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TEMA CONCEITO REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA


 As crenças são ideias, valores, pressuposições e atitudes que o sujeito
utiliza para compreender e estruturar sua própria realidade de acordo
com a visão que tem de si mesmo, dos outros e do futuro.

 Crenças são ideias generalizadas sobre um tema, que organizam


nossa percepção e definem nosso comportamento sobre este tema com Equipe editorial de Conceito.de. (29 de Maio de
a função de nos adaptar. Além disso, elas também definem como 2013). Atualizado em 3 de Março de
avaliamos os resultados e comportamentos que temos sobre o tema. 2020. Conceito de crença. Conceito.de.
 Define-se por crença Social a firme convicção e a conformidade com
algo na Sociedade. A crença é a ideia que se considera verdadeira e à https://conceito.de/crenca;
qual se dá todo o crédito. https://omnihypnosis.com.br/blog-o-que-e-
Crenças Sociais
crenca/- Consultado a 15 de Fevereiro de 2023
 As crenças sociais são aquelas que nos atingem dentro do nosso meio as 11h 15min.
social.
A crenca pode Ser verdadeira ou falsa. https://portal.secad.artmed.com.br/artigo/
Ex: “Você só vai ser feliz se for rico”;  desenvolvimento-do-sistema-de-crencas-
Consultado no dia 15 de Fervereiro de 2023.
“Só as pessoas magras têm saúde”; 
“Isso não é um trabalho de verdade”; 
“Se não entrar na faculdade você não vai conseguir nada”; 
“Você não leva jeito para isso”; 
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 As nossas crenças são baseadas no modo como interpretamos a nossa


realidade. Ou seja, o significado que damos a determinados
pensamentos ou experiências e o modo como interpretamos tais fatos
que nos ocorrem. Por crescermos em famílias, culturas e contextos
diferentes, cada pessoa desenvolve o seu sistema de crença https://portal.secad.artmed.com.br/artigo/
sociais. desenvolvimento-do-sistema-de-crencas-
 Para compreender como se dá a formação das crenças, é necessário Consultado no dia 15 de Fervereiro de 2023.
evidenciar a configuração dos sistemas que integram os processos de
desenvolvimento do indivíduo, aquisição de novos conhecimentos e
interação entre sujeito e objeto. Portanto, é preciso considerar também
o desenvolvimento cognitivo e emocional do indivíduo, bem como
algumas funções cognitivas específicas que desempenham um papel
importante na criação, manutenção e modificação das crenças.
Desenvolviment
o das crenças
Sociais
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 Interdisciplinaridade é uma expressão dotada de diversas acepções e


utilizada para designar diferentes situações de inter-relação entre duas
ou mais disciplinas. Como observa Japiassu (1976), o termo
interdisciplinaridade não possui ainda um sentido epistemológico único
e estável. Trata-se de um neologismo cuja significação nem sempre é
compreendida da mesma forma por diferentes pessoas. A busca de
uma definição para a interdisciplinaridade tem sido empreendida por
diversos estudiosos e, como era de se supor, em função da óptica e da
posição teórica adoptada, diferentes são os entendimentos sobre a
questão. Existem, por exemplo, teóricos que buscam definir
interdisciplinaridade a partir da diferenciação de aspectos como multi,
pluri e transdisciplinaridade. Outros, que estão preocupados com a
forma como a interdisciplinaridade se desenvolve, procurando fazer https://bemtv.org.br/diversidade-de-crencas-e-
retrospectivas históricas da evolução do conhecimento através dos liberdade-religiosa- Postado pela Agencia de
Pluralidade, séculos. As ciências sociais estudam os aspectos sociais do mundo Jovens comunicadores 23 de Maio de 2022.
Diversidade e humano, ou seja, a via social de indivíduos e grupos humanos. Isso
Interdisciplinari inclui Antropologia Estudos da comunicação, Economia, Geografia Porto Editora – interdisciplinaridade na
dade das humana, História, Linguística, Ciência Políticas, Psicologia e Sociologia. Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora.
crenças Sociais  A palavra diversidade significa pluralidade, variedade, diferença. Ou [consult. 2023-02-15 12:29:40].
seja, é tudo aquilo que apresenta diversos aspectos e se diferenciam Disponível em https://www.infopedia.pt/$interdi
entre si. Ao falar de religião é importante ressaltar a pluralidade de scipliaridade
crenças, a qual é um direito fundamental de cada ser humano. Cada
crença traz consigo sua própria história, fundamentos, tradições e
acima de tudo, sua própria identidade. A pluralidade é constituída por
diversas raças, culturas e religiões, permitindo que o ser humano possa
ser um indivíduo, exercendo suas crenças e culturas. Contudo,
infelizmente a intolerância existe, e com isso, se manifesta o
preconceito, a humilhação e a violência sobre aquele dito “diferente”. E,
a partir do momento em que alguém é humilhado, discriminado ou
violentado devido sua cor, ou crença, ele tem seus direitos
constitucionais e humanos violados, com isso, mesmo é vítima de um
crime.
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 Compreender a diferença do outro permite a criação de oportunidades


