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Aula 07 (Profª.

Mariana
Paludetto) - Somente
em PDF
SEE-SP - Parte Geral: Competências e
Conhecimentos Didático-Pedagógicos
(Bibliografia), Publicações Institucionais e
Autor:
Legislação - 2023 (Pós-Edital)
Carla Abreu, Mariana Paludetto de
Andrade, Otávio Augusto Moser
Prado, Romário Falci, Leandro
Thomazini, Ricardo Torques,
10 de Julho de 2023
Patrícia Cristina Capelett Teixeira

13262298778 - Fabrício Manhães


Carla Abreu, Mariana Paludetto de Andrade, Otávio Augusto Moser Prado, Romário Falci, Leandro Thomazini, Ricardo Torques,
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Sumário

APRESENTAÇÃO DA AULA......................................................................................................................... 2

INTEGRAÇÃO CURRÍCULO E TECNOLOGIAS E A PRODUÇÃO DE NARRATIVAS DIGITAIS ... 3

ENSINO HÍBRIDO: PERSONALIZAÇÃO E TECNOLOGIA DA EDUCAÇÃO ...................................... 8

NARRATIVAS QUILOMBOLAS .................................................................................................................. 14

RACISMO ESTRUTURAL ........................................................................................................................... 17

TORNAR-SE SELVAGEM ........................................................................................................................... 23

SISTEMAS NACIONAIS DE AVALIAÇÃO E DE INFORMAÇÕES EDUCACIONAIS ....................... 26

PROJETOS DE VIDA: FUNDAMENTOS PSICOLÓGICOS, ÉTICOS E PRÁTICAS


EDUCACIONAIS ........................................................................................................................................... 32

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................................. 39

QUESTÕES COMENTADAS ............................................................................................................................... 40

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APRESENTAÇÃO DA AULA

Olá, Estrategista! Tudo bem?

Hoje, em nossa aula vamos explorar alguns importantes autores do edital.


Minha dica de estudo é vocês busquem localizar palavras-chave presentes nessas
obras e, a partir delas, elaborem mapas mentais de revisão.

Vamos lá?

Abraços,
Professora Mariana

Ficou com dúvida? Quer saber mais?

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INTEGRAÇÃO CURRÍCULO E TECNOLOGIAS E A


PRODUÇÃO DE NARRATIVAS DIGITAIS
A obra "Integração Currículo e Tecnologias e a Produção de Narrativas Digitais" é um
artigo científico, que foi produzido pelos autores Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida
(PUC/SP) e pelo José Armando Valente (UNICAMP).

No resumo do artigo, os autores afirmam que seu objetivo é promover uma reflexão acerca
das contribuições das TDIC (Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação) ao serem
integradas no currículo escolar, construindo conhecimento através da produção de Narrativas
Digitais.

É possível utilizarmos uma análise do conteúdo das narrativas digitais como uma
ferramenta para compreender o processo de aprendizado do aluno e ajudá-lo a corrigir aspectos
que necessitam de reformulação, visando alcançar um maior nível de compreensão do
conhecimento.

O artigo pretende analisar o impacto das Tecnologias Digitais de Informação e


Comunicação (TDIC) e mídias digitais na sociedade, com ênfase no desenvolvimento do
conhecimento científico. No entanto, o uso dessas tecnologias na Educação ainda é limitado e
pouco explorado em comparação com outros setores.

É preciso iniciarmos um processo de reflexões sobre a integração das TDIC na Educação,


destacando a importância da incorporação de linguagens midiáticas no currículo e o potencial
de desenvolvimento de web currículos.

A produção de narrativas digitais é discutida como uma forma sofisticada de representar


conhecimento e promover a aprendizagem. Ao utilizar narrativas digitais, os alunos podem
explorar as possibilidades das TDIC em atividades curriculares, aprimorando sua compreensão e
depurando seus conhecimentos.

Web currículo e a integração tecnologias e currículo

"Neste sentido, entendemos, como propõe Gimeno Sacristán (1998), que convivemos com
um currículo oficial, prescrito; e com um currículo real, experienciado na prática pedagógica,
na relação professor-aluno, aluno-aluno, no contexto concreto da formação, que pode se
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desenvolver tanto em situações presenciais como a distância, midiatizadas pelas TDIC, com o
uso de distintos dispositivos, cuja intensidade de uso potencializa o desenvolvimento do currículo
com narrativas de vida. As narrativas oportunizam a tomada de consciência sobre a própria
aprendizagem e transformação, segundo a natureza das experiências, a abertura das pessoas
para o registro metódico de descrever suas histórias de vida (GALVÃO, 2005), e sua reflexão para
dar sentido à sua experiência e contexto." (pág. 9)

Ao garantir a integração das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) no


currículo, começamos a construir uma concepção de web currículo. Isso envolve uma relação
interdependente entre TDIC e currículo, resultando em uma abordagem educacional que vai
além da transmissão de conteúdos.

A utilização das TDIC no currículo permite a reconfiguração da prática pedagógica, a


colaboração entre professores e alunos, e a expansão dos ambientes de aprendizagem. O web
currículo envolve diferentes linguagens e sistemas de signos mobilizados pelas TDIC,
adaptados de acordo com suas funcionalidades. A produção de narrativas digitais é ressaltada
como uma atividade relevante, permitindo a integração de conhecimentos e experiências na
construção do currículo.

A integração TDIC e currículo requer reflexão sobre contextos, concepções, práticas e


valores, reconhecendo as TDIC como linguagens estruturantes do pensamento e da
comunicação. O objetivo é promover uma educação inovadora, enfrentando os desafios e
conflitos da cultura digital.

Narrativas Digitais e suas aplicações

Nessa parte do texto, os autores abordam o surgimento das narrativas digitais e seu
impacto nas diferentes formas de mídia. Janet Murray, em seu livro "Hamlet no Holodeck: o
futuro da narrativa no ciberespaço", previu a convergência das mídias e a criação da "Nova
Mídia", onde formatos tradicionais como texto, imagem e som são transformados em formato
digital, permitindo seu processamento em um único dispositivo, o computador.

Com o desenvolvimento das tecnologias, surgiram recursos digitais que facilitam a


produção de narrativas multimodais e interativas, como o Flash, o Movie Maker e o
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PowerPoint. As narrativas digitais oferecem novas possibilidades de expressão e criatividade,


permitindo aos usuários se tornarem autores e produtores de conhecimento.

As Narrativas Digitais podem ser classificadas como lineares, seguindo uma trama pré-
estabelecida, ou hipermodais, com interatividade e possibilidade de escolhas pelo usuário. No
contexto educacional, as narrativas digitais ampliam as oportunidades de aprendizado, sendo
uma ferramenta motivadora para os alunos e promovendo competências múltiplas.

Narrativas Digitais e os letramentos

Como já sabemos, conceito de letramento abrange a apropriação da leitura e escrita como


ferramentas para exercer a cidadania e participar da cultura da sociedade letrada. Com a
convergência das TDIC no aprendizado, é necessário articular o conteúdo narrativo com as
possibilidades oferecidas pelos recursos digitais disponíveis, desenvolvendo diferentes
letramentos para lidar com as linguagens multimidiáticas e representar o pensamento de novas
maneiras.

O letramento digital não se limita apenas ao conhecimento operacional das tecnologias


digitais, mas também envolve a capacidade de utilizá-las de forma efetiva em práticas sociais.
Além disso, é essencial desenvolver outros letramentos, como o imagético e o sonoro, para lidar
com as múltiplas linguagens presentes nas tecnologias digitais.

No contexto educacional, o desenvolvimento de narrativas digitais requer a aquisição de


competências específicas, como a habilidade de navegar e utilizar hiperlinks, além de incorporar
os instrumentos, interfaces e signos das tecnologias digitais nos processos de ensino e
aprendizagem. Dessa forma, os alunos podem explorar e manipular os recursos digitais de
maneira adequada, colaborando ativamente e desenvolvendo habilidades para lidar com
situações complexas.

Uso de Narrativas Digitais na Educação

As narrativas digitais têm sido amplamente utilizadas na educação, tanto na formação de


professores como no desenvolvimento de conteúdos curriculares. Estudos mostram que as
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narrativas digitais, especialmente as conhecidas como "digital storytelling", têm sido utilizadas
para auxiliar o processo educacional, permitindo aos educadores e estudantes ao redor do mundo
explorar essa tecnologia.

Na formação de professores, as narrativas digitais têm sido utilizadas para melhorar o


letramento visual e preparar os professores para utilizar imagens digitais no currículo. Por
exemplo, em um estudo, os professores criaram narrativas digitais usando software como o
Photoshop, Movie Maker e Audacity, abordando temas do currículo do Ensino Básico. Os
resultados mostraram que os professores consideraram a criação de narrativas digitais positiva
para o desenvolvimento profissional e para o uso das tecnologias no ensino.

No entanto, é importante notar que muitos desses estudos se concentram na estética e


no uso da tecnologia das narrativas digitais, em vez de explorar como elas contribuem para a
construção do conhecimento. Poucos abordam o processo de produção das narrativas e como
elas são depuradas para promover a compreensão dos conceitos.

As narrativas digitais têm sido utilizadas na educação como uma ferramenta para auxiliar o
processo educacional, tanto na formação de professores quanto no desenvolvimento de
conteúdos curriculares. No entanto, é necessário explorar mais a fundo o processo de
produção das narrativas e como elas contribuem para a construção do conhecimento.

