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12/02/2024
Número: 0804945-66.2023.8.10.0024
Classe: AÇÃO PENAL - PROCEDIMENTO ORDINÁRIO
Órgão julgador: 1ª Vara Criminal de Bacabal
Última distribuição : 07/07/2023
Valor da causa: R$ 0,00
Assuntos: Contra a Mulher
Segredo de justiça? NÃO Justiça
gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes
Procurador/Terceiro vinculado Delegacia Especial da Mulher de Bacabal (AUTOR)
Delegacia Especial da Mulher de Bacabal (AUTOR)
STARLYANE DA CONCEICAO SOUSA SILVA (AUTOR) STARLYANE DA CONCEICAO SOUSA SILVA (AUTOR)
JOSE DE RIBAMAR MOTA NETO (REU)
JOSE DE RIBAMAR MOTA NETO (REU) IAGO CUTRIM DE OLIVEIRA (ADVOGADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
96449 07/07/2023 18:34 Parecer de Mérito (MP) Petição
482
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL DA
COMARCA DE BACABAL/MA
PJE nº 0804945-66.2023.8.10.0024
Infração Penal: art. 129, §13 e art. 140, ambos do Código Penal c/c Lei nº 11.340/06 MM.
Juiz,
Cuida-se de auto de prisão em flagrante lavrado em face de JOSÉ DE RIBAMAR MOTA NETO, autuado
pela prática das condutas descritas nos arts. 129, §13 e 140, ambos do Código Penal c/c Lei nº 11.340/06.
Consta do procedimento policial que, no dia 07 de julho de 2023, por volta das 03h00min, nesta cidade, o
autuado foi preso em flagrante delito por ofender a integridade física de sua companheira, Starlyane da
Conceição Sousa Silva, bem como por proferir injúrias contra ela.
Infere-se dos autos que, no dia e hora supracitados, a declarante estava em um quiosque na rodoviária desta
cidade, acompanhada do autuado e de um amigo dele, denominado Jhonatan, quando após uma conversa em
que teve com JOSÉ DE RIBAMAR, este desferiu dois tapas entre os seus seios.
Ato contínuo, o autuado puxou a declarante pelos braços e a jogou no chão, fazendo com que ela batesse a
cabeça contra o solo. Na ocasião, Jhonatan e outras pessoas que estavam presentes no local tentaram tirar
JOSÉ DE RIBAMAR de perto da declarante, mas este resistia e puxava os cabelos dela.
Ademais, Jhonatan conseguiu pôr a declarante e o autuado dentro do seu veículo para levá-los para casa
e, durante todo o trajeto, este proferia injúrias contra a declarante, chamando-a de “prostituta e
vagabunda”, dentre outras palavras de baixo calão.
Consta, ainda, que ao chegar na residência, JOSÉ DE RIBAMAR partiu em direção da vítima,
momento em que esta pegou uma faca de serra e apontou para ele, que se afastou.
Em seguida, o autuado foi novamente em direção da ofendida que, na tentativa de se defender, lesionou
JOSÉ DE RIBAMAR, ocasião em que percebeu que ele estava sangrando e saiu correndo do local.
Ao chegar no local, JOSÉ DE RIBAMAR conseguiu invadir a residência e desferiu um tapa no rosto da
vítima, evadindo-se da localidade logo após.
Em razão de tais fatos, a equipe policial foi acionada e logrou êxito ao capturar o flagranteado na residência
do casal, momento em que deram voz de prisão e o conduziram à Delegacia Regional de Polícia Civil.
A vítima relatou que conviveu em união estável com o autuado durante 06 (seis) anos e possui uma filha
desse relacionamento. Ademais, declarou que a relação com JOSÉ DE RIBAMAR sempre foi conturbada
e que já foi agredida fisicamente e verbalmente várias vezes, além de já ter sido ameaçada de morte por
parte do flagranteado.
Em razão disso, a vítima solicitou medidas protetivas de urgência e representou criminalmente contra o
autuado.
Analisado o auto de flagrante, verifica-se que foram observadas todas as advertências legais no tocante aos
direitos conferidos pela Constituição Federal ao preso, especialmente as disposições previstas nos incisos
LXII, LXIII e LXIV, do art. 5º.
Em que pese tenha sido arbitrada fiança, a qual foi paga, verifica-se a necessidade de manutenção da prisão
cautelar do autuado, vez que o crime em questão é regido pela Lei nº 11.340/2006 que visa coibir e prevenir
a violência doméstica e familiar contra a mulher, restando incontroversa a necessidade da prisão preventiva
do flagranteado vez que sua soltura representa risco para sua companheira, não sendo adequado ao caso as
medidas cautelares diversas da prisão.
Conforme asseverado no art. 20 da Lei no 11.340/2006, caberá a prisão preventiva do agressor em qualquer
fase do Inquérito Policial decretada pelo Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público.
Ressalte-se que a vítima informou que constantemente sofre violência doméstica mediante agressões
físicas e ameaças de morte.
Os elementos trazidos aos autos revelam, prima facie, que o autuado praticou o delito tipificado no art.
129, §13 e 140, ambos do Código Penal c/c Lei nº 11.340/06.
Ante o exposto, é o Ministério Público pela homologação do flagrante lavrado, e requer a conversão da
prisão em flagrante de JOSÉ DE RIBAMAR MOTA NETO, em prisão preventiva, conforme disposto
nos art. 310, II e art. 313, I e II, ambos do CPP.
Promotora de Justiça