de aprendizado e respeito com o próximo, bem como seus costumes,
culturas e crenças, contudo, o indivíduo é por natureza individualista e a
sociedade contribui para fomentar essa visão dos mesmos, não
possibilitando o reconhecimento do que se difere e somar ao coletivo ao
mesmo tempo. Ser tolerante é uma virtude de muitos, ainda que não
muito praticada, mas ser paciente, compreensivo, respeitoso é para
poucos, somente os de mente aberta e coração puro podem exercer,
acima de tudo conviver em total harmonia sem distinção de raça, sexo,
política ou religião sem preconceito, ou descriminação.

 A interdisciplinaridade, nas Ciências Sociais, significa o intercâmbio de


saberes com vista à complementaridade do conhecimento, para melhor
explicar os fenómenos sociais na sua totalidade.

 As crenças Sociais são estudadas em varias áreas nomeadamente:


Sociologia, a História, a Economia, a Geografia, a Psicanálise, Filosofia,
Teologia, Historia, Antropologia Física, a Arqueologia e a Linguística e
entre outras.

 O real social é pluridimensional e, por isso, suscetível de ser abordado


de diferentes maneiras pelas diversas Ciências Sociais. Estas
mantêm entre si relações de interdependência na abordagem aos
fenómenos sociais. As diferentes ciências analisam as mesmas
realidades, os mesmos fenómenos "sociais totais", embora privilegiando
cada uma delas uma perspetiva própria de análise. Este intercâmbio
entre disciplinas leva a que as investigações realizadas numa disciplina
qualquer possam ser fundamentais para outra. "Assim, é precisamente
a mesma realidade humana e social que vai interessar às diversas
Ciências Sociais.
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 Fato social é um conceito do sociólogo Émile Durkheim e se refere aos


hábitos e maneiras de agir e de pensar que determinam a forma como
os indivíduos se comportam em uma sociedade.
 Segundo Durkheim, os fatos sociais estão expressos em regras, valores
e normas sociais e obrigam os indivíduos a agirem de acordo com os
padrões culturais.

Quando um indivíduo age fora desses padrões em uma sociedade, ele será
considerado desajustado ou poderá, até mesmo, ser punido.

 Os fatos sociais são externos aos indivíduos, pois fazem parte de uma
consciência coletiva e já estão estabelecidos antes de seu nascimento.

Segundo Émile Durkheim, para que um costume ou comportamento seja


considerado um fato social, é preciso que possua três características:
https://www.significados.com.br/fato-social/
Factos Socias  Generalidade: o fato social, expresso em regras e valores, deve ser Consult:15 de Fevereiro de 2023
aplicado a todos ou à maioria dos indivíduos em uma sociedade;

 Exterioridade: o fato social está fora da consciência individual, é


independe da vontade dos indivíduos e anterior a eles;

Exemplos de fatos sociais comuns


Segundo Durkheim, os fatos sociais determinam a forma como os indivíduos
agem em uma sociedade: moldam a forma de agir, pensar e de compreender o
mundo.

Alguns exemplos de fatos sociais são:

 Relações de parentesco;

 Casamento;
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 Papel de cada membro em uma família;

 Utilização de vestimentas;

 Rituais religiosos e culturais;

 Organização política.

Quando um indivíduo não age de acordo com o fato social, este poderá sofrer
constrangimento ou punição. Isso poderá acontecer com alguém que em nossa
sociedade decida andar pelas ruas sem roupas.

Como em nossa sociedade temos o costume de andar vestidos, a nudez


causará estranhamento por parte das outras pessoas e, se houver lei para o
tema, o indivíduo pode ser responsabilizado pelo ato.

As regras impostas pelos fatos sociais não precisam estar sempre escritas,
muitas vezes são compreensões tácitas, presentes no consciente da
coletividade.

