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FACULDADE DE ROLIM DE MOURA.

CURSO DE DIREITO.

CURSO DE DIREITO DO TRABALHO II.

PROFESSOR JOSÉ ROBERTO COELHO MENDES

JÚNIOR.

Módulo 1. Regulamento do trabalho. Regulamentação geral

do trabalho. Jornada de trabalho: trabalho intermitente, home office, trabalho

extraordinário, trabalho noturno, trabalho insalubre e perigoso, horários de


trabalho, turnos ininterruptos de revezamento, regime compensatório, banco

de horas e intervalos. Repouso intra e interjornadas. Repouso semanal e

em feriados.

Aula 4 – Intervalos. Repouso intra e interjornadas. Repouso


semanal e em feriados. Trabalhadores excluídos do controle de jornada.

CLT.

Intervalo INTER (ENTRE) jornadas.


Art. 66. Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um

período mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso.

Trabalho aos domingos.


Art. 67. Será assegurado a todo empregado um

descanso semanal de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas, o qual,

salvo motivo de conveniência pública ou necessidade imperiosa do

serviço, deverá coincidir com o domingo, no todo ou em parte.


Parágrafo único. Nos serviços que exijam trabalho aos

domingos, com exceção quanto aos elencos teatrais, será estabelecida

escala de revezamento, mensalmente organizada e constando de quadro

sujeito à fiscalização.

Art. 68. O trabalho em domingo, seja total ou parcial, na


forma do art. 67, será sempre subordinado à permissão prévia da

autoridade competente em matéria de trabalho.

Parágrafo único. A permissão será concedida a título

permanente nas atividades que, por sua natureza ou pela conveniência


pública, devem ser exercidas aos domingos, cabendo ao Ministro da

Economia, expedir instruções em que sejam especificadas tais

atividades. Nos demais casos, ela será dada sob forma transitória, com

discriminação do período autorizado, o qual, de cada vez, não excederá

de 60 (sessenta) dias.

Trabalho em feriados.

Art. 69. Na regulamentação do funcionamento de

atividades sujeitas ao regime deste Capítulo, os municípios atenderão


aos preceitos nele estabelecidos, e as regras que venham a fixar não

poderão contrariar tais preceitos nem as instruções que, para seu

cumprimento, forem expedidas pelas autoridades competentes em

matéria de trabalho.
Art. 70. Salvo o disposto nos artigos 68 e 69, é vedado

o trabalho em dias feriados nacionais e feriados religiosos, nos termos

da legislação própria.
Intervalo INTRA (DENTRO) jornada.

Art. 71. Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração

exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para

repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo

acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de


2 (duas) horas.

§ 1º Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será,

entretanto, obrigatório um intervalo de 15 (quinze) minutos quando a

duração ultrapassar 4 (quatro) horas.


§ 2º Os intervalos de descanso não serão computados

na duração do trabalho.

§ 3º O limite mínimo de uma hora para repouso ou

refeição poderá ser reduzido por ato do Ministro do Trabalho, Indústria e

Comércio, quando ouvido o Serviço de Alimentação de Previdência


Social, se verificar que o estabelecimento atende integralmente às

exigências concernentes à organização dos refeitórios, e quando os

respectivos empregados não estiverem sob regime de trabalho

prorrogado a horas suplementares.

§ 4o A não concessão ou a concessão parcial do

intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a


empregados urbanos e rurais, implica o pagamento, de natureza

indenizatória, apenas do período suprimido, com acréscimo de 50%

(cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de

trabalho.

Motoristas e cobradores de ônibus.


§ 5o O intervalo expresso no caput poderá ser reduzido

e/ou fracionado, e aquele estabelecido no § 1o poderá ser fracionado,

quando compreendidos entre o término da primeira hora trabalhada e o


início da última hora trabalhada, desde que previsto em convenção ou

acordo coletivo de trabalho, ante a natureza do serviço e em virtude das

condições especiais de trabalho a que são submetidos estritamente os

motoristas, cobradores, fiscalização de campo e afins nos serviços de


operação de veículos rodoviários, empregados no setor de transporte

coletivo de passageiros, mantida a remuneração e concedidos intervalos

para descanso menores ao final de cada viagem.

Digitadores.

Art. 72. Nos serviços permanentes de mecanografia

(datilografia, escrituração ou cálculo), a cada período de 90 (noventa)

minutos de trabalho consecutivo corresponderá um repouso de 10 (dez)

minutos não deduzidos da duração normal de trabalho.

