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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

JANY GUEDES DA ROCHA PILAR

A INCLUSÃO ESCOLAR DO EDUCANDO COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA

ATALANTA, SC
2023
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

JANY GUEDES DA ROCHA PILAR

A INCLUSÃO ESCOLAR DO EDUCANDO COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA

Trabalho de conclusão de curso


apresentado como requisito parcial à
obtenção do título 2° Licenciatura
Educação Especial.

ATALANTA, SC
2023
Trabalho de conclusão de curso
apresentado como requisito parcial à
obtenção do título de NOME DO CURSO.
A INCLUSÃO ESCOLAR DO EDUCANDO COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA

Autor1, JANY GUEDES DA ROCHA PILAR

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo
foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou
integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por
mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos
direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).

RESUMO

Este estudo investiga o processo de Inclusão do aluno surdo na escola comum. Falar de inclusão
significa dizer que esse assunto nos traz muitas inquietações e essas inquietações aumentam quando o
assunto é incluir o indivíduo surdo na escola. A inclusão escolar de pessoas com deficiências tem sido
um grande desafio, isso nos remete à ideia de que a escola inclusiva deve se adequar a todos os alunos,
qualquer que seja sua condição: física, social, emocional, linguística ou de outro tipo. As questões da
educação inclusiva no Brasil têm levantado várias discussões sobre a inclusão de crianças com
deficiência auditiva, indicando a importância do uso da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), na inclusão
escolar do aluno surdo, destacando a necessidade da formação adequada para o professor e da
presença do professor/ intérprete na sala de aula comum. Atualmente a educação do aluno surdo tem
sido muito discutida, já que a educação especial assume a cada ano importância maior, dentro da
perspectiva de atender às crescentes exigências de uma sociedade em processo de renovação.

PALAVRAS-CHAVE: Inclusão Escolar. Surdo. Libras

1- INTRODUÇÃO
Este artigo apresenta o tema “A inclusão escolar do educando com deficiência
auditiva” e tem como finalidade apontar a importância do processo de inclusão, bem
como entender como está sendo desenvolvido o trabalho escolar com alunos surdos. A
inclusão de alunos surdos nas escolas regulares da rede pública de educação ainda é
um grande desafio.
Várias são as polêmicas existentes acerca da inclusão da criança com
deficiência no ensino regular, sobretudo quando falamos da deficiência auditiva. Essa

1
Janypilar1@hotmail.com
dificuldade ou impossibilidade de perceber através da via auditiva os sons da fala
provocou e ainda provoca inúmeras discussões no campo educacional.
O objetivo é pesquisar o sentido da inclusão de alunos com necessidades
especiais (Deficiência Auditiva), tornando-o compreensível, aos que se interessam pela
educação como um direito de todos, sem discriminação e que precisa ser respeitado,
salientando a importância de uma inclusão de qualidade.
Tendo como objetivos específicos: a) Compreender o que é inclusão; b)
Identificar a importância de LIBRAS e do professor intérprete na escola regular. c)
Investigar as dificuldades encontradas pela escola no processo de inclusão dos alunos
com Deficiência Auditiva.
Justifica-se esse trabalho na busca de comprovação sobre inclusão de alunos
com necessidades especiais, os processos de produção e apropriação de
conhecimentos acontecem na troca de experiências compartilhadas e na socialização
do saber. Portanto, tornam-se relevante os estudos sobre os processos relacionados à
educação de indivíduos surdos, as formas de comunicação que utilizam para acessar
ao mundo que o cerca, sua identidade cultural e linguagem utilizada.
A questão da Educação Inclusiva exige uma proposta de mudanças de visão
institucional, essas mudanças não se restringem apenas a uma modificação da
acessibilidade e diminuição de barreiras e preconceitos, pois estes são o mais visíveis,
mas exige que se faça uma tentativa transformadora de construir um sistema que
respeite as diferenças sem, contudo promover ou desejar uma padronização (ou
normalização) dos alunos.
Até que ponto realmente acontece à inclusão nas escolas? Na inclusão do aluno
surdo, qual a importância de LIBRAS e do professor intérprete na escola regular? A
escola está preparada para trabalhar com alunos que necessitam de atenção especial?
Neste trabalho buscar-se-á responder a esses questionamentos.
Para discutir sobre esse tema, recorremos à pesquisa de referência bibliográfica,
buscando informações em obras de autores renomados como Ana Paula Santana,
Peter Mitter, Vygotsky e vários outros que serão citados ao longo da pesquisa.
O estudo será realizado em parágrafo único, iniciando com a introdução,
trazendo os objetivos, a justificativa, a situação problema e os questionamentos. Em
seguida a fundamentação teórica, com o conceito de Educação Inclusiva e Educação
Especial, e a sua importância na vida do educando surdo; identificando quem é o
portador de deficiência auditiva; destacando a importância do uso da Língua Brasileira
de Sinais (LIBRAS); levando em consideração a importância da formação docente dos
Professores que atuam com alunos surdos e identificando o papel da família na
educação das crianças com deficiência auditiva. Após a fundamentação teórica
descreve-se de forma clara as considerações finais, analisando e identificando os
fatores que influem no processo de inclusão de crianças com deficiência auditiva.

