizar-se-á o método bibliográfico que tem


a função de auxiliar o pesquisador a adquirir os conhecimentos sobre um
determinado fenômeno, permitindo ao pesquisador conhecer e analisar as
contribuições culturais ou cientificas do passado e do presente existentes sobre
determinado assunto, tema ou problema que expressem uma problemática e
viabilidade de uma pesquisa científica.

Conforme Matos, Rosseto Júnior e Blecher (2003, p. 11) avaliam que:

O método de pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de


referências teóricas e/ou revisão de literatura de obras e documentos que se
relacionam com o tema pesquisado. Ressalva-se que, em qualquer
pesquisa, exige-se a revisão de literatura, instrumento de pesquisa
bibliográfica, que permite conhecer, compreender e analisar os
conhecimentos culturais e científicos já existentes sobre o assunto, tema ou
problema investigado. Também, pode ser realizada de forma independente,
constituindo-se em pesquisa como trabalho científico original.

Compreende-se nesse contexto, a importância da pesquisa bibliográfica para


as descobertas novas e a resolução de problemas de pesquisa.

Desta feita, este levantamento bibliográfico pode ser realizado de diversas


maneiras, como por exemplo, através de livros, teses e dissertações que permitem o
estudo do tema que permeia a problemática deste trabalho. Ainda a busca por meio
eletrônico garante uma atualização mais intensa sobre as pesquisas que tratam
sobre a educação infantil.

2 CONCEITO E CARACTERÍSTICAS: A ACESSIBILIDADE NAS


ESCOLAS
2.1 NOÇÕES E NOVAS PERSPECTIVAS

A educação inclusiva apresenta um enfoque pedagógico de integração,


adaptação e socialização, essas condições dependem de recursos e meios
tecnológicos assistivos que permitam uma maior acessibilidade no processo de
aprendizagem.

Portanto, garantir a acessibilidade, condiz a proporcionar as condições


necessárias para a mobilidade com autonomia e segurança, garantindo assim o livre
acesso dos alunos no ambiente escolar nos mais variados ambientes, tendo uma
visão especial àqueles portadores de deficiência e que por suas características
peculiares necessitam de auxilio para ir e vim.

Os professores do ensino regular necessitam de recursos didático-


pedagógicos que possam favorecer um apoio técnico pedagógico de suporte para
alunos e professores.

2.2 NOÇÕES DE ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO SOCIAL

Conforme Matos (2007, p. 223, apud MANZINI, CORREIA e PAULINO, 2008,


p. 02) “o conceito de acessibilidade e de inclusão baseia-se no respeito à
diversidade humana e na inclusão de todas as pessoas nas mais diversas
atividades, independentemente de suas idades ou habilidades”.

No ambiente escolar temos que a Constituição Federal escolheu a igualdade


de condições de acesso e a permanência na escola como um dos princípios do
ensino (art. 206, inc. I). Além disso, em seu Art. 208, acrescenta que o “dever do
Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de acesso aos níveis
mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade
de cada um”.

Segundo o Decreto Lei nº 296/2004, art. 8º, inciso I:

Acessibilidade: condição para utilização, com segurança e autonomia, total


ou assistida, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das
edificações, dos serviços de transporte e dos dispositivos, sistemas e meios
de comunicação e informação, por pessoa portadora de deficiência ou com
mobilidade reduzida
Assim, conforme o decreto em qualquer tipo de deficiência, a segurar a
acessibilidade é o principio dos reconhecimento dos direitos humanos. As medidas
de acessibilidade nos ambiente auxiliaram no processo de inclusão de todos na
educação. Nesse aspecto a Convenção da ONU, da 2006, art. 24 expressa que:

a) As pessoas com deficiência não sejam excluídas do sistema


educacional geral sob alegação de deficiência e que as crianças
com deficiência não sejam excluídas do ensino fundamental
gratuito e compulsório, sob alegação de deficiência;
b) As pessoas com deficiência possam ter acesso ao ensino
fundamental inclusivo, de qualidade e gratuito, em igualdade de
condições com as demais pessoas na comunidade em que vivem.

Com estas medidas observa-se que todos possuem o mesmo direito a


inclusão no sistema educacional brasileiro, sendo negado às escolas o direito de
recusar um aluno alegando a existência de algum problema de saúde associado a
este.

É com base nas características e nos problemas apresentados pelos alunos


portadores de deficiência que se estrutura o atendimento educacional especializado,
garantindo por meio destes recursos a acessibilidade dos alunos ao conhecimento.