Conclusões

Por fim, esse artigo resume a importância das tecnologias digitais na produção de
narrativas digitais para a construção do conhecimento. Destaca-se a motivação dos alunos, a
expressão de ideias e a comunicação através da hipermodalidade, a memorização de histórias e
a versatilidade do trabalho em várias áreas de conhecimento

O objetivo é refletir sobre as contribuições das tecnologias digitais integradas ao


currículo, utilizando as narrativas digitais como foco no processo de construção do
conhecimento. É ressaltado que o domínio das tecnologias digitais não é um pré-requisito para a
produção de narrativas, e cabe aos educadores criar condições para que os alunos desenvolvam
diversas habilidades digitais, possibilitando-lhes exercer a autoria com o uso de linguagens
midiáticas em práticas multimodais ou hipermodais.
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A produção de narrativas digitais permite compreender os processos de construção do


conhecimento, proporcionando uma visão individual dos alunos sobre si mesmos. Ao
refletirem sobre suas produções, os alunos têm liberdade para moldar seu próprio currículo em
situações autênticas de aprendizagem narrativa, com a possibilidade de reformulação contínua ao
longo de suas experiências e vidas.

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ENSINO HÍBRIDO: PERSONALIZAÇÃO E TECNOLOGIA DA


EDUCAÇÃO
O livro "Ensino híbrido: personalização e tecnologia da educação", foi organizado por
Lilian Bacich, Adolfo Tanzi Neto e Fernando de Mello Trevisani. É uma obra composta por 10
capítulos escritos por 13 autores diferentes.

O livro é resultado das pesquisas do Grupo de Experimentações em Ensino Híbrido,


desenvolvido pelo Instituto Península e pela Fundação Lemann, e explora o uso da tecnologia
na educação como uma forma de conectar o modelo educacional atual a um novo currículo
escolar inovador. Os autores adotam a metodologia do relato de experiências, baseada na
prática educacional, e contam com a participação de 16 professores do grupo, que lecionam em
instituições públicas e privadas no Brasil, e realizaram uma pesquisa de oito meses.

A obra começa com uma análise relevante sobre a educação híbrida e as diferentes
abordagens desse tema tanto no Brasil quanto no exterior. Em seguida, são apresentadas
discussões sobre a prática da educação híbrida, baseadas nas experiências vivenciadas pelo
Grupo de Experimentações.

Educação híbrida. Um conceito-chave para a educação, hoje

No primeiro capítulo, o autor Moran discute a importância da educação híbrida como um


conceito-chave na educação atual. Ele argumenta que o ensino híbrido sempre esteve presente
na educação, não se limitando apenas ao planejado e institucionalizado.

O autor apresenta a educação híbrida como uma abordagem que envolve desafios para
os alunos, como resolução de problemas e criação de projetos complexos, por exemplo, tanto em
grupo quanto individualmente. Ele destaca a importância dos professores na coordenação
dessas atividades, atuando como mediadores, fornecendo supervisão e acompanhamento do
processo de aprendizagem. Nesse contexto, a educação híbrida permite personalização e
planejamento flexível, atendendo às necessidades individuais de cada aluno.

Moran enfatiza o papel da tecnologia na educação híbrida, mencionando que mesmo as


instituições de ensino sem tecnologia sofisticada podem integrar os espaços físicos e virtuais. Ele
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acredita que a educação híbrida possibilita trazer o mundo inteiro em tempo real, promovendo
uma troca intensa e contínua de ideias, pessoas e acontecimentos.

Ensino Híbrido: personalização e tecnologia na educação

Os autores Lilian Bacich, Adolfo Tanzi Neto e Fernando de Mello Trevisani iniciam o texto
apontando que as tecnologias digitais desempenham um papel fundamental na educação. No
entanto, eles destacam que muitos professores ainda não possuem o conhecimento necessário
para utilizar efetivamente as ferramentas e tecnologias atuais em suas práticas de ensino.

Embora essas ferramentas ofereçam acesso rápido a uma vasta quantidade de


informações e facilitem o compartilhamento de conteúdo pelos alunos com apenas um clique, é
essencial inserir esses recursos de maneira criativa e dinâmica no contexto educacional.

Cada vez mais, os alunos estão imersos nas novas tecnologias em seu cotidiano, o que
demanda uma abordagem educacional mais abrangente e que leve em consideração esse
contexto. As tecnologias estão sendo integradas nas escolas, e os professores vem explorando
essas ferramentas para tornar suas aulas mais dinâmicas e menos centradas apenas na
transmissão oral de conhecimento. Com isso, conseguimos uma maior participação e interação
dos alunos durante as aulas, pois o ambiente virtual proporciona maior habilidade e promove uma
relação mais próxima entre os indivíduos e as mídias digitais.

Otimização do Espaço Escolar por Meio do Modelo de Ensino Híbrido

Nesse capítulo, a autora Fernanda Schneider aborda a importância de discutir o ensino no


Brasil, especialmente ao elaborar o currículo escolar. Definir um caminho para a educação no
país é desafiador, devido a diversas mudanças e obstáculos a serem enfrentados. Embora o
avanço do mundo digital tenha trazido inúmeras possibilidades, a aplicação da tecnologia em sala
de aula ainda caminha a passos lentos em muitas instituições.

Schneider ressalta a necessidade de considerar o uso das novas tecnologias no contexto


da aprendizagem do estudante para além da simples transmissão de informações. Antes de
introduzir as tecnologias, é fundamental pensar nos objetivos e benefícios do seu uso. Isso
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requer pesquisas, planejamento e desenvolvimento de projetos que utilizem as novas tecnologias


para aprimorar o processo de ensino-aprendizagem dos alunos.

O Professor no Ensino Híbrido

O capítulo escrito por Leandro Holanda Fernandes de Lima e Flavia Ribeiro de Moura,
aborda a importância da formação de qualidade dos professores para impulsionar a necessária
mudança educacional e influenciar suas práticas pedagógicas. Os autores enfatizam que, para
que essa transformação ocorra, é essencial integrar as tecnologias digitais ao currículo,
especialmente porque estamos vivendo em uma época em que dispositivos e softwares são
amplamente utilizados.

A função do professor no contexto do ensino híbrido é voltada para a tutoria do


aprendizado, com a capacidade de identificar problemas e agir de forma a qualificar e
personalizar o ensino. Ao optar pelo ensino híbrido, o professor encontra facilidade em transmitir
conhecimento, pois essa abordagem permite que o estudante não precise estar fisicamente
presente no mesmo local que o professor para aprender.

Espaços de Aprendizagem

Glauco de Souza Santos inicia seu texto apresentando uma crítica o modelo tradicional de
aprendizagem presencial, em que os alunos ficam em carteiras individuais e o professor é o
centro da atenção, enfatizando a obediência, concentração e repetição. Santos defende uma
mudança na organização do espaço escolar, começando pela compreensão de que o modelo
atual não favorece a colaboração entre os alunos. Ele sugere que o professor se aproxime mais
dos alunos, planejando atividades personalizadas que permitam que cada aluno aprenda no seu
próprio ritmo e da forma mais adequada para ele.

O autor ressalta a importância do papel dos alunos, especialmente no desenvolvimento da


sociabilidade. Ao reorganizar os grupos de estudantes e criar um ambiente de aprendizagem
híbrido, no qual o uso de dispositivos tecnológicos, como celulares, seja permitido e encorajado,
e onde os alunos não fiquem apenas sentados ouvindo o professor, mas se movimentem e

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trabalhem juntos de forma dinâmica, o professor estará dando o primeiro passo para abandonar
a abordagem massificada do ensino e caminhar em direção à personalização da educação.

A Avaliação e a Tecnologia: a questão da verificação de aprendizagem no modelo de


ensino híbrido

No sexto capítulo do livro, o autor Eric Freitas Rodrigues aborda a rotina como parte do
ambiente escolar do aluno, destacando o uso correto e eficiente das Tecnologias da Informação
e Comunicação (TICs) na educação.

Ele enfatiza que a avaliação deve verificar o processo de aprendizagem do aluno e, por
esse ser o foco, deve retornar a ele por meio dos resultados obtidos. O autor reflete sobre como
o modelo de ensino híbrido demonstra que os métodos avaliativos das escolas tradicionais não
acompanham mais os alunos que estão conectados ao novo modelo de busca por informações.

Para o autor, o processo de verificação de aprendizagem também deve ser


personalizado, levando em conta os interesses do aluno e utilizando meios que facilitem o
desenvolvimento e tragam resultados mais significativos, pois esse é o propósito do uso das
tecnologias.

As Tecnologias Digitais no Ensino Híbrido

Os autores Alexsandro Sunaga e Camila Sanches de Carvalho discutem a resistência de


alguns professores em adotar ferramentas tecnológicas em suas aulas, limitando-se ao uso
tradicional de lousa e giz. Para eles, isso resulta em alunos tendo que copiar informações das
lousas para seus cadernos. O texto levanta a hipótese dessa resistência dos professores ser uma
das razões para a falta de utilização de recursos básicos e essenciais, como projetores
multimídia ou televisores digitais.

Uma maneira de reverter essa situação seria conscientizar as instituições de que o uso da
tecnologia melhora o desempenho, promove a aproximação entre professores, alunos e
gestores, e otimiza o tempo, levando a melhores estratégias de aprendizagem.

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Apesar dessa resistência, é notável que o uso de interfaces de ensino tem crescido
significativamente através da educação híbrida, resultando na criação de várias plataformas com
o objetivo de auxiliar no desenvolvimento e estímulo ao ensino. Alguns exemplos dessas
plataformas são o Edmodo e o Moodle, que auxiliam na organização de notas, tarefas, trabalhos,
mensagens e fóruns para a interação dos alunos e esclarecimento de dúvidas.