2 CONCEITO DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA: REFLEXÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO

A inclusão deve prever a colocação de crianças com deficiência no sistema


regular de ensino, desde o início da sua vida escolar, com o compromisso de oferecer a
ela condições de desenvolvimento acadêmico e social. A inclusão insere todos os
alunos em salas de aula comuns, garante o acesso, a permanência e a efetiva
participação em prol da educação para a diversidade, considerando as necessidades
de todos os alunos.

A inclusão do aluno com surdez deve acontecer desde a educação infantil até a
educação superior, garantindo-lhe, desde cedo, utilizar os recursos de que
necessita para superar as barreiras no processo educacional e usufruir seus
direitos escolares, exercendo sua cidadania, de acordo com os princípios
constitucionais do nosso país. (Damázio, 2007).

A exclusão acontece quando separamos os alunos com necessidades especiais,


quando trabalhamos à parte, quando não consideramos a educação para a diversidade
e limitamos a participação do aluno. A exclusão pode acontecer em qualquer esfera da
sociedade.
Por muito tempo as pessoas com necessidades especiais foram segregadas,
isso acontece quando as crianças são isoladas e separadas por grupos, em instituições
de atendimento especializado, não frequentam a escola comum e não interagem com
diversidade.
A inclusão surge, então, para romper o paradigma educacional existente,
rompendo com a estrutura curricular fechada e com a homogeneidade na escola. Os
antigos paradigmas começam a ser repensados por uma nova visão educacional.
Depois de tantos anos de isolamento e segregação, as pessoas com necessidades
especiais começam em passos lentos a ser reconhecidas como cidadãs e aceitas na
escola comum.
A escola, enquanto instituição com função social por excelência necessita
adequar seus espaços para este trabalho, uma vez que tem em seus deveres
necessários, a formação de pessoas para a vida. Sendo, então, como em todo o
processo educacional, um cenário fundamental na construção de políticas inclusivas.
As Instituições de Ensino Regular têm um papel importante na vida de um
portador de necessidades especiais, uma vez que se este cidadão for somente exposto
a um reduto com estudantes de iguais necessidades, sua vida tornar-se-á por demais
limitada. Vejamos como se posiciona Beyer, a respeito do assunto:

A grande dificuldade que encontramos nas escolas especiais deve-se à


limitação no horizonte social das crianças com necessidades especiais.
Enquanto estas precisariam da convivência com crianças com condições
cognitivas e sócias afetivas diferenciadas das suas, veem-se, através das
situações pedagógicas e sociais correspondentes, atreladas a um modelo
limitado de interação. (BEYER, 2006).

