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FLEXIBILIZAÇÃO E ADAPTAÇÃO CURRICULAR: uma necessidade básica para a efetividade da

inclusão nas escolas regulares


Org. Sílvia de Lima Cardoso

1. FLEXIBILIZAÇÃO E ADAPTAÇÃO CURRICULAR


É necessário ser muito cauteloso quando se fala em flexibilização e/ou adaptação do currículo, para
que não se caia na teia da segregação, elaborando para cada disciplina Planos de Ensino paralelos e
excludentes. Blanco (2009) nos ensina que “o desafio, é avançar para uma maior valorização da
diversidade sem ignorar o comum entre os seres humanos. Destacar muito o que nos diferencia pode
conduzir à intolerância, à exclusão ou a posturas fundamentalistas que limitem o desenvolvimento das
pessoas e das sociedades, ou, que justifiquem, por exemplo, a elaboração de currículos paralelos para as
diferentes culturas, ou para pessoas com necessidades educacionais especiais”.
As flexibilizações e/ou adequações da prática pedagógica deverão estar a serviço de uma única
premissa: diferenciar os meios para igualar os direitos, principalmente o direito à participação, ao
convívio. Neste contexto, para estruturar a flexibilização e adaptação curricular na escola regular que se
pretende inclusiva, é preciso que todos os envolvidos no processo educacional reflitam sobre os possíveis
ajustes relativos à organização didática desta escola.
A experiência profissional leva-me a concluir que o aluno que tem necessidades educacionais
especiais causadas por transtornos psicológicos ou físicos, deve ser assistido dentro da escola de forma
diferenciada, porém esta “forma” não deve colocá-lo sob os olhares curiosos dos demais colegas de classe,
devendo sua individualidade ser preservada em todos os sentidos.
A respeito da flexibilização e/ou adaptação curricular, o Plano Nacional de Educação (P.N.E.), não
visa somente a inclusão de alunos com deficiências nas escolas, como também dá diretrizes e estabelece
normas para a aprendizagem e a avaliação desses alunos, garantindo assim, o prosseguimento dos estudos
em todos os níveis da vida acadêmica.
Será no Projeto Político Pedagógico (PPP) que cada escola irá definir seu plano de inclusão de
alunos deficientes, conforme a legislação vigente, e dará ciência para toda comunidade escolar, logo que este
documento tão sério e necessários será construído com a participação de todos os envolvidos no processo de
ensino e aprendizagem dos alunos.