Quando a Inovação na Sala de Aula Passa a Ser um Projeto de Escola

Verônica Cannatá, autora desse oitavo capítulo, aborda a implementação do ensino híbrido
em uma instituição de ensino como um projeto da escola, discriminado em seu Projeto Político
Pedagógico (PPP).

A autora enfatiza que a gestão escolar deve identificar quais aspectos PPP da escola
precisam ser modificados ou mantidos, com regularidade, organizando equipes e estruturando
ações para as transformações necessárias no ambiente educacional.

Cannatá destaca a importância da integração das equipes como o fator mais relevante na
implementação da abordagem de aprendizagem híbrida na instituição. As estratégias adotadas no
ambiente escolar devem ser bem elaboradas, e cabe à gestão escolar selecionar as equipes de
trabalho e posicioná-las adequadamente.

No que diz respeito aos recursos tecnológicos, a instituição deve considerar investir em
uma boa conexão à internet e na aquisição de dispositivos digitais, mesmo que o investimento
seja mínimo e a aquisição de equipamentos seja limitada. Quando esses recursos são bem
aplicados, mesmo em pequena escala, podem ter um impacto significativo no ambiente de
aprendizagem.

A Cultura Escolar na Era Digital: o impacto da aceleração tecnológica na relação professor-


aluno, no currículo e na organização escolar

Produzido por Rodrigo Abrantes da Silva e Ailton Luiz Camargo, o nono capítulo aborda o
impacto da aceleração tecnológica na relação professor-aluno, no currículo e na organização
escolar.
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Os autores defendem a necessidade de reconfigurar as escolas ao introduzir novas


tecnologias, compreendendo a atividade educativa como uma expressão cultural sujeita a
mudanças sociais, políticas e econômicas. Destaca-se ainda a importância de criar um ambiente
que possa incorporar iniciativas de diferentes esferas e o uso de modelos híbridos, que
combinam tecnologia e novas formas de aprendizagem. As escolas são incentivadas a superar o
medo de mudanças e evitar a zona de conforto para não perder alunos.

Planejando a Mudança

No décimo capítulo, intitulado "Planejando a Mudança", os autores Lilian Bacich, Adolfo


Tanzi Neto e Fernando de Mello Trevisani apresentam etapas de planos de estudo do aluno a
serem cumpridas nas aulas. Eles orientam que, com diferentes formas de ensino, busca-se
desenvolver habilidades além do conteúdo do currículo.

Destaca-se a importância de o professor observar o engajamento dos alunos nos grupos,


em um modelo baseado na criação de diferentes espaços de aprendizagem. Os autores
encorajam a observação do envolvimento individual de cada aluno, sem medo de se lançar a
novas experiências.

Além disso, eles afirmam que o ensino híbrido não exclui a prática de aulas expositivas,
mas propõe dar um novo significado a esses momentos, mesclando-os com atividades de
outros tipos, utilizando recursos tecnológicos.

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NARRATIVAS QUILOMBOLAS
O material didático "Narrativas Quilombolas" foi lançado pela rede estadual de ensino
de São Paulo com o objetivo de valorizar a cultura e a história das comunidades Quilombolas
do estado. A proposta surgiu a partir das demandas das próprias comunidades, através de rodas
de conversas iniciadas em 2012. Temos na rede estadual 7 diretorias de ensino (Apiaí,
Caraguatatuba, Itapeva, Jundiaí, Registro, São Roque e Votorantim) que possuem escolas
Quilombolas ou que atendem alunos oriundos de Quilombos.

O material é composto por um livro e um caderno de atividades e tem como objetivo


contextualizar a história e os modos de vida dos Quilombos. É importante ressaltar que cada
comunidade possui suas particularidades e muitas delas já possuem suas próprias terras
adquiridas.

O livro busca transmitir não apenas a cultura quilombola, mas também todo o legado
africano que contribuiu para a riqueza e a diversidade cultural do Brasil. Esse material é um dos
poucos existentes no país voltados especificamente para as comunidades quilombolas. Para
nossa prova, foi pedido que aprofundássemos nossos conhecimentos entre as páginas 38 e 55 do
livro orientador.

O que é, oficialmente, um quilombo?

A legislação define quilombos como grupos étnico-raciais que se autodefinem e


possuem uma trajetória histórica própria. Eles são dotados de relações territoriais específicas
e têm uma presunção de ancestralidade negra relacionada à resistência à opressão histórica.

Além disso, os quilombos podem ser compostos por comunidades rurais e urbanas que
lutam historicamente pelo direito à terra e ao território, que engloba não apenas a propriedade da
terra, mas também os elementos culturais, costumes e tradições associados. Essas comunidades
possuem os recursos ambientais necessários para sua subsistência e mantêm a memória das
suas histórias. Também compartilham trajetórias comuns, têm laços de pertencimento e valorizam
a cultura dos seus antepassados, baseada em uma história identitária compartilhada, entre outros
aspectos.

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"O quilombo é também lugar de interpenetrações com o mundo exterior, pelas ingerências
das políticas públicas, da modernidade, do mercado, da cidade. Esse tipo de comunidade permite
aos seus visitantes conhecer um outro mundo, outras lógicas e outras formas de organização, o
que pode exercer um papel importante no quadro de referências individuais e coletivas." (pág.40)

Abaixo, segue mapa do próprio livro, que apresenta os quilombos que ainda (re)sistem no
Estado de São Paulo:

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Memória coletiva

A memória coletiva é compartilhada por um grupo e desempenha um papel fundamental


na formação da identidade desse grupo, conectando-o à sua história. De acordo com Maurice
Halbwachs, sociólogo, lembrar não é apenas um ato individual, mas também é influenciado pela
sociedade e compartilhado pelo grupo. Isso significa que nossas lembranças e memórias são
moldadas em parte pelas influências sociais, resultando na existência tanto de uma memória
coletiva quanto de múltiplas memórias individuais.

Nossa memória está em constante evolução. Ao longo do tempo, esquecemos certas


coisas enquanto nos lembramos de outras. Da mesma forma, a memória coletiva também se
transforma ao longo dos eventos históricos e do tempo. Ao compartilharmos nossas memórias
com as pessoas ao nosso redor, contribuímos para a construção da memória coletiva, agregando
novas perspectivas e experiências ao grupo.

Vejamos, a seguir, a proposta de duas atividades com relação a essa temática que foram
apresentadas nessa obra:

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RACISMO ESTRUTURAL
O livro, escrito por Silvio Almeira, apresenta uma visão ampla sobre o racismo estrutural,
que é entendido como um conjunto de práticas, normas e instituições que perpetuam a

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desigualdade racial, mesmo sem a presença de indivíduos explicitamente racistas. Almeida


explora a origem histórica do racismo no país, desde o período colonial até os dias atuais,
evidenciando como ele se enraizou nas estruturas sociais, políticas e econômicas do Brasil.

Introdução

O livro não se limita a discutir raça e racismo, mas aborda principalmente a teoria social.
O autor destaca duas teses: a primeira é que a sociedade contemporânea não pode ser
compreendida sem os conceitos de raça e racismo, e explora como diferentes disciplinas, como
filosofia, ciência política, teoria do direito e teoria econômica, dialogam com esses conceitos. A
segunda tese é que o racismo é sempre estrutural, integrando a organização econômica e
política da sociedade.

Raça e Racismo

A controvérsia sobre a etimologia do termo "raça" está presente, mas pode-se afirmar que
seu significado sempre esteve ligado à classificação, tanto entre plantas e animais quanto entre
seres humanos. A noção de raça como distintas categorias de seres humanos surgiu na
modernidade, por volta do século XVI.

O conceito de raça não é fixo, mas sim relacional e histórico, relacionado a circunstâncias
históricas e influenciado por contingência, conflito, poder e decisão. A classificação de seres
humanos serviu como uma tecnologia do colonialismo europeu para subjugar e destruir
populações em diferentes partes do mundo.

No século XX, a antropologia e a biologia desmantelaram a noção de raça como uma


realidade biológica ou cultural justificadora da discriminação. No entanto, a ideia de raça ainda é
utilizada politicamente para legitimar desigualdades e opressão.

O racismo é uma forma sistemática de discriminação baseada na raça, manifestando-se


por meio de práticas conscientes ou inconscientes que resultam em vantagens ou desvantagens
para os indivíduos, dependendo do grupo racial ao qual pertencem. A fim de apresentar os

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contornos fundamentais do debate de modo didático, classificamos em três as concepções de


racismo: individualista, institucional e estrutural.

➢ Concepção Individualista:

De acordo com essa visão, o racismo é entendido como uma forma de "patologia" ou
anormalidade. Pode ser visto como um fenômeno ético ou psicológico, tanto individual quanto
coletivo, atribuído a grupos isolados. Alguns também consideram o racismo como uma
"irracionalidade" que deve ser combatida por meio de sanções civis ou penais, como
indenizações. Essa perspectiva individualista pode negar a existência do "racismo", focalizando
apenas no "preconceito" e destacando sua natureza psicológica em detrimento de sua natureza
política.

➢ Concepção Institucional

A concepção institucional do racismo reconhece que ele vai além dos comportamentos
individuais e é resultado do funcionamento das instituições, o que é já é um grande avanço
considerando a concepção individualista.

O racismo institucional ocorre quando grupos dominantes utilizam as instituições para


impor seus interesses e estabelecer discriminação com base na raça. O poder desses grupos
depende da institucionalização de suas normas, tornando sua dominação aparentemente natural.
As instituições podem modificar o racismo por meio de ação ou omissão, e os conflitos internos e
externos podem levar a reformas institucionais.

