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Ana da Cândida Nacusse

Como incluir os alunos com necessidades educativas especiais no processo de ensino e


aprendizagem

(Licenciatura em ensino de Biologia)

Universidade Rovuma
Extensão de Niassa

2023
Ana da Cândida Nacusse

Como incluir os alunos com necessidades educativas especiais no processo de ensino e


aprendizagem

(Licenciatura em ensino de Biologia)

Trabalho de caracter avaliativo, da cadeira de


Necessidades Educativas Especiais a ser
entregue ao departamento de
Ciências ,Engenharia, Tecnologia e
Matemática, lecionada pelo MSc: Augusto
Adriano.

Universidade Rovuma

Extensão de Niassa

2023
Índice
1.Introdução...........................................................................................................................4

2.Objectivos...........................................................................................................................5

2.1.Objectivo Geral:...........................................................................................................5

2.1.1.Objectivos Específicos:......................................................................................5

2.Metodologia........................................................................................................................5

3.Necessidades educativas especiais......................................................................................6

3.1.Conceito de educação inclusiva....................................................................................6

3.2.Diferenças entre exclusão, segregação, integração e inclusão.....................................7

3.3.Dificuldades de aprendizagem.....................................................................................8

4.Como incluir os alunos com necessidades educativas especiais no processo de ensino e


aprendizagem.........................................................................................................................9

4.1.Benefícios da Inclusão..................................................................................................9

5.Adaptações Curriculares...................................................................................................10

5.1.Adaptações arquitectónica para atender à Educação Inclusiva..................................11

6.Estratégias pedagógicas....................................................................................................12

7.Colaboração entre Professores e Especialistas..................................................................12

8.Ambiente Inclusivo...........................................................................................................13

9. Apoia individualizado......................................................................................................13

10.Conclusão........................................................................................................................15

11.Referências bibliográficas...............................................................................................16
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1.Introdução
O presente trabalho visa falar da inclusão de alunos, com necessidades educativas
especiais no processo de ensino e aprendizagem é uma questão fundamental para
garantir uma educação inclusiva e igualitária. A abordagem inclusiva considera as
necessidades individuais de cada aluno, promovendo sua participação activa e o pleno
desenvolvimento de suas habilidades. Para alcançar esse objectivo, é necessário adoptar
estratégias e realizar adaptações curriculares que facilitem a aprendizagem e promovam
a inclusão desses alunos no ambiente escolar. a concepção de Sartoretto (2011),
segundo a qual a inclusão é resultado da evolução da integração, parece aproximar-se
mais à realidade da inclusão, pois percebe-se que foi o facto de a integração contribuir
ainda para a segregação, mesmo no contexto regular que se terá reflectido a
possibilidade de fornecer uma educação de qualidade para todos. E ainda, se considera a
concepção de Mantoan (2003), quando refere que a inclusão provoca mudanças de
ordem educacional por contribuir para o uso de metodologias que atingem a
aprendizagem de todos de forma diferente.
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2.Objectivos

2.1.Objectivo Geral:

 Analisar e compreender como incluir os alunos com necessidades educativas


especiais de forma efectiva no processo de ensino e aprendizagem, visando
promover uma educação inclusiva e igualitária.

2.1.1.Objectivos Específicos:
 Identificar as necessidades educativas especiais de cada aluno e compreender
suas características e desafios específicos.
 Investigar estratégias pedagógicas eficazes que promovam a participação activa
e o desenvolvimento dos alunos com necessidades educativas especiais.
 Examinar os benefícios da inclusão de alunos com necessidades educativas
especiais para a comunidade escolar e a sociedade em geral.

