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PAZ FABIÃO JÓ SAMANHANGA

EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR

Mestrado em Saúde Publica

UNIVERSIDADE ALBERTO CHIPANDE


BEIRA
2022
PAZ FABIÃO JÓ SAMANHANGA

EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO SUPERIOR

Mestrado em Saúde Pública

Artigo Cientifico apresentado a Universidade Alberto


Chipande, Faculdade de Ciencias de Saude,
submetido para fins de avaliação na Disciplina de
Psipedagogia.

Docente: Augusto Manuel Chimbote

UNIVERSIDADE ALBERTO CHIPANDE


BEIRA
2022
EDUCACAO INCLUSSIVA NO ENSINO SUPERIOR

SAMANHANGA, PAZ FABIAO JÓ


Samanhanga@gmail.com
Mestrado em Saúde Publica (Moçambique)
RESUMO

O presente artigo científico aborda sobre educação inclusiva no ensino superior com necessidades
educativa especial. Seu principal objectivo é analisar as dificuldades relacionadas à inclusão dos
indivíduos portadores de deficiências no âmbito de ensino universitário; ademais, investiga-se
como os ambientes físicos universitários podem oferecer melhores condições para esse grupo de
discentes. Para tal, será realizada uma análise teórica através do método indutivo e da pesquisa
bibliográfica. Nesta perspectiva, é importante lembrar que a própria sociedade gera um bloqueio
nas pessoas com necessidades especiais e, assim, elas são descriminadas a enfrentar desafios e
frequentar universidades. Problemas estruturais das instalações também dificultam o acesso ao
ambiente de ensino, além de problemas de capacitação dos professores que atuam no Ensino
Superior. Contudo, podemos observar uma crescente conscientização por parte dos docentes
sobre o acesso ao ambiente universitário por parte de todos, indiferente das necessidades ou
dificuldades pessoais.

ABSTRACT
This scientific article addresses inclusive education in higher education with needs. Its main
objective is to analyze the difficulties related to the inclusion of individuals with disabilities in
the scope of university education; in addition, it investigates how university physical
environments can offer better conditions for this group of students. To this end, a theoretical
analysis will be carried out through the inductive method and bibliographic research. In this
perspective, it is important to remember that society itself creates a blockade for people with
special needs and, thus, they are discriminated against to face challenges and attend universities.
Structural problems in the facilities also make it difficult to access the teaching environment, in
addition to training problems for teachers working in Higher Education. However, we can
observe a growing awareness on the part of professors about access to the university environment
by everyone, regardless of personal needs or difficulties.
Keywords: Inclusive Education in Higher Education
Índice Páginas
1. Introdução.................................................................................................................................5
2. Metodologia do Trabalho..........................................................................................................6
2.1. Tipo de pesquisa................................................................................................................6
2.1.1. Quanto a forma de abordagem...................................................................................6
3. DEFICIENCIA..........................................................................................................................7
3.1. Definição;...........................................................................................................................7
3.1.1. Incapacidade..............................................................................................................7
3.2. Educação inclusiva............................................................................................................7
3.2.1. Definição:...................................................................................................................7
3.3. Razão para desenvolver um sistema educacional mais inclusivo......................................8
3.3.1. Educacional:...............................................................................................................8
3.3.2. Sociais:.......................................................................................................................8
3.3.3. Económica:.................................................................................................................8
3.4. Educação Inclusiva em Moçambique................................................................................8
3.5. Políticas e Práticas Educativas Inclusivas.........................................................................9
3.6. O Preparo dos Docentes Para Actuarem no Processo de Inclusão de Alunos com
Necessidades Especiais no Ensino Superior...................................................................................11
4. Apresentação e Discussão dos Resultados..............................................................................12
5. Conclusão................................................................................................................................14
Referências bibliográficas..............................................................................................................15
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1. Introdução

