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FACULDADE NOVA IMIGRANTE - FAVENI

SANDRA APARECIDA DE ABREU

A EDUCAÇÃO ESPECIAL: UMA APROXIMAÇÃO DO TEMA

BARRA DO TURVO - SP
2022
FACULDADE NOVA IMIGRANTE - FAVENI

SANDRA APARECIDA DE ABREU

A EDUCAÇÃO ESPECIAL: UMA APROXIMAÇÃO DO TEMA

Trabalho de conclusão de curso


apresentado como requisito
parcial à obtenção do título
especialista em EDUCAÇÃO
ESPECIAL.

BARRA DO TURVO - SP
2022
A EDUCAÇÃO ESPECIAL: UMA APROXIMAÇÃO DO TEMA

Sandra Aparecida de Abreu1

Declaro que sou autor (a) ¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o
mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial
ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por
mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos
direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços). “

RESUMO- Este trabalho de conclusão de curso, tem como objetivo geral, apresentar de modo resumido,
através de pesquisas bibliográficas e estudo de textos, legislações, videoaulas, um pouco da história da
educação especial no Brasil. Além disso, apresentarei um pouco do contexto histórico da educação
especial no Brasil, mostrando também as barreiras que encontramos ao trabalharmos em salas regulares
de ensino com os alunos com algum tipo de deficiência. Será apresentado também, a definição de
deficiências segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), logo após, será mostrada as
classificações dos tipos de deficiências. Sabemos que existem políticas públicas voltadas para o
atendimento desse público, todavia, é necessário que haja um maior interesse da população ao
trabalharmos esse assunto.

PALAVRAS-CHAVE: Educação, Inclusão, Barreiras.

1
sandraabreu123@outlook.com
1. INTRODUÇÃO

Sabemos que a educação, sempre foi e será, um tema muito importante e que
sempre gera diversos questionamentos e dúvidas independente de qual for o assunto.
Com a educação especial não é diferente, no ensino regular já possuímos algumas
dificuldades, mesmo assim, buscamos por metodologias que auxiliem no alcance das
metas desejadas. Acontece que, com a educação especial, ainda existem diversos
pontos que precisam de uma atenção maior, por mais que atualmente já existam
políticas públicas que busquem colocar em prática direito de todos os alunos, é
necessário que nos atentemos aos que necessitam de um atendimento especial.
Sabemos que por mais que a escola deva ser um ambiente inclusivo, que receba
todos indivíduos independente de suas particularidades, dificilmente vemos isso sendo
aplicado em prática.
Sendo assim, este trabalho busca apresentar, de modo breve, um pouco do
contexto histórico da educação especial no Brasil, mostrando as barreiras que
encontramos em nosso ensino.
1 A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

2.1. A educação especial no Brasil

O conceito de educação acessível a todos, é fundamentado na Declaração


Universal dos Direitos Humanos em 1948. Onde vemos ver que a educação é um meio
de transformação social, e a educação inclusiva, pressupõe, a necessidade da
valorização da diversidade e do acesso a instituição escolar para os cidadãos
marginalizados socialmente. Após séculos da segregação das pessoas deficientes, que
não possuíam direito à escolarização, desenrolou-se um debate a respeito de uma
educação equitativa no Brasil. Para que isso fosse possível, fez-se necessária políticas
públicas que ampare os direitos humanos de todos os cidadãos.
Porém, a escola, historicamente, se caracterizou pela visão de educação que
delimita a escolarização, como privilégio de um grupo, uma exclusão que foi legitimada
nas políticas e práticas educacionais reprodutoras da ordem social. A partir do processo
de democratização da escola, evidencia-se o paradoxo inclusão/exclusão quando os
sistemas de ensino, universalizam o acesso, mas continuam excluindo indivíduos e
grupos considerados, fora dos padrões homogeneizadores da escola.

2.2. Os paradigmas enfrentados pela educação inclusiva

As classes especiais por si só já excluem o indivíduo, colocando-o na categoria


de incorrigível. Qualquer criança que não se enquadre nesse sistema, é separado dos
demais, e encaminhados para as classes especiais onde os "desajustados" serão
tratados por profissionais. Dessa forma o sistema considera que está combatendo a
desigualdade na escola, promovendo a inclusão.
Como uma laranja podre que não pode ser aproveitada e, portanto, precisa ser
retirada para não estragar as demais laranjas.
Na gestão de ensino atual, julgam ser mais fácil e colocar o aluno com
necessidades educativas especiais numa sala à parte dos demais, do que se moldar,
se profissionalizar para atendê-lo.