O processo de implantação de propostas de educação inclusiva no contexto da


educação brasileira tem sido propulsor de debates que dão ênfase à necessidade de
mudanças significativas na prática educativa. Tais mudanças exigem que nos
debrucemos entre outros temas, sobre a relação entre os saberes da educação e da
educação especial, além de considerar capacitações da função docente e os processos
de transformações que envolvem os sistemas de ensino.
Há, portanto, o encaminhamento de mudanças no âmbito educacional, gerando
necessidades, inéditas que exigem forte comprometimento, por parte dos profissionais
da educação, com as bases de uma educação que possa ter como referência todos os
alunos.
Dos educadores são exigidas capacidades para inovações profissionais, com
criatividade e adequações qualitativamente diferenciadas quanto ao “saber” e ao
“saber-fazer” docente. A expectativa é que possamos ativar a mobilização pessoal, a
produção de sentidos, de novas relações que gerem processos coletivos de busca de
novas respostas.
Considerando Freire em Saberes Necessários à Prática Educativa, “Ninguém
educa ninguém. Ninguém se educa sozinho. Os homens educam-se entre si,
mediatizados pelo mundo. (Pedagogia da Autonomia, p. 26)”, este mundo, onde nos
encontramos é formado pelas mais diferentes realidades, principalmente quando se
trata do quesito deficiência física ou neurológica, o que necessita também da formação
de profissionais capacitados para as referidas funções.
A maioria das escolas brasileiras apresenta seus espaços físicos inadequados
aos portadores de necessidades especiais, sobretudo no aspecto de como tornar o
ambiente escolar, acessível a estes estudantes. As diferenças neurológicas são
consideradas por muitos trabalhadores em educação, como algo anormal, e que deve
estar fora da escola, dita tradicional.
Vejamos um dos itens da declaração de Salamanca sobre Educação Especial:

Reafirma-se o direito de todas as pessoas à Educação, conforme Declaração


Universal dos Direitos humanos, de 1948, e renova-se o empenho da
comunidade mundial, na Conferencia Mundial, sobre Educação para todos, de
1990, de garantir esse direito a todos, independente de suas diferenças
particulares. (DECLARAÇÃO DE SALAMANCA, 1994)

A escola não é a única responsável pela inclusão, mas a principal incentivadora


e promotora de suas iniciativas, retornando ao enfoque de que sua função é formar,
informar e preparar pessoas para a vida coletiva. Por esta razão, os alunos não podem
ser considerados incluídos, até que não adquiram atitudes necessárias para participar
na sociedade e até que as diferenças entre suas atitudes e das pessoas com quem
convivem sejam consideradas aceitas socialmente.
A educação inclusiva não deve ser focalizada como um sistema educacional
voltada para as pessoas com deficiência, mas deve abranger todos os envolvidos no
processo escolar. Todos os seres humanos, independente das suas condições e
potenciais, têm o direito às mesmas oportunidades de inserção e inclusão.
O conceito de inclusão deve ser constantemente revisto, não somente na esfera
escolar, mas também em todas as instituições e relações sociais, porque apesar da
escola ser o principal espaço onde esta é promovida, diariamente é que ela irá ou não
acontecer. É necessário oferecer às crianças com deficiência as mesmas condições e
oportunidades sociais e educacionais acessíveis às outras crianças, respeitando-se as
características especificas de cada um.
A escola inclusiva é aquela que garante a qualidade de ensino educacional a
cada um de seus alunos, reconhecendo e respeitando a diversidade e respondendo a
cada um de acordo com suas potencialidades e necessidades independente de etnia,
sexo, deficiência, condição social ou qualquer outra condição.

A escola inclusiva parte do pressuposto de que todas as crianças podem


aprender e fazer parte da vida escolar e social. A diversidade é valorizada,
acreditando que as diferenças fortalecem a turma e oferecem a todos os
envolvidos maiores oportunidades para aprendizagem. (Silveira, 2011, p.23).

Podemos dizer que a história da Educação Inclusiva se iniciou com a Declaração


dos Direitos Humanos em 1948, apontando a “igualdade de direitos”, no entanto
durante toda sua trajetória a educação inclusiva recebeu várias nomenclaturas
diferentes. De forma objetiva apontaremos as diferenças entre cada uma delas.

 Educação Inclusiva: trata-se da inclusão de alunos com necessidades especiais


em escolas comuns.