Lei 605/1949.

RSR (Repouso Semanal Remunerado) ou DSR

(Descanso Semanal Remunerado).


Art. 1º Todo empregado tem direito ao repouso semanal

remunerado de vinte e quatro horas consecutivas, preferentemente aos

domingos e, nos limites das exigências técnicas das empresas, nos

feriados civis e religiosos, de acordo com a tradição local.

Trabalhadores rurais.
Art. 2º Entre os empregados a que se refere esta lei,

incluem-se os trabalhos rurais, salvo os que operem em qualquer regime

de parceria, meação, ou forma semelhante de participação na produção.

Trabalhadores avulsos.
Art. 3º O regime desta lei será extensivo àqueles que,

sob forma autônoma, trabalhem agrupados, por intermédio de Sindicato,

Caixa Portuária, ou entidade congênere. A remuneração do repouso

obrigatório, nesse caso, consistirá no acréscimo de um 1/6 (um sexto)


calculado sobre os salários efetivamente percebidos pelo trabalhador e

paga com os mesmos.

Empregados públicos.

Art. 4º É devido o repouso semanal remunerado, nos


termos desta lei, aos trabalhadores das autarquias e de empresas

industriais, ou sob administração da União, dos Estados e dos

Municípios ou incorporadas nos seus patrimônios, que não estejam

subordinados ao regime do funcionalismo público.

Servidores públicos.

Art. 5º Esta lei não se aplica às seguintes pessoas:

b) aos funcionários públicos da União, dos Estados e


dos Municípios e aos respectivos extranumerários em serviço nas

próprias repartições;
c) aos servidores de autarquias paraestatais, desde que

sujeitos a regime próprio de proteção ao trabalho que lhes assegure

situação análoga à dos funcionários públicos.

Parágrafo único. São exigências técnicas, para os

efeitos desta lei, as que, pelas condições peculiares às atividades da


empresa, ou em razão do interesse público, tornem indispensável a

continuidade do serviço.

Empregados faltosos (são descontados duas vezes).


Art. 6º Não será devida a remuneração quando, sem

motivo justificado, o empregado não tiver trabalhado durante toda a

semana anterior, cumprindo integralmente o seu horário de trabalho.

§ 1º São motivos justificados:

a) os previstos no artigo 473, da CLT;


b) a ausência do empregado devidamente justificada, a

critério da administração do estabelecimento;

c) a paralisação do serviço nos dias em que, por

conveniência do empregador, não tenha havido trabalho;


d) a ausência do empregado, até três dias consecutivos,

em virtude do seu casamento;

e) a falta ao serviço com fundamento na lei sobre

acidente do trabalho;
f) a doença do empregado, devidamente comprovada.

§ 2º A doença será comprovada mediante atestado de

médico da instituição da previdência social a que estiver filiado o

empregado, e, na falta dê-te e sucessivamente, de médico do Serviço


Social do Comércio ou da Indústria; de médico da empresa ou por ela

designado; de médico a serviço de representação federal, estadual ou

municipal incumbido de assuntos de higiene ou de saúde pública; ou não

existindo estes, na localidade em que trabalhar, de médico de sua

escolha.
§ 3º Nas empresas em que vigorar regime de trabalho

reduzido, a frequência exigida corresponderá ao número de dias em que

o empregado tiver de trabalhar.

Valor do RSR/DSR.

Art. 7º A remuneração do repouso semanal

corresponderá:

a) para os que trabalham por dia, semana, quinzena ou

mês, à de um dia de serviço, computadas as horas extraordinárias


habitualmente prestadas;

b) para os que trabalham por hora, à sua jornada norma

de trabalho, computadas as horas extraordinárias habitualmente

prestadas;
c) para os que trabalham por tarefa ou peça, o

equivalente ao salário correspondente às tarefas ou peças feitas durante

a semana, no horário normal de trabalho, dividido pelos dias de serviço

efetivamente prestados ao empregador;


d) para o empregado em domicílio, o equivalente ao

quociente da divisão por 6 (seis) da importância total da sua produção

na semana.
§ 1º Os empregados cujos salários não sofram

descontos por motivo de feriados civis ou religiosos são considerados

já remunerados nesses mesmos dias de repouso, conquanto tenham

direito à remuneração dominical.

§ 2º Consideram-se já remunerados os dias de repouso


semanal do empregado mensalista ou quinzenalista cujo cálculo de

salário mensal ou quinzenal, ou cujos descontos por falta sejam

efetuados na base do número de dias do mês ou de 30 (trinta) e 15 (quinze)

diárias, respectivamente.

