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GUIA PARA AJUDAR

alguém com
pensamentos
suicidas.

CAROLINE DE ARAÚJO
O comportamento suicida é sempre
multifatorial, não existe um único motivo
que leve alguém a pensar em suicídio.

De forma resumida, pessoas com


pensamentos suicidas geralmente estão
sem esperança e se sentem sem saída.

Nem todas as pessoas falam abertamente


sobre suas ideias de morte.

As pessoas que apresentam algum indício,


podem falar de forma direta ou indireta,
como por exemplo:

“Eu não consigo mais ver sentido na minha


vida”.
“Não vejo mais nenhuma saída para mim”.
“Eu quero sumir desse mundo”.
“Se eu pudesse, eu dormiria para nunca
mais acordar”.
“A minha vida não tem mais jeito”.
"Eu quero morrer".
"Vou me matar".

Caso você se depare com alguém que


possa estar pensando em suicídio e queira
ajudar, preste atenção:

Caroline de Araújo
Psicóloga CRP 12-17289
ANTES DE TUDO!

Como você está?

Para ajudar o outro, é muito importante


que você esteja disponível
emocionalmente.

Se você estiver bem para ajudar:


Alguém pode te procurar ou você pode


buscar conversar com alguém com quem
esteja preocupado.

Uma sugestão para iniciar


uma conversa é:

"Percebi que você está diferente, talvez


não esteja muito bem, quer conversar
sobre algo?".

Se a pessoa não quiser conversar, não


insista ou pressione para que a pessoa
fale.

Apenas diga que se preocupa e que está


disponível para ajudar, caso precise.

Esteja presente na vida da pessoa e tente


conversar em outro momento.
Caroline de Araújo
Psicóloga CRP 12-17289
E se a pessoa
quiser conversar:

Busque um lugar onde possam ter


privacidade e silêncio;

Reserve um tempo para conversar, sem


pressa;

Se concentre em ouvir a pessoa com


atenção;

Evite falar sobre você, contando seus


problemas ou fazendo comparações,
por exemplo.

NÃO JULGUE!

Você não é juiz


ou investigador.

Não tente encontrar motivos e nem


culpados.

Apenas escute
e acolha.

Caroline de Araújo
Psicóloga CRP 12-17289
EVITE:

Tentar resolver os problemas da


pessoa;
Reagir com surpresa, espanto, medo ou
susto;
Tentar convencer a pessoa a pensar
diferente;

Falar coisas do tipo:

"Você enlouqueceu?”.
“Como pode fazer isso comigo?”.
“Olhe para as coisas boas da vida”.
“Você precisa pensar positivo”.

Fazer interpretações do que está se


passando na vida da pessoa.

Como alguém que dá suporte, não é seu


papel fornecer interpretações nem
explicações sobre as circunstâncias da
vida da pessoa.

Não busque culpados, dizendo por


exemplo: "É culpa do seu marido, você
precisa se divorciar".

Você não estará ajudando e sim


adicionando outro problema e sofrimento
para a pessoa lidar.
Caroline de Araújo
Psicóloga CRP 12-17289
Se você quer ajudar, por melhor que seja
sua intenção, apenas ouça e incentive a
pessoa a falar.

Lembre-se:

O seu papel é ajudar e não tratar!


COMO FALAR
SOBRE SUICÍDIO:

Se você suspeita que a pessoa


está pensando em suicídio,
simplesmente pergunte:

“Você está pensando em suicídio?”.


Se a pessoa disser que sim, continue


conversando e perguntando, por exemplo:

Desde quando tem esses pensamentos?


O que você acha que acontece para que
se sinta assim?
Alguém mais sabe sobre seus sentimentos?
Você já pensou em buscar ajuda?

Caroline de Araújo
Psicóloga CRP 12-17289
ENCAMINHE:

Pessoas que tem pensamentos suicidas


precisam de atendimento em saúde
mental, realizado por psicólogos e
psiquiatras.

Não fique com esta informação só para


você.

Ajude a pessoa a buscar atendimento


psicológico ou psiquiátrico e se ofereça
para ir junto, se necessário.

Comunique alguém próximo da pessoa e


peça que busque ajudar a pessoa.

Não prometa algo que você não possa


cumprir. Não prometa guardar segredo,
afinal trata-se de alguém em risco de
vida.

Caroline de Araújo
Psicóloga CRP 12-17289
NÃO SUBESTIME
OU DUVIDE:

Não pense isso sobre pessoas que falam


em cometer suicídio:

"Ela nunca fará isso".


"Ela está blefando".
"Está exagerando".
"Sua vida é muito boa, isso não faz
sentido".

Na dúvida, SEMPRE ACREDITE!

Quem avalia o risco de suicídio são os


profissionais de saúde, não tente estimar o
risco de alguém tentar suicídio, é
perigoso.

SOFRIMENTO NÃO SE MEDE!

O maior sofrimento é o que estamos


sentindo.

Não faça comparações e não diminua a


dor do outro, pois não é você quem está
sentindo.

Reconheça a dor do outro, independente


dos motivos que o façam sofrer.
Caroline de Araújo
Psicóloga CRP 12-17289
SE CUIDE!

Falar sobre suicídio pode ser difícil e


doloroso, cuide dos seus sentimentos e
respeite os seus limites.

Se precisar de ajuda, o Instituto Vita Alere


realiza um grupo de acolhimento para
familiares de pessoas com comportamento
suicida, é gratuito e online.

Conte também com o CVV - ligando no


188.

Procure um psicólogo se sentir que está


muito difícil de lidar com esta situação
sozinho.

Caroline de Araújo
Psicóloga CRP 12-17289
"O sofrimento só
é intolerável
quando ninguém
cuida".
Cicely Saunders

Caroline de Araújo
Psicóloga CRP 12-17289
Este material tem por objetivo
conscientizar e orientar pessoas que
queiram ajudar quem apresente
comportamento suicida.

Atenção, não substitui o tratamento.


Pessoas em risco de suicídio precisam de
atendimento especializado em saúde
mental (psicólogo e psiquiatra).

Referências:

O’Connor, R. C., & Nock, M. K. (2014). The


psychology of suicidal behaviour. The Lancet
Psychiatry, 1(1), 73–85.

Scavacini, K. (2018). O suicídio é um problema de


todos: a consciência, a competência e o diálogo na
prevenção e posvenção do suicídio. (Tese de
Doutorado do Programa de Pós-Graduação em
Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano),
Universidade de São Paulo, São Paulo.

Elaborado por:
Caroline de Araújo
Psicóloga CRP 12-17289
Julho de 2022

REPRODUÇÃO E VENDA PROIBIDA.

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ccintellectus@gmail.com

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