 Integração: A integração insere o aluno no contexto escolar, porém não garante


a inclusão deste aluno. O aluno é integrado no sistema escolar, mas não participa como
sujeito ativo em meio a uma educação para a diversidade, trata-se do “especial na
educação”.

 Educação Especial: Trata-se do atendimento em instituições especializadas.

3 A LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS – LIBRAS

O reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais - Libras aconteceu em abril de


2002, e em sua recente regulamentação, conforme o decreto nº 5.626, de 22 de
dezembro de 2005, legitimam a atuação e a formação profissional de tradutores e
intérpretes de Libras e Língua Portuguesa. Para se comunicarem através desta língua,
os sinais são utilizados a partir de combinações, expressões e movimentos.
Mas qual é a importância desta língua que muitos não conhecem e nem sabem
de sua existência? Podemos dizer que a importância de LIBRAS está no fato dela ser a
garantia da comunicação entre surdos com surdos e ouvintes, ou seja, diante desse
contexto, podemos afirmar que a LIBRAS é a chave para a felicidade, é a inserção do
surdo no âmbito social, pois só ela pode dar ao sujeito surdo o direito de ser surdo, de
se comunicar em sua língua natural, exercendo assim, a sua identidade.
A Língua de Sinais serve para estruturar as diferentes formas de níveis
linguísticos. E apresenta-se em três grupos:

 CONFIGURAÇÃO DAS MÃOS: Se apresenta através da forma que a mão toma


ao se realizar o sinal ou a letra do alfabeto manual. Algumas letras são usadas
várias vezes para determinar uma mesma palavra, porém se diferencia pelo
ponto em que é expresso no corpo.

 PONTO DE ARTICULAÇÃO: Este é identificado através do local onde ocorre o


sinal, sendo que este poderá ou não tocar em alguma parte do corpo da pessoa
que o está realizando.

 MOVIMENTO: Dependendo do sinal que se realiza, ele exige movimento ou não,


dependendo do que ele representa. O movimento pode representar intensidade,
e também pode apresentar noção de pluralidade.
Os sinais surgem a partir de uma combinação de configurações de mãos,
movimentos e de pontos de articulação, constituindo assim o sistema linguístico da
língua de sinais, possibilitando a transmissão de ideias, valores, identidade. Para nos
comunicarmos em libras, não basta apenas conhecermos os sinais, é necessário que
identifiquemos a sua gramática para combinar frases e assim estabelecermos uma
verdadeira comunicação.
A partir do momento em que se compreende que Libras é a língua materna dos
surdos, a escola por sua vez deve reconhecer e utilizá-la como meio instrucional no
processo de ensino e aprendizagem, fazendo uso de materiais didáticos e métodos
específicos que venham a atender as necessidades educacionais dos surdos.
A língua de sinais deve estar presente no ambiente escolar assim como as
outras disciplinas, com o objetivo de promover e propiciar a professores e alunos o
conhecimento dessa língua, para que assim o aluno surdo se socialize no meio onde
está, seja realmente incluído e aprenda como os demais, sem LIBRAS como o surdo
poderá se expressar? Como lutar por seus direitos de cidadão e por sua dignidade
como pessoa surda?

