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Compreende-se as férias como um direito fundamental do trabalhador, de modo que é

assegurado pela Constituição Federal de 1988, em seu art. 129. Entretanto, eventuais
ausências do trabalhador no decorrer do período aquisitivo resultam em impacto
relevante aos interesses do empregador. Dessa forma
Logo, caso o trabalhador deixar o emprego por mais de sessenta dias e não for
readmitido, não tem direito a férias do período aquisitivo anterior. Nesse sentido,
Martins (2015, p. 161) frisa algo de extrema relevância:
“o dispositivo em comentário não se aplica na hipótese de o obreiro ter
sido dispensado pelo empregador, pois nessa situação não deixa o
emprego por iniciativa do empregado, mas por interesse do empregador.
O próprio preceito usa a palavra saída que diz respeito ao empregado e
não à dispensa, que trata de determinação do empregador”.

Além disso, o inciso II dispõe que o empregado que permanecer em gozo de licença,
com percepção de salários, por mais de 30 dias não terá direito a férias (MARTINS,
2012). Deve ser ressaltado que se a licença for não remunerada, não há incidência desse
inciso, sendo que o empregado terá direito ao período de férias, todavia, tal período não
é computado como tempo de serviço.
O próximo inciso aborda a situação do empregado que fica em licença remunerada pelo
lapso de mais de 30 dias em virtude de paralisação parcial ou total dos serviços da
empresa. Um exemplo que pode ser utilizado para retratar esta situação é no caso do §
6º do ar. 161 da CLT (paralisação na empresa, em virtude de interdição ou embargo),
sendo que quando ocorrer esta hipótese os trabalhadores recebem os salários, mesmo
que não prestem serviços. A paralisação, no entanto, deverá ser comunicada ao órgão
local do Ministério do Trabalho, com antecedência mínima de 15 dias.
Em relação ao empregado que tenha recebido da Previdência Social prestações
provenientes de acidente de trabalho ou auxílio doença por período superior a seis
meses, objeto do inciso IV do artigo em análise, deve-se extrair que embora esse
período seja descontínuo, incide a perda do direito de férias.
Martins (2015, p. 162) ainda assevera que
“o empregado perde o direito às férias do período anterior, isto é, do período aquisitivo
incompleto, com os afastamentos noticiados no artigo 133 da CLT, inclusive de forma
proporcional. Voltando o empregado ao serviço nas hipóteses do artigo 133 da CLT, inicia-se
novo período aquisitivo de férias, ficando prejudicado o anterior”.

Salvo na hipótese de dispensa por justa causa, a extinção do

contrato de trabalho sujeita o empregador ao pagamento da

remuneração das férias proporcionais, ainda que incompleto o

período aquisitivo de 12 meses, salvo se o empregado tiver sido

dispensado por justa causa (Súmula 171, TST).

As horas extras habitualmente recebidas pelo trabalhador


integram seu salário para todos os efeitos legais, refletindo em

parcelas trabalhistas (13º salário, férias, FGTS, DSR, aviso prévio) e

em parcelas previdenciárias (salário de contribuição).

Férias proporcionais, acrescidas de 1/3 — tal verba corresponde à remuneração

relativa ao período incompleto de férias, na proporção de 1/12 (um doze avos) por mês de

serviço ou fração superior a 14 (quatorze dias), acrescida do terço constitucional (art. 146,

parágrafo único, e art. 147, CLT).

■13º salário proporcional — correspond

O direito de férias é entendido como um direito fundamental do trabalhador,


disciplinado pelo capítulo IV da Constituição Federal de 1988 e pela CLT, constituindo
um binômio que inclui descanso mais remuneração. Assim, todo trabalhador tem o
direito a um período de descanso ao fim de cada ciclo aquisitivo, com a remuneração
normal referente ao período, acrescido de ao menos um terço a mais do salário normal.
Trata-se do art. 7ª, XVII, CF/88:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:

(...) XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a
mais do que o salário normal;

Ao que ratifica o entendimento jurisprudencial:


“O pagamento de férias, integrais ou proporcionais, gozadas ou não, na
vigência da CF/1988, sujeita-se ao acréscimo do terço previsto no respectivo
art. 7º, XVII”

(Súmula 328 do TST).

Como também disciplina o art. 129 da CLT:


Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período de férias, sem
prejuízo da remuneração.

Entretanto, há hipóteses de perda do direito de férias elencadas no art. 133 da CLT. No


que um eventual retorno ao serviço pelo empregado inicia um novo ciclo aquisitivo,
como reza o §2º do mesmo artigo.

A cerca disso, Martins (2015, p. 162) assevera que


“o empregado perde o direito às férias do período anterior, isto é, do
período aquisitivo incompleto, com os afastamentos noticiados no
artigo 133 da CLT, inclusive de forma proporcional. Voltando o
empregado ao serviço nas hipóteses do artigo 133 da CLT, inicia-se
novo período aquisitivo de férias, ficando prejudicado o anterior”.

Destarte, poderíamos depreender da fala do eminente doutrinador que a perda das férias
do período anterior resulta a consequente perda das verbas referentes ao período de
férias vencidas ou proporcionais referentes ao tempo aquisitivo interrompido. Todavia,
em que pese a interrupção da atividade de trabalho pelas hipóteses elencadas no art. 133
da CLT, hora trabalhada é hora devida e, portanto, o período interrompido requer as
devidas verbas remuneratórias proporcionais ao período trabalhado para que se inicie
um novo período aquisitivo ou as devidas verbas rescisórias, conforme o caso. Assim
se pode depreender de vários institutos do mesmo diploma:
CLT, art 142, caput:
O trabalhador receberá o valor equivalente aos dias de férias adquiridos, com
base na remuneração devida na data da concessão

Art. 146 - Na cessação do contrato de trabalho, qualquer que seja a sua causa,
será devida ao empregado a remuneração simples ou em dobro, conforme o
caso, correspondente ao período de férias cujo direito tenha adquirido.

Art. 147 - O empregado que for despedido sem justa causa, ou cujo contrato de
trabalho se extinguir em prazo predeterminado, antes de completar 12 (doze)
meses de serviço, terá direito à remuneração relativa ao período incompleto de
férias, de conformidade com o disposto no artigo anterior.

Desta maneira, mesmo que o empregado tivesse trabalhado por um único mês, teria
direito às verbas rescisórias proporcionais ao tempo trabalhado, no que as férias
vencidas ou proporcionais constituem verbas a serem recebidas pelo empregado, seja na
dispensa sem justa causa; seja na dispensa por justa causa; no distrato ou na culpa
recíproca (nesse caso, férias vencidas e 50% das férias proporcionais). Entendimento
ratificado pela Súmula 7 e Súmula 261, ambas do TST.
Assim, as hipóteses elencadas no art. 133 da CLT, referente a perda de férias e

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