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Você se conhece?
A Psicologia é uma área do conhecimento que busca encontrar a resposta para essa questão por
meio do método científico. Ao longo dos anos, a observação sistemática do comportamento dos
indivíduos tem demonstrado que as pessoas conhecem pouco a respeito do seu próprio
comportamento. As pessoas acreditam que pelo fato de ter acesso privativo aos seus próprios
pensamentos e sentimentos, também possuiriam um conhecimento profundo dos porquês do
seu comportamento. Contudo, esse tipo de conclusão tem recebido pouco suporte dos dados
obtidos no laboratório experimental, na clínica psicológica e nas observações cotidianas. Freud
foi um dos primeiros pensadores a apontar o quanto da motivação humana permanece obscura
à própria pessoa e sugeriu que tornar consciente essas motivações seria um passo importante
para o estabelecimento de uma vida saudável.
Existem diferentes tipos de autoconhecimento. Segundo Skinner (2004/1974) uma pessoa pode
saber que “está fazendo alguma coisa”, “que tende a fazer alguma coisa”, “que fez alguma
coisa” ou “o porquê de ter feito alguma coisa”. Perceber o seu próprio comportamento pode ser
muito útil ao tentar mudar esse mesmo comportamento. Quantas pessoas não entendem
porque não conseguem: parar de beber ou usar outro tipo de droga, parar de brigar com o
conjugue, estabelecer um relacionamento aprofundado com seus filhos, pais e amigos ou ter
um emprego bem sucedido?
A Psicologia tem mostrado que o quanto uma pessoa conhece a respeito de si mesma é, em
grande medida, fruto da interação com as demais pessoas. Descobrimos que somos bonitos ou
feios, simpáticos ou tímidos, inteligentes, brilhantes ou não, pelo que as demais pessoas dizem a
respeito do nosso comportamento. É nesse reconhecimento pelo outro, é no questionar e pelo
olhar do outro que começamos a nos conhecer. Reflita, grande parte do que você acredita ser
suas qualidades e aptidões não é fruto do que durante a sua vida as pessoas reconheceram em
você? E de forma semelhante, grande parte do sofrimento humano também provém daquilo
que não é reconhecido pelos demais: do que ignoramos a nosso próprio respeito ou do que não
queremos reconhecer.
Diante desse quadro, a psicoterapia é de grande relevância, uma vez que o psicólogo é um
profissional especialmente treinado para identificar às causas do comportamento dos
indivíduos. Por conseguinte, a terapia é um contexto privilegiado para o desenvolvimento do
autoconhecimento, principalmente do tipo de autoconhecimento relevante para a produção
das mudanças desejadas por uma pessoa, ou seja, um conhecimento do porque nós
comportamos da maneira como o fazemos.
Afinal, por que precisamos nos conhecer para mudar? Porque mudar em qualquer direção não é
eficiente, uma vez que na maioria das vezes não vai trazer resultados positivos em termos de
qualidade de vida. Um indivíduo pode perceber que seu casamento não está trazendo mais
satisfação e pode tentar mudar essa situação de inúmeras maneiras: arranjando um(a) amante,
se afastando do cônjuge, bebendo, se separando, brigando, permanecendo deprimido ou
efetivamente buscando o que não o satisfaz e em que medida seria possível mudar. Logo, se
conhecer é um dos primeiros passos para uma mudança bem sucedida. Uma vez que nem
sempre descobrir essas motivações e em que sentido mudar é fácil, a ajuda do psicólogo pode
se tornar fundamental, especialmente porque a psicologia tem desenvolvido técnicas para
aumentar o autoconhecimento e, após a identificação adequada do problema, de produção de
mudanças efetivas.
Conhecer a si mesmo é uma poderosa ferramenta para a motivação e o sucesso. Diz um ditado
chinês: “Não há vento favorável para quem não sabe para onde está indo.”
Você sabe o que quer? Muitos respondem: eu quero ser bem sucedido. Sim, mas em quê?
Como posso alcançar algo que não sei ao certo?