Trabalho em feriados.

Art. 8º Excetuados os casos em que a execução do

serviço for imposta pelas exigências técnicas das empresas, é vedado o

trabalho em dias feriados, civis e religiosos, garantida, entretanto, aos


empregados a remuneração respectiva, observados os dispositivos dos

artigos 6º e 7º desta lei.

Valor do adicional.
Art. 9º Nas atividades em que não for possível, em

virtude das exigências técnicas das empresas, a suspensão do trabalho,

nos dias feriados civis e religiosos, a remuneração será paga em dobro,

salvo se o empregador determinar outro dia de folga.

Trabalhadores excluídos do controle de jornada.

CF.
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que

visem à melhoria de sua condição social:

XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e

quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada,

mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;

XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em

cinquenta por cento à do normal;

CLT.

Art. 62. Não são abrangidos pelo regime previsto neste

capítulo:

I – os empregados que exercem atividade externa

incompatível com a fixação de horário de trabalho, devendo tal condição


ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social e no registro de

empregados;

II – os gerentes, assim considerados os exercentes de

cargos de gestão, aos quais se equiparam, para efeito do disposto neste

artigo, os diretores e chefes de departamento ou filial.


III – os empregados em regime de teletrabalho.

Parágrafo único. O regime previsto neste capítulo será

aplicável aos empregados mencionados no inciso II deste artigo, quando

o salário do cargo de confiança, compreendendo a gratificação de função,


se houver, for inferior ao valor do respectivo salário efetivo acrescido de

40% (quarenta por cento).

Reflexão/debate: segundo o artigo 62, da CLT, os trabalhadores excluídos do

controle de jornada não têm direito a receber horas extras, sobreaviso, intrajornada, interjornada,

prontidão ou intervalos não previstos em lei. Esse artigo é constitucional?


Constitucionalidade.

O artigo 62, da CLT, é constitucional. No caso dele, a regra imposta pelo

artigo 7o, XIII e XVI, da CRFB não revoga os casos especiais porque não é discriminatória, mas uma

presunção jurídica. Afinal, se a jornada não é fiscalizada, não há como pagar por horas extras,

sobreaviso, intrajornada, interjornada, prontidão ou intervalos não previstos em lei. Mas a presunção

é afastável por prova em contrário. Havendo fiscalização da jornada de trabalho por qualquer forma,

também é afastada.

Empregados de confiança ou que tenham padrão mais


elevado de vencimentos.

CLT.

Art. 62, II – os gerentes, assim considerados os

exercentes de cargos de gestão, aos quais se equiparam, para efeito do


disposto neste artigo, os diretores e chefes de departamento ou filial.

1. Todo contrato de trabalho é regido pelo princípio da boa-

fé contratual. Logo, sempre haverá confiança.

2. A confiança aqui tratada é muito maior.

CC.
Art. 1.172. Considera-se gerente o preposto permanente

no exercício da empresa, na sede desta, ou em sucursal, filial ou agência.


Art. 1.173. Quando a lei não exigir poderes especiais,

considera-se o gerente autorizado a praticar todos os atos necessários

ao exercício dos poderes que lhe foram outorgados.

Parágrafo único. Na falta de estipulação diversa,

consideram-se solidários os poderes conferidos a dois ou mais gerentes.


3. Gerente é superior hierárquico.

4. Recebe poderes de gestão, tácita ou expressamente.

5. Exerce poder típico de empregador, confundindo-se com

ele.

6. Gere a empresa, disciplina os empregados, com total

autonomia.

7. Pode ou não exercer o poder disciplinar.

8. Classificações.

a) gerente com poderes restritos.

CLT.

Art. 499. Não haverá estabilidade no exercício dos

cargos de diretoria, gerência ou outros de confiança imediata do


empregador, ressalvado o cômputo do tempo de serviço para todos os

efeitos legais.

Art. 468, § 1o Não se considera alteração unilateral a


determinação do empregador para que o respectivo empregado reverta
ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercício de função

de confiança.

Art. 469. Ao empregador é vedado transferir o

empregado, sem a sua anuência, para localidade diversa da que resultar

do contrato, não se considerando transferência a que não acarretar


necessariamente a mudança do seu domicílio.

§ 1º Não estão compreendidos na proibição deste artigo:

os empregados que exerçam cargo de confiança e aqueles cujos

contratos tenham como condição, implícita ou explícita, a transferência,


quando esta decorra de real necessidade de serviço.