No documento do Ministério Público (2004, p.11), “O Acesso de Alunos com


Deficiência às Escolas e Classes Comuns da Rede Regular”, são consideradas
matérias do atendimento educacional especializado: Língua brasileira de sinais
(Libras); interpretação de Libras; ensino de Língua Portuguesa para surdos; Sistema
Braile; orientação e mobilidade; utilização do soroban; as ajudas técnicas, incluindo
informática adaptada; mobilidade e comunicação alternativa/aumentativa;
tecnologias assistivas; informática educativa; educação física adaptada;
enriquecimento e aprofundamento do repertório de conhecimentos; atividades da
vida autônoma e social, entre outras.

Escolas devem ter salas de aulas amplas para circulação de cadeiras, portas
mais largas, ideal 90 cm segundo a NBR 9050, maçanetas do tipo alavanca que
podem mais facilmente manipuladas por quem quer que seja (LOPES et al., 2008, p.
1).
A Portaria nº 3.284, de 7 de Novembro de 2003 do Ministério da Educação,
redige no Art 2º § 1o os requisitos mínimos de acessibilidade para os deficientes
físicos.

Além dessas características arquitetônicas para alunos com deficiência física,


devem ser levados em consideração outros dois grupos de deficiência importante:
os deficientes auditivos, os deficientes visuais e os surdos (MINISTÉRIO PÚBLICO
FEDERAL, 2004, p. 24):

Caso exista um aluno com deficiência auditiva ou surdo matriculado numa


escola de ensino regular, ainda que particular, esta deve promover as
adequações necessárias e contar com os serviços de um intérprete de
língua de sinais, de professor de Português como segunda língua desses
alunos e de outros profissionais da área da saúde (fonoaudiólogos, por
exemplo), assim como pessoal voluntário ou pertencente a entidades
especializadas conveniadas com as redes de Ensino Regular. Se for uma
escola pública, é preciso solicitar material e pessoal às Secretarias de
Educação municipais e estaduais, as quais terão de providenciá-los com
urgência, ainda que através de convênios, parcerias etc.

Em relação aos deficientes visuais existem especificidades que devem ser


cumpridas pelas escolas, especificidades estas redigidas na Portaria nº 3.284, de 7
de novembro de 2003 do Ministério da Educação no Art 2º § 1º:

Há também algumas características arquitetônicas que são comuns a


qualquer portador de deficiência, como o piso, as paredes, os bebedouros e as
tomadas. Todos devem seguir um padrão que atente as normas já elaboradas
visando atender as necessidades especiais dos portadores de deficiência.

Conforme o Censo Escolar/MEC/INEP o indicador de acessibilidade


arquitetônica em prédios escolares, em 1998, aponta que 14% dos 6.557
estabelecimentos de ensino possuíam sanitários com acessibilidade. Em 2006, das
54.412 escolas com matrículas de alunos atendidos pela educação especial, 23,3%
possuíam sanitários com acessibilidade e 16,3% registraram ter dependências e vias
adequadas (MEC, 2007).

Por meio dos dados expressos acima se pode perceber que algumas
mudança já estão se realizando em prol da melhoria na acessibilidade dos alunos
nas escolas, entretanto ainda há muito o que melhorar tendo em vista a quantidade
de portadores de deficiência existentes.
A Organização Mundial de Saúde estima que aproximadamente 10% da
população possuem alguma deficiência. Em 2000, o Censo
Demográfico/IBGE, usando um conceito amplo de deficiência, identificou na
população brasileira 24.600.256 de pessoas (14,4%) com alguma
dificuldade de ouvir, enxergar, locomover-se ou deficiência mental (MEC,
2007).

Muitas conquistas já foram alcançadas em prol da acessibilidade dos alunos


nas escolas, entretanto estes avanços são realizados com cautela. Entre as
dificuldades encontradas ainda percebemos os preconceitos de algumas escolas
que relutam para não receberem alunos com deficiências, pois se acham incapazes
de realizar o processo de educação do mesmo (MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL,
2004, p. 33):

A inclusão é um desafio, que ao ser devidamente enfrentado pela escola


comum, provoca a melhoria da qualidade da Educação Básica e Superior,
pois para que os alunos com e sem deficiência possam exercer o direito à
educação em sua plenitude, é indispensável que essa escola aprimore suas
práticas, a fim de atender às diferenças. Esse aprimoramento é necessário,
sob pena de os alunos passarem pela experiência educacional sem tirar dela
o proveito desejável, tendo comprometido um tempo que é valioso e
irreversível em suas vidas: o momento do desenvolvimento.

Portanto, a luta pela acessibilidade dos alunos nas escolas é uma luta diária,
que envolve não somente uma parcela da população, mas toda a sociedade que
almeja um mundo mais igualitário, onde não haja preconceitos, nem exclusões.

2.3 PROCESSOS QUE GARANTEM A ACESSIBILIDADE: A


TECNOLOGIA ASSISTIVA

Martins Neto e Rollemberg (2008) conceituam a tecnologia assistiva como


recursos e meios tecnológicos que facilitam a aprendizagem e a promoção da
inclusão educacional.

