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FACULDADE INTEGRADA BRASIL AMAZÔNIA - FIBRA

PÓS GRADUAÇÃO EM ED. ESPECIAL COM ÊNFASE EM AEE.

Equipe: Ana Cláudia Leite do Nascimento


Ana Lúcia Sousa de Sousa
Keliany Darlin Silva de Almeida
Jaciane Mindelo Lemos
Jacqueline W.Pantoja
Laise Silva de Sousa
Luana Carolina Ferreira Maia
Maíra Souza da Silva
Maria das Neves Gomes de Vilhena
Mellissa de Fátima de Melo Teixeira Oliveira
Milene Pinheiro da Costa
Maria Silvani Costa de Souza
Nilza Santana Rodrigues
Patricia Nazareno M. Brito
FACULDADE INTEGRADA BRASIL AMAZÔNIA - FIBRA
PÓS GRADUAÇÃO EM ED. ESPECIAL COM ÊNFASE EM AEE.

Adaptações Curriculares

A prática da educação inclusiva em pleno século XXI incide em uma nova


organização escolar, tanto pedagógica, como administrativa. No entanto, se
essa reorganização não ocorre de forma adequada, o processo de inclusão
escolar poderá ser comprometido. A fim de que esse processo ocorra de forma
a incluir todos os alunos que por alguma razão estão em desvantagem
educacional, é que as adaptações curriculares surgem como uma estratégia da
educação inclusiva.
Diante deste contexto podemos dizer que as adaptações curriculares são
respostas educativas responsáveis e medidas pedagógicas adotadas em
diversos âmbitos, seja no nível do projeto pedagógico da escola e da sala de
aula, ou seja das atividades que venha favorecer todos os alunos. Sempre que
necessário, elas devem ser aplicadas individualmente a cada aluno atendido em
suas particularidades. Elas devem visar ao atendimento das dificuldades de
aprendizagem e das necessidades especiais dos alunos e ao favorecimento de
sua escolarização.
Alguns dos mais importantes princípios das adaptações curriculares
devem apontar o seu uso ao que o aluno deve aprender, como e quando
aprender, quais as formas de organização de ensino são as mais eficientes e o
quê, como e quando o aluno deve ser avaliado.
Na visão de (Capellini, 2018, p.48)
O conceito de adaptações curriculares, portanto deve ser entendida
como uma possibilidade de se concretizar um currículo flexível, em
suas diferentes instâncias não no sentido de empobrecer o conteúdo a
ser trabalhado, mas de torná-lo acessível a todos os estudantes por
meio de alternativas metodológicas e avaliativas que atendem às
necessidades individuais, favoreçam o acesso aos diferentes âmbitos
do currículo e a construção de conhecimentos.

A adaptação curricular tem como objetivo principal auxiliar o aluno que por
algum motivo apresente necessidades educacionais específicas, que o impeça
de acompanhar os demais colegas de sua classe. “As adaptações curriculares
podem ser compreendidas como vias de acesso ao currículo ou, na visão de
Vygotsky, “os caminhos alternativos que permitirão ao aluno ascender aos
conhecimentos escolares”.
Neste sentido é relevante para que o aluno venha obter avanços
significativos como: “o acesso ao currículo; a participação integral efetiva e bem-
sucedida em uma programação escolar tão comum quanto possível; a
consideração e o atendimento de suas peculiaridades e necessidades especiais
no processo de elaboração, do Plano Municipal de Educação, do
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Projeto Pedagógico da Unidade Escolar; do Plano de Ensino do Professor.”


(Projeto Escola Viva, 2000)
Para isso, é necessário identificar o quanto antes a necessidade
educacional específica inerente ao aluno para que se inicie um
acompanhamento diferenciado de resposta a essas necessidades. Nesse
sentido, a adaptação do currículo possui um papel que propicia ao aluno
ascender aos conhecimentos de grande importância, uma vez que oferece a
possibilidade desse estudante de voltar a acompanhar a sua turma. Sobre essa
questão, a Lei nº 9.394/96 (LDB), dispõe que:

Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com


deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades
ou superdotação:
I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização
específicos, para atender às suas necessidades.

De acordo com o Ministério da Educação e a Secretaria de Educação


Especial, as adaptações curriculares podem ser de duas formas: adaptações
curriculares de grande porte ou significativas, as quais possuem um caráter
político-administrativo superior; e as de pequeno porte ou não significativas que
se referem às adaptações de responsabilidade do professor regente. Sobre essa
última o MEC (2000) esclarece:
As Adaptações Curriculares de Pequeno Porte (Adaptações Não
Significativas) são modificações promovidas no currículo, pelo
professor, de forma a permitir e promover a participação produtiva dos
alunos que apresentam necessidades especiais no processo de ensino
e aprendizagem, na escola regular, juntamente com seus parceiros
coetâneos. São denominadas de Pequeno Porte (Não Significativas)
porque sua implementação encontra-se no âmbito de responsabilidade
e de ação exclusivos do professor, não exigindo autorização, nem
dependendo de ação de qualquer outra instância superior, nas áreas
política, administrativa, e/ou técnica. (MEC, 2010)