Art. 224. A duração normal do trabalho dos empregados

em bancos, em casas bancárias e na Caixa Econômica Federal, para

aqueles que operam exclusivamente no caixa, será de até seis horas

diárias, perfazendo um total de trinta horas de trabalho por semana,


podendo ser pactuada jornada superior, a qualquer tempo, nos termos

do disposto no art. 58 desta Consolidação, mediante acordo individual

escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, hipóteses em

que não se aplicará o disposto no § 2º.


§ 2º As disposições deste artigo não se aplicam aos que

exercem funções de direção, gerência, fiscalização, chefia e equivalentes

ou que desempenhem outros cargos de confiança desde que o valor da

gratificação não seja inferior a um terço do salário do cargo efetivo.


b) gerentão – com poderes mais amplos ou irrestritos.

CLT.
Art. 499. Não haverá estabilidade no exercício dos

cargos de diretoria, gerência ou outros de confiança imediata do

empregador, ressalvado o cômputo do tempo de serviço para todos os

efeitos legais.

Art. 468, § 1o Não se considera alteração unilateral a


determinação do empregador para que o respectivo empregado reverta

ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercício de função


de confiança.

Art. 469. Ao empregador é vedado transferir o

empregado, sem a sua anuência, para localidade diversa da que resultar

do contrato, não se considerando transferência a que não acarretar


necessariamente a mudança do seu domicílio.

§ 1º Não estão compreendidos na proibição deste artigo:

os empregados que exerçam cargo de confiança e aqueles cujos

contratos tenham como condição, implícita ou explícita, a transferência,

quando esta decorra de real necessidade de serviço.


Art. 62, II – os gerentes, assim considerados os

exercentes de cargos de gestão, aos quais se equiparam, para efeito do

disposto neste artigo, os diretores e chefes de departamento ou filial.

Súmula 287, TST.


JORNADA DE TRABALHO. GERENTE BANCÁRIO. A

jornada de trabalho do empregado de banco gerente de agência é regida

pelo art. 224, § 2º, da CLT. Quanto ao gerente-geral de agência bancária,

presume-se o exercício de encargo de gestão, aplicando-se-lhe o art. 62

da CLT.
CLT.
Art. 224. A duração normal do trabalho dos empregados

em bancos, em casas bancárias e na Caixa Econômica Federal, para

aqueles que operam exclusivamente no caixa, será de até seis horas

diárias, perfazendo um total de trinta horas de trabalho por semana,

podendo ser pactuada jornada superior, a qualquer tempo, nos termos


do disposto no art. 58 desta Consolidação, mediante acordo individual

escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, hipóteses em

que não se aplicará o disposto no § 2º.

§ 2º As disposições deste artigo não se aplicam aos que


exercem funções de direção, gerência, fiscalização, chefia e equivalentes

ou que desempenhem outros cargos de confiança desde que o valor da

gratificação não seja inferior a um terço do salário do cargo efetivo.

Art. 62. Parágrafo único. O regime previsto neste

capítulo será aplicável aos empregados mencionados no inciso II deste


artigo, quando o salário do cargo de confiança, compreendendo a

gratificação de função, se houver, for inferior ao valor do respectivo

salário efetivo acrescido de 40% (quarenta por cento).

A gratificação de 40% não necessita ser expressa, basta a

comparação da remuneração do gerente com a dos subordinados.

c) diretor de S/A (presidente eleito ou contratado):

Súmula 269, TST

DIRETOR ELEITO. CÔMPUTO DO PERÍODO COMO


TEMPO DE SERVIÇO. O empregado eleito para ocupar cargo de diretor

tem o respectivo contrato de trabalho suspenso, não se computando o


tempo de serviço desse período, salvo se permanecer a subordinação

jurídica inerente à relação de emprego.

Trabalhadores externos.

Executam os serviços fora do estabelecimento, motivo pelo


qual a jornada pode ser difícil de medir. Mas se são obrigados a passar na

empresa, podendo haver fiscalização, de forma que a atividade seja

compatível com o controle, estão fora da regra.

CLT.

Art. 62. Não são abrangidos pelo regime previsto neste


capítulo:

I – os empregados que exercem atividade externa

incompatível com a fixação de horário de trabalho, devendo tal condição

ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social e no registro de

empregados;

Trabalho em domicílio e teletrabalho, já visto na aula 2.

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