 Descartes (século XVII) formulou um paradigma que colocava como


princípio de verdade as ideias “claras e distintas”, separando o sujeito
pensante (Ego cogitans) da coisa extensa (res extensa), isto é, filosofia
e ciência. A este modelo chamou Morin “paradigma de simplificação”,
do qual descende o “modelo de racionalidade”. O paradigma de Porto Editora – interdisciplinaridade na
simplificação é a base para o modelo de racionalidade científica (S. Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora.
Roptura com Santos) que admite uma variedade interna mas que se distingue do [consult. 2023-02-15 12:29:40].
senso comum sentido comum e das humanidades. Ratzel critica as formulações Disponível em https://www.infopedia.pt/$interdi
estabelecidas até então (1882), pela tendência que elas apresentavam scipliaridade
para separar o conjunto dos elementos constituintes do “complexo
terrestre”, indissociáveis na sua opinião. O autor defendeu fronteiras
flexíveis, permeáveis entre as cooperações disciplinares, e a adopção
de um critério de investigação hologéico, isto é, “abarcador de toda a
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terra” (investigação hologéica). Em “Morfologia Social”, Durkheim


sugere que a Geografia, pelo seu carácter restritivo, seria incapaz de
dar conta das sínteses pretendidas por Ratzel e propõe que ela assuma
a sua condição, restrita, preocupando-se com os elementos “menos
essenciais” do “substrato social” (solo, cursos de água, montanhas…).
A obra de Febvre marcou o fim de um período de intensos debates,
onde puderam ser confrontadas diferentes perspectivas para as
ciências sociais. Entre elas prevaleceram o analitísmo e a desconexão
disciplinar; as formulações que apostavam no sentido inverso ao da
fragmentação do conhecimento (como as de Ratzel) ficaram votadas ao
ostracismo. A obra de Febvre converteu-se num marco da nova
situação (desconexão disciplinar). Prigogine fala sobre a necessidade
de abandonar os extremos das representações fundadas
exclusivamente ou no determinismo das leis naturais ou nos eventos
arbitrários e imprevisíveis. Esta descrição mediatriz, situada entre um
mundo determinista e um mundo submetido ao puro azar, implica uma
tomada de posição por parte do conhecimento científico e seus campos
de especialidade
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 Na actualidade não se pode falar de uma disciplina ou ciência


independente ou isolada do interesse das outras, numa dada área. Ao
convocarmos a Antropologia Cultural no domínio das Ciências Sociais
pretendemos fazer a interdisciplinaridade. Dado que vivemos em
espaço onde precisamos de colaboração recíproca com os vizinhos ou
a comunidade buscando a cooperação e ajuda mútua. Isto é o que
acontece também com as ciências. A Antropologia para desenvolver o
seu objecto de estudo, precisa de um apoio de outras ciências. Como
nenhuma ciência é capaz de prover sozinha eis a razão de relacionar-
https://mundoeducacao.uol.com.br/sociologia/
se com a Sociologia, a História, a Economia, a Geografia, a Psicanálise
antropologia.htm, Publicado por Francisco
e entre outras.
Porfirio, Consult: 16/02/2023;
Antropologia no  A antropologia é um segmento das Ciências Sociais que se dedica a
Domínio de investigar a cultura e as diversas manifestações do homem, desde a Porto Editora – interdisciplinaridade na
Ciências Sociais linguagem a ritos religiosos. Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora.
 A antropologia é uma ciência vinculada às ciências sociais que [consult. 2023-02-15 12:29:40].
visa entender a formação da humanidade, por seus vários aspectos Disponível em https://www.infopedia.pt/$interdi
(culturais, físicos e históricos), no mundo. Para compreender as scipliaridade
formações humanas, os antropólogos (cientistas que estudam
antropologia) comumente procuram vestígios desse desenvolvimento
por meio de estudos arqueológicos de sociedades antigas ou da
compreensão cultural das mais diversas formas de sociedade.
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A Curiosidade  Trataremos aqui a Antropologia como facto histórico, como actividade Porto Editora – interdisciplinaridade na
intelectual e o humana localizada no tempo e no espaço e com um mínimo de Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora.
interesse pelo sistematização. Os estudos da antropologia nunca serviram de qualquer [consult. 2023-02-15 12:29:40].
exótico do sistematização ou monopólio da nação ou povo e o seu Disponível em https://www.infopedia.pt/$interdi
pensamento desenvolvimento nunca foi regular pelo que qualquer divisão de scipliaridade
Antropológico antropologia é arbitrária.

4.1 Segundo Pennimana história da Antropologia tem a seguinte divisão:

 1º período de formação (1835);


 2º período de convergência (1835 – 1869);
 3º período de construção ( 1969 – 1900);
 4º período de crítica (1900…).

