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FÉRIAS

TRABALHISTAS
Como funciona seu período e
remuneração?

@chcadvocacia
Um direito irrenunciável
Antes de tudo, é importante falar que as férias são um
direito concedido a todo trabalhador, e, por sua vez, são
irrenunciáveis. Isso significa que o trabalhador não pode
renunciar a esse direito, tampouco vender suas férias,
substituindo-as por valor em dinheiro (permite-se, no
entanto, a conversão de ⅓ do período de férias em abono
pecuniário).

Ao longo deste material, falaremos sobre como se dá a


duração das férias e a remuneração a ser recebida pelo
empregado nesse período.
@chcadvocacia
DURAÇÃO
Por quanto tempo o empregado pode
tirar férias?
A regra geral é de 30 (trinta) dias corridos. Essa
regra é aplicada, inclusive, aos empregados que
trabalham sob regime de tempo parcial.

No entanto, esse período pode ser reduzido. Caso o


trabalhador tenha, durante o período aquisitivo,
cometido faltas injustificadas ao trabalho, essas
faltas serão abatidas do seu período “regular” de
férias.
(Período aquisitivo nada mais é do que o momento em que o empregado
adquire o direito às férias em razão do período de tempo já trabalhado.)
@chcadvocacia
Segundo o art. 130 da CLT, o empregado
terá direito:
Quantidade de faltas no período
Duração das férias
aquisitivo

Até 5 faltas 30 dias corridos

De 6 a 14 faltas 24 dias corridos

De 15 a 23 faltas 18 dias corridos

De 24 a 32 faltas 12 dias corridos

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Faltas justificadas
O trabalhador não terá, no entanto, o seu período de
férias reduzido em decorrência das faltas que forem
justificadas.

O art. 131 da CLT dispõe cada uma das hipóteses,


como veremos a seguir.

Súmula 89, TST:


“Se as faltas são justificadas pela lei, consideram-se como
ausências legais e não serão descontadas para o cálculo do
período de férias.”
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CLT - Art. 131 - Não será considerada falta ao serviço, para os efeitos do artigo anterior, a ausência
do empregado:

I - nos casos referidos no art. 473;

Il - durante o licenciamento compulsório da empregada por motivo de maternidade ou aborto,


observados os requisitos para percepção do salário-maternidade custeado pela Previdência Social;

III - por motivo de acidente do trabalho ou enfermidade atestada pelo Instituto Nacional do Seguro
Social - INSS, excetuada a hipótese do inciso IV do art. 133;

IV - justificada pela empresa, entendendo-se como tal a que não tiver determinado o desconto do
correspondente salário;

V - durante a suspensão preventiva para responder a inquérito administrativo ou de prisão


preventiva, quando for impronunciado ou absolvido; e

VI - nos dias em que não tenha havido serviço, salvo na hipótese do inciso III do art. 133.

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Desconto das faltas na
remuneração
De acordo com o parágrafo primeiro do artigo 130 da
CLT, é vedado ao empregador descontar, da
remuneração do empregado, as faltas cometidas
durante o período aquisitivo.

Ou seja, ainda que o trabalhador tenha um período


menor de férias em decorrência das faltas
injustificadas, a remuneração ainda será
correspondente aos 30 (trinta) dias.

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Quando as férias devem
ter início?
Quando o empregado completa seu período aquisitivo (12 meses
de trabalho), faz jus ao direito das férias por até 30 (trinta) dias e
à remuneração, acrescida de 1/3 deste valor.

Se o contrato de trabalho tiver duração inferior a 12 meses, o


período aquisitivo será proporcional ao tempo do contrato.

Além disso, segundo o §3º do art. 134 da CLT, é vedado que as


férias tenham início entre os dois dias que antecedem o
repouso semanal remunerado ou feriado.

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Remuneração
Agora, partindo para o assunto da remuneração das férias,
esta corresponde ao valor recebido pelo empregado nos
demais meses, ou seja, o seu salário, acrescido de ⅓ desse
valor (o famoso terço constitucional, previsto no art. 7º,
XVII da Constituição Federal).

Importante mencionar que o terço constitucional também é


devido no pagamento das férias proporcionais.

Esse valor deve ser calculado com base na remuneração do


empregado no período da concessão das férias, ou seja, no
período em que o empregado gozará do descanso, e não do
período aquisitivo (quando o empregado adquire o direito às
férias).
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Como a remuneração é
calculada?
A remuneração é calculada conforme determina o art. 142 da CLT:

Se o salário for pago por hora com jornadas variáveis, apura-se


a média do período aquisitivo e aplica-se o valor do salário na data
da concessão das férias.

Se o salário for pago por tarefa, apura-se a média da produção


do período aquisitivo, e aplica-se o valor da remuneração da tarefa
na data da concessão. (Súmula 149, TST).

Se o salário for pago por comissão, viagem ou porcentagem,


apura-se a média do valor recebido pelo empregado nos 12 meses
anteriores à concessão das férias.
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!
“O valor das comissões deve ser corrigido
monetariamente para em seguida obter-se a média
para efeito de cálculo de férias, 13º salário e verbas
rescisórias.” OJ SDI-1 181, TST

A parte do salário paga em utilidades, bem como os


adicionais (de insalubridade, noturno, hora extra e
periculosidade) compõem o salário do empregado para fins
de cálculo das férias, segundo § 4º e § 5º do art. 142 da CLT.

Além disso, caso os adicionais recebidos na época da concessão


das férias sejam diferentes dos recebidos no período aquisitivo,
deve-se calcular a média do período aquisitivo, com a incidência
de possíveis reajustes salariais, conforme determina o § 6º do
art. 142, CLT.
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Quando o pagamento
deve ser feito?
Segundo o artigo 145 da CLT, o pagamento deve ser feito em até
dois dias antes do início das férias do empregado.

Esse prazo também é considerado para o pagamento do abono,


quando houver.

A Súmula 450 do TST determina que, caso esse prazo não seja
cumprido, o empregado terá direito ao dobro da remuneração,
incluindo o terço constitucional, ainda que tenha gozado das
férias no período adequado.

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Remuneração das férias
proporcionais
No caso das férias proporcionais (aquelas em que o
contrato de trabalho se encerra antes do período
aquisitivo), deve-se calcular a remuneração com
base na quantidade de meses trabalhados.

Ou seja, o valor será a quantidade de meses


trabalhados (incluindo o período de aviso prévio)
dividido por 12, multiplicado pela remuneração.

O resultado será acrescido do ⅓ constitucional e,


assim, teremos o valor total.
@chcadvocacia
Pagamento em dobro
Por fim, importante mencionar que, outro caso em
que o empregador deve arcar com o dobro do valor
correspondente à remuneração das férias, ocorre
quando o período de concessão não for observado.

Nesse caso, somente os dias que ficarem de fora


do período de concessão ideal deverá ser utilizado
para fins de cálculos em dobro.

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