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ITAPIPOCA-CE
2023
LEILIANE ALVES SOARES
A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA A
INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIENCIA NA EDUCAÇÃO
INFANTIL
ITAPIPOCA-CE
2023
A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA A
INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIENCIA NA EDUCAÇÃO
INFANTIL
RESUMO
O debate sobre a importância da formação docente para melhoria de sua prática pedagógica no
contexto da inclusão escolar na Educação Infantil se faz relevante e necessária, sobretudo para os
discentes que estão nos cursos de licenciatura visando sua qualificação profissional. Assim, o
presente estudo tem como objetivo geral analisar a formação docente voltada para inclusão escolar
de alunos com deficiência no contexto da Educação Infantil. A metodologia utilizada tratou-se de
uma revisão de literatura de cunho qualitativo e exploratório. Os resultados evidenciaram que a
formação inicial e continuada é fundamental para a inclusão de alunos com deficiência na Educação
Infantil. Conclui-se que esse momento de processo formativo, tem como foco munir o professor de
novos saberes e conhecimentos para que sua atuação esteja enriquecida com aportes teóricos que
promovam melhorias na sua prática docente.
ABSTRACT
The debate on the importance of teacher training to improve their pedagogical practice in the
context of school inclusion in Early Childhood Education is relevant and necessary, especially for
students who are in degree courses aimed at their professional qualification. Thus, the present study
has the general objective of analyzing teacher training aimed at school inclusion of students with
disabilities in the context of Early Childhood Education. The methodology used was a qualitative
and exploratory literature review. The results showed that initial and continuing education is
essential for the inclusion of students with disabilities in Early Childhood Education. It is concluded
that this moment of the formative process focuses on providing the teacher with new knowledge so
that his performance is enriched with theoretical contributions that promote improvements in his
teaching practice.
1
Leiliane Alves Soares, graduação em pedagogia pela UECE- FACEDI, POS GRADUADA em psicopedagogia
pela FALC. PROFESSORA DE EDUCAÇÃO INFANTIL EFETIVA DA PREFEITURA MUNICIPAL DE
ITAPIPOCA
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1 INTRODUÇÃO
Este estudo tem como delimitação a formação docente no contexto da inclusão na Educação
Infantil, tendo como enfoque as políticas públicas educacionais que contemplem uma qualificação
atualizada para que o professor possa atuar com alunos com deficiência em sala de aula comum.
O meio educacional tem como um dos principais desafios da Educação o trabalho docente
com a inclusão em sala de aula, porém, ainda se discute sobre a importância da formação como uma
forma de capacitar os professores no contexto da Inclusão escolar de alunos com deficiência diante
da falta de espaços adequados, material didáticos específicos, entre outros desafios que surgem no
processo educativos na Educação Infantil. Assim questiona-se: Os cursos de formação inicial e
continuada estão dando conta de suprir as necessidades de conhecimento teórico e metodológico dos
professores da Educação Infantil para atuarem na Inclusão de alunos com deficiência?
A hipótese é que a formação inicial e continuada docente precisa ser revista quanto ao
currículo, propondo espaços de debates mais ricos na troca de experiências docentes que tem dado
certo nas muitas escolas públicas que tem proposto a inclusão escolar. Contudo, carece ainda de
políticas públicas mais eficazes no cumprimento das Leis de Inclusão com enfoque numa Educação
igualitária e de qualidade.
Para responder ao problema proposto, o presente estudo tem como objetivo geral analisar a
formação docente voltada para inclusão escolar de alunos com deficiência no contexto da Educação
Infantil. como objetivos específicos, o artigo versa em abordar sobre o paradigma da inclusão;
verificar a formação docente nas políticas públicas de inclusão e por fim apontar a importância da
formação de professores para o exercício da inclusão de alunos com deficiências em salas de aula
comuns.
A Justificativa deste estudo pauta-se na relevância do estudo para aquisição de conhecimentos
sobre a formação docente em contexto da Educação Inclusiva. Este estudo pode servir como base
para outros estudos com a mesma temática, visando o exercício crítico da reflexão sobre a qualidade
da Educação pautada em um processo de inclusão que se inicia na capacitação docente para atuar
com crianças com e sem deficiência em um mesmo espaço comum em sala de aula.
A metodologia utilizada para a elaboração deste artigo, tratou-se de um estudo teórico
sistemático de todo material científico publicado sobre a temática em periódicos e revistas
disponibilizados nas bases de dados da Scielo; Google acadêmico e periódicos da CAPES.