A evolução das tecnologias tem permitido que os governos atuem buscando


desenvolver metas e demandas exigidas pela sociedade na questão de manutenção
da cidadania e os direitos dos deficientes físicos que necessitam de infra-estrutura
de tecnologia assistiva nas escolas da Rede Pública.
Martins Neto e Rollemberg (2008, p. 2):
Nesse momento em que o Governo Federal procura dar respostas rápidas e
eficazes às demandas mais complexas de uma sociedade cada vez mais
diversificada, amparada pelo processo democrático, torna-se imperativo que
concentramos esforços no sentido de dissipar barreiras sociais em prol da
construção de uma sociedade inclusiva.

O interesse do estado é proporcionar aos deficientes físicos as condições de


desenvolver uma aprendizagem diversificada no exercício cotidiano das escolas que
permitam ao educando a capacidade de enfrentar situações transitórias e variáveis
que exigem conhecimento na prática real.

A tecnologia Assistiva conhecida como Adaptativa ou Ajuda Técnica, foi


desenvolvida para facilitar s processos educativos das pessoas que tem dificuldades
variadas e permitem o avanço da capacidade de autonomia nos processos de
aprendizagem a partir da inserção de recursos, instrumentos e materiais que
estimulem a se adaptem aos alunos em suas necessidades.

Avalia-se que a as escolas públicas que atendem crianças e adolescentes


com necessidades especiais possam desenvolver uma maior funcionalidade e
acessibilidades a todos os ambientes escolares com autonomia e independência.

Os recursos são formados por sistemas computadorizados que permitem aos


deficientes físicos uma maior autonomia, por que essa tecnologia na escola é
favorecida através de ferramentas ou ambientes de aprendizagem.

Neste sentido, essas novas tecnologias assistivas no ambiente escolar


poderão promover um grau de facilidade para os educadores e melhoria do
processo de ensino-aprendizagem. As tecnologias assistivas se forem implantadas
em todas as escolas públicas poderá favorecer o ensino de crianças e adolescentes
com problemas motores, problemas de comunicação e linguagem.
3 OS DESAFIOS PARA UMA EDUCAÇÃO INCLUSIVA: A
ACESSIBILIDADE COMO FOCO

3.1 MUDANÇAS NECESSÁRIAS À ESCOLA PARA ENFRENTAR O DESAFIO DA


INCLUSÃO

O objetivo deste capítulo é analisar as dificuldades dos educadores das


escolas da Rede Pública e os problemas enfrentados pela própria formação nos
cursos de formação de Professores para ensinar alunos com necessidades
especiais.

O educador depende de recursos e meios para desenvolver melhor suas


competências. É a partir destas competências que os professores devem julgar sua
formação anterior ou sua formação ao longo do curso de formação. É igualmente a
partir destas competências para a diversidade que o docente terá como julgar o
benefício do curso de formação em sua prática profissional que possam superar as
práticas educativas tradicionais.
O maior desafio ao docente é perceber na defasagem, uma distância crítica
entre os saberes experienciais e os saberes adquiridos na formação (TARDIF,
2002).

Alguns docentes vivem essa distância como um choque (o choque da "dura


realidade" das turmas e das salas de aula) quando de seus primeiros anos
de ensino, quando ao se tomarem professores, descobrem os limites de
seus saberes pedagógicos. Em alguns, essa descoberta provoca a rejeição
pura e simples de sua formação anterior e a certeza de que o professor é o
único responsável pelo seu sucesso. Em outros, ela provoca uma
reavaliação (alguns cursos foram úteis, outros não) (TARDIF, 2002, p. 50).

Neste contexto, os cursos de formação de docente devem suscitar tais


mudanças e julgamentos relativos à ação pedagógica do docente, para que com a
conscientização dos conhecimentos adquiridos possa inseri-los necessariamente
num processo de aprendizagem, especialmente nos casos que exigem
conhecimentos de técnicas ensino para lidar com a heterogeneidade em sala de
aula.

A política oficial do Estado coloca a formação de professores como pré-


requisito fundamental de renovação e elevação da qualidade da educação escolar;
vê-se um quadro fugidio que aponta o professor como elemento chave do processo.
Contudo, deve-se observar que o modelo de educação escolar no ensino infantil e
fundamental enfrentou mudanças qualitativas nos últimos anos em que surgiram os
cursos de formação continuada para professores.

Os recursos pedagógicos que eram utilizados em outras épocas para o


treinamento de habilidades específicas, dentro de estratégias metodológicas rígidas,
foram relegados posteriormente, com base nas experiências que constataram a
dificuldade que os portadores de deficiência mental têm para generalizar e transferir
aprendizagens.