2.Metodologia

Metodologia é o conjunto de técnicas e processos utilizados pela ciência para formular e


resolver problemas de aquisição objectiva do conhecimento de maneira sistemática
(Lakatos & Marconi, 2009). No que tange a metodologias para este trabalho foi usado
uma abordagem bibliográfica, visto que a pesquisa bibliográfica consta da verificação
de livros, artigos, jornais, todo meio didáctico já publicados.
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3.Necessidades educativas especiais


De acordo com o Instituto Superior de Ciências (2013) e com MEC (2012), o conceito de NEE
surge pela primeira vez, em 1978, com o relatório “Warnock”, e refere-se ao ensino ministrado em
classes especiais ou unidades de ensino para crianças com determinado tipo de deficiência.
Embora se refira a esse período do seu surgimento, o MEC (2012) reconhece que foi adoptado e
redefinido a partir da Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994) e passou a abranger todas as
crianças e jovens cujas necessidades envolvam deficiências ou dificuldades de aprendizagem.
Portanto, as NEE englobam não só alunos com deficiências, mas todos aqueles que, ao longo do
seu percurso escolar, apresentam dificuldades específicas de aprendizagem (Instituto Superior de
Ciências, 2013).

Embora não exista consenso na delimitação do conceito de NEE, todas as


classificações estão ligadas a problemas que afectam a aprendizagem escolar do aluno e
que exigem recursos educativos diferentes bem como acessos especiais ao currículo
(Cunha, 2006). Os alunos com NEE são todos aqueles que necessitam de apoio
educativo especial no seu percurso escolar. Para o sucesso desses alunos, destaca-se a
necessidade de uma atenção especial por parte dos pais que devem tomar uma parte no
processo de acompanhamento aos seus educandos. Para que tal aconteça, devem ser
aconselhados, encorajados e apoiados no atendimento às necessidades especiais dos
seus educandos.

Os professores, por sua vez, devem receber suporte adicional no tocante à sua
área após a formação inicial. É reconhecendo que estas crianças requerem maior apoio e
atenção que a sua educação deve abranger uma multiplicidade de recursos para que cada
um na sua individualidade usufrua da possibilidade de aprendizagem adequada à sua
necessidade.
3.1.Conceito de educação inclusiva

Para Stubbs (2008), a Educação Inclusiva refere-se a um conjunto de estratégias,


actividades e processos que procuram fazer do direito universal para a qualidade uma
realidade importante e apropriada para a educação.
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Uma perspectiva convergente é apresentada por Ribeiro (2008), embora a considere


um sistema de educação e ensino onde os alunos com NEE, incluindo os alunos com
deficiência, são educados na escola do bairro, em ambientes de salas regulares,
apropriados para a sua idade (cronológica), com colegas que não têm deficiências, onde
lhes são oferecidos o ensino e o apoio de acordo com as suas capacidades e
necessidades individuais. Portanto, o exposto pelo autor supõe que as escolas inclusivas
estejam localizadas próximas das residências dos alunos de forma a evitar longas
distâncias à procura de realizar esse direito, conforme o recomendado pela UNESCO
(1994). Nesta senda, abre-se uma forma de abordagem que, apesar de ser idêntica a de
outros autores, é voltada para o facto de que a EI, enquanto realidade orientada à
diversidade, é possível graças a um conjunto de actividades e processos que procuram a
qualidade e a satisfação dos direitos do homem.

3.2.Diferenças entre exclusão, segregação, integração e inclusão

A ausência de direitos está intimamente ligada à existência de diferenças que separam


as pessoas a partir de critérios diversos como: discriminação, exclusão ou segregação.
Exclusão- refere-se "ao ato de excluir ou de ser excluído; não inclusão; exceção;
afastamento ou tratamento injusto de pessoa (s) por se considerar que não se enquadra
(m) nos padrões convencionais da sociedade, marginalização" (Dicionário Prestígio de
Língua Portuguesa, 2010, p.689). Apoiando-se neste conceito, percebe-se que as
pessoas que apresentam qualquer forma de deficiência são as mais susceptíveis de
serem colocadas na condição de "inválidas" ou "inúteis", incapazes de adaptar-se ao
ritmo de pessoas "normais". Portanto, são marginalizadas e separadas à parte da
sociedade, e foram durante muito tempo desprovidos de direitos, sobretudo a educação
numa escola nas mesmas condições dos considerados "normais".