4.2 Para Paul Marcier existe outro período que chama de pré-história.

 1º período pré história (…1835);


 2º período de Ambições (1835 – 1900);
 3º período de descoberta ( 1900 – 1930);
 4º período de conquista (1930…)

A divisão segundo Penniman

1º período de formação (1835)

Este período começa com a própria cultura da humanidade. Antropologia não


tem data exacta de nascimento, pois a ciência não nasce de um dia para outro.
Trata se de um processo lento que implica acumulação e reformulação de
conhecimentos. Podemos chamar a este período de pré-história da
antropologia. Abrange toda a reflexão do homem sobre si e sobre o universo.
Em todos os povos sempre esteve presente a reflexão sobre a origem, a
realidade e o destino do homem e do seu grupo social. O mesmo Marcier
chama de antropologia espontânea. Neste sentido é que se pode afirmar que
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as manifestações culturais do homem através dos tempos apresentam se como


contribuições efectivas a constituição da antropologia: gravuras, pinturas,
objectos, etc.

A tradição greco-romana através dos seus eminentes sábios como: Heródoto,


Platão, Aristóteles, Hipócrates e tantos outros, podem ser apontados como
expoentes que muito contribuíram para os estudos antropológicos modernos.
Romanos: Lucrécio, Tácito, Marcus Aurélio, César; Na Idade Media: St
Agostinho, Avicena, Averois, Bacon, Montaigne; IbnKhaldun. A modernidade é
caracterizada por um crescente antropocentrismo, foi a época do iluminismo, o
culto e a razão; ficaram de lado os estudos cosmológicos da antiguidade.

2º período de convergência (1835 – 1869);

Considera se este período de mais de um só ou de construção. Segundo


Marcier denomina este período de ambições. Registou se grandes viagens de
exploração que vieram a multiplicar os contactos entre os povos
desenvolvendo desta forma as trocas marítimas entre todos os continentes e
surgimento de relatórios de viagens que constituíram documentos de base para
o desenvolvimento da antropologia. Estuda se o outro, o diferente valor do
património cultural das várias zonas geográficas visitas e dos povos
encontrados. É importante salientar a obra de Charles Secondat, barão de
Montesquieu (1689 a 1755), cartas Persas, que ajudam a compreender o
desenvolvimento de conceitos básicos da antropologia cultural. O método
experimental e a indução foram cada vez mais cultivados. Começou a
especialização do conhecimento e para a Antropologia os factos mais
significativos foram: o desenvolvimento da Antropologia Cultural, a
sistematização da Antropologia Física, surgimento da pré-história e da
arqueologia.

3º período de elaboração e de construção ( 1969 – 1900);

É o período de construção à volta de uma unidade, o conceito de evolução.


Este dá à antropologia o seu primeiro impulso e certa unidade. As várias
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formulações sobre a sociedade e a cultura convergem para três objectivos


comuns: origens, idade e mudança. Surgem várias revistas de associações
científicas: a revista americana CurrentAnthropolgy; a britânica Man e a
francesa L̒Home. Alguns dos destacados deste período são Charles
Darwin(1809–1882), Edward BrunetTylor(1832–1917), Herbet Spencer(1820–
1903), Augusto Comte(1798–1846) e outros.

O que distingue este período do anterior é o facto de ter aparecido a obra


clássica sobre a evolução biológica, a origem das espécies de Charles Darwin.
Também é nesta época que o evolucionismo alcança o seu apogeu como
teoria e nesse contexto onde nasce a moderna antropologia. O seu fundador é
Edward BrunetTylor. No seu livro Cultura Primitiva de 1871, procurou utilizar o
método comparativo, mostrando a evolução pela qual passou a religião através
dos tempos. Uma outra obra significativa é A Sociedade Primitiva, de Lewis
Morgan, publicada em 1877, que este estudioso procurou estabelecer o
caminho seguido pela organização familiar através dos vários estádios de
desenvolvimento. Tylor é o mais importante de todos estudiosos do período, foi
ele que definiu o termo cultura. A principal crítica que se faz ao evolucionismo
foi quase ausência de pesquisa do campo que enfraqueceu o vigor
metodológico e científico.

4º período de crítica e de novas abordagens (1900…).