2. ESCOLA INCLUSIVA X PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO


A inclusão de pessoas com deficiência faz parte do paradigma de uma sociedade democrática,
comprometida com o respeito aos cidadãos e à cidadania. Esse paradigma, na escola, apresenta-se no seu
Projeto Político Pedagógico que norteará sua ação, explicitará sua política educacional, seu compromisso
com a formação dos alunos, assim como, com ações que favoreçam a inclusão social.
Pensar em Educação Inclusiva dentro da escola significa pensar em um Projeto Político Pedagógico
(P.P.P.) amplo, que dê conta não só das demandas da estrutura física da escola, mas, principalmente, que dê
sustentação às demandas pedagógicas pensadas a partir da forma de ensino que se pretende trabalhar, a
quem se pretende ensinar, o que ensinar e quando ensinar. Um P.P.P., referenciado na inclusão de alunos que
apresentam dificuldades físicas ou transtornos psicopedagógicos que interferem na aprendizagem dinâmica e
contínua dos conteúdos, é um documento que apresenta humanização dos procedimentos e técnicas de
ensino/aprendizagem por todos os envolvidos no processo educacional dentro da escola. Não basta que
a escola receba a matrícula de alunos com deficiência, é preciso que ofereça condições para a
operacionalização desse projeto pedagógico inclusivo.
O P.P.P. demonstra a intenção de a escola e seus profissionais realizarem um trabalho de qualidade
inovando a prática pedagógica, partindo da vontade de melhorar algo, alguma coisa e, sendo assim, nasce da
necessidade de uma realidade existente para uma realidade que se deseja. O P.P.P. da escola, portanto, é o
desejo, o plano de melhoria, de mudança de uma realidade. Essa realidade configura-se no trabalho
pedagógico que se realiza diariamente nas aulas, no currículo, na metodologia, no processo de
avaliação, na forma de participação dos pais, nas relações interpessoais, na concepção de educação
que a escola defende, na coordenação pedagógica praticada, na forma de gestão implementada.
De acordo com Veiga (2002), o Projeto Político Pedagógico é a organização do trabalho
pedagógico, da sala de aula ao portão da escola. Sendo assim, o documento organiza o trabalho escolar a
partir de suas reais demandas, necessidades e desejos. Portanto, o Projeto Político Pedagógico busca o
rumo para a escola. A sua dimensão política compreende o que se deseja em relação à formação do cidadão
e ao tipo de sociedade que se deseja construir, bem como quanto ao que se compreende sobre educação. A
dimensão política traduz o tipo de aluno que se quer formar, o tipo de sociedade que queremos e o tipo de
educação que desejamos.
Já a dimensão pedagógica diz respeito às ações reais para que a formação do aluno se concretize. Ou
seja, qual currículo? Qual processo de avaliação? Qual metodologia? Quais recursos didáticos? Quais serão
as relações interpessoais? Qual formação continuada para os professores? Quais as formas de participação
dos alunos, pais e professores? Qual a forma de gestão? Enfim, são dimensões que dizem do desejo e do
fazer para que o trabalho pedagógico da escola aconteça rumo à formação de qualidade do aluno. E é por
estes motivos, que o P.P.P. não pode ser tratado de qualquer forma dentro de uma escola, pois ele reflete a
alma da escola e o pensamento e trabalho de todos os que estão ali.
É na sala de aula que acontece a concretização do projeto pedagógico - elaborado nos diversos
níveis do sistema educacional. Vários fatores podem influenciar a dinâmica da sala de aula e a eficácia do
processo de ensino e aprendizagem. Planejamentos que contemplem regulações organizativas diversas, com
possibilidades de adequações ou flexibilizações têm sido uma das alternativas mais discutidas como opção
para o rompimento com estratégias e práticas limitadas e limitantes.

