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Crescimento Psicológico e Obstáculos ao crescimento

Carl Rogers
Crescimento Psicológico
• Tendo em vista a tendência de todo sujeito à auto atualização, Rogers
afirma que qualquer um pode tornar-se consciente de seus bloqueios
psicológicos;
• Os bloqueios surgem da incongruência entre o autoconceito e as
experiências reais;
• O processo de ajustamento entre o autoconceito e a realidade é
constante, conforme novas experiências devam ser assimiladas (ex: me
acho covarde, mas nunca estive frente a uma situação que requeresse isso
de mim).
• Toda relação interpessoal, na qual um dos membros esteja com pouca
incongruência para poder entrar em contato com seus centros de
correção, facilita ao outro seu processo de crescimento.
• Tarefa do psicólogo:

• Este deve estabelecer uma relação genuína com o paciente;


• A aceitação de si mesmo é pré-requisito para a aceitação
dos outros – é necessário que o psicólogo passe por esse
processo de auto aceitação

Crescimento
Psicológico
Obstáculos ao Crescimento
• São aspectos normais do desenvolvimento, e aparecem desde a infância;

• O que é ou não benéfico muda com o decorrer do tempo. O que


promove o crescimento pode, posteriormente, ser inibidor;
• Infância: necessidade de amor / consideração positiva;
• Relação entre ser e fazer: o que eu faço é o que eu sou na infância;
• Assim toda reprovação de uma ação marca na criança como uma não-
aprovação de seu ser.
Obstáculos ao Crescimento
• Agir por sua vontade x agir por aprovação;
• Condições de valor: comportamentos e atitudes que
negam algum aspecto do self. A criança entra em um
“modo de avaliação condicional” quando deixa de agir
de modo autêntico e passa a escolher suas ações
conforme sente que são dignas de consideração de si;
• Tais considerações distorcem a percepção da realidade
e assim à tomada de consciência.
Obstáculos ao crescimento

• As condições de valor podem criar discrepâncias entre o self e o auto-


conceito – muitas vezes negamos quem somos para nos adaptarmos a
uma condição de valor;
• Exemplo: “você deve amar seu irmãozinho recém-nascido se não,
mamãe não vai mais gostar de você.”
• Diante da ameaça de perda de amor, a criança pode bloquear os
sentimentos tidos como inaceitáveis, perdendo a consciência deles.
• O que pode surgir daí: “Eu realmente amo meu irmãozinho, apesar das
vezes em que o abraço tanto até ele gritar” ou “Meu pé escorregou sob o
seu, por isso você tropeçou.”
Obstáculos ao crescimento

• Tais discrepâncias persistem no adulto;


• Há bloqueio do crescimento conforme impulsos são negados em
relação ao auto-ceonceito tido como artificialmente “bom”;
• Para manter esta falsa imagem (discrepância entre self e self-
ideal), a pessoa distorce experiências – quanto mais aumenta o
processo de distorção, mais provável que surja novos problemas;
As 7 fases da
psicoterapia,
segundo Carl Rogers
Neurose (Incongruência)
Estado em que o paciente chega na psicoterapia
• Facilmente influenciada
• Não se implica no que fala
• Ressente-se pelo passado
• Culpa existencial
• Medo existencial
• Perda no impessoal
• Rigidez
• Medo da solidão
1ª fase – Bloqueio e Rigidez
• EU BLOQUEADO
• Não acesso ao “eu”
• Uso de defesas
• Não deseja mudança

• RIGIDEZ
• Fechamento total à abertura, às experiências
• Frases fixas e ortodoxia

• PASSADO
• Ênfase no passado
• Situações inacabadas afetam o presente
2ª fase: Problemas externos e concretos
• PROBLEMAS
• Nunca são da pessoa, ligados ao passado, externos
• Somatizações

• EM TERAPIA
• Talvez procurem, mas quando “obrigado”
• Não se vê como alguém que precisa de terapia

• SENTIMENTOS
• Não consegue acessar
• Descreve situações como externas a si
• Não foca no momento presente
3ª fase: Início da Aceitação
• LINGUAGEM
• Ainda não está no presente, mas já fala em primeira pessoa

• PASSADO
• Ainda manifesta-se no presente, com bastante influência

• TEMPO
• Entre o dar-se conta e o agir é longo
4ª fase: Ambivalência
• MAIOR ACEITAÇÃO
• Já percebe suas incongruências, mas tem medo da mudança

• TEMPO PRESENTE
• Linguagem já aparece por vezes no presente

• SENTIMENTOS
• Maior acesso e diferenciação
• Parte da energia pensa em sobreviver
• Parte da energia pensa em crescer.
5ª fase: Autoconhecimento
• BUSCA
• Mais profunda de entendimento de si

• SENTIMENTOS
• Cada vez mais precisos e vivenciados

• VALORIZAÇÃO
• Crescimento
• Enfrentamento
• Congruência
• Fase em que mais se abandona a terapia por se achar que já está “bem”
• Pode não haver mais sintomas nesta fase
6ª fase: Fluidez e tendência à irreversibilidade
• SENTIMENTOS
• Vivencia com clareza e manifesta

• ABERTURA
• À experiência, processo fluido e integral de “eu”

• PROBLEMAS
• Não são externos, mas oportunidades / desafios para o crescimento

• Fase em que o sujeito tende a permanecer, poucas chances de


regressão. Dificilmente permanecem na terapia ou vão com longos
intervalos (exemplo, a cada dia 15 dias)
7ª fase: Funcionamento ótimo
• INTEGRAL
• Funcionamento totalmente congruente e modifica com as
vivências

• CONSCIÊNCIA
• Reflexiva, dinâmica e fluida

• PRESENTE
• Vive, sente e expressa
Funcionamento ótimo
• Está aberto à experiência
• Não manifesta comportamentos defensivos
• Suas percepções estão de acordo com suas experiências
• O Eu é fluido, modifica-se com flexibilidade à medida que assimila novas
experiências
• Percebe-se como centro de avaliação de sua própria experiência. Este
processo é contínuo;
• Experimenta um sentimento de consideração positiva incondicional com
relação a si mesmo;
• Demonstra capacidade de adaptação e criatividade
• É consciente das consequências de suas escolhas e ações
• Corrige seus erros
• Tem relações harmoniosas

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