Em primeiro lugar aprenda a se conhecer. Aquilo que te realiza, que te dá satisfação, aquilo que
te deprime, que te oprime. Além disto, é preciso sempre rever os conceitos, as opiniões, aceitar
o que não tem jeito, capacitar-se a lidar com as mudanças que ocorrem de forma cada vez mais
rápida e constante em nossa vida. Outra coisa importante: livre-se dos preconceitos, pois eles te
limitam, te cegam para o que realmente importa.
Devemos mudar nosso interior e abrir a cabeça para novos tempos, novas realidades e conhecer
a si mesmo é ponto fundamental para planejar o futuro.
Transformar uma vida comum em uma vida de êxitos começa com a mudança dentro de nós, de
dentro para fora, isto nos fará fortes, capazes de enfrentar qualquer adversidade, qualquer
obstáculo, nos dará a motivação e a perseverança necessárias para seguir em frente, sem
esmorecer.
Reavaliar seus conceitos, conhecer suas necessidades e limitações e preparar seu espírito para
novos desafios, são como se lançar em uma aventura, buscar uma nova maneira de ser e de
fazer as coisas. Você ganhará muito com isso.
A maior parte das pessoas acredita que se conhece, mas na verdade se conhece muito pouco.
Você ama alguém, confia em alguém que pouco conhece? Geralmente amamos e confiamos
apenas em quem conhecemos muito!
E se você não se conhece, como quer acreditar mais em sua própria capacidade?
Como quer ir em busca de seus sonhos se não acredita ser capaz?
E por que não acredita ser capaz? Porque não sabe quem você é.
Quando uma pessoa está bem com ela mesma todos percebem isso não pela roupa que está
usando, ou o carro que está dirigindo, mas pelo brilho em seu olhar, o sorriso em seu rosto, a
paz em seu espírito.
Como alguém que dorme mal toda noite pode sentir paz?
Como alguém que está constantemente se criticando, se culpando, se achando errado, pode se
amar?
Amar-se é condição básica para elevar a auto-estima. É importante identificar os fatores que
estão te impedindo de elevar sua auto-estima.
Podemos perceber que a auto-estima está baixa quando desenvolvemos algumas características
como: insegurança, inadequação, perfeccionismo, dúvidas constantes, incerteza do que se é,
sentimento vago de não ser capaz, de não conseguir realizar nada, não se permitindo errar e
com muita necessidade de agradar, ser aprovado, reconhecido pelo que faz e nem sempre pelo
que é.
Quando se identificam algumas dessas características, pode ser que esteja precisando aumentar
seu autoconhecimento para assim elevar sua auto-estima.
A maioria das pessoas sente mais facilidade em identificar as coisas negativas. Aprendemos que
dizer aquilo que gostamos em nós mesmos poderá ser rotulado de presunção, esnobismo,
egocentrismo.
Se a pessoa tem necessidade de ouvir a opinião dos outros, as características externas, ficará
mais vulnerável à opinião dos outros e assim, mais facilmente manipulável. Dependerá cada vez
mais de aprovação, mas infelizmente nunca da sua própria. Isso quer dizer que toda vez que
algo que dependa no mundo externo ou de outras pessoas não correspondam à sua
expectativa, a pessoa se sentirá frustrada e sua auto-estima tenderá a baixar.
Seu valor estará sempre na dependência do que dirão sobre ela, não importando muito sua
própria opinião. Por exemplo, quando alguém perde o emprego, quando recebe uma crítica,
quando alguém se distancia dela. Tudo isso pode baixar sua auto-estima e se sentirá incapaz de
continuar e desistirá no meio do caminho. Abandonará assim seus sonhos, seus objetivos.
Isso acontece quando a principal fonte de auto-estima está naquilo que faz pelo externo,
sempre querendo fazer algo para as pessoas em busca de aprovação e reconhecimento. E esse é
o caminho mais curto para se machucar. Coloca assim todo seu valor nas opiniões ou respostas
no mundo externo e, como quase sempre nada disso corresponde ao que espera, e nem ao que
a pessoa é realmente, se permite depender cada vez mais de como a avaliam, gerando um
círculo vicioso.