O presente artigo busca abordar em torno da temática sobre Educação Inclusiva no Ensino
Superior, uma vez que o tema constitui um desafio para o pais, em que o mesmo deve ser
superado havendo necessidade da existência de uma educação para todos, com uma sociedade
mais justa, onde a igualdade de direitos prevaleça sem discriminação, possibilitando aos cidadãos
com deficiência a mesma oportunidade que é dada aos demais cidadãos.
O atendimento a essa parcela da população é muito importante, pois capacita e especializa o
universitário, constrói o saber respeitando as diversidades e diferenças. A inclusão dos alunos
com necessidades especiais é um assunto bastante debatido e que está em alta na sociedade,
desde momento em que as pessoas reconhecem as pessoas com necessidades especiais como
sujeitos produtivos, com os mesmos direitos e deveres, o tema se torna de extrema importância
em todos os níveis de convivência e ensino.

Segundo Simoni (2011, p.9), destaca que “quando se fala em deficiência, surge ao mesmo tempo
um conceito que é considerado antagónico, o de normalidade. Passa a existir uma dicotomia, uma
divisão entre os indivíduos existentes em meio social.” Com o presente trabalho, iremos realizar
um levantamento teórico sobre o tema, com o objectivo de entender o processo de inclusão nas
universidades e quais são as dificuldades de adaptação e entendimento sobre o assunto. Com isso,
tentaremos definir a importância da capacitação por parte dos profissionais da educação para uma
melhor compreensão sobre o assunto.
Este artigo tem como principal objectivo analisar as dificuldades relacionadas à inclusão dos
indivíduos portadores de deficiências no âmbito de ensino universitário.
A razão da escolha do tema ainda se deve ao facto de ser um tema moderno, por se tratar de uma
forma do pesquisador ampliar os seus conhecimentos a cerca de Educação Inclusiva no Ensino
Superior no país e colocar em prática alguns conhecimentos adquiridos durante o curso. Portanto,
o tema justifica se pelo facto de poder contribuir para a descoberta de novos sistemas de
informação que possibilitem a melhoria de Educação Inclusiva no Ensino. Além disso, as
conclusões podem servir de base no mundo científico em geral, fazendo dos resultados desta
pesquisa uma área de investigação científica.
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2. Metodologia do Trabalho

A seguir apresenta-se os procedimentos metodológicos utilizados para a concretização da


presente pesquisa e alcance dos objectivos traçados.

2.1. Tipo de pesquisa

Todo trabalho científico se inicia como uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador
conhecer o que já se estudou sobre um certo assunto. De acordo com Freitas e Félix (2010, p.13),
para que a pesquisa tenha sustentação teórica, é necessário se fazer um levantamento exaustivo
sobre o tema que se propõe pesquisar e, antes mesmo de colectar dados para a sua pesquisa, é
fundamental estabelecer quais referências farão parte dela.
A modalidade bibliográfica permitiu sustentar as abordagens feitas por autores e teóricos em
torno da temática em estudo.

2.1.1. Quanto a forma de abordagem

Para se verificar a causa da problemática em estudo é obviamente prioritário a escolha do método


de abordagem que será utilizado. A abordagem metodológica deste estudo foi inserida no campo
da pesquisa qualitativo e indutivo.
Segundo GLESSLER (2003, p.50), abordagem qualitativa que busca descrever a complexidade
de determinado problema – não envolvendo manipulação de variáveis ou estudos experimentais
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3. DEFICIENCIA
3.1. Definição;

Segundo Decreto (nr.3298/99), a deficiência é Toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou


função psicológica, fisiológica ou anatómica que gere incapacidade para o desempenho de
actividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano.
Vê-se, assim, que a deficiência não é uma doença, mas uma limitação no desempenho de alguma
actividade laborava ou de lazer, de modo que a pessoa necessita adequar-se, haja vista suas
particulares condições, para obter uma regular actuação na sociedade para o exercício pleno da
vida (Rebouças & Lima, 2008).