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2 DESENVOLVIMENTO
O paradigma da inclusão de pessoas com deficiência é algo recente, fruto das muitas lutas e
avanços que historicamente tem permeado a Educação inclusiva. por muito tempo a exclusão e a
segregação permeava a Escola, limitando à escolarização a apenas um grupo seleto e homogêneo de
pessoas ditas “normais”, aqueles que não atendiam as especificidades desse grupo eram excluídos da
sociedade e tinham seus direitos relegados (BRASIL, 1994).
Com a democratização da Escola ocorrida na década de 1980 e promulgação da Constituição
Federal, a Educação passa a ser um direito de todos e inicia-se assim, o processo de integração de
pessoas com deficiências em salas de aula comuns tanto nas escolas públicas quanto nas escolas
privadas. Contudo, surge então a contradição dos paradigmas inclusão/exclusão, mais em um processo
de integrar e não de incluir, o que perpetuava o não acesso dessas pessoas ao Ensino regular (BRASIL,
2007). É preciso observar, porém que houve um tempo em que cuidado em relação à educação inclusiva
era meramente num sentido de custódia onde a criança especial era defendida ou resguardada pela
Justiça
Apesar de algumas escassas experiências inovadoras desde o século XVI, o cuidado foi meramente
custodial. Não obstante a crítica ao modelo custodial (um tipo de modelo que guardava e/ ou protegia as
crianças consideradas diferentes e, por meio da justiça, conseguia o documento da curatela cedido pela
mãe, passando a responsabilidade para a instituição onde ocorreria a internação delas – hospitais ou
instituições como manicômios) e à percepção dos determinantes sociais das patologias mentais, as
proposições eram de diminuição da hegemonia médica no tratamento e diminuição dos procedimentos
hospitalares e aumento dos chamados “métodos extra-hospitalares” (Araújo, 2014,p.37)
Com a Constituição Federal de 1988, abre-se então o processo de inclusão escolar em contexto
da Educação básica, sobretudo na Educação Infantil, contudo, ainda não existia políticas públicas
específicas voltadas para esta etapa do ensino que assegurasse a Inclusão de crianças com deficiência
em instituições de Educação Infantil, que naquela época ocorria num contexto assistencialista (DAVID;
CAPELLINI, 2014).
No Brasil, o paradigma da inclusão em contexto escolar começou a sentir os próximos avanços
com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei nº 9394/96), que por influência das
concepções políticas internacionais presentes na Declaração de Salamanca ao instituir a Política
Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva.
Assim, a Educação Inclusiva tornou-se resultado da mudança da opinião da sociedade, propondo
não apenas a inclusão de alunos com deficiência, mas propôs a necessidade de melhorias nas políticas
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públicas educacionais de inclusão, bem como “na consolidação de seus direitos como sujeitos sociais e,
principalmente na criação de um novo modelo de projeto educativo para a efetivação da educação
inclusiva nas escolas.” (ALAMINI, 2014, p. 50). Interessante observar que existe um outro termo que
passou a fazer parte da vida de muitos profissionais da educação, que é o de integração. A integração
ainda não era a resposta que a sociedade e a educação precisavam, porém já estava começando a dar
alguns passos significativos.
Pela integração escolar, o aluno tem acesso às escolas por meio de um leque de possibilidades
educacionais, que vai da inserção às salas de aula do ensino regular ao ensino em escolas especiais. O
processo de integração ocorre em uma estrutura educacional que oferece ao aluno a oportunidade de
transitar no sistema escolar, da classe regular ao ensino especial, em todos os seus tipos de atendimento:
escolas especiais, classes especiais em escolas comuns, ensino itinerante, sala de recursos, classes
hospitalares, ensino domiciliar e outros. Trata-se de uma concepção de inserção parcial porque o sistema
prevê serviços segregados. Sabe-se (e alguns de nós têm experiência própria no assunto) que os alunos
que migram das escolas comuns para serviços da educação especial muito raramente se deslocam para os
menos segregados e, raramente, retornam/ingressam nas salas de aula do ensino regular (Araújo, 2014,
p.41)
A partir da década de 1990, os campos de debates sobre a inclusão de alunos com deficiências
em escolas regulares de ensino passaram por um grande aumento, evidenciando a preocupação com o
avanço na Educação nos moldes inclusivos. Martins e Ferreira (2017) relata que naquele período, as
políticas públicas destinadas à garantia do direito dessas pessoas terem o acesso a uma Educação
equitativa ganham maior projeção, bem como novas leis e diretrizes especificas, o que acarretou
aumento significativo da inserção destes alunos em salas de aulas comuns.