As políticas de ação afirmativa são um exemplo de mudança que busca aumentar a


representatividade das minorias raciais e combater a discriminação. As instituições precisam se
adaptar aos conflitos sociais e às demandas dos grupos não dominantes.

➢ Concepção Estrutural

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O racismo institucional vai além das ações individuais e é influenciado pelo funcionamento
das instituições. Grupos dominantes utilizam as instituições para impor interesses políticos e
econômicos discriminatórios com base na raça. As instituições refletem a estrutura social e
reproduzem práticas racistas, a menos que adotem medidas antirracistas.

A representatividade racial nas instituições não garante a eliminação do racismo, pois as


ações individuais estão condicionadas pelos princípios estruturais da sociedade. É
necessário refletir sobre mudanças profundas nas relações sociais, políticas e econômicas para
combater efetivamente o racismo. O racismo é estrutural e requer medidas institucionais e a
responsabilidade de todos para combatê-lo.

Racismo como processo político

O racismo é um processo político que afeta a estrutura da sociedade e é mantido pelo


poder político. A noção de "racismo reverso" não faz sentido, uma vez que as minorias não
possuem o poder para impor desvantagens sociais às maiorias. Esse conceito de "racismo
reverso" é, na verdade, um discurso racista que busca descreditar as demandas por igualdade
racial. O racismo é considerado normal quando direcionado às minorias, enquanto a ideia de
racismo reverso serve apenas para preservar privilégios simbólicos.

O racismo possui duas dimensões: uma dimensão institucional, que é regulada pelo
Estado, e uma dimensão ideológica, que busca manter a coesão social apesar das divisões
raciais. O Estado, as instituições sociais, as escolas, os meios de comunicação e as redes sociais
desempenham um papel significativo na criação e na recriação de narrativas que promovem a
unificação ideológica e o controle social baseado em classificações raciais.

Racismo como processo histórico

O racismo é um processo histórico e estrutural que se manifesta de forma circunstancial


e específica, estando ligado às transformações sociais. Cada sociedade possui uma trajetória
única que influencia a dinâmica estrutural do racismo.

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É fundamental compreender como as classificações raciais desempenham um papel


significativo na definição de estratégias políticas e econômicas, tanto por parte do Estado quanto
por outros atores. Essas classificações raciais são fundamentais para estabelecer hierarquias
sociais, determinar o poder estatal e moldar estratégias econômicas de desenvolvimento. No
Brasil, por exemplo, além da aparência física, o pertencimento de classe também influencia a
identificação racial. Já nos Estados Unidos, a "regra de uma gota de sangue" é usada para
determinar a classificação racial. Essas diferentes formas de racialização ressaltam a importância
das relações raciais no estudo das sociedades.

A análise do racismo em relação à ideologia, política, direito e economia é essencial, pois


esses elementos desempenham um papel central na manifestação estrutural do racismo.
Ignorar a raça como um elemento de análise revela uma falta de compromisso com a ciência e a
resolução dos grandes problemas sociais contemporâneos.

Racismo e meritocracia

Em uma sociedade marcada por conflitos de classe, raça e gênero, surge o desafio de
conciliar a desigualdade com parâmetros culturais baseados em ideologias universalistas e
igualitárias. A meritocracia é apresentada como uma solução para esse problema, mas a
combinação do racismo histórico com a meritocracia leva à interpretação da desigualdade racial
como falta de mérito individual.

A meritocracia se manifesta em processos seletivos institucionais que reforçam a


associação entre competência e características privilegiadas. Meios de comunicação e o sistema
carcerário também desempenham papéis na perpetuação da desigualdade racial. No Brasil, a
negação do racismo é sustentada pela meritocracia, culpabilizando pessoas negras por sua
própria condição. Isso valida a desigualdade e dificulta a implementação de medidas políticas
eficazes contra a discriminação racial. Nesse contexto, o discurso da meritocracia é
profundamente racista, perpetuando a conformidade ideológica em relação à desigualdade racial.

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Racismo e Necropolítica

No contexto contemporâneo, o autor argumenta que o estado de sítio se tornou a regra e a


criação do inimigo é promovida não apenas pelas políticas estatais de segurança, mas também
pelos meios de comunicação e programas de televisão. O racismo permite a naturalização da
violência e da morte de populações inteiras.

Em suma, o texto discute a relação entre política, colonialismo, racismo e terror, mostrando
como a experiência colonial foi a gênese da fusão entre morte e política, resultando em formas de
poder baseadas na violência, no biopoder, no necropoder e na necropolítica.

Direito e Antirracismo

No século XX, os movimentos sociais desempenharam um papel fundamental na luta


contra o racismo, tanto politicamente quanto intelectualmente. Esses movimentos envolveram
disputas institucionais, confrontos armados e a formação de intelectuais com diversas influências
culturais e ideológicas. Eles dialogaram, de forma crítica e tensa, com vertentes liberais,
existencialistas e marxistas, como evidenciado nos estudos decoloniais e pós-coloniais.

No campo jurídico, o antirracismo adquiriu duas formas principais: a militância jurídica nos
tribunais para garantir a cidadania dos grupos minoritários e a produção intelectual com o
objetivo de questionar o racismo presente nas doutrinas e na metodologia de ensino do direito. As
contradições do sistema jurídico foram estrategicamente exploradas não apenas por juristas, mas
também por pessoas que foram e continuam sendo prejudicadas sistematicamente por esse
sistema.

Racismo e Economia - Desigualdades Sociais

"Não existe “consciência de classe” sem consciência do problema racial. Historicamente, o


racismo foi e ainda é um fator de divisão não apenas entre as classes, mas também no interior
das classes. Nos momentos de crise, em que há aumento do desemprego e rebaixamento dos
salários, o racismo desempenha um papel diversionista bastante importante, pois os
trabalhadores atingidos pelo desemprego irão direcionar sua fúria contra as minorias raciais e
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sexuais, que serão responsabilizadas pela decadência econômica por aceitarem receber
salários mais baixos, quando não pela “degradação moral” a que muitos identificarão como motivo
da crise. O racismo será, portanto, a forma dos trabalhadores brancos racionalizarem a crise que
lhes trouxe perdas materiais e de lidarem com as perdas simbólicas impostas pelas vitórias da
luta antirracista e pela mínima representatividade alcançada pelas minorias raciais." (pág. 114)

TORNAR-SE SELVAGEM
O artigo, descrito por Jerá Guarani, fala sobre a situação do planeta Terra, que está em
decadência por conta de pessoas consideradas civilizadas.

O texto inicia com uma contextualização da situação atual do planeta, através de uma
narrativa construída: " Posso não parecer muito simpática com o que vou dizer. Em outras
ocasiões, certamente, não seria assim, pois gostamos muito de dar risada, o povo Guarani Mbya

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é muito alegre! E eu sempre me esforço para ser quem sou de fato – feliz, apesar dos pesares –
mesmo quando falo de assuntos problemáticos e ruins.

Mas, neste momento da história, diante do medo dos mais velhos e do lamento das
pessoas na aldeia, por ser indígena guarani mbya e por ter aprendido tudo o que aprendi, quando
penso no planeta Terra agora – não nele apenas, mas em nós nele –, eu realmente gostaria de
acreditar em vidas passadas." (pág. 1)

A autora apresenta que o caminho para cuidar da preservação da natureza e garantir a


vida humana no planeta é "tornando-se selvagem".

"Apesar de vários estudos e evidências produzidos pelo mundo civilizado, as pessoas não
param de fazer coisas erradas. Facilmente conseguimos perceber muitas coisas ruins e entender
que não estamos nada bem. Eu sei um pouco sobre São Paulo por meio dos estudos dos próprios
Juruá e de alguns relatos dos mais velhos da aldeia.

Sei que aqui existiam braços de água. Mas o Juruá veio e colocou cimento em cima deles.
Canalizou os rios lindos que poderiam estar aí, hoje, para os Juruá beberem, tomarem banho,
nadarem. Mas os Juruá querem cimentar tudo, cobrir tudo com cimento, e agora não têm água. A
água foi destruída. E tenho a impressão de que ainda vamos enfrentar situações piores daqui em
adiante.

É muito revoltante quando a sociedade Juruá fica perplexa e indignada ao ouvir falar que o
povo indígena no Brasil comete infanticídio; ou que os caciques no Brasil têm duas ou três
mulheres, ou outras coisas do tipo. Mas o povo dos Juruá, por sua vez, faz coisas absolutamente
incompreensíveis e maldosas contra seres que não podem se defender, como, por exemplo, o
contrabando do marfim, que vem de um bicho tão lindo, tão gigante, que é o elefante. O elefante,
às vezes, é deixado no chão, agonizando, sangrando, porque teve uma parte de seu corpo tirada
para esse mundo maluco do consumo, do acúmulo de riqueza." (pág.2)

" Por trás da ideia de trabalhar cada vez mais a autonomia e a soberania alimentar
guarani, há o objetivo de manter este povo forte. Porque a comida transgênica que vem da
cidade não deixa as pessoas fortes de verdade. A comida guarani tradicional alimenta o corpo e
alimenta o espírito também. Isso significa que as pessoas ficam fortes para continuar lutando.
Para defender a natureza, o nosso modo de ser guarani, temos que estar fisicamente fortes,
espiritualmente fortes." (pág.3)
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" Outra questão que pesou para mim é que o sistema de escolarização como um todo, no
mundo todo, é muito falido. Isso é especialmente grave no Brasil. É absolutamente vergonhoso o
sistema da educação que se coloca na grade curricular para os educandos. E se eu digo que a
educação do povo Juruá é falida, então imagina a educação para o povo Guarani? As escolas,
estaduais e municipais, que estão dentro das aldeias guarani de todo o Estado de São Paulo
entraram nessas aldeias sem preparação, sem que fossem pensadas as consequências
disto. Como as aldeias não estavam preparadas, naturalmente não havia nenhum plano político-
pedagógico.