“Nesta perspectiva ter uma deficiência, seja ela qual for, traz como
consequência ter que lidar com um estigma que a sociedade estabelece: o
da incapacidade, da dependência. Pois, toda deficiência certamente
implica alguma limitação, mas não desqualifica a pessoa para uma
infinidade de novas descobertas e possibilidades de aprendizado que
permitem avançar no conhecimento. Contudo, a história evidencia que as
pessoas com deficiência eram excluídas do convívio com a sociedade,
muitas vezes abandonadas à própria sorte e consideradas inaptas a
estudar.”

3.1.1. Incapacidade

Uma redução efectiva e acentuada da capacidade de integração social, com necessidade de


equipamentos, adaptações, meios ou recursos especiais para que a pessoa portadora de
deficiência possa receber ou transmitir informações necessárias ao seu bem-estar pessoal e ao
desempenho de função ou actividade a ser exercida (AcorsI, 2016).

3.2. Educação inclusiva


3.2.1. Definição:

As políticas governamentais supõem sempre um cenário de tensão entre universalidade e


particularidade; não só é necessário construir consensos acerca dos princípios gerais, como a
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igualdade e a qualidade da Educação Inclusiva, mas também acerca dos modos de concretizá-los.
A Educação Inclusiva pode enfatizar a aprendizagem, a socialização, a formação para o exercício
da cidadania e preparar para a inserção no mundo do trabalho.
A educação inclusiva trata de uma reorganização das instituições de ensino da educação infantil
até a pós-graduação para que todos os alunos, independentemente de quaisquer limitações,
participem das aulas em geral, nas classes adequadas à sua idade física e condição mental. 

3.3. Razão para desenvolver um sistema educacional mais inclusivo.


3.3.1. Educacional:

Educar todos os indivíduos juntos significa que as instituições de ensino terão que desenvolver
formas de ensino que respondam as diferenças individuais, beneficiando todas as pessoas.

3.3.2. Sociais:
As escolas inclusivas podem mudar atitudes para com aqueles que de alguma forma são
“diferentes”. Isso colaborará na criação de uma sociedade justa sem discriminação.

3.3.3. Económica:

Estabelecer e manter instituições de ensino de modo a garantir a educação de todos os indivíduos


independentemente das suas condições físicas será mais barato do que criar um sistema complexo
de diferentes tipos de escolas especializadas em diferentes grupos de crianças.

3.4. Educação Inclusiva em Moçambique

Segundo Garcia (1999), formação de competências profissionais no domínio da ciência, técnica e


arte, dependerá em grande medida do desenvolvimento de programas de formação para
professores que promovam a aquisição de novas competências de ensino, que lhes conduzam a
melhores respostas em necessidades educativas dos jovens, e o desenvolvimento de atitudes e
comportamentos adequados face à situação.
Na realidade moçambicana, a formação a nível do ensino médio, por exemplo, ocorre na lógica
de formação geral. Após independência nacional (1975), a considerar pelos estudos de Donaciano
(2006); Escrivão (2012); Niquice (2002); Nhapuala (2014), vários foram os modelos de formação
de professores com duração invariável entre 3 anos; 2 anos; e 1 ano. A saliência do discurso de
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Nhapuala (2014) neste debate incide do reconhecimento de que a preparação de professorares em


Moçambique não permite uma pronta actuação/intervenção face a inclusão a julgar pelas
condições de formação, recursos, e o divórcio declarado entre a carga horária e a natureza de
algumas particularidades dos alunos ou estudantes, como é o caso de estudantes sobredotados.

Ainda Matemulane (2015) faz apelo à diferenciação na prática pedagógica, ao mencionar que a
qualidade das acções nesta causa não descarta uma formação, séria, de especialistas nas áreas das
NEE (Necessidade Educativas Excepcionais), com mais horas de estudo e práticas aprofundadas
sobre as particularidades dos alunos, podendo tornar possível a diferenciação educativa e prestar-
se mais atenção especializada ao aluno com NEE.