Reconhece-se que a deficiência não constitui o único factor de exclusão,


dentre outras pode-se destacar a condição sócio-económica e cultural que cria barreiras
não só a nível educacional como também social e cultural (Schwartz & Nogueira, S/d).
A exclusão cultural recai sobre os grupos étnicos mais fragilizados.

A exclusão é uma questão profunda que envolve o ser humano em todos os âmbitos de
sua vida, as suas relações com os outros, as suas crenças, a ponto de que ser excluído
equivale a ser-lhe negado o direito de existir como pessoa. Embora se entenda a
exclusão como separação ou marginalização ao não permitir a convivência entre os
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diferentes, ela pode acontecer entre os "normais", no contexto da sala de aula, quando
não se atende à particularidade de aprendizagem de cada um (Víctor, Drago & Chicon
2013).

A segregação é um fenómeno relacionado com a exclusão, mas difere-se, pois Costa


e Bartholo ( 2014, p.3), servindo-se do Dicionário Aurélio, referem que a segregação
constitui o "tratamento desigual ou injusto dado a uma pessoa ou grupo, com base em
preconceitos de alguma ordem, seja sexual, religiosa, étnica, social, etc.". Neste
contexto, entende-se que a segregação recai sobre as pessoas com deficiências,
consideradas "anormais", ou incapazes de ajustar-se no processo educativo em
condições de igualdade com outros diferentes que frequentam a escola.

3.3.Dificuldades de aprendizagem

Barbosa (2015) designa dificuldades de aprendizagem (DA) como sendo transtornos


de aprendizagem e considera-as como uma perturbação no processo, pelo que não
permite ao aluno aproveitar as suas possibilidades para perceber, compreender, reter,
memorizar e utilizar posteriormente as informações obtidas.

As dificuldades de aprendizagem impedem à pessoa a aprendizagem da leitura, da


escrita ou do cálculo ou a aquisição de aptidões sociais (Correia e Martins, 2005). Elas
podem estar aparentemente relacionadas com problemas de comunicação, atenção,
memória, raciocínio, ou mesmo aversão por tudo quanto exige raciocínio ou se
manifestarem concomitantemente a eles.

Assim, Pinto & Fernandes (2015) apontam três tipos de DA: a dislexia, a discalculia e
a disgrafia. As DA podem acontecer em pessoas normais, isto é, sem nenhuma
deficiência. Portanto, uma pessoa com DA exime-se de participar em diferentes
actividades, seja ao nível da convivência, seja de aprendizagem ou o que implica o uso
da memória, da reflexão ou tarefas consideradas complexas. Os factores afectivos e
motivacionais têm relação com o rendimento do aluno, de tal modo que a estabilidade
emocional, afectiva e relacional com a família aumentam as possibilidades de
aprendizagem e bom rendimento escolar.

Neste sentido, é muito importante o conhecimento dos alunos, a sua história familiar
por parte dos professores e a relação entre os diversos intervenientes para o sucesso da
educação e da EI, em particular. Assim, as DA devem ser analisadas considerando
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diversos factores: o de ordem individual, familiar, social e escolar, o que pode levar a
concluir-se que as pessoas com DA precisam de métodos e estratégias diversas para que
possam aprender, daí a integração no conjunto das NEE .

4.Como incluir os alunos com necessidades educativas especiais no processo de ensino e


aprendizagem
De a cordo com Filho e Babosa (2015), Incluir os alunos com necessidades educativas
especiais no processo de ensino e aprendizagem é um compromisso essencial para
garantir uma educação inclusiva e igualitária. Para isso, é importante adoptar uma
abordagem que leve em consideração as necessidades individuais de cada aluno,
promovendo a participação activa e o desenvolvimento pleno de suas habilidades.