5 A PREPARAÇÃO DOS PROFESSORES PARA ATENDER OS ALUNOS


COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA

Ensinar é comprometer-se com o outro e a inclusão escolar desafia uma


mudança de atitude diante deste outro, que não é mais um indivíduo qualquer, mas,
sim. Alguém que é essencial para a construção da sociedade que queremos formar.
Para se incluir crianças com deficiência no ensino regular, deve-se pensar em
uma preparação para os profissionais que irão estar envolvidos nesse processo,
principalmente o educador que irá contatar diretamente com essas crianças.
O professor é o principal elo da escolarização do aluno surdo e é responsável
pela sua alfabetização, a respeito da alfabetização da criança surda, cabe ao professor
de maneira lúdica criar um ambiente propício ao aprendizado, a fim de desenvolver as
competências que pretende que as crianças desenvolvam.
Quando um professor recebe em sua classe um aluno surdo é frequente que sua
primeira reação seja pensar: Como vou falar com esse aluno? Não sou especialista!
Como posso assisti-lo? Não se pode “jogar” a criança surda em uma escola comum,
alegando a necessidade de “inseri-la” na escola regular, isso corresponderia a ignorar
sua necessidade.
O fato é que existem poucos professores habilitados para trabalhar com alunos
surdos nas escolas, à língua de sinais é pouco conhecida pelos profissionais da
educação básica, e neste caso a inclusão do aluno surdo não acontece, apesar da
proposta da inclusão ser maravilhosa no papel, ainda estamos bem distantes do que
realmente seria a inclusão.
O que se pode observar é que não ocorreu a formação do professor para receber
o aluno surdo na sala de aula, e que esses profissionais estão despreparados e
apavorados com a situação e sem saber o que fazer, pois não dominam a LIBRAS.
Ao educador cabe o papel de tornar o aluno especial ou não, capaz de estar em
controle de seu próprio desenvolvimento.
Vejamos que orientações apresenta a publicação do MEC, Ministério de
Educação e Cultura, sobre este assunto, no caderno Saberes e Práticas da Inclusão,
ed. 2006, “Como qualquer outro aluno, o professor deverá estar atento ao processo de
ensino e aprendizagem, para identificar as necessidades peculiares do aluno com
deficiência. (p.30)”. Trata-se então da agilização do trabalho do professor, que deverá
conhecer as possibilidades e as limitações de seu público-alvo, que é o estudante com
necessidades educativas especiais.
Voltando aos pressupostos da Lei de Diretrizes e bases da Educação Brasileira,
promulgada em 1996, orienta que os estudantes portadores de necessidades
educativas especiais devem estar inseridos em classes comuns do sistema regular de
ensino. Esta possibilidade de trabalho abala bastante o sistema escolar tradicional, uma
vez que o mesmo não tem suporte físico e recursos humanos capacitados para atender
esta demanda.
A preocupação em se promover e tornar o Ensino Regular sem exclusões está
em grande parte no setor de coordenação pedagógica das escolas, onde a atuação dos
profissionais da educação é programada e avaliada. Sendo o professor em sala de aula
o executor dos planejamentos, torna-se necessário que o mesmo seja assessorado
pelos mais variados recursos bibliográficos, uma vez que a formação constante é
essencial para ser realizado um bom trabalho.
Como a Educação Especial abrange indivíduos com limites de aprendizagem e
superdotados, pode-se concluir que todo planejamento envolve uma vigorosa pesquisa
e busca constante por metodologias que considerem esta realidade educacional, e dela
consiga-se extrair resultados condizentes com a função da instituição escola.
Há uma vasta bibliografia que pode se computada, tanto de obras publicadas,
como artigos divulgados em revistas de órgão público que se propõe à defesa dos
portadores de Necessidades Especiais. O pesquisador britânico AINSCOW é um dos
maiores defensores dessa modalidade educacional em todo o mundo, já em termos de
Brasil, a Revista Inclusão, do Ministério de Educação e Cultura propõe uma série de
artigos e entrevistas com especialistas sobre o tema. É fundamental destacar também o
trabalho das APAES (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais).
Na realização do trabalho de Educação Inclusiva, vê-se a atuação do profissional
da educação, que necessita de formação constante e do auxílio de pesquisa
atualizadas, a fim de adquirir suporte para realizar um trabalho eficiente.
Nesse contexto, o diálogo e a troca de experiências constantes, entre os
docentes envolvidos faz da comunhão de metodologias uma necessidade constante.
Dessa forma, entende-se que, como em todas as práticas pedagógicas, as
atividades propostas durante as aulas devem estar totalmente ligadas às pesquisas
realizadas. Observa-se também que quaisquer limitações referentes ao Plano
Pedagógico, dizem respeito a todos os envolvidos nos afazeres pedagógicos, como
podemos verificar na manifestação de um dos principais defensores e promotores da
inclusão em todo o mundo: “A educação inclusiva vai muito além de atender ao alunado
com necessidades educacionais e especiais, uma vez que supõe a melhoria das
práticas educativas para todos os alunos e para o conjunto da escola”. (AINSCOW,
1998).
O professor deve sempre retomar sua função, de busca e pesquisa para
melhorar a aplicação de suas metodologias. Estas serão a principal alavanca
propulsora das ações que promoverão a Educação Inclusiva.