Este posicionamento explica-se pelas evidências constatadas por Nhapuala (2014) ao mencionar
que, a progressão dos efectivos de alunos com NEE escolarizados no ensino regular, nota-se com
alguma preocupação, que o largo número de alunos no ensino superior está longe de transitar
com os mesmos índices de participação para os níveis de ensino subsequentes (p.24).
Posteriormente, o autor refere que a inexistência de dados estatísticos sistematizados, fidedignos
e de acesso público em Moçambique, sobre o número de crianças com deficiência e outras
tipologias de NEE não associadas à deficiência, torna difícil precisar em que medida este esforço
político e social garante que nenhuma criança permaneça efectivamente fora do sistema
educativo em virtude de apresentar necessidades educativas especiais.

3.5. Políticas e Práticas Educativas Inclusivas

A DUDH (1948) representa recurso e apoio à Constituição da República de Moçambique


fundamentando-se pela garantia da igualdade de direitos e deveres a todos os cidadãos, e a
responsabilidade do Estado em assegurar iguais oportunidades de acesso à educação República
de Moçambique (2004), mas a educação inclusiva neste contexto vive sem recurso a uma
legislação própria que dê suporte e orientações concretas sobre a sua implementação nas escolas
inclusivas.
Uma das medidas mais urgentes para possibilitar a inclusão efectiva de pessoas com necessidades
educativas especiais nos ensinos superiores é a elaboração de um projecto de inclusão, a ser
efetuado pelas instituições de ensino, em que as dificuldades possam será bordadas.
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Não bastam leis, decretos, portarias e resoluções para que seja efectivada a inclusão. Políticas de
inclusão, como palestras, cursos, recursos pedagógicos precisam ser desenvolvidos desde a
educação infantil, sendo que a sociedade actual carece de passar por um processo de
conscientização e aceitação. A aceitação e o desenvolvimento das interacções sociais contribuem
na criação de um ambiente inclusivo, e assim, em uma prática educacional inclusiva, em que haja
interacção e aceitação social de todos os estudantes.
A questão principal é como garantir uma educação especial de qualidade e a inclusão desse
público no ensino superior com eficácia. Entra nessa questão como autor principal o professor,
pois ele é quem lida directamente com o aluno todos os dias, que participa do processo de ensino
e aprendizagem, é o formador de opiniões. A preocupação é o fato dos profissionais não estarem
preparados para actuarem nas diversas adversidades, buscando recursos que facilitem o processo
de ensino. Todavia, a busca por especializações na área devem ser realizadas e trabalhar na
formação dos futuros cidadãos desde a educação infantil é primordial para termos uma futura
sociedade consciente e acolhedora. Além do leque de leis que nem sempre são cumpridas e das
políticas para inclusão dos educandos especiais no ensino superior que nem sempre são
conceituadas e colocadas em prática, a participação dos discentes especiais com os demais
colegas garantirá o desenvolvimento das habilidades e das competências necessárias.

É preciso promover a acessibilidade, com a remoção de barreiras arquitectónicas, adaptação do


mobiliário, produção de material didáctico adequado à necessidade do aluno. Além disso, todos
os alunos devem participar juntos das actividades oferecidas pela escola, em que o desempenho
de tarefas e papéis deve ser adaptado para os alunos com necessidades especiais de acordo com
suas possibilidades (BRASIL, 1996).
Políticas para o desenvolvimento das habilidades e competências do discente devem ter
investimentos, todavia acoplado ao desenvolvimento cognitivo, social e psíquico devem existir
também políticas que promovam além da inclusão social, a inclusão estrutural, onde o estudante
com necessidades especiais também possa participar de todas as etapas propostas no currículo,
sem barreiras de espécie alguma, seja ela social, cognitiva ou estrutural.
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3.6. O Preparo dos Docentes Para Actuarem no Processo de Inclusão de Alunos


com Necessidades Especiais no Ensino Superior

A inclusão de alunos com deficiências no sistema de ensino quanto nível superior é um processo
complexo e tem sido alvo de muitas discussões com amparo e fomento pela aplicação da
legislação. É consenso que todos os professores querem que seus alunos aprendam, mas nem
todos estão atentos a algumas das características do processo de aprendizagem.
O professor precisa apresentar competência pedagógica para o processo de inclusão e não pode
estar limitado apenas ao repasse de informações e técnicas, mas sim, ter a capacidade de atentar-
se às questões referentes ao seu aluno, bem como mediar suas dificuldades e habilidades, pois o
ensino exige aperfeiçoamento (MASETTO, 2003).