Hoje ainda temos escolas com mais de 20 anos que não têm um plano político-
pedagógico. Isso significa que essas escolas têm uma parte muito grande do seu funcionamento
pedagógico focada em estudos de fora – elas não têm uma educação diferenciada para os povos
indígenas.

E para piorar, as pessoas nas aldeias colocam na cabeça que a escola é o futuro. Com
isso, muitas vezes, crianças e jovens deixam de aprender sua cultura tradicional porque estão
indo para a escola. Se a escola é o futuro, se a escola vai garantir um futuro, então por que
aprender e fazer outras coisas? Esse modo de pensar é um grande risco. A escola não pode ser
pensada assim. Quando o aluno termina o ensino médio, ele não vai ter um emprego garantido na
aldeia." (pág.5)

" Se temos contato com a cultura dos Juruá há quinhentos anos, isto é a
demonstração de que, de fato, o Juruá poderia se tornar selvagem, continuar vivendo e ter
um pouco mais de respeito com o planeta Terra. Não há palavras para descrever o quanto
nosso planeta é magnífico, mas acho que ainda não entenderam isto direito" (pág. 5)

" Gosto de chamar mais pessoas para serem selvagens. O nosso planeta, do jeito que
está, está sofrendo muito, está chorando, está gritando, e, por estarmos integrados com ele,
vamos ter que começar a viver, a ver, a saber e a ter que enfrentar muitas coisas negativas
também. Fumo cachimbo, faço fogo no chão, cozinho, durmo e acordo com a cantoria dos
passarinhos, e tudo isto é tão simples, mas é tão bonito, tão lindo, tão importante" (pág.6)

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SISTEMAS NACIONAIS DE AVALIAÇÃO E DE INFORMAÇÕES


EDUCACIONAIS
O artigo foi criado pela Professora Maria Helena Guimarães de Castro, do Departamento
de Ciência Política da Unicamp e Presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais. Em resumo, o artigo apresenta que a estruturação de Sistemas Nacionais de
Avaliação e de Informação desempenha um papel estratégico crucial no processo de
implementação de reformas educacionais, especialmente em países com sistemas de ensino
altamente descentralizados politicamente e institucionalmente, e com uma grande
heterogeneidade regional, como é o caso do Brasil.

A implementação de reformas educacionais em países federativos, como o Brasil, com


sistemas de ensino altamente descentralizados, exige a criação de mecanismos de
monitoramento e acompanhamento das ações e políticas em andamento. Essas ferramentas
de gestão permitem avaliar o progresso das reformas, identificar acertos e correções
necessárias para garantir sua efetividade e promover a transparência das informações, cumprindo
requisitos democráticos de divulgação ampla dos resultados e prestação de contas à sociedade.

Além disso, os sistemas de avaliação e informação educacional desempenham um papel


estratégico no planejamento e na formulação de novas políticas, ajudando a responder às
tendências de mudança observadas. Para alcançar esses objetivos, é fundamental contar com
bases de dados atualizadas e confiáveis, instrumentos de coleta confiáveis, metodologias
uniformes baseadas em evidências científicas e mecanismos de divulgação rápidos e concisos.

O artigo discute os avanços e limites dos sistemas de avaliação e informação educacional,


implantados a partir de 1995, sob a coordenação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais (Inep).

Os sistemas nacionais de avaliação e informação educacional são recentes, porém já estão


organizados e abrangem diversos aspectos. Isso inclui censos escolares e avaliações
nacionais, como o Saeb, Enem e Enc (Provão). O Cibec fornece informações complementares.
Esses indicadores têm sido essenciais para identificar prioridades, fornecer parâmetros na
formulação e monitoramento de políticas educacionais. O sistema nacional de informações

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educacionais tem ajudado o governo a superar desigualdades regionais, com programas


específicos para suprir deficiências. Essas informações fornecem uma visão ampla da situação
educacional e apoiam decisões importantes.

Sistemas de Informações Educacionais

A produção ágil e confiável de dados e informações estatístico-educacionais que reflitam a


realidade do setor educacional é fundamental para avaliação, planejamento e apoio à tomada
de decisões na formulação de políticas de melhoria da educação brasileira.

Os censos educacionais desempenham um papel crucial ao fornecer informações


estatísticas necessárias para monitorar o setor educacional. Esses levantamentos englobam
todos os níveis e modalidades de ensino, divididos em três pesquisas principais: Censo
Escolar, Censo do Ensino Superior e Levantamento sobre o Financiamento e Gasto da
Educação.

➢ Censo Escolar

O Censo Escolar é uma pesquisa nacional que coleta informações estatístico-


educacionais sobre a Educação Básica, abrangendo diversos níveis e modalidades de ensino.
Realizado em todas as escolas públicas e privadas, o levantamento é feito por meio de um
questionário padronizado. O Inep utiliza os dados coletados para atualizar o Cadastro
Nacional de Escolas e obter informações sobre matrículas, movimento e desempenho dos
alunos, infraestrutura e pessoal docente.

O Censo Escolar fornece informações importantes para a formulação e monitoramento de


políticas educacionais, além de permitir avaliações do desempenho dos sistemas de ensino. A
pesquisa é realizada em parceria com as Secretarias Estaduais de Educação e envolve a
colaboração das escolas. As mudanças no sistema educacional são acompanhadas de perto, pois
impactam as configurações das redes de ensino. Estudos são necessários para adaptar o
questionário do censo e melhorar a qualidade das informações coletadas. O fortalecimento da

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produção e disseminação de estatísticas e informações é uma prioridade no Ministério da


Educação.

O Inep é eficiente na organização de informações educacionais, usadas nas políticas


educacionais. O Fundo Nacional de Desenvolvimento do Ensino utiliza os dados do Censo
Escolar para distribuir recursos. A transparência é valorizada em programas como Merenda
Escolar, Livro Didático e Dinheiro Direto na Escola.

O Censo do Ensino Superior coleta dados sobre matrículas, concluintes, cursos e


professores. Os resultados são publicados na Sinopse Estatística do Ensino Superior -
Graduação. O questionário do Censo do Ensino Superior foi ampliado para incluir a pós-
graduação e as informações são integradas ao Sistema Integrado de Informações da
Educação Superior (SIEd-Sup). O Cadastro Nacional das Instituições de Ensino Superior é
atualizado com dados do Censo, Diário Oficial da União e órgãos reguladores.

➢ Censos Especiais

O Inep realiza levantamentos especiais em parceria com instituições públicas e


organizações não-governamentais para aprimorar as informações sobre diferentes modalidades
de ensino. O primeiro Censo do Professor, em 1997, forneceu dados sobre salários e
qualificação dos professores, ajudando na implantação do Fundef. Esse censo revelou
desigualdades regionais na qualificação e remuneração dos professores, destacando a
necessidade de políticas para promover equidade no ensino público.

Em 1999, foram realizados censos especiais na Educação Profissional, Educação


Escolar Indígena e Educação Especial. Os resultados dessas pesquisas contribuirão para uma
visão mais precisa da cobertura e das modalidades de atendimento nessas áreas, orientando
aprimoramentos nas políticas educacionais. A realização desses levantamentos, juntamente com
o Censo da Educação Infantil neste ano, complementará o mapa da educação brasileira com
novas variáveis no sistema de informações educacionais.

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Levantamentos sobre Financiamento e Gasto da Educação

O levantamento de dados sobre os recursos na educação abrange as três esferas de


governo e é desafiador devido às dificuldades operacionais. A falta de um sistema adequado de
execução orçamentária e consolidação das contas públicas, principalmente no nível municipal,
dificulta a identificação dos programas e dos gastos efetivamente realizados. O Inep trabalhou em
parceria com outras instituições para aprimorar a metodologia de apuração e estimação das
informações.

Sistema integrado de informações sobre o Ensino Superior

O Sistema Integrado de Informações da Educação Superior (SIEd-Sup) foi


desenvolvido para criar uma base de dados e indicadores da educação superior, eliminando
sobreposição de competências e simplificando a coleta de informações nas instituições de ensino
superior. Seus objetivos incluem aumentar a transparência e o acesso da sociedade às
informações sobre as instituições, subsidiar processos de autorização e reconhecimento de
cursos, e manter um banco de dados atualizado.

O SIEd-Sup será coordenado pelo Inep e terá interligação com outras entidades, como a
Secretaria de Ensino Superior, a Capes, o CNPq, o Conselho Nacional de Educação e os
Conselhos Estaduais de Educação. O Inep será responsável pela coleta e manutenção das
informações, enquanto a definição do que deve ser coletado e divulgado, bem como as políticas
de acesso e disseminação de informações, serão definidas em conjunto com a SESu, o CNE e as
instituições de ensino superior.

Avaliações Educacionais

Na área das avaliações educacionais, há três projetos importantes: o Sistema Nacional de


Avaliação da Educação Básica (Saeb), o Exame Nacional de Cursos (ENC) - popularmente
conhecido como "Provão" - e o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Essas iniciativas
permitem ao Ministério da Educação (MEC) cumprir seu papel de avaliar o desempenho escolar
em nível nacional, abrangendo o ensino fundamental, médio e superior, em colaboração com os

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sistemas de ensino. O objetivo dessas avaliações é estabelecer prioridades e aprimorar a


qualidade da educação, além de avaliar as instituições de ensino superior em parceria com os
sistemas responsáveis por esse nível de ensino.