“Uma abordagem inclusiva começa pela identificação das necessidades


educativas especiais de cada aluno. Isso envolve a colaboração entre professores,
especialistas e famílias para compreender as características e desafios específicos de
cada estudante. A partir dessa compreensão, podem ser estabelecidas estratégias e
adaptações adequadas para promover a participação efectiva do aluno no ambiente
escolar. Adaptar o currículo é uma etapa importante no processo de inclusão. Isso
significa ajustar as actividades, os materiais didácticos e as avaliações para atender às
necessidades individuais de cada aluno. É essencial oferecer diferentes modalidades de
ensino, como recursos visuais, auditivos e tácteis, para garantir que todos os alunos
tenham acesso ao conteúdo e possam demonstrar seu aprendizado de maneira
significativa. (Filho e Babosa 2015)”

4.1.Benefícios da Inclusão

Segundo Mangumbule (2015), A inclusão de alunos com necessidades educativas


especiais traz benefícios tanto para os alunos em questão quanto para toda a
comunidade escolar. Esses benefícios incluem igualdade de oportunidades,
desenvolvimento social e emocional, aprendizado colaborativo, valorização da
diversidade, autonomia e auto-estima, e preparação para a vida em sociedade. A
inclusão promove uma educação mais equitativa, estimula o respeito às diferenças e
prepara os alunos para viverem em uma sociedade diversa.

A inclusão de alunos com necessidades educativas especiais traz benefícios que vão
além do âmbito educacional imediato. Ela promove a empatia, sensibilização e respeito
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às diferenças, melhora a qualidade da educação para todos os alunos e contribui para a


construção de uma sociedade mais inclusiva e livre de preconceitos. A inclusão é um
caminho importante para garantir a igualdade de oportunidades e o pleno
desenvolvimento de todos os estudantes.

5.Adaptações Curriculares
De acordo com Mangumbule (2015), As adaptações curriculares são estratégias e
ajustes feitos no currículo escolar para atender às necessidades individuais dos alunos
com necessidades educativas especiais. Essas adaptações visam garantir que esses
alunos possam participar activamente das actividades de ensino e aprendizagem,
promovendo seu desenvolvimento acadêmico e pessoal. Aqui estão alguns exemplos de
adaptações curriculares que podem ser implementadas:

a) Adaptação de materiais: Os materiais didácticos podem ser adaptados para


torná-los acessíveis aos alunos com necessidades especiais. Isso pode incluir a
utilização de recursos visuais, como figuras, gráficos e diagramas, para auxiliar
na compreensão do conteúdo. Também é possível disponibilizar materiais em
formatos alternativos, como áudio ou braille, para alunos com deficiência visual.
Além disso, a simplificação do vocabulário e a organização clara dos materiais
podem facilitar o aprendizado Mangumbule (2015)
b) Modificação de actividades: As actividades propostas no currículo podem ser
modificadas para atender às necessidades individuais dos alunos. Isso pode
envolver a redução da quantidade de tarefas, a simplificação das instruções, a
utilização de exemplos concretos para ilustrar conceitos abstractos, entre outras
adaptações. O objectivo é garantir que as actividades sejam desafiadoras, mas
acessíveis, permitindo que todos os alunos possam participar e demonstrar seu
aprendizado.
c) Avaliação diferenciada: A avaliação também pode ser adaptada para considerar
as necessidades dos alunos com necessidades especiais. Isso pode envolver a
utilização de formatos alternativos de avaliação, como apresentações orais em
vez de provas escritas, ou a concessão de tempo adicional para a realização das
actividades. Também é importante considerar critérios de avaliação flexíveis,
levando em conta o progresso individual do aluno em relação aos seus próprios
objectivos de aprendizagem.
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d) Suporte individualizado: Alunos com necessidades educativas especiais podem