Este é o período vai de 1900 até nossos dias e é o mais fecundo da


antropologia em que foram criticados os cânones (preceitos ou regras) iniciais
da disciplina. Novas abordagens foram propostas a Antropologia. É um período
em que se deu uma reformulação da Antropologia Cultural. Houve avanço nas
ciências, sobretudo nos meios de comunicação para a divulgação das ideias. A
realidade sócio cultural toma novos rumos e é analisada por diversos olhos.
Antropologia liberta − se do servilismo colonial e passa a ser uma disciplina
obrigatória nas universidades.

Hoje ocorre um facto notável e promissor: os povos, antes apenas objecto de


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estudo, começam eles próprios a cultivar os estudos da antropologia. Dando −


se uma série de novas circunstâncias que enriquecem a antropologia:
orientação psicológica, o estudo da linguística e pesquisa de campo.

Os estudos antropológicos feitos durante este período colonial em Moçambique


podem ser encontrados nos livros de: Jorge Dias Os Macondes de
Moçambique, de Henri Junod Usos e Costumes dos Bantu, de Frei João dos
SantosEthiópia Oriental ou nas monografias etnográficas dos Administradores
coloniais.

 O etnocentrismo é a visão preconceituosa e unilateralmente formada


sobre outros povos, culturas, religiões e etnias. Esse conceito refere-se,
portanto, ao hábito de julgar inferior uma cultura diferente da sua
própria cultura, considerando absurdo tudo que dela deriva e
considerando a sua como a única correta.
 A antropologia, como ciência da modernidade, coloca seu aparato
teórico construído no passado, com possibilidade de, no presente,
explicar e compreenderos intensos movimentos provocados pela Porto Editora – interdisciplinaridade na
Etnocentrismo e globalização: de um lado, os processos homogeneizantes da ordem Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora.
a universalidade social mundial e, de outro, contrariando tal tendência, a reivindicação [consult. 2023-02-15 12:29:40].
da Antropologia das singularidades, apontando para a constituiçãoda humanidade como Disponível em https://www.infopedia.pt/$interdi
una e diversa. Contudo, essa tradição é hoje alvo de controvérsias,na scipliaridade;
medida em que os factos decorrentes da intensa transformação da
realidade parecem não estar contidos em seus princípios explicativos.
Nesse campo de tensão, defende-se que ora a trajectória da
antropologia tem sido a de avaliar as diferenças sociais, étnicas e
outras com a finalidade de proporcionar alternativas de intervenção
sobre a realidade social de modo a não negar as diferenças; ora não
seria a tradição antropológica suficiente para dar conta do contexto
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político das diferenças e, como tal, estaria superada em seus


propósitos.
 Decorrentes do questionamento que afecta as ciências humanas de
modo geral ainda na segunda metade do século XX, e em particular a
antropologia, emergem outras perspectivas teóricas, dentre as quais se
destacam os chamados estudos culturais, cuja definição se dá no
interior das correntes ditas pós-modernas.
 A antropologia seguiu os desafios de cada momento histórico,
preocupada em explicar a diversidade social humana apartir das
singularidades e particularidades que revestem diferentes grupos e
sociedades. Entre um século e outro, privilegiou o campo das
diferenças e caminhou em sentido do reconhecimento das diversidades
socioculturais de seu tempo. Atrelada aos universais humanos, no final
do século XX coloca, para o mundo, o desafio de ter que admitir as
diferenças e de estabelecer um modo de diálogo, mas que ainda não
encontrou sua plena realização.
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Culturalismo  Chama-se culturalismo à postura da vertente da psicologia e das https://pdfcoffee.com/antropologia-cultural-de-