❖ Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM)

O ENEM procura aferir o desenvolvimento das competências e habilidades que se espera que o
aluno apresente ao final da escolaridade básica. Portanto, o ENEM é uma avaliação individual do
desempenho do estudante. Ele é um teste voluntário e seu público-alvo são os concluintes do
Ensino Médio. Atualmente, mais de 100 universidades brasileiras aceitam o ENEM como um dos
critérios de acesso ao Ensino Superior.

❖ Exame Nacional de Cursos

O "Provão" é um exame obrigatório realizado desde 1996 para avaliar cursos de


graduação no Brasil. Ele tem estimulado melhorias no ensino superior, levando as instituições a
investirem na qualificação dos professores e na infraestrutura. A partir de 1999, o exame passou a
ter uma conexão mais direta com os processos de renovação de reconhecimento dos cursos e de
recredenciamento das instituições. Cursos com baixo desempenho foram submetidos a visitas e
recomendações de especialistas, e cursos bem avaliados passaram a ter renovação automática
de reconhecimento.

Os resultados do "Provão" são divulgados com conceitos e distribuição percentual das


médias dos alunos, incentivando a melhoria do ensino. O exame tem impacto no currículo,
projeto pedagógico, prática docente e condições de oferta e trabalho. Além disso, está
influenciando a forma de avaliação do desempenho dos alunos, com foco em habilidades e
competências adquiridas ao longo do curso.

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❖ Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB)

O SAEB foi implantado em 1990 com o objetivo de fornecer informações sobre o


desempenho da educação básica no Brasil. O sistema monitora a qualidade, equidade e
efetividade do sistema educacional, oferecendo dados técnicos e gerenciais para a formulação e
avaliação de programas de melhoria da qualidade de ensino.

O exame é aplicado a cada dois anos e avalia o desempenho dos alunos, levando em
consideração fatores socioeconômicos e contextuais que influenciam a aprendizagem. Além
disso, são aplicados questionários a professores e diretores. A prova utiliza uma ampla variedade
de questões para garantir a validade curricular, contemplando os conteúdos propostos nos
currículos estaduais.

Desde sua criação, o Saeb passou por mudanças metodológicas, incluindo a


estabelecimento de escalas de proficiência e a possibilidade de comparação do desempenho dos
alunos ao longo do tempo. Os resultados do Saeb são um importante subsídio para orientar a
implementação dos Parâmetros Curriculares Nacionais e identificar deficiências na
aprendizagem dos alunos, auxiliando nas reformas curriculares para uma abordagem mais
focada em competências e habilidades.

Comentários Finais

A descrição dos principais projetos desenvolvidos pelo Inep evidencia os avanços


significativos alcançados pelo Brasil na área de avaliação e produção de informações
educacionais durante a década de 90.

Os esforços empreendidos nos últimos cinco anos resultaram em um sistema moderno e


eficiente de indicadores, que possibilita o monitoramento das políticas educacionais e o
diagnóstico preciso das deficiências no ensino. O impacto das avaliações nacionais e dos
levantamentos periódicos realizados pelo Inep provocou mudanças relevantes, que hoje refletem
na nova agenda do debate educacional.

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PROJETOS DE VIDA: FUNDAMENTOS PSICOLÓGICOS,


ÉTICOS E PRÁTICAS EDUCACIONAIS
A obra foi escrita por Ulisses F. Araújo, Valéria Arantes e Viviane Pinheiro, tendo sido
publicada em 2020. O foco da obra é abordar a importância dos projetos de vida na formação do
sujeito, explorando os fundamentos psicológicos e éticos desse fazer.

Introdução

A busca de sentido e propósito na vida é uma preocupação universal que tem sido
explorada em várias áreas. Cada indivíduo enfrenta essa busca em algum momento e procura
respostas e ações que deem sentido à sua existência. Os projetos de vida são comparados a uma
bússola que orienta o desenvolvimento integral dos indivíduos na busca por um sentido de
vida. Esses projetos não seguem uma linha reta, mas sim um caminho cheio de curvas e
mudanças de direção, embora possuam uma estrutura clara e coerente.

A ideia de projeto de vida está relacionada a ter um propósito, intenção e finalidade.


Esses projetos vão além de meros desejos passageiros, representando o desejo de fazer
diferença no mundo e contribuir para os outros e para a sociedade. Construir um projeto de vida
requer que os jovens se conheçam e conheçam o mundo ao seu redor, identificando as
necessidades, problemas e conflitos presentes no contexto em que vivem.

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) destaca a importância de considerar


diversos aspectos na construção de projetos de vida, incluindo vida afetiva, família, estudo,
trabalho, saúde, bem-estar, relação com o meio ambiente, lazer, práticas culturais, participação
social e atuação local e global. Isso possibilita que os estudantes façam escolhas de estilos de
vida saudáveis e sustentáveis, engajando-se de forma consciente, crítica e ética nas questões
coletivas e abrindo-se para experiências estéticas significativas.

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Os fundamentos psicológicos da construção de projetos de vida.

A psicologia tem uma tradição de estudos sobre o sentido da vida. Viktor Frankl
desenvolveu a logoterapia, enfatizando a busca do sentido e a autotranscendência para a saúde
mental. Já Erik Erikson destaca o estabelecimento de um plano de vida como crucial para o
desenvolvimento humano e a formação da identidade. Barbel Inhelder e Jean Piaget enfatizam
a importância do projeto de vida na adolescência e na formação da identidade. Esses estudos
convergem para a ideia de que ter um projeto de vida é fundamental para o desenvolvimento
saudável e dar sentido às ações das pessoas.

Aprofundando o conceito de projeto de vida

William Damon, psicólogo e pesquisador da Stanford University, destaca a importância do


projeto de vida na construção positiva do psiquismo humano. Ele define o projeto de vida
como uma intenção estável de alcançar algo significativo para o eu e com impacto além do eu.
Damon categoriza os jovens em grupos com base em seus projetos de vida, como desengajados,
sonhadores, superficiais e aqueles com projetos concretos.

Apenas 20% dos jovens têm projetos de vida, indicando a necessidade de apoio dos pais,
educadores e sociedade em geral. Construir um projeto de vida requer autoconhecimento,
compreensão do mundo, identificação de necessidades e problemas, análise realista das
próprias características e formulação de objetivos de longo prazo.

Matthew Bundick, em sua abordagem sobre o projeto de vida, destaca três aspectos
constituintes: estabilidade ao longo do tempo, objetivos de longo prazo e ser organizador e
motivador da vida do sujeito.

A estabilidade refere-se à coesão entre os objetivos que são lentamente alcançados e o


resultado final esperado, permitindo adaptações e reformulações. Os objetivos de longo prazo
articulam múltiplas metas concretas e estabelecem uma identidade coerente entre passado e
futuro.

O projeto de vida também desempenha um papel central na organização e motivação da


vida do sujeito, considerando aspectos cognitivos, emocionais, valorativos e culturais. Os projetos

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de vida podem ser influenciados pela cultura e podem variar em complexidade e ambição. Além
disso, os sentimentos e emoções desempenham um papel relevante na motivação e estruturação
dos projetos de vida. Compreender e estudar os projetos de vida é importante tanto no nível
pessoal quanto social e profissional, e está relacionado à construção identitária e ética.

A integração dos Projetos de vida à identidade humana

Vários autores na psicologia têm estudado a relação entre a formação da identidade das
pessoas e seus projetos de vida. Esses estudos sugerem que a constituição da identidade
envolve compreender o significado pessoal atribuído aos diferentes aspectos da vida e a
==b020f==

importância desses componentes psicológicos na construção da imagem de si mesmo.

Erik Erikson é uma referência importante nesses estudos. Ele propôs que a formação da
identidade ocorre ao longo da vida, através de pressões sociais e culturais que resultam em
conflitos e crises individuais. Em cada estágio de desenvolvimento, a pessoa precisa enfrentar
essas crises para estabelecer gradualmente o senso de identidade. Durante a adolescência, um
período tumultuado de confusão de papéis, os indivíduos integram e consolidam sua identidade
enquanto passam por mudanças físicas e psicológicas significativas. Nessa fase crítica, chamada
de "moratória" por Erikson, os elementos de toda a trajetória de vida são integrados,
fornecendo uma base para a consolidação da identidade nas etapas seguintes, de acordo com as
expectativas sociais. Durante a adolescência, os jovens experimentam diferentes papéis e
testam várias identidades para descobrir quem são e como se encaixam no mundo além de si
mesmos.

Embora esses estudos se baseiem em um paradigma que rotula a adolescência como um


período de confusão e turbulência, eles contribuem para a compreensão de que a construção da
identidade envolve autoconhecimento, experimentação e comprometimento com valores
pessoais, bem como expectativas e valores sociais.

Esses avanços, combinados com as mudanças sociais recentes e as demandas das


sociedades contemporâneas, indicam que a construção da identidade tem se estendido e se
configurado em processos cada vez mais longos, que podem ocorrer ao longo de toda a vida.
Jovens e jovens adultos estão cada vez mais considerando e experimentando questões

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relacionadas a planos profissionais, religiosos, políticos e amorosos, organizando-os de forma


complexa e com um maior leque de possibilidades.