6 O PAPEL DA FAMÍLIA NA INCLUSÃO ESCOLAR DO EDUCANDO COM


DEFICIÊNCIA AUDITIVA
De que forma se promove a inclusão? Que métodos adotar para envolver
familiares destes educandos? A inclusão não é somente para os alunos com
deficiência, mas para todos os alunos, educadores, pais e membros da comunidade.
A escola é um espaço de formação, é desta instituição que devem partir os
principais referenciais para os comportamentos saudáveis que se possa adotar na vida
coletiva. Assim, cabe aos educadores e profissionais envolvidos com a educação
promoverem e articularem as relações com os portadores das necessidades educativas
especiais no meio em que vivem. Famílias, associações, escola, comunidades, todos
podem e necessitam realizar atividades que integrem estes estudantes.
A família através dos tempos vem se transformando ao acompanhar as
mudanças religiosas, econômicas e socioculturais do contexto em que se encontram
inseridas. No caso de família de uma criança com necessidades educacionais
especiais o comprometimento com o bem-estar deve ser redobrado, pois além da
responsabilidade comum que os familiares devem ter com a criança, esses precisam
estar atentos a tudo que acontece em torno dele, estimulando-o a superar dificuldades,
vencer barreiras em prol de sua educação. Criar uma criança com necessidades
educacionais especiais traz desafios únicos, primeiro para os pais e, posteriormente, à
escola/sociedade.
É inquestionável, insubstituível e determinante o papel da família na educação
dos seus filhos. Em outras palavras, o desenvolvimento da personalidade das crianças
deve-se às orientações que recebem em primeiro lugar da família. Dela receberão
orientações sobre ordem, regras, o que contribuirá à formação de homens livres e
responsáveis, e com sentido de fraternidade e de participação solidária, aceitando-os,
no permanente processo de inclusão na sociedade. A falta de apoio familiar deixa-os
sem apoio para as suas referências e órfãos, sem defesas perante as pressões
culturais exteriores, desprovidos de horizontes e esvaziados de sentido pessoal de vida.
As evidências mostram ser a família quem oferece o melhor quadro emocional e
moral para uma criança adquirir esse padrão de referência original. Claro que não é a
família sozinha que sustenta esse padrão original e muito menos os conhecimentos e
competência exigida pela sociedade moderna. Quando a família aceita e ajuda a
criança surda na construção de sua aprendizagem, melhor ele será recebido na escola
e, consequentemente, em sociedade.
Esta comunhão entre família e escola só poderá funcionar bem, se ambos
partilharem a responsabilidade sobre a educação a dar a criança surda. O primeiro
passo é repartir responsabilidades entres pais e escola no que se refere a cooperar
mutuamente na educação.
De modo geral, admite-se a família da criança com necessidades educacionais
especiais como desempenhando papel importante durante o processo de inclusão,
porém, percebe-se que as escolas não têm um programa de atendimento específico
que auxilie as famílias na resolução dos diversos conflitos decorrentes de possuir um
membro com necessidades educacionais especiais. Diante dessa constatação, torna-se
essencial que o profissional que atua com crianças com essas necessidades qualifique-
se para o trabalho de orientação e apoio à família.
Encontra-se no Estatuto da Criança e do Adolescente, que prevê como dever da
família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar, com absoluta
prioridade, a efetivação dos direitos à vida, à saúde, à educação (Art. 4º). Ao analisar
esse artigo do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) vê-se que a família
necessita buscar esclarecimento para oferecer uma estimulação precoce à criança com
deficiência auditiva, no qual poderá desenvolver melhor suas capacidades.