se beneficiar de suporte individualizado adicional. Isso pode envolver a presença
de um professor ou assistente de educação especial na sala de aula, que possa
oferecer suporte directo ao aluno durante as actividades. Também pode ser
necessário fornecer recursos assistivos, como tecnologias de apoio, para auxiliar
na comunicação, mobilidade ou acesso ao currículo.
e) Flexibilidade no ritmo de aprendizagem: Alunos com necessidades especiais
podem requerer mais tempo para assimilar e consolidar o conteúdo. Portanto, é
importante oferecer flexibilidade no ritmo de aprendizagem, permitindo que
esses alunos avancem de acordo com seu próprio ritmo e necessidades. Isso
pode incluir a revisão e reforço de conceitos-chave, a repetição de actividades ou
a oferta de tempo adicional para a conclusão das tarefas.

É importante destacar que as adaptações curriculares devem ser individualizadas,


levando em consideração as características e necessidades específicas de cada aluno. É
fundamental envolver os professores, especialistas e famílias no processo de
identificação das adaptações necessárias e garantir que elas sejam implementadas de
forma consistente e adequada. O objectivo é criar um ambiente inclusivo que promova o
máximo desenvolvimento de cada aluno, respeitando suas diferenças e necessidades
individuais.

5.1.Adaptações arquitectónica para atender à Educação Inclusiva

As adaptações arquitectónicas realizadas no âmbito da inclusão resume-se apenas a


algumas rampas e infelizmente não abrange a situação das casas de banho devido à falta
de meios. As crianças deficientes, quando identificadas são colocadas em turmas das
salas de baixo para facilitar a sua deslocação e controlo”.

Assim, para a implementação do modelo inclusivo na educação, faz-se necessária


uma profunda reorganização escolar, que ultrapassa a aceitação de crianças deficientes
na escola ou até mesmo realizar adaptações físicas ou curriculares de pequeno porte,
restritivas à sala de aula, sem, contudo, contribuir para que haja uma real transformação
da dinâmica dos 65 processos pedagógicos (Sampaio & Sampaio, 2009).
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6.Estratégias pedagógicas
De acordo com Silveira (2010). As estratégias pedagógicas são abordagens e técnicas
utilizadas pelos educadores para facilitar o processo de ensino e aprendizagem dos
alunos. Algumas estratégias eficazes incluem a aprendizagem activa, que envolve a
participação activa dos alunos por meio de actividades práticas; a aprendizagem
colaborativa, que promove a interacção entre os alunos para alcançar objectivos
comuns; a diferenciação instrucional, que adapta o ensino de acordo com as
necessidades individuais dos alunos; o uso da tecnologia educacional, que pode tornar a
aprendizagem mais interativa e personalizada; e o feedback e avaliação formativa, que
fornecem orientação contínua aos alunos. Essas estratégias visam engajar os alunos,
promover a compreensão dos conteúdos e desenvolver habilidades e competências,
criando um ambiente de aprendizagem estimulante e inclusivo.

7.Colaboração entre Professores e Especialistas


De acordo com Silveira (2010). A colaboração entre professores e especialistas é
fundamental para garantir a inclusão efectiva dos alunos com necessidades educativas
especiais no processo de ensino e aprendizagem. Essa colaboração envolve o trabalho
conjunto e a troca de conhecimentos e experiências para atender às necessidades
individuais dos alunos. Aqui estão algumas formas de colaboração entre professores e
especialistas:

a) Panejamento conjunto: Professores e especialistas devem se reunir regularmente


para discutir as necessidades dos alunos com necessidades especiais e planejar
estratégias de ensino adequadas. Essa colaboração permite a identificação de
adaptações curriculares, recursos e suportes necessários para atender às
necessidades dos alunos.
b) Compartilhamento de informações: Professores e especialistas devem
compartilhar informações relevantes sobre os alunos, como avaliações, relatórios
de progresso, estratégias eficazes e desafios enfrentados. Essa troca de
informações ajuda a criar um entendimento completo das necessidades dos
alunos e a desenvolver abordagens de ensino mais eficazes.
c) Coensino: O coensino envolve a colaboração directa entre um professor regular
e um especialista em educação especial na sala de aula. Eles trabalham juntos
para planejar, ministrar aulas e avaliar o progresso dos alunos. Essa colaboração
permite que o especialista ofereça suporte directo aos alunos com necessidades
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especiais, enquanto o professor regular mantém a responsabilidade geral pela