Os projetos de vida de jovens brasileiros

Nesse capítulo, o autor destaca que os processos de construção dos projetos de vida são
influenciados por elementos cognitivos, emocionais, sociais, políticos, psíquicos e culturais. O
autor descreve uma pesquisa realizada com jovens brasileiros, onde foram identificadas seis
formas diferentes de organizar os projetos de vida:

1. projetos frágeis
2. projetos idealizados
3. projetos centrados na família e no trabalho
4. projetos centrados no trabalho
5. projetos com intenções altruístas
6. projetos centrados no consumo e na estabilidade financeira.

O autor utiliza a Teoria dos Modelos Organizadores do Pensamento (TMOP) para


analisar os dados da pesquisa, destacando a importância dos aspectos cognitivos, emocionais e
valorativos na formação dos projetos de vida. As entrevistas exploram temas como valores,
sentimentos, projeções futuras e pensamentos sobre os projetos de vida dos jovens.

A formação de bons professores para o trabalho com projetos de vida

Um dos principais desafios no Brasil e no mundo é atrair e manter o interesse dos


jovens pela carreira no magistério. Dados mostram baixo interesse dos jovens em cursos de
Pedagogia ou Licenciatura. Além disso, há um número excessivo de vagas abertas para formação
de professores em relação à demanda e alta taxa de evasão nos cursos. Baixos salários, falta de
reconhecimento social, violência e jornada estressante são alguns fatores que contribuem para
essa situação.
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Uma pesquisa recente com professores revelou que a maioria vê o trabalho como fonte de
remuneração, não valorizando a educação como algo central. Os cursos de formação reproduzem
modelos tradicionais expositivos, desconectados da realidade e das práticas de sala de aula,
dificultando o trabalho com projetos de vida dos alunos. Além disso, não enfatizam a formação
ética e sociopolítica dos docentes.

Esses problemas na formação de professores impactam negativamente o sistema


educacional brasileiro. É necessário repensar os currículos e práticas dos cursos, valorizar a
profissão e oferecer condições adequadas para os educadores desempenharem seu papel em
sala de aula. É preciso atrair os jovens para a carreira docente e formar professores capacitados
às demandas atuais da educação.

Para ser um bom professor, é necessário ser atualizado, ético e engajado. A excelência
implica conhecimento, metodologias ativas e papel de mediador do conhecimento. A ética
envolve virtudes como honestidade, rigor, equilíbrio, justiça e respeito. O engajamento e a
autorrealização no projeto de vida como docente também são essenciais.

Os "anéis de responsabilidade" propostos por Gardner orientam o trabalho pedagógico


em áreas como o eu, pessoas próximas, local de trabalho/estudo, campos profissionais e
sociedade. A formação do bom professor começa pelo autoconhecimento e se expande para as
relações com outros, o ambiente de trabalho, a educação em geral e a sociedade.

As metodologias ativas na formação de professores para o trabalho com projetos de vida

O texto apresenta experiências de desenvolvimento profissional para professores em São


Paulo, baseadas em princípios do bom professor e em novas abordagens pedagógicas. Essas
experiências foram realizadas na USP e na Univesp, com cursos semipresenciais. Os cursos
enfatizaram cinco pilares:

a) transmissão de conhecimentos relevantes,


b) uso de situações-problema,
c) interdisciplinaridade,

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d) trabalho colaborativo e cooperativo, e


e) princípios do aprender fazendo.

As videoaulas transmitiam conhecimentos, enquanto as situações-problema estimulavam a


criação de soluções para problemas reais. Os projetos integradores promoviam a
interdisciplinaridade, e o trabalho colaborativo visava fortalecer a aprendizagem social. A
abordagem do aprender fazendo aproximava os professores da realidade profissional.

Os projetos integradores eram o foco central do currículo e envolviam metodologias


como o design thinking e a cultura maker. O design thinking centrava-se no ser humano,
visando à inovação de produtos e serviços, enquanto a cultura maker enfatizava a aprendizagem
informal e a construção de artefatos. O objetivo era desenvolver protótipos ao longo do
processo, testando-os continuamente com os usuários até obter uma solução aplicável na
prática.

Fomentando projetos de vida na escola: algumas possibilidades

O texto destaca a importância da escola na construção dos projetos de vida dos


estudantes, ressaltando a necessidade de repensar o modelo tradicional de ensino. São
apresentadas possibilidades de intervenção pedagógica, como a implementação de um
currículo que promova valores, habilidades sociocognitivo-emocionais e a construção da
identidade moral.

O texto menciona um programa desenvolvido na Escola Pinheiro, em São Paulo, que


trabalha o autoconhecimento, tomada de decisão e resolução de conflitos dos estudantes,
visando a construção de projetos de vida alinhados com suas aspirações. O programa obteve
sucesso e a tese de doutorado que o descreve está disponível online na Universidade de São
Paulo.

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A aprendizagem baseada em problemas e por projetos: uma via para a construção de


projetos de vida éticos

O texto enfatiza a importância da escola adotar métodos ativos de aprendizagem


baseados em ética e cidadania para promover o desenvolvimento dos projetos de vida dos
estudantes. A aprendizagem baseada em problemas (ABP) é apresentada como uma
abordagem construtivista que envolve o aluno de forma ativa, contextualizada e motivadora. O
texto destaca que a ABP pode ser combinada com a abordagem por projetos, resultando na
aprendizagem baseada em problemas e por projetos (ABPP).

A ABPP envolve etapas como a formulação e análise do problema, construção de


hipóteses, produção de conhecimento integrado, aplicação do conhecimento e compartilhamento
das descobertas. O professor desempenha o papel de facilitador da aprendizagem, envolvendo-
se em todas as etapas do processo e criando um ambiente favorável ao trabalho em grupo e à
criatividade.

Os projetos de vida e a educação: reflexões finais

Em resumo, o livro aborda a importância dos projetos de vida na formação dos jovens
brasileiros e destaca reflexões relevantes para a prática educativa e o trabalho dos professores. É
ressaltada a valorização dos sentimentos e emoções dos jovens, assim como o papel das
relações interpessoais e a busca pelo bem-estar e felicidade na construção desses projetos.
Os valores éticos subjacentes aos projetos também são enfatizados, defendendo-se a
participação das instituições escolares nesse processo. O livro apresenta etapas para esse
desenvolvimento, como momentos de inspiração, referências pessoais, esforço e
comprometimento, e o desenvolvimento de habilidades e caráter. Além disso, destaca-se o papel
das metodologias ativas de aprendizagem na formação dos projetos de vida e na promoção de
valores coletivos, colaborativos e éticos. O objetivo geral é motivar os jovens a terem projetos de
vida significativos, que contribuam para sua formação moral e para a construção de um mundo
mais justo, solidário e feliz.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS
No decorrer da aula, pudemos conhecer melhor os autores do nosso edital. Pensando no
estudo ativo para a prova, recomendo que vocês busquem encontrar pontos em comum entre
esses autores e, também, que façam o exercício de ligar as ideias dessas obras com o que
estudamos de legislação e de currículo. Assim, você já fica também preparado para possíveis
temas nas discursivas.

Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entrem em contato conosco. Estou disponível no


fórum no Curso, por e-mail e, inclusive, pelo Instagram.

E-mail: mariana.paludeto@yahoo.com.br
Instagram: @mari.pedagoga

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QUESTÕES COMENTADAS

1. (2019 – INSTITUTO AOCP – IBGE – Analista Censitário – Ciências Sociais)

De acordo com o art. 2º do Decreto nº 4.887, de 20 de novembro de 2003, os quilombolas são


remanescentes das comunidades dos quilombos e são grupos étnico-raciais, segundo critérios de
autoatribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com
presunção de ancestralidade negra. Assinale a alternativa correta a respeito dos quilombolas.

a) Toda população negra pode se considerar quilombola.


b) Os grupos quilombolas precisam comprovar por documentos que descendem de escravos.
c) Hoje em dia, não existem mais quilombolas, em decorrência da ampla miscigenação da
população brasileira.
d) Quilombolas se confundem com os grupos indígenas e têm os mesmos direitos.
e) Comunidade quilombola remanescente é um conceito jurídico-político ancorado em
realidade específica desse agrupamento social.

Comentários:

Conforme vimos na obra “Narrativas Quilombolas”, o quilombo pode ser definido como grupo de
pessoas que possuem uma mesma ancestralidade, que compartilham de uma memória coletiva.
Geralmente, quilombo está ligado a terra e a um modo de vida sustentável e com características
culturais próprias.

Gabarito: alternativa (E)

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2. (2018 – NC UFLA - Técnico em Assuntos Educacionais)

Para Valente (2014), as tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC) proporcionaram


importantes mudanças na educação a distância, que, até o início dos anos 1980, era baseada no
material impresso produzido e enviado aos alunos. Com as tecnologias digitais foram criadas
diversas modalidades de ensino a distância, inclusive o ensino híbrido (blended learning).

Sobre o ensino híbrido no Ensino Superior, assinale a alternativa INCORRETA:

A) A integração das TDIC nas atividades da sala de aula tem proporcionado o que é
conhecido como ensino híbrido, sendo que a “sala de aula invertida” ou “flipped classroom”
é uma das modalidades que tem sido implantada no Ensino Superior.
B) No ensino híbrido, os conteúdos e as instruções devem ser elaborados especificamente
para a disciplina, de forma a se evitar o uso indiscriminado de qualquer material disponível
na internet e a garantir uma adequada supervisão do professor nos momentos presenciais,
com vistas a valorizar as interações interpessoais e a complementar às atividades on-line.
C) Sala de aula invertida é uma modalidade na qual os conteúdos são estudados on-line
durante as aulas; a sala de aula passa a ser o local para trabalhar os conteúdos
diretamente com a mediação do professor, realizando atividades práticas como resolução
de problemas e projetos, discussão em grupo, laboratórios etc.
D) O ensino híbrido caracteriza-se como um programa de educação formal que mescla
momentos em que o aluno estuda os conteúdos usando recursos on-line e outros em que o
estudo ocorre em uma sala de aula e o aluno pode interagir com outros alunos e com o
professor.