3. ENTENDENDO O CONCEITO DE FLEXIBILIZAÇÃO/ADAPTAÇÃO


Na busca de entendimento que ajudasse a conceituar os dois termos, recorremos ao dicionário onde
encontramos os seguintes significados para o vocábulo “adaptação”: ajustar, amoldar, acomodar. Já o termo
"flexibilização" não é encontrado nos dicionários. Quando digitado no editor de textos aparece o seguinte
alerta: “flexibilização” pode ser considerado um caso de neologismo. No entanto, com significado
semelhante encontra-se o termo "flexibilidade", que é qualidade do que é flexível.
Cientes de que a ideia de flexibilização se vincula à necessidade de conceder maior plasticidade,
maior maleabilidade, ao que se quer flexionar, destituindo-o da rigidez tradicional, neste caso o currículo
escolar, podemos adotar este conceito. No contexto da educação inclusiva, portanto, pode-se entender a
flexibilização ou adaptação como a resposta educativa que é dada pela escola para satisfazer as necessidades
educativas de um aluno ou de um grupo de alunos, dentro da sala de aula comum, na medida em que o que
se faz ou deve-se fazer são ajustamentos, adequações do currículo existente às necessidades do aluno.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional promulgada em 1996, em vigor, assegura aos
estudantes com deficiência o direito à educação, preferencialmente na rede regular de ensino, para tanto,
exigindo adaptação e ou flexibilização de currículos, métodos, técnicas e recursos para atender as
especificidades do alunado. Isto já estava posto na Declaração de Salamanca e em outros documentos
internacionais.
Sabe-se, também, da importância do papel que o professor exerce no processo ensino
aprendizagem e o seu compromisso em atender e responder as necessidades educacionais de todos os
alunos, cada um com suas peculiaridades, isto é, de atender à diversidade que se apresenta na sala de
aula.
O processo de flexibilização/ adaptação não pode ser entendido como uma mera modificação ou
acréscimo de atividades complementares na estrutura curricular. Ele exige que as mudanças na estrutura do
currículo e na prática pedagógica estejam em consonância com os princípios e com as diretrizes do Projeto
Político Pedagógico, na perspectiva de um ensino de qualidade para todos os alunos.
Sobre as adequações do Projeto Político Pedagógico para atender à diversidade, Beyer (2006, p. 75)
dá a seguinte contribuição: O projeto político pedagógico inclusivo [...] objetiva não produzir uma
categorização “alunos com e sem deficiência, com e sem distúrbios, com e sem necessidades especiais” (a
adjetivação é ampla e flutuante, conforme os vários diagnósticos possíveis). Para tal abordagem
educacional não há dois grupos de alunos, porém apenas crianças e adolescentes que compõem a
comunidade escolar e que apresentam necessidades variadas.
É importante ressaltar que flexibilizar/adaptar o currículo não significa simplificá-lo ou
reduzí-lo, mas torná-lo acessível, o que é muito diferente de empobrecê-lo.
O processo de flexibilização, tampouco pode ser entendido como uma mera modificação ou
acréscimo de atividades complementares na estrutura curricular, pois há aprendizagens imprescindíveis a
todos os alunos, das quais não podemos abrir mão. Há saberes que são essenciais como base para outras
aprendizagens e que devem ser mantidos, como garantia de igualdade de oportunidades de acesso a outras
informações, portanto fundamentais para a construção do conhecimento. Se o que buscamos é a igualdade
de oportunidades, temos que aumentar a qualidade da educação que oferecemos e não diminuí-la.
Para Leite (1999): [...] a “gestão flexível do currículo” tem subjacente o princípio da importância da escola
e dos professores na configuração curricular, não implicando, portanto, uma estrutura organizacional
única e pressupondo, sim, uma ‘adequação do trabalho à diversidade dos contextos e, simultaneamente, a
promoção de um ensino de melhor qualidade para todos “
Neste contexto, a flexibilização curricular não tem uma explicação em si mesma. O seu significado
está na relação que estabelece com o Projeto Político-Pedagógico da Escola. Na discussão do Projeto
Político-Pedagógico, a flexibilização curricular se constitui em uma questão central. Ela é parte inerente à
proposta de reforma curricular. Carvalho (s.d, p. 1) escreve: Com muita propriedade, afirma-se que o
currículo escolar traduz as intenções de um sistema educativo para com seu alunado. Em outras palavras,
definir um currículo significa eleger princípios e valores considerados significativos para a qualidade de
formação a ser oferecida na escola, a todos os alunos, indiscriminadamente.
Tal afirmação implica em seriedade e compromisso por parte da escola no que tange ao
atendimento aos alunos com deficiência, em decorrência de dificuldades ou deficiências de aprendizagem e
outras situações de diversidade presente no cotidiano da sala de aula. Se o Projeto Político Pedagógico que é
considerado “a identidade da escola” não for adequado a esta nova visão, a escola não terá competência,
tampouco será eficiente para atender a demanda da diversidade que precisa atender.