turma.
d) Desenvolvimento profissional conjunto: Professores e especialistas podem
participar de programas de desenvolvimento profissional conjunto para
aprimorar suas habilidades e conhecimentos em educação inclusiva. Isso pode
incluir workshops, seminários, treinamentos e atividades de observação mútua.
O desenvolvimento profissional conjunto fortalece a colaboração e a
compreensão mútua, promovendo práticas inclusivas mais eficazes.
e) Monitoramento e avaliação contínuos: Professores e especialistas devem
acompanhar de perto o progresso dos alunos com necessidades educativas
especiais e realizar avaliações contínuas de suas estratégias de ensino. Eles
devem revisar e ajustar as abordagens conforme necessário, com base nos
resultados e nas necessidades individuais dos alunos.

8.Ambiente Inclusivo
Um ambiente inclusivo na educação é aquele que acolhe e valoriza a diversidade,
garantindo igualdade de oportunidades de aprendizagem para todos os alunos. Ele é
caracterizado pelo respeito, aceitação e valorização das diferenças individuais. Um
ambiente inclusivo é fisicamente acessível, adapta o currículo e as actividades de ensino
para atender às necessidades dos alunos e promove a colaboração entre professores,
especialistas e famílias. Além disso, valoriza a diversidade, promove a sensibilização e
oferece formação contínua para desenvolver uma compreensão e habilidades inclusivas.
Um ambiente inclusivo beneficia não apenas os alunos com necessidades especiais, mas
também cria um ambiente de aprendizagem enriquecedor para todos os alunos.

9. Apoia individualizado
Segundo Mangumbule (2015). O apoio individualizado é uma abordagem educacional
que visa atender às necessidades específicas de cada aluno, levando em consideração
suas habilidades, interesses e ritmos de aprendizagem. Essa abordagem reconhece que
os alunos têm diferentes estilos de aprendizagem e níveis de desenvolvimento, e busca
oferecer suporte personalizado para maximizar seu progresso acadêmico e emocional.
Aqui estão algumas características e benefícios do apoio individualizado:

 Avaliação das necessidades: O apoio individualizado começa com uma avaliação


cuidadosa das necessidades e habilidades de cada aluno. Isso envolve a obtenção
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de informações sobre seu desempenho acadêmico, estilo de aprendizagem,


interesses e quaisquer desafios específicos que possam enfrentar.
 Planos de aprendizagem personalizados: Com base na avaliação das necessidades,
são desenvolvidos planos de aprendizagem personalizados para cada aluno. Esses
planos levam em consideração os objectivos de aprendizagem, as estratégias de
ensino mais eficazes e os recursos necessários para apoiar o aluno em seu processo
de aprendizagem.
 Adaptações curriculares: O apoio individualizado envolve a adaptação do currículo
regular para atender às necessidades do aluno. Isso pode incluir modificações no
conteúdo, na metodologia de ensino, no ritmo de aprendizagem e no uso de
recursos de apoio, como materiais adaptados ou tecnologia assistiva.
 Suporte personalizado: O apoio individualizado oferece suporte direccionado e
personalizado ao aluno. Isso pode incluir sessões individuais com um professor,
tutor ou especialista educacional, onde são abordadas as dificuldades específicas
do aluno, esclarecidas dúvidas e trabalhadas estratégias de superação de
obstáculos.
 Monitoramento e feedback contínuos: O progresso do aluno é monitorado de
forma contínua e são fornecidos feedbacks regulares. Isso permite ajustes no plano
de aprendizagem, identificação de áreas que precisam de mais atenção e
reconhecimento das conquistas alcançadas pelo aluno.
 Promoção da autonomia: O apoio individualizado busca desenvolver a autonomia
e a auto-regulação do aluno em relação ao seu próprio aprendizado. Isso envolve o
estímulo à auto-avaliação, ao estabelecimento de metas pessoais e à capacidade de
buscar recursos e estratégias de aprendizagem de forma independente.