Comentários:

A sala de aula invertida, importante metodologia ativa que proporciona o Ensino Híbrido, é
quando o conteúdo é antecipado aos estudantes, geralmente por intermédio de recursos
tecnológicos e, ao vir presencialmente para a sala, o conteúdo é trabalhado com mais
profundidade, tirando dúvidas e colocando a mão na massa. Vamos para um exemplo?

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A professor de Geografia irá trabalhar com os estudantes o objeto do conhecimento


“Sistema Solar”. Então, ela pede que os estudantes assistam em casa um vídeo, que ela
disponibilizou no Google Classroom. Na próxima aula, partindo do princípio que o conteúdo já foi
apresentado aos estudantes através do vídeo, ao invés de fazer a exposição do tema, ela já
começa a aula dividindo os estudantes em grupos para que eles façam uma maquete
reproduzindo o sistema solar.

Como no caso do exemplo, o conteúdo foi antecipado, através de um recurso tecnológico,


e a sala de aula se torna lugar de aprofundamento, indo além da mera transmissão dos
conteúdos.

Gabarito: alternativa (C)

3. (2022 – FUNDATEC- Prefeitura de Foz do Iguaçu / PR – Professor de Educação Física)

O ensino híbrido está emergindo como uma inovação sustentada em relação à sala de aula
tradicional. Essa forma híbrida é uma tentativa de oferecer “o melhor de dois mundos”, isto é, as
vantagens da educação on-line combinadas com todos os benefícios da sala de aula tradicional.
Nesse sentido, quanto às vantagens desse modelo de ensino, analise as assertivas abaixo e
assinale a alternativa correta.

I. Mescla estratégias de ensino off-line com estratégias digitais.


II. Possibilita personalizar o ensino para atender melhor às necessidades de
aprendizagem dos estudantes.
III. Coloca o aluno como protagonista da sua aprendizagem.
IV. Transforma o papel do professor de transmissor para mediador do conhecimento.

a) Todas estão corretas.

B) Todas estão incorretas.

C) Apenas I está correta.


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D) Apenas I e II estão corretas.

E) Apenas III e IV estão corretas.

Comentários:

No Ensino Híbrido, que está profundamente ligado à metodologias ativas, podemos misturar
estratégias online com offline e conseguimos garantir o protagonismo e engajamento dos
estudantes. Além disso, o professor passa a atuar como um mediador e pode ter uma visão mais
individualizada do desempenho dos estudantes e em como ajudá-los a avançar.

Gabarito: alternativa (A)

4. (2023 – IBFC - SEC BA - Mediador)

Foi noticiado no site Jovem Pan News de 07/11/21: “MEC (Ministério da Educação) reconhece
que ensino híbrido já é realidade no Brasil”. Sobre o sistema híbrido de ensino, ensino remoto,
EaD e temas afins, analise as afirmativas a seguir e dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F).

( ) Com as novas metodologias de ensino, os alunos e professores precisam se adaptar aos


desafios tecnológicos e acesso à internet.

( ) O ensino híbrido é uma metodologia que mistura aulas presenciais e on-line.

( ) EaD ou ensino a distância é uma modalidade de estudo totalmente virtual.

( ) Ensino remoto é quando o aluno tem aulas de recuperação presencialmente, quando falta às
aulas.

( ) No ensino híbrido o aluno tem maior autonomia.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.

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a) V - F - F - V - V

B) V - V - V - F - F

C) V - V - F - F - V

D) F - F - V - F - F

E) V - F - V - F – V

Comentários:

Já conversamos bastante sobre esse modelo de ensino e é importante lembrarmos que o ensino
remoto não serve para aula de recuperação do ensino presencial.

Gabarito: alternativa (C)

5. (2022 – FCC - SEDU/ES - Professor Língua Portuguesa)

Projeto de Vida é, para o estudante, o caminho traçado entre “quem ele é” e “quem ele quer ser”,
partindo da apropriação da história de sua vida pessoal para projetar trajetórias sobre os próprios
desejos, por meio do exercício contínuo de autoconhecimento, de reflexão sobre sua própria
atuação no mundo, no mundo do trabalho, na família e na comunidade, construindo novas
perspectivas das dimensões pessoal, cidadã e profissional.

(Novo Ensino Médio Capixaba: plano de Implementação)

São objetivos das aulas do Projeto de Vida:

I. A construção e apropriação de conhecimentos e valores que permitam aos estudantes tomarem


decisões.

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II. O desenvolvimento da percepção dos estudantes sobre a importância dos estudos para
planejar o futuro.

III. A escolha de metodologias que ajudem os estudantes a elaborar seu Projeto de Vida de forma
clara e coerente.

IV. O vislumbre de diferentes cenários e possibilidades para a formação acadêmica e profissional


dos estudantes.

V. O desenvolvimento do senso de responsabilidade nos estudantes, para se prepararem para o


mercado de trabalho.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I, III e IV.

B) II e V.

C) II, III e IV.

D) I, III e V.

E) I, II e IV.

Comentários:

A afirmativa III está errada pois não é através de escolhas meramente metodológicas que o
estudante conseguirá se desenvolver com autonomia. Por sua vez, a afirmativa V está errada
porque foca no desenvolvimento para mercado de trabalho e essa é apenas uma das diversas
dimensões que devem ser abarcadas pelos Projetos de Vida dos estudantes.

Gabarito: alternativa (E)

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6. (2021 – FGV- PM/SP- Oficial)

As manifestações recentes contra o racismo estrutural no Brasil e no mundo reatualizaram os


princípios da declaração sobre a raça e os preconceitos raciais proclamada pela Conferência
Geral da UNESCO, em 1978.

Leia o trecho da Declaração a seguir.

Artigo 1º §1. Todos os seres humanos pertencem à mesma espécie e têm a mesma origem.
Nascem iguais em dignidade e direitos e todos são parte integrante da humanidade.

§2. Todos os indivíduos e os grupos têm o direito de serem diferentes, de se considerarem


diferentes e de serem vistos como tal. Contudo, a diversidade das formas de vida e o direito à
diferença não podem, em quaisquer circunstâncias, servir de pretexto para os preconceitos
raciais; não podem legitimar, de direito ou de fato, qualquer prática discriminatória, nem servir de
fundamento para a política do apartheid, que constitui a mais extrema forma do racismo.

§3. A identidade de origem não afeta de modo algum o fato de os seres humanos poderem viver
de forma diferente, nem prejudica a existência de diferenças baseadas na diversidade das
culturas, do meio ambiente e da história, nem o direito de manter a identidade cultural.

Com relação ao texto, é correto afirmar que

a) a capacidade racional humana é condicionada pelos progressos sociais de cada povo.

B) a diversidade dos modos de viver autoriza formas políticas de tratamento social hierárquico.

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C) a humanidade se diferencia culturalmente segundo as condições étnicas e genéticas de


origem.

D) a diferença entre as realizações históricas dos povos se explica por seu grau de evolução
cultural.

E) a inventividade cultural está ligada a conhecimentos e experiências próprios das diversas


sociedades.

Comentários:

Sabemos a importância, em especial para a escola, de trabalhar dentro de uma perspectiva de


valorização da diversidade e de respeito as diferenças o que, por si só, já nos permite identificar
que a única alternativa que pode estar correta para essa questão é a alternativa E.

Gabarito: alternativa (E)

7. (2021 – FCC – DPE/SC – Defensor Público)

O “racismo estrutural”, consoante Silvio Luiz de Almeida,

a) é produto de uma patologia social e de um desarranjo institucional, sendo um fenômeno


incontornável, revelando-se inúteis as ações e políticas institucionais antirracistas.

B) é resultante da produção de padrões de comportamento e conduta de instituições


hegemonizadas por determinados grupos raciais que impõem seus interesses políticos e
econômicos ao restante da sociedade.

C) decorre unicamente de indivíduos e grupos estruturalmente racistas.

D) é uma decorrência da forma com que se constituem as relações sociais, de modo que o direito
faz parte da mesma estrutura social que o reproduz enquanto prática política e como ideologia.

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E) é uma manifestação irracional do Estado moderno, que funciona norteado pela impessoalidade
e pela técnica, de maneira que o direito é o melhor instrumento para combatê-lo, seja punindo
criminal e civilmente os racistas, seja estruturando políticas públicas de promoção de igualdade.

Comentários:

Quando Silvio Almeida em seu livro “Racismo Estrutural” apresenta para nós essa teoria de como
o racismo se constitui, ele defende a perspectiva de que o racismo é uma decorrência da forma
como construímos as relações sociais. Portanto, a alternativa correta da nossa questão é a letra
D.

Gabarito: alternativa (D)

8. (2023 – FUNDATEC – Prefeitura de São João da Urtiga / RS - Professor Língua


Portuguesa)

Pode-se identificar como um dos objetivos da sala de aula invertida:

A) Dar ao professor o status de mediador do conhecimento em sala de aula.


B) Padronizar e planificar as aulas dos professores para as suas respectivas turmas.
C) Fragmentar o currículo escolar.
D) Centralizar a atenção da aula na apresentação oral do professor.
E) Diminuir o grau de interação entre professores e estudantes.

Comentários:

OPJIWDPQWJDIQWDJIPQDJ:

Gabarito: alternativa (A)

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