2.3. Integração escolar x inclusão escolar

Integração é a segregação dos alunos com necessidades educacionais


especiais em salas separadas, e para a inserção em sala regular depende do nível de
capacidade do aluno em se adaptar ao sistema de ensino. Muitas vezes, o que
presenciamos nas instituições escolares é a integração e não a inclusão segundo a
qual todos os alunos, de forma completa e sistemática, frequentem as salas de aulas
sem subdivisão entre os alunos com deficiência e alunos sem deficiência.
De modo similar à separação dos alunos em turmas ou escolas distintas, o
ensino curricular de nossas escolas, organizado em disciplinas, isola, separa os
conhecimentos, em vez de reconhecer suas inter-relações:

[...] integração escolar, cuja metáfora é o sistema de


cascata, é uma forma condicional de inserção em que vai depender
do aluno, ou seja, do nível de sua capacidade de adaptação às
opções do sistema escolar, a sua integração, seja em uma sala
regular, uma classe especial, ou mesmo em instituições
especializadas. Trata-se de uma alternativa em que tudo se
mantém, nada se questiona do esquema em vigor”. (MANTOAN,
1997, p. 8)

Já a inclusão é o método que visa não deixar ninguém fora do ensino regular
desde o começo da sua vida escolar, através de atividades comuns embora adaptadas.
Porque dividir os alunos em normais e deficientes, em modalidades de ensino regular e
especial, ignorar o subjetivo, o afetivo, a criatividade, não iremos romper o velho
modelo escolar e produzir a verdadeira inclusão.

[...] inclusão é uma inovação que implica um esforço de


modernização e reestruturação das condições atuais da maioria de
nossas escolas, ao assumirem que as dificuldades de alguns
alunos não são apenas deles, mas resultam em grande parte do
modo como o ensino é ministrado e de como a aprendizagem é
concebida e avaliada (MANTOAN, 2006).

Segundo o antropólogo Edgar Morin (2001), para se reformar a instituição, temos


de reformar as mentes, mas não se pode reformar as mentes sem uma prévia reforma
das instituições.
Sabermos distinguir a integração e inclusão já é um começo para o processo de
transformação do ensino inclusivo.

2.4. O surgimento das primeiras barreiras

Diante a tudo que foi apresentado até o momento, uma pergunta que se coloca
é: como tornar um conteúdo acessível para um estudante com deficiência visual? É
necessário, obviamente, a disponibilização de recursos diferenciados tanto em sala de
aula, como em todo seu atendimento. Acontece que, nossa sociedade não está
habituada a lidar com as diferenças. A respeito da inclusão, o que podemos perceber é
que esse sentimento surge como uma “obrigação social”, segundo a qual esse aluno
com algum tipo de deficiência é tratado como algo exótico, uma peculiaridade em
relação aos demais alunos. Podemos ver um pouco disso em Mantoan (2003):

Ao avaliarmos propostas de ação educacional que visam à


inclusão, encontramos habitualmente, nas orientações dessas
ações, dimensões éticas conservadoras. Essas orientações, no
geral, expressam-se pela tolerância e pelo respeito ao outro, que
são sentimentos que precisamos analisar com mais cuidado, para
entender o que podem esconder em suas entranhas. A tolerância,
como um sentimento aparentemente generoso, pode marcar uma
certa superioridade de quem tolera. O respeito, como conceito,
implica um certo essencialismo, uma generalização, que vem da
compreensão de que as diferenças são fixas, definitivamente
estabelecidas, de tal modo que só nos resta respeitá-las
(MANTOAN, 2003, p. 19).

Muitas das vezes, o que presenciamos nas instituições escolares é a integração


e não a inclusão de forma completa e sistemática onde todos os alunos frequentem as
salas de aulas sem subdivisão entre os alunos com deficiências e alunos supostamente
“normais”. O ensino curricular de nossas escolas, organizado em disciplinas, isola,
separa os conhecimentos, em vez de reconhecer suas inter-relações. Porque dividir os
alunos, e as modalidades de ensino em regular e especial? Se continuarmos a ignorar
o subjetivo, o afetivo, a criatividade, não iremos romper o velho modelo escolar e
produzir a verdadeira inclusão.

A educação inclusiva possui diversas dificuldades:


● Aceitação por parte dos responsáveis, que seu pupilo necessita de uma
atenção e atendimento diferenciado.
● Acesso à educação e a aprendizagem visando o suprimento de suas
necessidades especiais.
● Ambiente, transporte, meios tecnológicos que os ajudem a estar incluídos
dentro de uma sala de aula e na sociedade em geral.
● O preconceito que é encontrado ainda na sociedade.
3. OS TIPOS DE DEFICIÊNCIAS

Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), as “deficiências” são


atribuídas a qualquer anormalidade ou perca total de uma estrutura ou função:
anatômica, fisiológica ou psicológica. Sendo assim, referindo-se à biologia do homem.
As deficiências são divididas em:
 Deficiência física
 Visual
 Auditiva
 Intelectual
 Psicossocial
 Deficiência múltipla

3.1. Deficiência física

Quando há alteração completa ou parcial de um ou mais membros do corpo


humano, ocasionando o comprometimento da função física.
Existem vários tipos de deficiências físicas, sendo esta não associada somente
a uma característica física, sobre o que falta um membro ou parte do corpo. Ela fala
também sobre o funcionamento desse corpo e das barreiras que a pessoa enfrenta por
conta das suas características físicas.