Para falar sobre as flexibilizações e adaptações necessárias e possíveis, novamente lanço mão dos
escritos de Beyer: O desafio é construir e pôr em prática no ambiente escolar uma pedagogia que consiga
ser comum e válida para todos os alunos da classes escolar, porém capaz de atender os alunos cujas
situações pessoais e características de aprendizagem requeiram uma pedagogia diferenciada. Tudo isto sem
demarcações, preconceitos ou atitudes nutridoras dos indesejados estigmas. (2006, p. 76).
Levando-se em conta estes aspectos, o professor deve buscar conhecer cada aluno e suas
peculiaridades, habilidades e consequentemente as suas necessidades educacionais. As necessidades
educacionais irão revelar que tipos de estratégias, diferentes das usuais, são necessárias para permitir que
todos os alunos, inclusive aqueles com deficiência, participem integralmente das oportunidades
educacionais, com resultados favoráveis, dentro de uma programação tão normal quanto possível.
De acordo com documentação do Ministério da Educação – Secretaria de Educação Especial
(MEC/SEESP), no que diz respeito às adaptações curriculares, esclarece que “algumas dessas estratégias
compreendem ações que são de competência e atribuição das instâncias político-administrativas superiores”
e dá os motivos pelos quais são, assim, compreendidas, a saber: “exigem modificações que envolvem ações
de natureza política, administrativa, financeira, burocráticas, etc.”. Essas estratégias são denominadas
Adaptações Curriculares de Grande Porte. Outras, denominadas nos Parâmetros Curriculares Nacionais –
PCNs de Adaptações Curriculares não Significativas, porque compreendem modificações menores, de
competência específica do professor e que aqui podem ser entendidas como FLEXIBILIZAÇÕES.
Elas configuram pequenos ajustes nas ações planejadas a serem desenvolvidas no contexto da sala de aula. A
essas, o documento do MEC/SEESP denomina Adaptações Curriculares de Pequeno Porte.
Na continuidade deste artigo, vamos nos ater às flexibilizações/ adaptações curriculares de pequeno
porte, as flexibilizações, por serem “[...] as ações que cabem a nós, professores, realizar para favorecer a
aprendizagem de todos os alunos presentes em nossas salas de aula. Estas ações devem ser planejadas e
construídas tendo como referência, primeiramente, os conteúdos curriculares oficiais para a série/ciclo em
que se está trabalhando, levando em conta os objetivos fundamentais e os conteúdos mínimos essenciais, aos
quais os alunos devem ter acesso para alcançarem sucesso e promoção para a série superior. Considerando
que as flexibilizações “encontram-se no âmbito de responsabilidade e de ação exclusivo do professor, não
exigindo autorização, nem dependendo de qualquer outra instância superior, nas áreas política
administrativa, e/ou técnica”, como afirma o documento citado.
É preciso ter clareza e domínio do que está posto nas Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais,
bem como no Projeto Político Pedagógico da escola, para que as ações estabelecidas no processo de
flexibilização favoreçam a aprendizagem do aluno sem, no entanto, configurar desvio na caminhada da
escola. Além disso, “para obter êxito, o professor precisa adequar sua intervenção à maneira peculiar de
aprender de cada um de seus alunos, em respeito às diferenças individuais [...], como afirma Carvalho (s.d.,
p.3). 15 Duk, Hernandéz e Sius3 (s.d) distinguem, dentro do processo de adaptações curriculares, três etapas
diferenciadas, a saber:
 1ª Etapa: Formulação das adaptações curriculares : para iniciar este trabalho o professor deve ter
como referência, por um lado, a situação do aluno, ou seja, um conhecimento exato de quais são as
potencialidades e dificuldades do aluno nas distintas áreas curriculares ou dito de outro modo, quais são as
necessidades educativas do estudante e por outro lado, a proposta curricular do seu grupo de referência (a
série/ciclo na qual o aluno está inserido). Com base nestas informações e levando em conta os recursos
disponíveis, o professor poderá decidir o tipo e o grau de flexibilizações que seria conveniente pôr em
andamento para ajudar o aluno a progredir em sua aprendizagem.
 2ª Etapa: Implementação das Flexibilizações: uma vez definidas as flexibilizações, o professor
deverá buscar estratégias que lhe permitam pô-las em prática, sem que isto implique deixar de atender os
demais alunos, pelo contrário, ele deve garantir que tais ações conduzam ao enriquecimento da própria
prática pedagógica e das experiências de aprendizagem de todo o grupo.
 3ª Etapa: Continuidade e Avaliação das Flexibilizações: no decorrer do processo ensino
aprendizagem, o professor deverá verificar se as flexibilizações estabelecidas para os estudantes com as
necessidades educativas diferenciadas, estão sendo eficazes, ou seja, se facilitam a aprendizagem, caso
contrário será necessário revisá-las, com vistas a mudanças pertinentes.
Quando as flexibilizações implicam em modificações nos conteúdos é preciso avaliar o nível de
sucesso alcançado pelo aluno em função das referidas modificações e não em relação aos conteúdos
estabelecidos para a série/ciclo, também ter em mente que aí deixam de ser flexibilizações e passam a ser