O apoio individualizado visa garantir que cada aluno receba a atenção e os


recursos necessários para desenvolver seu máximo potencial. Ele reconhece a
singularidade de cada estudante e busca criar um ambiente de aprendizagem inclusivo e
capacitado, que promova o sucesso acadêmico e o bem-estar emocional de todos os
alunos.
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10.Conclusão
Como vimos, os alunos com necessidades educativas especiais no processo de ensino e
aprendizagem é um compromisso essencial para garantir uma educação inclusiva e
igualitária. Ao adoptar uma abordagem que considere as necessidades individuais de
cada aluno, promovendo sua participação activa e desenvolvimento pleno, estamos
proporcionando benefícios tanto para os alunos em questão quanto para toda a
comunidade escolar. Através de adaptações curriculares, estratégias pedagógicas
eficazes e colaboração entre professores e especialistas, podemos criar um ambiente
inclusivo que valorize a diversidade, estimule o respeito às diferenças e prepare os
alunos para viverem em uma sociedade mais inclusiva e livre de preconceitos.

As acções educativas na perspectiva inclusiva têm como fundamento e


característica, o convívio com as diferenças e a aprendizagem com a experiência
relacional participativa, que produz sentido para o aluno, pois não contempla apenas o
seu ingresso na escola, mas desencadeia apoios a todos (professores, alunos, pessoal
administrativo) para que experimentem sucesso na corrente educativa geral
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11.Referências bibliográficas
Cunha, M. (2006). Educação inclusiva-uma realidade? a aplicabilidade da
inclusão nas escolas regulares: estudo de atitudes, pareceres e dificuldade de
intervenção de docentes de educação Física. Dissertação de Mestrado. Lisboa

Barbosa, P. S. (2015). Dificuldades de aprendizagem. Maranhão: Núcleos de


Tecnologias para Educação, Universidade Estadual de Maranhão

Dicionário da Língua Portuguesa Prestígio (2010). Porto: Porto Editora

FILHO, R. B. S., & Babosa, E. S. C. (2015 ). Educação Especial: da prática


pedagógica à perspectiva da inclusão. In: Educação Por Escrito, v. 6, n. 2, Porto
Alegre, Jul./Dez., p. 353-368.

Matemulane, J. (2015). As peculiaridades do comportamento de crianças e


adolescentes com distúrbios funcionais como factor determinante no processo de sua
integração social. In: Ussene, C., & Simbine, L. S. (Orgs.), Necessidades Educativas
Especiais: Acesso, Igualdade e Inclusão, Educar-UP, Maputo, Setembro, pp. 16-43.

Mangumbule, J. C. (2015). Concepção de Professores sobre Educação Inclusiva


e sua influência no atendimento de alunos com Necessidades Educativas Especiais por
Deficiência da EPC de Matola Gare (1998-2009

Silveira, C. M. (2010). Professores de alunos com deficiência visual: saberes,


competências e capacitação. Dissertação (Mestrado em Educação), Faculdade de
Educação, Pontifícia Universidade Católica, Porto Alegre/RS.

Sampaio, C. T., & Sampaio, S. M. (2009). Educação Inclusiva: o professor mediando a


vida

UNESCO. (1994). Conferência Mundial sobre Necessidades educativas


especiais: Acesso e Qualidade. DECLARAÇÃO DE Salamanca e enquadramenta da
aação na área das Necessidades Educativas Especiais, 1- 49. Salamanca: UNESCO

Ussene, C., & Simbine, L. S. (Orgs.), Necessidades Educativas Especiais: Acesso,


Igualade e Inclusão, Educar-UP, Maputo, Setembro, pp. 91-100.

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