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Tribunal de Justiça do Estado do Pará

PJe - Processo Judicial Eletrônico

19/11/2023

Número: 0801019-57.2023.8.14.0027
Classe: MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA (LEI MARIA DA PENHA) - CRIMINAL
Órgão julgador: Vara Única de Mãe do Rio
Última distribuição : 16/11/2023
Valor da causa: R$ 0,00
Assuntos: Ameaça
Segredo de justiça? SIM
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
DELEGACIA DE POLÍCIA CIVIL DE MÃE DO RIO
(REQUERENTE)
EDIVAN NUNES DA SILVA (REQUERIDO)
MINISTERIO PUBLICO DO ESTADO DO PARÁ (FISCAL DA
LEI)
Documentos
Id. Data Documento Tipo
104335984 16/11/2023 Leonalva16-11-2023-185305 Medidas protetivas
14:05
104427387 19/11/2023 Sentença Sentença
18:51
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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PARÁ

COMARCA DE MÃE DO RIO

Autos nº 0801019-57.2023.8.14.0027

Assunto: Medida Protetiva de Urgência

Requerente: Leonalva Borges Barros

Requerido: Edivan Nunes da Silva

DECISÃO

A autoridade policial, em atenção ao preceito normativo do artigo 12, inciso III, da Lei
11.340/2006, trouxe ao conhecimento deste Juízo a informação de que a vítima de violência
doméstica, LEONALVA BORGES BARROS, representou por MEDIDAS PROTETIVAS em
desfavor do agressor EDIVAN NUNES DA SILVA, seu ex-companheiro.

Segundo se infere dos autos, agressor e vítima conviveram em união estável por cinco anos. Não
tiveram filhos em comum. O relacionamento foi marcado por conturbações geradas por
desavenças e conflitos. A vítima relatou que já teve medidas protetivas em desfavor do agressor,
pois esse chegava em casa embriagado, fazia escândalos, quebrava objetos e já ameaçou matá-
la. No último dia 15, por volta de 00h15min, estava em casa quando o agressor chegou gritando
pelo seu nome e batendo na janela com uma madeira. Relata que abriu a porta para pedir socorro
à sua mãe, mas foi interceptada pelo agressor, que tomou seu celular e o arremessou no chão. A
vítima teme pela sua segurança, pois reside sozinha. À vista da situação, a vítima requereu a
concessão de medidas protetivas.

Trouxe aos autos boletim de ocorrência policial, termo de declaração da vítima, requerimento de
medidas protetivas de urgência e relatório de avaliação de riscos.

É o relatório. DECIDO.

A lei nº. 11.340/06 tem o escopo de coibir toda e qualquer forma de violência contra a mulher,
cujo amparo constitucional está prescrito no art. 226, § 8º.

Considerando o desenho fático descrito, resta demonstrado que se trata de violência de âmbito

Assinado eletronicamente por: RODRIGO ALMEIDA TAVARES - 19/11/2023 18:51:51 Num. 104427387 - Pág. 1
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doméstico e familiar contra mulher, na forma como positiva o art. 5° da Lei n° 11.340/2006.

Diz o artigo 22 da lei 11.340/2006, que “constatada a prática de violência doméstica e familiar
contra a mulher, nos termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em
conjunto ou separadamente, as seguintes medidas protetivas de urgência, entre outras: I -
suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao órgão competente, nos
termos da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003; II - afastamento do lar, domicílio ou local
de convivência com a ofendida; III - proibição de determinadas condutas, entre as quais: a)
aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o limite mínimo de
distância entre estes e o agressor; b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por
qualquer meio de comunicação; c) frequentação de determinados lugares a fim de preservar a
integridade física e psicológica da ofendida; IV - restrição ou suspensão de visitas aos
dependentes menores, ouvida a equipe de atendimento multidisciplinar ou serviço similar; V -
prestação de alimentos provisionais ou provisórios”.