O importante é desenvolver a capacidade e ter a consciência de saber que o que faz é o reflexo
de quem a pessoa é. Ao reconhecer seus pontos negativos, poderá mudar um por um. E
reconhecendo seus pontos positivos se sentirá mais confiante em sua capacidade de conseguir
o que quer que deseje, independente das críticas ou opiniões que terão sobre ela, pois acredita
ser capaz de conseguir tudo o que deseja! E ainda que ninguém a aprove, a pessoa terá
autoconhecimento suficiente para ela mesma se aprovar e principalmente se amar!
DICAS PARA MELHORAR O AUTOCONHECIMENTO
Tese de um pensador russo GUERDJEFF, George Ivanovich Gurdjieff que no início do século
passado já falava em autoconhecimento, e a importância de saber viver. Dizia ele:
"Uma boa vida tem como base o sentido do que queremos para nós em cada
momento, e daquilo que realmente vale como principal".
01- Faça pausa de 10 minutos a cada 2 horas de trabalho, no máximo. Repita essas
pausas na vida diária e pense em você, analisando suas atitudes.
02- Aprenda a dizer não, sem se sentir culpado ou achar que magoou. Querer
agradar a todos é um desgaste enorme.
03- Planeje seu dia, sim, mas deixe um bom espaço para o improviso, consciente
que nem tudo depende de você.
04 - Concentre-se em apenas uma tarefa de cada vez. Por mais ágeis que sejam
seus quadros mentais, você se exaure.
06 - Abra mão de ser o responsável pelo prazer de todos, pois não é você a fonte
dos desejos, o eterno mestre de cerimônias.
07 - Peça ajuda sempre que necessário, tendo o bom senso de pedi-las as pessoas
certas.
11 - Família não é você, está junto de você. Compõe o seu mundo, mas não é a sua
própria identidade.
15 - Não queira saber se falaram mal de você, e nem se atormente com este lixo
mental. Escute o que falaram bem, com reserva analítica, sem qualquer
convencimento.
16 - Competir no lazer, no trabalho, na vida a dois, é ótimo … para quem quer ficar
esgotado e perder o melhor.
17 - A rigidez é boa na pedra, não no homem. A ele cabe a firmeza, o que é muito
diferente.
18 - Uma hora de imenso prazer substitui com folga três horas de sono perdido. O
prazer recompõe mais que o sono. Logo, não perca uma oportunidade saudável
de divertir-se.
Considerações
O que sabemos sobre nós e sobre nossa maneira de ser e de agir garante nossa permanência na
organização e em cargos de liderança. Ao nos conhecermos melhor sabemos quais reações
temos diante de fatos e atitudes de nossos superiores, pares e/ou subordinados, ou quais
reações devemos ter.
Temos mais consciência da reação que provocamos nas pessoas, seja na empresa ou com
familiares e amigos. O que acontece em nossa vida familiar interfere em nossa vida profissional
e vice-versa, portanto, se não temos a clareza do que somos capazes em qualquer área de nossa
vida, as outras áreas ficarão prejudicadas por consequência.
Saber ouvir, entender, ser flexível e ousar para mudar, são atitudes que nos direcionam para o
futuro com mais segurança. Ser capaz de interagir com os outros de forma mais integrativa e
consciente garante um desenvolvimento maior como profissional, pois nos leva a reconhecer
que o que os outros nos falam passam por um filtro (real) e, somente assimilamos o que há de
melhor e mais produtivo da “conversa”!
Tenhamos a maturidade de ouvir o que nos falam sobre nós e, sabíamos como utilizar dessas
ricas informações para nos fortalecermos como profissional e como pessoa.
Claudia Blaia
“A possibilidade de aprendizagem é uma oportunidade ímpar. Tudo o que ocorre na nossa vida
é aprendizagem, seja agradável ou não; tudo serve de motivo para crescer e reaprender.”
Claudia Blaia
CHECK-LIST DO
AUTOCONHECIMENTO
Referência Bibliográfica