CONCLUSÃO

Pode-se dizer que a importância desse artigo é nos fazer voltar no tempo e
perceber que os surdos não podem mais ser expostos a situações de exclusão, como
eram naquela época, quando o surdo era obrigado a ficar na sala de aula observando
só o movimento da boca de seus professores e colegas sem entender nada dos
conteúdos ensinados.
Há muito que ajustar para que a inclusão do aluno surdo aconteça de maneira
eficaz, fazendo-se necessário uma série de adaptações nos espaços escolares, para
que os mesmos possam ser atendidos em suas especificidades.
Por meio de nossas pesquisas podemos afirmar que ainda há muitos
questionamentos que permeiam a discussão da inclusão do aluno surdo na escola
comum. A aprendizagem de LIBRAS e a presença do professor intérprete pode iniciar
uma nova mentalidade nas escolas e nos seus profissionais, proporcionando a real
aprendizagem para o educando surdo.
A questão da inclusão implica em um compromisso que se assume de educar a
todas as crianças, valorizando a pedagogia da diversidade. Diante desse compromisso,
aparece no contexto da educação inclusiva para o surdo a presença do professor
intérprete, que como conhecedor da língua brasileira de sinais irá conduzir e inserir
esse indivíduo no contexto social promovendo sua real inclusão, mediando esse
processo. A presença de um mediador se faz necessária para que de fato ocorra à
aprendizagem, e nesse caso o professor intérprete é o indicado para atuar com o aluno
surdo sendo seu mediador.
Busca-se por um êxito na educação do indivíduo surdo e sua inclusão. Apesar
dos grandes desafios é possível se fazer a inclusão de crianças surdas em turmas
regulares com sucesso. A questão é de como essa inclusão precisa ser feita. Para
mudar a realidade e o histórico de fracasso na vida escolar do aluno surdo, não basta
só adaptar currículos, ou salas, mas é preciso acima de tudo, olhar para o sujeito surdo
e respeitá-lo com a sua diferença e não deficiência, sabendo que nesse processo de
ensino aprendizagem o sucesso depende também do respeito.
Mais do que mudar o currículo e adaptar os espaços físicos é preciso, acima de
tudo, ter afeto, cativar, pois a criança surda quando chega à escola, não tem segurança
e não sabe o que está fazendo ali. Os surdos, independentes de suas condições físicas
sensoriais, cognitivas ou emocionais, são crianças e têm as mesmas necessidades
básicas, como, afeto, proteção, e cuidado, possuindo os mesmos desejos e
sentimentos, como conviver, interagir, aprender, brincar, e se tornarem acima de tudo
felizes.
Os direitos de cada cidadão devem ser respeitados possuindo deficiência ou
não, na perspectiva da educação inclusiva é necessário fazer com que a escola esteja
aberta para todo e qualquer aluno, criando condições adequadas de aprendizagem.
Notamos que ao longo de toda a história da comunidade surda e de outras
deficiências eles têm lutado para que seus direitos sejam respeitados, mas como
muitos outros cidadãos, muitas vezes esses tão sonhados direitos não têm saído do
papel.
Podemos também afirmar que é através da educação que conseguiremos lutar
contra toda a discriminação e desigualdades, sabendo que a educação sempre será o
maior instrumento para enfrentar a exclusão. Entendemos que a sociedade tem na
educação um aliado para enfrentar esses processos de exclusão social, permitindo ao
indivíduo surdo, deficiente físico, idoso, pobre, criança ou rico, ampliar os seus valores
democráticos.
Percebemos após as análises desses estudos que as alternativas para que as
escolas possam promover a inclusão do aluno surdo nas escolas comuns são:
promover a capacitação de profissionais para atuarem como intérpretes e tradutores na
sala de aula; reconhecer como meio legal de comunicação e expressão a Língua
Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de expressão a ela associados; preparar
currículos para contemplar o aluno surdo e adaptar as atividades e avaliações em
respeito a sua singularidade.
Portanto, inferimos que os estudos aqui analisados nos fazem entender que é de
extrema importância que os alunos surdos sejam incluídos na escola comum. Mas
ainda há muito que fazer para cumprir as leis que garantam meios para que esses
alunos tenham condições favoráveis para aprendizagem de sua língua, reconhecendo
que a comunicação é, sem dúvida, o elo da vida do indivíduo em todas as suas
manifestações como ser social. Incluir e garantir uma educação de qualidade para
todos os alunos é uma questão de justiça social.

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