Pode-se apontar cinco categorias de adaptação: dos objetivos (com


possibilidades de ajustes nos objetivos pedagógicos presentes no seu plano de
ensino); de conteúdos (com a priorização de tipos, áreas ou unidades de
conteúdos); dos métodos de ensino: (poderá haver a modificação de
procedimentos de ensino, introduzindo atividades alternativas e
complementares); do processo de avaliação (poderão ocorrer por meio de
modificações técnicas ou instrumentos utilizados); e o da temporalidade do
processo de Ensino e Aprendizagem (podendo ocorrer o aumento ou a
diminuição do tempo para alcançar determinado objetivo e a aquisição do
conteúdo).
Diante deste contexto (Capellini, 2018, p.58) contribui que:
(...) o currículo adaptado decorre diretamente das ações de
flexibilização e adequação curricular, nas quais a matriz curricular é
mantida e são modificadas as condições de ensino, as estratégias
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pedagógicas, os materiais didáticos, os recursos de ensino, as formas


de apresentação dos conteúdos e a temporalidade dos objetivos,
dentre outros elementos educacionais que permitam aos estudantes
(com ou sem deficiência) que não se beneficiam do modelo
educacional de ensino as devidas oportunidades de acessar e
aprender os conteúdos organizadores no currículo. Desenvolver
trabalhos por meio de grupos produtivos, dar mais tempo ao estudante
para concluir a atividade, modificar a organização didática fornecendo
exemplos concretos, expor a atividade, modificar a organização
didática fornecendo exemplos concretos, expor os estudantes a
vivências e experiências para formulação de conceitos, são claros
exemplos de ações de flexibilização curricular.

Ressalta-se que as referidas adaptações, para que tenham o êxito


esperado, precisam ser bem elaboradas. Essas ferramentas diferenciadas
devem estar em consonância com os conteúdos trabalhados pelo professor em
sala de aula, pois se tratam de atividades significativas, com contextualização
dos temas ensinados aos demais alunos, distinguindo-se, dessa forma, das
atividades diversificadas tradicionais, que muitas vezes servem somente para
ocupar os alunos e não contribuem para que estes construam novas
aprendizagens.
A fim de que essas atividades diferenciadas não sejam confundidas com
meras atividades diversificadas, cabe ao professor do ensino regular, juntamente
com o professor do AEE, trabalharem em parceria e promover constantes
reflexões e avaliações acerca das mesmas, uma vez que elas pretendem
derrubar obstáculos que separam alguns alunos de seu processo de
aprendizagem.
Daí a importância de um PDI bem elaborado, independentemente dos
planos gerais do AEE no contraturno escolar. Isto porque este setor escolar pode
também ter o chamado Plano Educacional de Atendimento Especializado, a ser
utilizado no contraturno da unidade escolar. O plano geral juntamente com o PDI,
favorece muito a atuação do professor de educação especializada,
potencializando a aprendizagem do aluno com jogos ou com o uso de
tecnologias assistivas. Um plano deve complementar um ao outro.
Trabalhar com as adaptações curriculares nas salas de recursos
multifuncionais requer compromisso não só do professor do ensino regular e do
professor do Atendimento Educacional Especializado, mas também da equipe
gestora e da equipe de apoio pedagógico. Por esse motivo, essas adequações
no currículo devem estar presentes no projeto pedagógico da escola e contar
com a participação de todos os envolvidos.
A questão das adaptações curriculares constitui aspecto delicado,
requerendo clareza de propósitos por parte de quem as planeja,
elabora e pratica, uma vez que podem funcionar como um meio de
acesso ao conteúdo curricular e à construção do conhecimento ou
como uma forma de simplificação e empobrecimento dos processos
educacionais de pessoas com deficiência (Capellini, 2018, p.48)
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O profissional lotado na Sala de Recursos Multifuncionais (SRM) deve
possuir uma formação adequada para realizar um trabalho que venha apoiar o
professor regente, a fim de tornar mais flexíveis as barreiras que separam os
alunos público alvo da educação especial, do conhecimento que é repassado
aos demais colegas de classe.
Esse apoio pedagógico prestado pelo profissional da SRM ao professor
de sala de aula é de grande valia para que o rendimento escolar dos alunos
atendidos pelo AEE seja satisfatório. Quando essa assistência não acontece ou
ocorre de forma precária, acaba pondo em risco a própria política de educação
inclusiva.

Referência Bibliográfica:

Brasil. Lei de diretrizes e bases da educação nacional - LDB. Lei nº


9.394, de 20 de dezembro de 1996. Disponível em: planalto.gov.br. Acesso em:
13/06/2022
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial.
Política Nacional de Educação Especial. Brasília: MEC/SEESP, 2010.
CAPELLINI, Vera Lucia Messias Fialho. Adaptações Curriculares na
Inclusão Escolar: contrastes e semelhanças entre dois países. Curitiba-PR: Ed.
Appris, 2018.
Brasília. Ministério da Educação, Secretária de Educação Especial -
Projeto Escola Viva – Garantindo o acesso e permanência de todos os alunos
na escola – Alunos com necessidades educacionais especiais. Ano 2000. C327

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