3.2. Deficiência visual

A deficiência visual, é um grupo bastante amplo de pessoas que pode ser


dividido em dois subgrupos. A pessoas cegas, que enxergam até 5% do que seria
considerado normal para a maioria das pessoas. As pessoas cegas não conseguem ler
materiais impressos, ler placas ou identificar o rosto das pessoas. O segundo grupo,
são as pessoas com baixa visão. Que não totalmente cegas, mas possuem sérias
dificuldades para enxergar. Uma pessoa com baixa visão, enxerga até 20% do que é
considerado normal para um melhor olho e boa correção ótica.
3.3. Deficiência auditiva

É definido como deficiente auditivo, aquela pessoa que possui perda total ou
parcial da audição, tendo seu motivo causado por lesões na orelha, má-formação
(causa genética).

3.4. Deficiência intelectual

A deficiência intelectual é um transtorno de desenvolvimento, sendo sua


principal característica é que a pessoa com deficiência intelectual, ela apresenta um
nível cognitivo muito abaixo do seu nível de idade cronológica. Um exemplo, seria a
criança com 8 ou 9 anos apresentando um perfil de comportamento e cognição de 5 e 4
anos. O deficiente intelectual apresenta dificuldades de adaptação a qualquer ambiente,
demoram muito mais para aprender o mesmo conteúdo, são ingênuos, não entendem
muitas situações do cotidiano por não conseguirem compreender adequadamente,
sinais ou situações que já era esperada para sua idade.

3.5. Deficiência psicossocial

O conceito dela é a partir de sequelas de transtornos mentais, a deficiência está


relacionada diretamente a um diagnóstico de um transtorno mental que provoca uma
sequela permanente, crônica, na capacidade cognitiva, intelectual. A cognitiva seria no
contato interpessoal, comunicação, expressão verbal, na interpretação de gesto ou
sinais, ou na capacidade intelectual sobre o aprendizado, memoria, na aplicação de
conhecimento. Tudo isso é o que envolve uma deficiência psicossocial, alguns
transtornos graves os quais não temos ainda cura, costumamos dizer que são
deficiências psicossociais. Elas são classificáveis como: a esquizofrenia e o transtorno
afetivo bipolar. Considerando que estes, são transtornos que se diagnosticados, a
pessoa vai precisar, durante toda a vida, de um acompanhamento multidisciplinar.
3.6. Deficiência múltipla

Podemos dizer que a deficiência múltipla é a combinação de duas ou mais


deficiências. As causas são variadas, que ocorreram durante a gestação, genéticas,
químicas, fisiológicas, por enquanto a causa e a origem são multifatoriais.

Imagem 1 – Deficiências Múltiplas

Fonte: Centro Profissional de Educação Continuada


4. CONCLUSÃO

É indiscutível que o mundo tem evoluído em muitos aspectos, mas é inegável


que a educação parece estar parada no tempo, a escola está presa a formalismos que
não a permite evoluir. O novo por sua vez assusta, mas é necessário. A educação
inclusiva é a prova de que a escola precisa e deve se readequar. O sistema de ensino é
falho ao invés de incluir o aluno, ele simplesmente o integra em uma sala especial onde
o aluno com deficiência é excluído dos demais alunos. Incluir não é o melhor a se fazer,
jogar a responsabilidade para o aluno não é resolver o problema, é preciso ir além, é
preciso ouvir, entender e dar espaço para a criança que precisa de atendimento
educacional especializado, ela precisa sentir-se confortável e acolhida, ser livre para se
expressar, é para isso ela precisa e deve estar incluída em uma sala de aula regular
com todos os demais colegas, compartilhando das mesmas atividades, das
descobertas, e do relacionamento.
5. REFERÊNCIAS

MANTOAN, Maria (1997) A Inclusão Escolar de Deficientes Mentais: contribuições


para o Debate. In. Revista Integração, Brasília, ano 7, n. 19, p.

MANTOAN, Maria. INCLUSÃO ESCOLAR O que é? Por quê? Como fazer?. [S. l.]:
Moderna, 2003. Disponível em: https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/211/o/INCLUS
%C3%83O-ESCOLARMaria-Teresa-Egl%C3%A9r-Mantoan-Inclus%C3%A3o-
Escolar.pdf. Acesso em: 11 Dez. 2021.

BRASIL. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial. A inclusão


escolar de alunos com necessidades educacionais especiais- DEFICIÊNCIA
FÍSICA. Brasília – DF: 2006.

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