Na mesma década, o Brasil enquanto consignatário da Declaração Mundial sobre a Educação
para Todos, ao participar da Conferência Mundial sobre Educação pra Todos, em Jomtien – Tailândia,
ficou incumbido de assegurar a universalização do direito à Educação. Desse compromisso decorreu a
elaboração do Plano Decenal de Educação para Todos, concluído em 1993, que tinha como objetivo
assegurar, até o final de sua vigência, a todos os brasileiros “conteúdos mínimos de aprendizagem que
atendam necessidades elementares da vida” (BRASIL, 1993, p. 13). É preciso levar em consideração
que existe muita literatura acerca da educação especial que tem ajudado tanto a professores como pais
para entenderem melhor um pouco dos inúmeros obstáculos e desafios de se fazer se trabalhar com os
alunos especiais em sala de aula, afinal de contas incluir o aluno é uma das prioridades máxima da
educação básica regular
Discussões e análises sobre as produções teóricas acerca da inclusão escolar apontam para a defesa de
uma proposta que considere a capacidade de aprendizagem desses estudantes, seu singular processo de
desenvolvimento e a possibilidade de oferecer, a estes sujeitos, diferentes modos de compensação e
diversos instrumentos adaptativos que venham a contribuir com a superação de suas dificuldades. A
inserção das pessoas que compõem a clientela da educação especial nas classes comuns do ensino regular
configura-se como uma prioridade, por considerar a maior probabilidade de enriquecimento cognitivo,
afetivo e social advindo das trocas interpsicológicas em ambientes de maior diversidade grupal (Matos,
2014, p.41).
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Após a Declaração de Salamanca, a necessidade de se implantar práticas inclusivas nas escolas
brasileiras se tornaram uma necessidade urgente e a colaboração entre os profissionais da Educação
especial e regular poderia ser alternativa, contudo, atualmente, tem-se debatido a inclusão de alunos em
salas de aula regular, em que não há discriminação do aluno por causa de suas especificidades,
apontando a via de colaboração como promissora na criação de escolas mais inclusivas (DAVID;
CAPELLINI, 2014).
Em 1999, a Lei nº 7.853/89 foi regulamentada pelo decreto nº 3.298, em que disponha sobre a
Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência 1, onde estabeleceu o conceito de
deficiência e definiu quem são esses sujeitos2 e a partir disso como assegurar o acesso destes a Inclusão
social e Educacional.
É grande a possibilidade da inclusão. Sabemos que ainda há um longo percurso pela frente para que a
inclusão escolar seja plena e não precisamos ir muito longe, basta olhar ao nosso redor, que logo veremos
um grande caminho para construirmos uma sociedade inclusiva. Ambientes inclusivos propiciam
integração social, o que afeta diretamente, através dos colegas, o desenvolvimento de potencialidades.
Torna-se evidente o contexto mais produtivo, pois há promoção de habilidade de interação social, quando
se compara com ambientes educacionais segregados. É a capacidade de indignação frente às injustiças, de
não aceitar que os nossos pares sejam tratados como indesejáveis, o que nos mantém determinados e
empenhados na solução da causa. A luta pela inclusão acontece no dia a dia, enxergando o nosso próximo
com respeito, independentemente do tipo e nível de deficiência. Quando de fato acontecer a inclusão de
todos os indivíduos, podemos dizer que avançamos muito na mudança de mentalidade da sociedade. Não
é uma tarefa simples, mas é possível. Devemos defender a causa e seguiremos em frente para que tal
cidadania realmente aconteça (Neto, 2018, p.91).
Em 2015, a Educação Inclusiva passou por outro grande avanço com a instituição da Lei Federal
n° 13.146/2015, conhecida como Lei de Inclusão Brasileira, a sociedade passou a ter um olhar mais
inclusivo para a Educação, o que implicou também pensar no paradigma da Inclusão na Educação
Infantil e a formação inicial e continuada de professores para atuarem nesse âmbito no contexto
inclusivo.
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Hoje esse termo caiu em desuso, o correto é pessoa com deficiência.
2
todo aquele que tem uma perda ou uma anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que provoque
incapacidade para desempenhar atividade, dentro do padrão considerado normal para os demais (artigo 2º da Lei Federal n° 13.146/2015.