segundo Ruth ciências sociais em geral que destaca o papel da cultura na explicação moambique-brochura-pdf-free.html-consulta: 16
Benedict dos fenómenos psicológicos individuais e dos fenómenos coletivos. de Fevereiro de 2023, 12h:10mi
 No capítulo As limitações do método comparativo na antropologia,
Franz Boas (2009) realiza a crítica ao método comparativo evolucionista
que tenta explicar costumes e ideias de notável similaridade em vários
lugares, tendo objetivo de descobrir leis universais e a história da
evolução da sociedade humana. Entretanto, o Boas sugere um método
alternativo, que considera os costumes em função das relações que
estabelecem dentro da cultura particular considerada. Segundo ele: o
estudo detalhado de costumes em sua relação com a cultura total da
tribo que os pratica, em conexão com uma investigação de sua
distribuição geográfica entre tribos vizinhas, propicia-nos quase sempre
um meio de determinar com considerável precisão as causas históricas
que levaram à formação dos costumes em questão e os processos
psicológicos que atuaram em seu desenvolvimento (BOAS, 2009, p. 33-
34).
 Por sua vez, Ruth Benedict, autora da obra Padrões de cultura (2013),
tendo sido aluna de Boas e influenciada por ele, elabora um método
menos ambicioso que o dos evolucionistas, limitando-se à tarefa de
compreender diversos traços culturais de poucas 108 culturas em
sociedades mais simples. Assim, “no estudo de mecanismos culturais,
precisamos de toda a informação que pudermos obter com o estudo da
organização do pensamento e do comportamento em grupos menos
complicados” (BENEDICT, 2013).
 Dando um passo além, Ruth Benedict critica a “antropologia de
gabinete” dos evolucionistas e suas pretensões de articular o conjunto
das culturas em uma teoria unificada: Todavia, o trabalho antropológico
tem se dedicado predominantemente à análise de traços culturais, e
não ao estudo de culturas como conjuntos articulados. Isto decorreu em
grande parte da índole das anteriores descrições antropológicas. Os
antropólogos clássicos não escreviam com base no conhecimento
direto de povos primitivos. Eles eram estudiosos teóricos que tinham ao
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seu dispor as anedotas de viajantes e missionários e os relatos formais


e esquemáticos dos etnólogos antigos. A partir destes detalhes foi
possível inferir a distribuição do costume de quebrar dentes ou da
adivinhação por vísceras, mas não se pôde descobrir de que maneira
esses traços foram introduzidos em diferentes tribos em configurações
características que davam forma e significado aos procedimentos
(BENEDICT, 2013).
 Segundo Benedict, para compreender um traço cultural dentro do seu
contexto geral “precisamos ser capazes de analisar os traços da nossa
cultura considerando suas diversas partes” (BENEDICT, 2013). Os
traços culturais específicos devem ser compreendidos dentro do
contexto institucional motivacional, afetivo e axiológico vivo de uma
cultura, não a partir de elaborações abstratas, apriorísticas e
totalizantes. Nas palavras da autora: O mesmo grau de irrealidade
existe em estudos similares sobre cultura. Se o que nos interessa é o
processo cultural, o único modo de conhecermos o significado do
detalhe de comportamento escolhido é no contexto dos motivos,
emoções e valores institucionalizados nessa cultura. Ao que parece
hoje, o primeiro requisito essencial é estudar a cultura viva, conhecer
seus hábitos de pensamento e as funções de suas instituições, sendo
este um conhecimento que não pode resultar de dissecações e
reconstruções póstumas (BENEDICT, 2013).
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 O marxismo, na sua forma pura, defende que deve haver uma


revolução pela qual a classe operária toma para si os meios de
produção e o governo, suprimindo a burguesia e os seus meios de
hegemonia e manutenção do poder, que constituem os conjuntos
chamados infraestrutura e superestrutura.
 O marxismo é uma doutrina sociológica, filosófica e política baseada no
materialismo histórico dialético e no pensamento socialista científico
criada por Karl Marx e Friedrich Engels. Esses pensadores foram
responsáveis por fundamentar econômica e sociologicamente as ideias
socialistas que já existiam na Europa, no século XIX, oriundas de
teorias políticas anticapitalistas que pregavam a necessidade de se
pensar em uma sociedade igualitária. https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/
Corrente
conceitos-marxismo.htm- consultado em 16 de
Marxista  A principal característica do marxismo é a busca da revolução do
Fevereiro de 2023.
proletariado, já que essa classe social era explorada pela burguesia
dominante. Nesse contexto, os sindicatos de trabalhadores foram muito
fortalecidos, porque empenharam mudanças e melhorias no cotidiano
fabril
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 Heredograma é uma representação gráfica das relações de parentesco


entre indivíduos. Por meio dele, podemos analisar como é o padrão de
determinada herança genética dentro de uma família. O heredograma é
constituído por símbolos que podem indicar, por exemplo, o sexo dos
indivíduos, graus de parentesco, presença de um caráter afetado por
determinada anomalia, e outras informações importantes.
 O heredograma é uma representação gráfica, também conhecida
como árvore genealógica, que apresenta os fenótipos (conjunto de
Simbologia do características observáveis de um organismo, sejam morfológicas,
heredograma(Eg sejam funcionais) dos membros de uma família e permite a análise do
o, Factores padrão de determinada herança genética dentro dessa família. O
recessivos, heredograma possui alguns símbolos. A seguir, apresentamos alguns https://www.biologianet.com/genetica/
Homozigose, deles e seus significados. heredograma.htm- Consilt: 16 de Fevereiro de
Homem normal, 2023 13h:00
Mulher norla e
Homem
afectado)
Representação
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 Fenótipo e Genótipo são dois conceitos fundamentais no estudo da