Sendo assim, é notória a necessidade de panejamento para o desenvolvimento de um trabalho


didáctico-pedagógico de inclusão, visto que as possibilidades de apropriação dos conceitos
científicos e da cultura pelas pessoas com deficiência intelectual, especialmente aqueles que
envolvem memória, criação, atenção, raciocínio lógico, interpretação, enfim as operações
simbólicas como um todo, dependem muito da interacção estabelecida entre o professor e o
estudante durante as práticas pedagógicas, bem como dos estímulos aos quais se expõe na vida
social e cultural (PLETSCH, 2014).

Sekkel (2003) aponta a necessidade de um ambiente inclusivo fundado no compromisso com os


valores humanos e articulado colectivamente, em que o professor possa expor os seus receios,
limites e necessidades. O professor é o que depara com a inclusão mais de perto, pois é ele quem
convive com os alunos horas e horas aula, nessas muitas aulas às vezes se depara com situações
complexas, onde deve possuir da instituição apoio para expor suas dificuldades, pois não é fácil
se adequar a especificidades de cada discente. Não só o professor, mas todo o corpo pedagógico
deve trabalhar colectivamente, buscando soluções para os desafios apresentados e visando o bem
estar de todos.
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4. Apresentação e Discussão dos Resultados

A busca neste artigo permitiu a localização de vários artigos, Dissertações de Mestrado e Teses
de Doutorado que falam em torno da abordagem temática deste artigo, mas somente nove
referências foram consideradas válidas para análise neste estudo, por abordar políticas públicas
direccionadas à inclusão de pessoas com deficiência no Ensino Superior. Os apontamentos sobre
as políticas voltadas às necessidades educacionais especiais fizeram referência aos avanços das
últimas décadas e às necessidades de qualificação docente para actuar junto a todos os alunos,
sem deixar de considerar as especificidades de cada aluno com deficiência e proporcionar a
acessibilidade ao conhecimento e aprendizagem.

Para incluir indivíduos especiais no ensino superior deve-se pensar no seu bem-estar e na sua
participação efectiva no processo de aprendizagem e desenvolvimento motor e cognitivo, mas
também levar em consideração o esforço desse aluno, pois este deve mostrar interesse e
disposição pelo cuidado que esta sendo oferecido, não deixando a desejar na produção por
escorar na necessidade que possui. O professor deve sim adequar as actividades a serem
realizadas pelo aluno com necessidades especiais, porém sem mudar os objectivos a serem
alcançados pela turma, pois apesar das limitações o aluno possui competências e habilidades
como os demais.
Sobre a prática docente e formação de professores, os estudos enfocam a concepção de
deficiência, práticas didáctico-pedagógicas obsoletas e as experiências em relação à temática.
Também é ressaltada a necessidade de se existir disciplinas referentes à educação inclusiva na
grade curricular dos graduados em licenciatura e o investimento em formação continuada. Essas
acções aproximariam o futuro profissional de seu público beneficiário das políticas de educação
especial e dariam condições para o desenvolvimento de metodologias adequadas a necessidade de
cada aluno, diminuindo assim as diferenças e valorizando o ser humano.