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oportunidades de experimentação, reflexão, problematização, construção, avaliação, planejamento etc.,
são criadas oportunidades para a construção de saberes (MARTINS; FERREIRA, 2017, p. 227).
O tema sobre formação inicial e continuada é ampla, no entanto, este estudo tem como foco
o que a Legislação brasileira tem proposto para que a capacitação docente seja efetivada para a
promoção de uma Educação inclusiva e de qualidade. O estudo apontou que a formação inicial e
continuada é fundamental para a inclusão de alunos com deficiência na Educação Infantil, contudo,
a maioria dos estudos apontou a necessidade de políticas públicas mais efetivas e específicas que
contemple uma formação contínua para todos os profissionais que atuam na Educação Infantil e que
visam uma educação inclusiva, visto que a formação docente se constitui como um dos pilares para
a promoção da inclusão escolar.
Os estudos evidenciaram também a necessidade de se pensar em espaços de promoção de
formação, como um processo que promova a sua própria humanização para além do senso comum e
que dê oportunidade de personalizar as estratégias educacionais de forma contundente levando em
consideração a sala de aula em toda sua heterogeneidade.
É preciso compreender a formação docente para atuar na inclusão de criança com
deficiência na educação Inclusiva como ponto primordial para a promoção do paradigma da
inclusão e precisa estar pautado em uma preparação teórica e metodológica sólida para que os
professores sejam capazes de dirigir, consciente e intencionalmente, situações reais, bem como
resolver problemas vivenciados com base nos conhecimentos apropriados em cursos de formação
inicial e continuada.
A inclusão como um processo de acolhimento e de possibilidade do aluno com deficiência
ou não se sintam parte do ambiente escolar, sendo respeitados em toda sua especificidade de
aprendizagem. Para os autores, incluir o aluno significar criar meios de tornar os conteúdos
acessíveis a todos os alunos, sem desconsiderar todos os demais, criando na medida do possível
propostas e atividades que possam ser realizados por todos, para que haja além da inclusão a
aprendizagem significativa.
A promoção de uma Educação inclusiva com crianças pequenas (com ou sem deficiência)
requer novas transformações no modo de organizar e ensinar, ou seja, as diferenças devem ser
levadas em consideração no contexto escolar. Contudo, o maior desafio ainda se constitui em
romper com os paradigmas da exclusão/segregação, e nada melhor do que a formação docente para
essas mudanças sejam efetivadas de modo significativo.
A formação inicial e continuada deve ter como eixo norteador os direitos humanos no
enfrentamento e na superação da segregação institucional e da negação do acesso à escola pública.
E para tanto requer uma tomada de consciência crítica e reflexiva sobre a Educação de qualidade
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em uma perspectiva inclusiva e que supra a necessidade da formação de professores no atendimento
às demandas de aprendizagem dos alunos com deficiência.
Assim, compreende-se que para atuar na Educação Infantil com todos os seus desafios em
uma perspectiva inclusiva, o professor necessita capacitar-se continuamente, buscando desenvolver
suas práticas pedagógicas de maneira mais inclusiva e equitativa, em que as diferenças são
acolhidas não como um empecilho, mas como uma oportunidade para se fazer valer a Educação de
qualidade, democrática e reparadora, com uma forma que seja mais eficiente e que contribua para a
efetiva inserção social do aluno com deficiência.
A Educação básica como um todo está em constante busca de melhorias para oferecer aos
alunos um ensino de qualidade, sabemos que não é um processo fácil, pois a educação brasileira
perpassa por muitos desafios, seja de ordem estrutural, seja de ordem pedagógica, todavia, os
profissionais que atuam na educação têm a formação docente como ponto de partida fundamental
para superar os obstáculos e contribuir para a melhoria do processo educativo.
No que se refere a Educação Inclusiva, os desafios são ainda maiores e envolve toda uma
gama de debates sobre como o professor dentro de sua prática possa atender as especificidades de
cada aluno com deficiência, fazendo valer seu direito a uma educação que inclui, que promove o
respeito a diversidade e atenda suas necessidades específicas educacionais de forma igualitária e de
qualidade.
Nesse sentido, a formação docente é imprescindível para o profissional da Educação. assim,
conclui-se que esse momento de processo formativo, tem como foco munir o professor de novos
saberes e conhecimentos para que sua atuação esteja enriquecida com aportes teóricos que
promovam melhorias na sua prática docente, principalmente na Educação Infantil de forma mais
inclusiva e equitativa.
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