adaptações e precisam ser estabelecidas em um plano de ensino individualizado – PEI, construído a
partir de uma equipe multidisciplinar que inclua também os familiares do estudante.
As flexibilizações possíveis no nível da sala de aula estão basicamente relacionadas à: a) mudanças
nos objetivos de aprendizagem, com ações que levem a:
1) Priorização de objetivos que são considerados fundamentais para a aquisição de aprendizagens
posteriores; - introdução de objetivos ou conteúdos que não estão no currículo, mas que podem
complementá-lo; - eliminação de determinados objetivos ou conteúdos, cuidando para que não sejam
aqueles considerados básicos. Estas mudanças se referem aos ajustes que o professor pode fazer nos
objetivos pedagógicos constantes de seu plano de ensino. Consistem em modificações organizadas para dar
respostas às necessidades de cada aluno, em especial daqueles que apresentam dificuldades de
aprendizagem, decorrentes ou não de deficiência. Ressalta-se a necessidade de cuidado e conhecimento
suficientes para não ocorrer o empobrecimento do currículo oferecido ao aluno, por conta das
alterações que se está propondo. Pois, conforme nos alerta Carvalho: “uma educação de qualidade para
atender à diversidade do alunado não deve ser sinônimo de diversidade de educações.
2) Os tipos de flexibilização permitidas nos conteúdos podem ser a priorização de alguns tipos de
conteúdos, a priorização de áreas ou unidades de conteúdos, a reformulação da sequência de conteúdos, ou
ainda, a eliminação de conteúdos secundários, acompanhando as adaptações propostas para os objetivos
educacionais.
Não se pode esquecer que os conteúdos curriculares estão intimamente relacionados aos objetivos de
ensino. Portanto é importante e necessário “que as flexibilizações se desencadeiem a partir dos conteúdos,
admitindo-se a possibilidade de que com os conteúdos adaptados, possam-se manter, sem modificar, os
objetivos inicialmente estabelecidos” (CARVALHO). Tendo este cuidado, a qualidade do ensino ofertado
por professores conscientes de seu papel como profissionais do processo ensino aprendizagem possibilitará
ao aluno construir seus conhecimentos e se apropriar do saber.
3) Flexibilizações nos métodos de ensino e na organização didática, diz respeito a variar o método de
ensino às necessidades de cada aluno e é, na realidade, um procedimento fundamental na atuação
profissional de todo educador, já que o ensino não ocorrerá, de fato, se o professor não atender ao jeito
que cada um tem para aprender. Faz parte da tarefa de ensinar procurar estratégias que melhor
respondam às características e às necessidades peculiares de cada aluno”. (CARVALHO).
É preciso ter em mente que as adaptações/flexibilizações que estão sendo ou terão necessidade de
serem propostas se referem às diversas áreas da deficiência, daí o alerta para observar as necessidades
educacionais diferentes e peculiares a cada aluno. Ainda, é preciso levar em conta que alunos com a
mesma deficiência podem exigir diferentes adaptações de metodologia para diferentes conteúdos e
objetivos.
4) Variação de recursos envolvem a adaptação do material pedagógico que propiciará a interação,
convivência, autonomia e independência nas ações; aprendizado de conceitos, melhoria de autoestima e
afetividade do estudante com deficiência, bem como favorecerá o aprendizado dos demais alunos da turma.
5) Avaliação coerente com a flexibilização nesta área da prática pedagógica, também, se fazem
necessários ajustes e flexibilizações, seja por meio de modificação de técnicas, como dos instrumentos
avaliativos utilizados. O documento do MEC/SEESP (2000, p. 28) nos apresenta alguns exemplos de ajustes
possíveis e necessários, tais como, utilizar diferentes procedimentos de avaliação, adaptando-os aos
diferentes estilos e possibilidades de expressão dos alunos assim como estar em consonância com as
metodologias e flexibilizações que foram aplicadas. Julgamos importante reforçar que as adaptações feitas,
neste item da proposta curricular, devem estar diretamente relacionadas com os objetivos e os conteúdos
estabelecidos.
6) Alterações do espaço físico e organização tempo é uma ação colocada como uma das primeiras
responsabilidades do professor, no que se refere ao compromisso de garantir a todos os alunos o acesso ao
conhecimento que lhe cabe socializar. As medidas de apoio planejadas dentro desta lógica certamente
contribuirão para facilitar o processo de aprendizagem de qualquer aluno, particularmente daqueles que
apresentam deficiência(s). É preciso lembrar que numa mesma escola e, até mesmo, sala de aula pode haver
alunos deficientes, cuja deficiência ocorre em diferentes áreas e por diferentes motivos e que, o professor, ao
estabelecer as flexibilizações deverá considerar tais especificidades.

Texto referência encontra-se em:


http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/producoes_pde/artigo_esther_lopes.pdf, acessado em 22-08-2023
https://pt.linkedin.com/pulse/flexibiliza%C3%A7%C3%A3o-e-adapta%C3%A7%C3%A3o-curricular-uma-necessidade-
rodrigues, acessado em 22.08.2023

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