As medidas protetivas de urgência têm natureza de tutela inibitória, podendo ser revogada ou
modificada, desde que, o juiz se certifique, mediante contraditório, de que houve alteração do
contexto fático e jurídico (REsp 2.036.072-MG, Rel. Ministra Laurita Vaz, Sexta Turma, Julgado
em 22/08/2023, DJe 30/08/2023).

É bem verdade que a medida inibitória aqui pretendida, funda-se na verossimilhança da


alegação, razão pela qual e por hora, possui relevância na palavra da vítima, devendo, no
entanto, ser conjugada com os demais elementos dos autos.

Aponto, desde já, que não se trata aqui de juízo de valor exauriente sobre os fatos, mas tão
somente juízo meramente superficial e que, justamente por isso, sujeita à cláusula "rebus sic
standibus".

O "fumus boni iures" é representado pela verossimilhança das alegações que emergem das
declarações da vítima, que é suficiente nestes casos a embasar o pedido de protetivas, desde
que em consonância com os demais elementos de informação colhidos.

O "periculum in mora" é evidente, já que o risco é atual e iminente, sendo preciso evitar que o
requerido tenha contato com a vítima. Aliás, assim se evita, também, que haja a possibilidade de
nova reiteração de conduta.

Isso posto, acolho o requerimento formulado e, nos termos do artigo 18, I, c/c art. 19, §1º, todos
da Lei nº 11.340/06, DEFIRO as seguintes medidas protetivas pretendidas por LEONALVA
BORGES BARROS, em desfavor de EDIVAN NUNES DA SILVA:

Assinado eletronicamente por: RODRIGO ALMEIDA TAVARES - 19/11/2023 18:51:51 Num. 104427387 - Pág. 2
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I - PROIBIÇÃO de aproximação da vítima, mantendo-se uma distância mínima de 200
(duzentos) metros destes (inclusive do seu local de trabalho, instituição de ensino, escola,
curso preparatório, faculdade, etc);

II – PROIBIÇÃO de contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer


meio de comunicação (de forma pessoal, por telefone, redes sociais, WhatsApp ou
qualquer outro meio);

As medidas protetivas terão validade por 1 (um) ano.

Fica ciente o requerido que o descumprimento das medidas protetivas podem acarretar a prisão
preventiva do requerido (CPP, art. 313, III) e a configuração de crime na forma prevista no artigo
24-A da Lei 11.340/2006: “Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas
de urgência previstas nesta Lei: (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018) Pena – detenção, de 3
(três) meses a 2 (dois) anos.”

Em atenção ao disposto no art. 21 da Lei nº 11.340/06, INTIME-SE A VÍTIMA do teor das


medidas mencionadas.

INTIME-SE pessoalmente o agressor. Não localizado, intime-se a vítima para declinar


endereço e telefones de contato atualizados em 5 (cinco) dias.

PROVIDENCIE-SE o cadastro da medida no Banco Nacional de Medidas Protetivas,


mantido pelo CNJ, nos termos do art. 38-A, parágrafo único, da Lei 11.340/06.

ENCAMINHE-SE cópia da decisão ao CREAS, para fins de suporte à vítima e agressor, bem
assim, com fins de erradicação da violência, observando o sigilo processual que recobre o
caso, forte no Ofício Circular 346/2021 deste Eg. TJPA, tendo em vista a recomendação nº
116, de 27 de outubro de 2021, do CNJ,

CIÊNCIA à Autoridade Policial e ao Ministério Público.

CUMPRA-SE com urgência.

Mãe do Rio-PA, datado e assinado digitalmente.

Assinado eletronicamente por: RODRIGO ALMEIDA TAVARES - 19/11/2023 18:51:51 Num. 104427387 - Pág. 3
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RODRIGO TAVARES

Juiz de Direito Substituto

Assinado eletronicamente por: RODRIGO ALMEIDA TAVARES - 19/11/2023 18:51:51 Num. 104427387 - Pág. 4
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