genética, visto que representam as características físicas e
comportamentais dos indivíduos (fenótipo), bem como suas
características genéticas (genótipo).
 O conceito de fenótipo está relacionado com as
características externas, morfológicas, fisiológicas e comportamentais
dos indivíduos. Ou seja, o fenótipo determina a aparência do
indivíduo (em sua maioria, aspectos visíveis), resultante da interação
do meio e de seu conjunto de genes (genótipo).
 O conceito de genótipo associa-se às características internas, à
constituição genética do indivíduo, ou seja, o conjunto de cromossomos
ou sequência de genes herdados dos pais, os quais somados às
influências ambientais, determinará seu fenótipo (características
externas).
Caracteristicas https://www.todamateria.com.br/fenotipo-e-
Genotípicas e Em outras palavras, o genótipo determina o fenótipo, sendo, portanto, uma genotipo/-Consult: 16 de Fevereiro de 2023 as
Fenotípicas característica fixa do organismo e mantida durante toda a vida e, 13h:20min.
diferentemente do fenótipo, não sofre alterações em contato com o meio
ambiente.

Dessa forma, o genótipo representa a constituição gênica de cada pessoa,


composto dos genes maternos e paternos.

A sua representação é baseada nos genes alelos dominantes, indicados


pelas letras maiúsculas (AA) ou genes recessivos (aa).

Como exemplo, tem-se o albinismo, doença rara associada à falta de melanina


na pele, representada por genes alelos recessivos (aa), em contraposição aos
indivíduos que apresentam taxas normais de melanina na pele, os dominantes
(AA), ou em maior número.
Realidade Parentesco: no sentido restrito refere-se aos laços de sangue, mas num VILANCULO, Gregório Zacarias. Manual de
Moçambicana sentido mais amplo, também aplica-se aos laços de afinidade ou de casamento Antropologia Cultural de Moçambique.
sobre o (parentesco por afinidade ou por casamento) Universidade Pedagógica: Maxixe, s/d.
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parentesco Laços de Parentesco: é a relação que decorre da posição ocupada pelo


sujeito no sistema de parentesco. Pode-se falar de três tipos de laços de
parentesco:

 Laço de sangue (descendência)


 Laço de afinidade (matrimónio ou casamento)
 Laço fictício (adopção).

Descendência: relação do sujeito com os seus parentes de sangue. Embora o


critério de descendência seja biológico, em Moçambique a descendência
obedece à critérios culturais (de descendência unilateral). Por exemplo, um
indivíduo é sempre filho de uma mãe e um pai, mas na zona norte de
Moçambique leva-se em consideração a descendência matrilinear, enquanto
no sul considera-se a descendência patrilinear. Nas sociedades europeias a
descendência é dos dois progenitores (descendência bilateral).

A descendência matrilinear é também conhecida como descendência uterina, a


patrilinear tem também a designação de descendência agnática, enquanto a
descendência bilateral (de ambos os progenitores) é denominada cognática.

Descendência unilateral dupla: acontece em sociedades que não consideram


como preponderante a linhagem matrilinear nem a patrilinear, porém, orientam-
se pela linhagem patrilinear para uns propósitos (ex: realização de funerais,
delegação da herança, etc.), e orientam-se pela linhagem matrilinear para
outros propósitos (ex: o cuidado de crianças, a atribuição de apelidos, etc.)

Nomenclatura de parente ou terminologia de parentesco: é o sistema de


denominações das posições relativas aos laços de sangue e de afinidade.
Exemplos de nomenclaturas de parentesco: pai, mãe, irmão, primo, esposa,
cunhado, sogra, enteado, filho, neto, sobrinha, etc. Importa significar que a
nomenclatura de parentesco pode ser descritiva e classificatória.
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A nomenclatura de parentesco descritiva é aquela em que se usa um termo


diferente para designar a cada um dos parentes. Exemplo: papá (pai
biológico), mamã (mãe biológica), mana (irmã biológica mais velha), etc

A nomenclatura de parentesco classificatória é aquela em que se emprega


indistintamente o mesmo termo para designar a um grupo de pessoas com
quem se tem um laço de parentesco. Por exemplo, quando se aplica o termo
“mamã” para designar à mãe biológica, à irmã da mãe, ou à madrasta.
Também estamos perante a nomenclatura de parentesco classificatória quando
se trata como irmão, ao próprio irmão biológico, ao primo ou ao filho de uma
madrasta.