A inclusão de pessoas com deficiência na educação superior acontece desde o final dos anos
noventa em Moçambique e cada vez mais se torna maior, actual e necessária. Com a abertura das
políticas públicas e o fortalecimento das condições de acessibilidade tem-se desenvolvido a
integração e a inclusão das diversidades, embora ainda seja de forma tímida.
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Segundo Gonçalves (2019, p. 25), em sua pesquisa sobre educação inclusiva no ensino superior,
em que Foram consideradas válidas param análise setenta referências, que permitiram constatar
que cada aluno possui necessidades específicas que precisam ser consideradas para que os
princípios de igualdade e justiça social sejam válidos, conforme determinam as políticas públicas
vigentes.

Já para Bazzotti1 & Menezes (2020), em sua pesquisa em relação aos desafios da educação
inclusiva, chegaram a concluir que os profissionais de ensino nas Universidades têm enfrentando
inúmeros desafios no que diz respeito a inclusão e ensino de alunos com necessidades especiais
nas Instituições brasileiras. E entendem que esta inclusão vem ocorrendo de forma lenta e muitas
vezes falta estrutura adequada do ambiente universitário, além da falta de preparo de todos os
integrantes do meio universitário e também a falta de incentivo por parte da sociedade, o que
contribui para que muitos alunos com necessidades especiais desistam ou simplesmente não se
motivem a iniciar o desafio do processo de formação superior.
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5. Conclusão

As necessidades educativas especiais para o ensino superior, é um assunto muito complexo no


contexto do nosso país, uma vez que as instituições de ensino, não são adequado para uma
inclusão, dos indivíduos com necessidades educativas especiais as faculdades e universidades
hoje não possuem estrutura e profissionais qualificados para este atendimento. Por esse motivo se
faz mais que necessária a atenção de todos os componentes da educação para a educação especial
e inclusiva em todos os níveis de aprendizagem.
A educação especial sempre foi vista de forma diferenciada, muitas vezes até com discriminação,
porém deve ser tratada sem distinção, visto que existem recursos para atender os alunos especiais
no mesmo ambiente que os ditos normais. A educação inclusiva deve ampliar sua pedagogia
situada nos estudantes, sendo capaz de educar a todos, transformando atitudes discriminatórias
em atitudes acolhedoras e inclusivas, na qual haja consentimento das diferenças e harmonia no
relacionamento. A educação especial não é voltada apenas para os excepcionais, como a maioria
pensa, mas para toda pessoa que em algum momento da sua vida necessita de algum tratamento
diferenciado ou especializado para seu desenvolvimento.
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Referências bibliográficas

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reflexão sobre uma experiência. São Paulo. Tese (Doutorado em Psicologia) -
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003.
2. SIMONI, Alessandra. A acção do docente no ensino superior frente a pessoa com
deficiência. 2011. 71 f. Monografia (Especialização em Docência do Ensino Superior) –
Curso de Docência do Ensino Superior, UNESC, Criciúma, 2011.
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4. GARCIA, R. A. B.; BACARIN, A. P. S.; LEONARDO, N. S. T. Acessibilidade e
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Escolar e Educacional, SP. Número Especial, 2018, p. 33-40.
5. NHAPOSSE, A. G. “Educação Inclusiva: Uma Reflexão sobre a Formação do Formador
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S., Necessidades Educativas Especiais: Acesso, Igualdade e Inclusão (Orgs), Educar-UP,
Maputo, Setembro 2015.
6. NHAPUALA, G. A. Formação psicológica inicial de professores: atenção à educação
inclusiva em Moçambique. Tese de Doutoramento. Universidade do Minho 2014.
7. MATEMULANE, J.,. “As peculiaridades do comportamento de crianças e adolescentes
com distúrbios funcionais como factor determinante no processo de sua integração
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Igualdade e Inclusão (Orgs), Educar-UP, Maputo, Setembro, 2015, p. 16-43.
8. MENEZES. W. B & BAZZOTTI.G. Desafios da educação inclusiva no ensino superior:
Caderno Intersaberes. 2020
9. GONÇALVES. L.P. Educação inclusiva no ensino superior: políticas públicas e o uso das
tecnologias da Informação e comunicação. 2019. P.25

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