Sendo o educador um facilitador do processo de construção do


conhecimento, ele precisa poder contar com recursos que propiciem situações
estimuladoras e desafiantes. Para dar conta desta tarefa de forma eficaz dependerá,
no mínimo, de três fatores: formação profissional que lhe assegure embasamento
teórico sobre o desenvolvimento do pensamento, condições pessoais, tais como,
interesse, capacidade de empatia, engajamento e criatividade, e conhecimentos
sobre os recursos pedagógicos que poderá utilizar.
Os aspectos sociais da inclusão educativa deverão se pautar no respeito à
diversidade dos alunos nas condições que lhes favoreçam adaptarem-se à escola.
Assim, compreende-se que o direito do indivíduo excepcional, deverá ser atendido
como forma de eliminar a segregação existente no processo educativo que tende a
homogeneizar a diversidade existente em sala de aula.

Os fundamentos para uma educação inclusiva de alunos com necessidades


especiais (deficiências mentais, crianças com limitações sensoriais ou neurológicas,
etc) dependerá basicamente de três dimensões específicas: Do acolhimento dos
supervisores escolares e professores à criança com necessidades especiais e sua
capacidade de lidar com a diferença em sala de aula; do próprio processo
institucional escolar, no sentido de buscar reformular as diretrizes pedagógicas e
políticas e dos mecanismos que possam garantir os recursos didáticos necessários
ao aluno portador de necessidades especiais.

Considerando-se que o papel do educador é o papel pedagógico, ou seja, buscar


oferecer à criança uma interação social com os outros alunos, já que o professor não
poderá determinar os mesmos critérios de aprendizagem em relação a toda a turma.
Assim, evitar estabelecer parâmetros de comparação com outros alunos, mas
buscar identificar outros critérios de avaliação de aprendizagem que predisponha a
criança com necessidades especiais ao estímulo para aprender
O processo de assimilação das diferenças e da aceitação do diferente se
constitui de um grande desafio educacional que não deverá estar apenas
circunscrito ao ambiente escolar, mas também aos lares.

Almeida (2002, p. 59):

A escola enquanto instituição social tem excluído as crianças


consideradas "diferentes" do padrão socialmente determinado e aceito. A
partir de processos de controle perversos preparando e treinando em
definitivo os indivíduos das camadas populares para assumirem seus
lugares de excluídos da vida social e, em conseqüência, os resultados do
processo de seleção favorecem uma marginalização cultural, econômica
e política.

Os fundamentos para uma educação inclusiva na escola deverão ter por base
uma mudança na concepção de educação como um mundo fechado, previsível e
hierarquicamente ordenado em classes, onde se naturaliza a exclusão social.

No processo de preparação da escola regular para a inclusão de alunos com


necessidades especiais se deve considerar a urgência de reformulação do sistema
de ensino como um todo e conseqüentemente a construção de uma nova prática
pedagógica, a partir do reconhecimento das diferenças e a promoção da
aprendizagem atendendo às necessidades de cada aluno; a superação do
segregacionismo, do estigma e do preconceito.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo realizado permitiu identificar que os processos de acessibilidade na


inclusão nas escolas e classes comuns da rede regular aos alunos com deficiência
física dependem de recursos de infraestrutura e o uso de tecnologias assistivas no
mercado que podem favorecer a qualidade do ensino e permitir maior autonomia e
independência.

Os resultados foram satisfatórios na medida em que mesmo se reconhecendo


as dificuldades dos educadores para ensinar em escolas públicas sucateadas e
atuar com as exigências da inclusão educativa depende de recursos. Portanto, é
necessário que as políticas públicas possam investir nas escolas da rede pública
que atuam com crianças e adolescentes com necessidades especiais.

Apontou-se no estudo que a evolução da inclusão social e educacional no


Brasil, teve influência das medidas internacionais que fortaleceram a questão da
cidadania e dos direitos humanos das populações marginalizadas e carentes.
Demonstraram-se as leis brasileiras que entraram consonância com as diretrizes
dos vários documentos e declarações que afirma a não discriminação do deficiente
físico e sua inclusão na rede escola regular.

O estudo abordou a noção de deficiência física e sua evolução, demonstrando


que houve uma maior abertura e uma descriminação da forma de analisar as
deficiências diversas que acometem crianças e adolescentes. O estudo enfocou a
relevância da tecnologia assistiva para a melhoria da acessibilidade e adaptação do
educando no ambiente escolar. Esse tipo de tecnologia tem avançado e poderá
beneficiar alunos e educadores quanto à questão do atendimento diferenciado que a
criança com necessidades especiais exige, abrindo ainda uma perspectiva inclusiva
representada pela possibilidade de uma reformulação em seu ideário pedagógico,
na luta contra a discriminação e a melhoria da qualidade de vida dos alunos com
necessidades educativas especiais.
5 REFERÊNCIAS

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