Clã: grupo de pessoas dotado de nome e de descendência unilateral, isto é,


que deriva de um ancestral comum e que segue regras de descendência
matrilinear/uterina ou patrilinear/agnática e jamais de ambas simultaneamente.

Os clãs do sul de Moçambique que seguem a descendência agnática ou


patrilinear são designados patriclãs, enquanto os do norte do país que se
orientam pela descendência uterina ou matrilinear denominam-se matriclãs.

Família: no sentido mais restrito é o conjunto de pessoas que vivem sob o


mesmo tecto. Mas no sentido lato, a família é o conjunto das sucessivas
gerações descendentes de antepassados comuns; já na linguagem do senso
comum costuma dizer-se que a família é a célula básica da sociedade. Por
família, também, pode-se entender como o conjunto de parentes por
consaguinidade ou por aliança ou afinidade.

No entanto, existe um tipo de classificação da família que se vale dos seguintes


critérios: regras de residência, número de cônjuges, relação de poder e
parentesco.
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Quanto às regras de residência, a família pode ser:

 Patrilocal: aquela que estabelece uma residência conjunta entre um


casal e os pais do homem. Geralmente nas sociedades meridionais de
Moçambique há uma tendência de as famílias estabelecerem
residências patrilocais devido à estrutura e natureza do poder que se
centra nas mãos dos homens.
 Matrilocal: aquela que estabelece residência conjunta entre o casal e
os pais da mulher. Com frequência acontece nas sociedades
setentrionais de Moçambique onde há uma tendência de as famílias
estabelecerem residências matrilocais.
 Neolocal: é a família cujo casal tem uma residência independente da
dos pais de ambos os cônjuges. Este tipo de residência é mais
frequente em sociedades urbanizadas onde o estilo de vida exige uma
autonomia das famílias.

Quanto ao número de cônjuges, a família pode ser:

 Monogâmica: quando a união é de um só homem com uma só mulher.


 Poligâmica: é a união de um só marido com várias esposas ou de uma
mulher com vários maridos.

 Poligínica: é a família em que o homem é quem pratica a poligamia,
isto é, a união de um marido com várias esposas.

 Poliândrica: é a família em que a mulher é quem pratica a poligamia,


ou seja, a união de uma mulher com vários esposos.
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Quanto à relação de poder, a família pode classificar-se em:

 Patriarcal ou patrilinear: é a família cujo poder é exercido pelo marido.


As famílias patriarcais abundam no sul de Moçambique, sendo que o
patriarcado como uma relação de poder incide também no casamento,
na sucessão, na herança e na estrutura social das famílias.
 Matriarcal ou matrilinear: é a família cujo poder é exercido pela
mulher. As famílias matriarcais abundam no norte de Moçambique,
sendo que a mulher exerce o poder indirectamente através do seu
irmão do sexo masculino. É este a quem cabe zelar pela orientação da
vida dos filhos da irmã, cuidar pela iniciação desses filhos e legar-lhes a
sua herança em caso de morte. O papel do pai biológico é quase que
passivo, pelo que quando o filho porta-se mal ou comete uma infração,
o pai remete a solução dessa situação ao tio materno do filho, isto é, ao
irmão da mãe do filho.

Quanto ao parentesco, a família pode adquirir as seguintes classificações:

 Nuclear: é a família constituída pelo marido, esposa e os filhos


resultantes dessa união, todos morando juntos numa residência
neolocal. A família nuclear pode ser de orientação, aquela da qual cada
um de nós proveio e a família nuclear de procriação, que é a que cada
um de nós funda ou estabelece.
 Alargada ou extensa: este tipo de família constitui-se por um casal, os
filhos e os familiares colaterais (sobrinhos, netos, primos, irmãos, etc.),
todos vivendo numa mesma residência patrilocal, matrilocal ou neolocal.
 Reconstituída: composta por um homem divorciado ou viúvo com os
filhos e uma mulher (a madrasta), ou por uma mulher divorciada ou
viúva com os filhos e um homem (o padrasto), ou ainda, por um homem
e uma mulher, ambos divorciados ou viúvos vivendo juntos com os
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respectivos filhos.
 Monoparental: aquela composta só pelo pai solteiro ou viúvo e os
filhos, ou só pela mãe solteira ou viúva e os filhos.

NOME: Paz Fabião Jó Samanhanga


CURSO: Mestrado em Saúde Pública
CADEIRA: Antropologia em Saúde

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